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Por Keven Souza

Cidade grande é foda! Sinto que acordo quando me preparo para a primeira competição do dia, a caminho do meu trabalho luto por pequenas satisfações como conseguir sentar em um metro de plástico estofado para completar a carga horária de sono que é impossível de fazer a noite, pois, chego tarde e saio cedo. Porque a cidade grande é foda!

Com muitas janelas, poucos com muito e muitos com pouco (tipo eu), com luzes batendo em frestas e diversos barulhos, observo a movimentação já dentro do ônibus. Estou estressado por estar em pé – afinal a cidade parece ter pressa – comecei a observar que faz tempo que não vejo o sol queimar minha pele e sentir o calor em meu rosto. Talvez, seja porque meu privilégio é apenas sentar em um banco de ônibus e ter o corpo bronzeado é privilégio demais para o proletariado. Deixo isso restrito para meu patrão, que me faz bater ponto às 6h da manhã para enriquecer o bucho dele, que tem pressa para que eu chegue, mas não tem pressa para chegar. 

O trânsito está caótico, dentro no ônibus um rebuliço, são vários como eu que percebem a pressa da cidade e que estão cansados demais para acompanhá-la. É notável o semblante de cansaço, a sensação é de que estou em um filme de zumbi. Cochilando em pé me esbarro em uma moça segurando uma bolsa cor vinho que ocupa grande espaço no ônibus, peço perdão, mas não sou ouvido já que a próxima parada é a sua descida, e como havia falado: a cidade tem pressa! 

Um momento de alívio, ufa! Consigo me sentar. Usufruir do conforto desse assento é o que ainda me resta, mas continuar o cochilo que completa a carga horária de sono é o que mais quero agora, porém, será impossível. 

Vejo que se aproxima da minha parada, e o meu corpo segue inexpressivo, mas tenho que tirar forças de dentro para conseguir vencer mais um dia e suportar toda pressão de cobranças do meu patrão. Essa é a realidade do trabalhador na cidade grande no dia a dia. Dormir pouco e trabalhar muito, é a mesma rotina de sempre, porque no final das contas ela tem pressa.

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Filme A grande Luta, de Júlio Sales

O evento acontece a partir do dia 21 e as ações acontecem presencialmente e online 

Por Keven Souza

Entre os dias 21 e 28 de outubro, acontecerá a 8ª Edição do Festival de Cinema Lumiar, organizado por professores do curso de Cinema e Audiovisual do Centro Universitário Una. O evento deste ano pretende discutir a produção do cinema universitário feita por estudantes de toda a América Latina, que além de integrar e abordar os filmes elaborados pelos discentes, compreende as inovações estéticas diante o cenário cinematográfico das diferentes Américas. Nesta edição, o Lumiar, sucederá de modo híbrido por meio da plataforma Coioteflix e Zoom – com transmissão também no Youtube, e através de algumas sessões presenciais no Una Cine Belas Artes, seguindo todos os protocolos de segurança contra a Covid-19. Os interessados poderão participar de ambos os meios de forma totalmente gratuita. 

O festival teve sua primeira edição em 2014, e desde então vem sendo reconhecido em toda a América Latina, se superando e crescendo a cada ano para abranger e estimular estudantes de diferentes países e universidades, a mostrarem suas produções cinematográficas para concorrerem, por meio do festival, em busca do Troféu Lumiar de melhor curta-metragem universitário.  “O Lumiar é um festival escolar. Todas as etapas de produções contém a presença de alunos e digo que vai além de um espaço de exibição do curso de Cinema e Audiovisual da Una. É um espaço de troca e de intercâmbio mútuo entre estudantes da América e sua comunidade local”, define o professor e um dos coordenadores, Daniel de Lima Veloso, sobre o Festival.

Este ano a equipe de curadores foi composta pelos professores José Ricardo Júnior, Eduardo Rocha, Sávio Leite, pela professora Raquel Pelegrinni e pelas alunas Amanda Luz, Maria Eduarda Guimarães e pelo aluno Michael Nascimento. Durante o edital desta edição, que geralmente permite o envio de um curta-metragem de qualquer gênero, formato e temática, houveram cerca de 90 inscrições de curtas-metragens vindos do Brasil, Argentina, Chile, México, Cuba e Colômbia. 

