Alegria para alguns, tristeza de muitos

Alegria para alguns, tristeza de muitos

A Rua dos Guajajaras possui os tradicionais pontos de encontro da população boemia de Belo Horizonte, os bares, que distraem muitas pessoas, seja para um happy hour ou para um simples encontro entre amigos. Uma parte da Rua, no centro da capital, é alvo de ordem judicial que obriga os estabelecimentos a reduzirem seu horário de comercialização nos principais dias de movimento, ou seja, às 22 horas os estabelecimentos devem começar a fechar suas portas.

A Promotoria Especializada de Defesa de Habitação e Urbanismo propôs uma Ação Civil Pública e obteve da Justiça uma liminar que restringe o horário de funcionamento de sete estabelecimentos comerciais na Rua dos Guajajaras. Essa situação acontece nos dias de mais movimento nos bares, na quinta-feira e também na tão esperada sexta-feira.

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O motivo para essa liminar foi da insatisfação dos moradores da região, que se queixam do barulho, perturbação ao sossego e aglomeração de pessoas nas calçadas. A ordem judicial foi concedida pelo Juiz Wauner Batista Ferreira Machado que definiu multa diária de R$ 10 mil se os estabelecimentos não cumprirem a proibição.

A estudante de Engenharia Civil, Luiza Amanda Salviano Morais, frequentadora do estabelecimento Armazém desde que foi inaugurado, no início deste ano, relata que os demais clientes que vão ao local entendem a situação do fechamento ás 22h, apesar de diminuir a vontade de ir ao bar. “As pessoas continuam frequentando o local pelo preço da cerveja, que tem o preço baixo. Porém, o preço está voltando a subir, e com o fechamento antecipado nos principais dias de movimento, o fluxo de pessoas irá diminuir”, comenta Morais.

O fechamento precoce dos estabelecimentos nesses dias influi diretamente nos lucros da empresa, como confirmou o proprietário do estabelecimento, José Eustáquio de Jesus, 57. Segundo ele, a rentabilidade da empresa vem sendo comprometida em função do fechamento antecipado.

Diferente dos clientes dos bares, os moradores do entorno repudiam o excessivo barulho do ambiente. A pensionista Tereza Oliveira, 67, afirma que o som estridente dos bares a impedem de dormir. Para a aposentada, o silêncio precisa ser estabelecido após as 22h, pelo menos nos dias de semana, em razão das pessoas que acordam cedo para trabalhar.

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Reportagem produzida para o Trabalho Interdisciplinar Dirigido V que tem como temática o cotidiano das ruas de Belo Horizonte. Belo Horizonte, junho de 2015.
Texto e fotos: Lucas Freitas e Stephanie Carvalho

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