Debate sobre diversidade sexual e educação evidencia o papel da universidade na...

Debate sobre diversidade sexual e educação evidencia o papel da universidade na construção da democracia

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A mesa redonda “Lição de democracia: respeito à diversidade sexual no ambiente acadêmico”, realizada no auditório do Icbeu na noite de ontem, abordou a necessidade de se discutir e promover ações contra a homofobia no ambiente escolar. O debate contou com a presença do professor doutor da Faculdade de Educação da UFMG, Paulo Nogueira, da professora Carolina Marra, assessora do Núcleo Acadêmico da UNA, do coordenador dos cursos de Publicidade e Propaganda e Relações Públicas da UNA, Pedro Coutinho, e dos professores Kenya Valadares e Roberto Reis.

Carolina Marra, representante da reitoria, declarou que a UNA preza a discussão contra a intolerância e incentiva ações que considera fundamentais para a democracia: “entendemos que a universidade é um espaço democrático e fundamental para o debate de ideias. Por isso, iniciativas desenvolvidas pelos professores e alunos em favor da diversidade, como o Una-se Contra a Homofobia, que ganham força ao somar-se a outras iniciativas, é fundamental para o debate, que precisa acontecer no ambiente universitário. Esperamos que essa seja uma iniciativa que dê vazão para outras ideias em prol dos direitos humanos, que nasçam na faculdade e venham para o debate público”.

A postura do centro universitário está em consonância com o que determina o art. 12 da Resolução nº 1 do Conselho Nacional de Educação, expedida em 30 de maio de 2012, que estabelece as diretrizes nacionais para a educação em direitos humanos. De acordo com o dispositivo legal, “as Instituições de Educação Superior estimularão ações de extensão voltadas para a promoção de Direitos Humanos, em diálogo com os segmentos sociais em situação de exclusão social e violação de direitos, assim como com os movimentos sociais e a gestão pública”.

Paulo Nogueira, que atua no campo da sociologia da educação, falou em entrevista para o Jornal Contramão sobre a importância da discussão da diversidade sexual nas universidades. “A discussão da diversidade é uma discussão pública: está na rua, na mídia, nas igrejas, nos partidos políticos, nas instituições que regulam o mundo público – congresso nacional e ministérios, em todas as esferas de governo. Se está em todos esses lugares, também deve estar nas universidades”, esclarece.

Para Paulo Nogueira a faculdade é um espaço de reflexão e de vivência democrática. “Dentro de uma faculdade não se pode viver da mesma maneira que se vive na rua, pois a faculdade pressupõe uma imersão no cotidiano de forma reflexiva. O ato educativo exige isso, principalmente no ensino superior, onde os sujeitos já estão constituídos, já passaram por processos de escolarização, já estão inteiradas da sua sexualidade. É importante que no percurso da formação profissional haja o exercício da vida democrática e é na faculdade que isso deve se dar, talvez até com muito mais clareza do que na educação básica, em que a personalidade dos sujeitos ainda estão em formação”, explica.

Por: Fernanda Fonseca
Foto: Fernanda Fonseca

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