Através do edital, a equipe selecionou 15 destes para a Mostra Competitiva Interamericana que farão parte do propósito de exibir um panorama da produção cinematográfica universitária das Américas. O cartaz dos indicados contém um reduto de filmes ricos e diversos, e para a sessão de abertura haverá duas produções: o filme “Eu te amo é no sol” de Yasmin Guimarães e Daniela Cambraia, vendedor do edital de produção do LUMIAR e o curta-metragem “Rua Ataléia” do consagrado realizador André Novaes, que também lançará o seu livro “Temporada” que narra o processo de feitura do longa homônimo.

Confira a programação de 2021:

21/10 – QUINTA-FEIRA

19H – Sessão de Abertura | Filme vencedor do Edital Lumiar Eu te amo é no sol de Yasmin Guimarães e Daniela Cambraia (MG, 2021, 19″) – Filme convidado Rua Ataléia de André Novaes Oliveira (MG, 2021, 11″) | Live no Youtube e CoioteFlix

22/10 – SEXTA-FEIRA

10H – Debate Realizadores Competitiva 1 | Zoom com transmissão no youtube

19H – Debate com Helena Solberg | Convidados especiais: Mariana Tavares e David Meyer | Mediação: Carla Maia | Zoom com transmissão no youtube

23/10 – SÁBADO 

10H – Lançamento do Livro Temporada, de André Novaes | Zoom com transmissão no youtube

15H – Oficina Videoclipe com Arthur Senra | Zoom para inscritos

24/10 – DOMINGO

15H – Oficina Videoclipe com Arthur Senra | Zoom para inscritos

25/10 – SEGUNDA-FEIRA

15H – Oficina Videoclipe com Arthur Senra | Zoom para inscritos

19H – Debate realizadores Competitiva 2 | Zoom com transmissão no youtube

26/10 – TERÇA-FEIRA

19H – Debate realizadores Competitiva 3 | Zoom com transmissão no youtube

27/10 – QUARTA-FEIRA

10H – Debate realizadores Competitiva 4 | Zoom com transmissão no youtube

19H – Oficina de Design de Personagens com Conrado Almada | Zoom para inscritos

28/10 – QUINTA-FEIRA

19H – Encerramento (Anúncio e exibição dos filmes premiados) | Zoom com transmissão no youtube

Além da Mostra Competitiva, o Festival conta com uma programação extensa que inclui palestras, lives, oficinas, sessões, bate-papos, entre outros. Neste ano, estão no cronograma três oficinas destinadas a abrilhantar e difundir o conhecimento cinematográfico em todo o público interessado, incluindo alunos e alunas. Uma delas é a oficina de videoclipe ministrada pelo realizador Arthur B. Senra, que será seguida também de uma mostra especial sobre videoclipes com curadoria da produtora e ex-aluna Gabriela Barbosa. Outra oficina sobre o processo de criação do filme “Rua Guaicurus” com seu realizador João Borges e a última sobre animação com realizador Conrado Almada. 

A expectativa é de que a 8º edição aconteça de forma brilhante e enriquecedora, para trazer, novamente, um importante espaço de resistência, discussão e aprendizado para a formação de cinema nos países latino-americanos. “A expectativa é muito boa, porque é um festival consagrado no meio universitário de Belo Horizonte e também no Brasil. Espero que as pessoas participem e assistam, acho que essa edição vai ser interessante para pensarmos nesse tipo de cinema – universitário – que está em pé de igualdade do cinema profissional”, diz o professor e curador do Festival, Sávio Leite.

Para mais informações acesse o site disponível ou o Instagram do Lumiar. 

Cine Una Belas Artes

Gonçalves Dias, 1581 – Lourdes, Belo Horizonte

(31) 3252-7232

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Por Keven Souza

Ninguém nasce sabendo, não é mesmo? Embora o homem seja um ser pensante, não é segredo que construímos o nosso saber ao longo da vida. O ato de lecionar é uma tarefa árdua desempenhada por um indivíduo que acredita na educação, como arma poderosa, e a sua capacidade de transformar todo o seu redor. 

Além dos pais ou responsáveis, que nos ensinam desde criança como agir e se comportar, o professor é aquele apto a transmitir conhecimentos mais amplos sobre o mundo, a sociedade e a profissão que iremos seguir. É através dessa docência que surgem brilhantes profissionais e grandes gênios do mercado, e se torna talvez uma das profissões mais essenciais do mundo quando se fala em formar relações humanas, competências socioemocionais e estimular o sucesso profissional e pessoal. 

No atual cenário, ser professor é muito mais do que ministrar aulas. É ser um profissional que representa e sintetiza a capacidade de “criar” seres pensantes que poderão melhorar o mundo, um papel que ocupa lugar de destaque na vida de inúmeras pessoas, porque o verdadeiro mestre não se limita apenas ao intelectual. 

No Centro Universitário Una é aquele profissional engajado e próximo do estudante, que o enxerga em sua integralidade, levando em consideração seus traços e contrastes como indivíduo único. É a pessoa que propicia um ambiente amistoso, capaz de permitir uma jornada acadêmica de maneira mais leve e empática. Um cargo solene que transcende o ensinar e abrange o amar. E para comemorar o Dia dos Professores, que foi no último dia 15, o Jornal Contramão traz uma matéria muito especial. Afinal, são eles que auxiliam na trajetória de sucesso de vários estudantes e profissionais, como também escrevem a da história da Una, essa instituição de grande reconhecimento. 

Danielle Luciana Meira Miranda, 19 anos , é aluna do último período de Design de Interiores da intituição, ela declara que, o companheirismo de seus professores lhe engaja e torna sua trajetória acadêmica mais enriquecedora. “Minha relação com os professores é ótima! Sempre mantemos o contato dentro e fora de aula, pois quando preciso de ajuda é a eles que recorro. E é total companheirismo! É sempre bom ter apoio de um profissional tão bem qualificado na área, a relação entre professor e aluno é enriquecedora para mim. Sem eles essa trajetória de aprendizado seria muito mais difícil”, conta.  

Ela ressalta ainda que, além da força de vontade e o companheirismo dos professores, ambos têm deixado, ao longo do tempo, de ser os detentores do saber e têm assumido o papel passivo de mediadores do conhecimento, onde se forma uma figura que dizima os obstáculos pessoais e educacionais dos alunos.  

E que no presente, vão além da posição de mútuo e incontestável, se tornando aqueles que criam laços para além da sala de aula e trabalham em prol da confiança e do afeto recíproco.“Para mim, professores significam sem dúvidas, conhecimento! Estar em uma sala de aula e absorver conteúdos ricos de pessoas que se dedicam a ensinar é inspirador. Jamais conseguiria desenvolver habilidades sem eles, sem os feedbacks, sugestões e críticas construtivas que me passam”, explica a aluna. 

 

Tempos de pandemia 

A pandemia do Coronavírus trouxe impactos em diversos âmbitos profissionais e camada sociais. Na classe dos docentes, não foi diferente. Professores se depararam com a mudança de rotina após o fechamento dos ambientes presenciais e tiveram que se adaptar a uma nova realidade – de forma síncrona, se desdobrado para assessorar o aprendizado de cada estudante, onde foi colocado a prova a sua capacidade de se modificar como profissional independente de qualquer situação ou cenário. 

De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Península (IP), que tem acompanhado a realidade e a visão de futuro de educadores durante a pandemia, em uma mostra representativa de todo o Brasil, apenas 28% dos alunos estão motivados a fazer as atividades escolares em casa. O que deixa claro e evidente o grande esforço por parte dos docentes de fazer com que a qualidade do ensino fique excepcional durantes os encontros remotos, além de dar indícios da busca incansável por buscarem ferramentas que estimulem a participação ativa dos alunos. 

Apesar de estar em um contexto sensível, segundo alunos, é possível perceber que na Una, o corpo docente tem se dedicado com garra e coragem, trabalhando afincadamente para personificar a segurança de um aprendizado ávido e representar a certeza de um futuro melhor. Amanda Daniela de Oliveira Serafim, que é estudante do quarto período de Publicidade e Propaganda, explica que possui dificuldades de atenção inerentes ao aprendizado durante as aulas de modo síncrono e afirma que, em nenhum momento seus professores cederam ou perderam prazer de dar aula diante ao atual cenário pandêmico. 

“Tenho certa dificuldade com atenção, então acho mais complicado aprender de modo síncrono mesmo. Mas ao mesmo tempo, ficou evidente o quanto os professores se esforçaram para se adaptar e manter o ensino com a melhor qualidade possível, o que ajudou bastante no processo”, afirma.

Segundo a aluna, a desenvoltura do profissional está sendo de vital importância no auxílio de seu aprendizado e de todos os graduandos de quaisquer que sejam as áreas. “Os professores são essenciais tanto presencialmente quanto remotamente. Na pandemia entrei em contato com professores incríveis que mesmo diante das circunstâncias ofereceram assistência completa e aulas incríveis durante todo o semestre, sem eles não teríamos conseguido nem metade do progresso que fizemos até aqui”, diz a aluna. 

Para o estudante Ítalo Charles Rodrigues Santos, aluno do sétimo período de Jornalismo, sua trajetória acadêmica foi atordoada por medos e inseguranças de não ser bom o suficiente em suas diferentes produções jornalísticas que vieram a ser produzidas durante a graduação. “Em alguns momentos senti medo, por desconhecer alguns assuntos e assim acreditar que não seria capaz de produzir bem e consequentemente ser um bom profissional”. 

No entanto, foi por meio da presença dos docentes que conseguiu aplicar conceitos e desenvolver técnicas, e assim reduzir suas hesitações. “É através do ambiente harmonizo que o professor permite, que o aluno se sentirá confortável e confiável para aprender a desenvolver suas habilidades, a partir das trocas e aprendizados”, explica o aluno. 

Ambos são o esboço da habilidade dos professores de se transformarem em vários aspectos para levar o conhecimento, independente da circunstância, em sua totalidade. A arte de ensinar é primordial para continuar a instigar o estudante a ter gosto e vontade de aprender, uma tarefa que não é fácil, mas que é significativa para formar grandes indivíduos e profissionais mais preparados no mercado.  

De fato, a pandemia impactou a sociedade, que talvez não seja mais a mesma daqui alguns anos, mas o papel do educador permanece relevante em todo o processo de aprendizagem e também para além dele.

Com a palavra do coordenador dos cursos de Comunicação e Artes da Una campus Liberdade

“De todas as características humanas, a que mais me encanta é a capacidade plástica dos indivíduos, podemos ser o que a gente quiser, dado o alto grau de adaptabilidade que apresentamos. Talvez por isso a educação seja um lar para mim, poucas coisas me sensibilizam tanto quanto a partilha e a multiplicação do conhecimento na transformação da vida da gente. Neste dia tão especial, quero render toda a minha admiração para cada professora e cada professor que trabalha nesta nossa casa. Em um tempo complexo e barulhento como o nosso, sigamos na coxia, certos de que há muito por fazer por este mundo, e que é junto dos nossos alunos e alunas que a mudança real e vital de fato acontece” – diz Antônio Terra, em recado para todos os docentes da instituição em comemoração ao Dia dos Professores.

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Por Bianca Morais 

O Jaleco é um equipamento de proteção individual utilizado por profissionais da saúde. A cor branca foi escolhida por representar a bondade, a limpeza e a tranquilidade, características essenciais a um trabalhador responsável por atender pessoas em uma questão delicada.

Um jaleco branco representa um profissional cuidadoso e preocupado com seus pacientes, proporcionando a eles um atendimento excelente.

A Cerimônia do Jaleco é o nome dado a uma celebração tradicional em várias universidades ao redor do país que tem como intuito ensinar os calouros a como utilizar o EPI da maneira correta. Nela os alunos recebem dicas e são orientados em quais aulas e lugares podem utilizá-los. 

Na cerimônia os estudantes vestem o jaleco pela primeira vez, é o início de um grande ciclo que ele irá começar, é a expectativa de que, dali alguns anos ele irá se tornar um responsável pela vida e saúde de muitas pessoas.

Entrar em uma faculdade não é algo fácil, existe o vestibular, o dinheiro investido e toda uma dedicação por parte do estudante, principalmente quando se trata de cursos da área da saúde, o jovem chegar ali é uma vitória por isso, a Cerimônia do Jaleco, muito além de sinalizar os calouros como utilizar o jaleco da forma correta, é uma conquista. 

No Centro Universitário Una, a cerimônia do Jaleco é um evento que acontece semestralmente nos cursos de saúde da Faculdade UNA Pouso Alegre. Idealizada pelas professoras Mariana Pereira Borges e Gabriela Yanagihara, do curso de Fisioterapia e potencializada pela coordenadora Paula Rocha, a cerimônia do jaleco teve sua primeira edição em 2020/02.

O evento é destinado a todos os alunos da saúde que iniciarão o estágio curricular obrigatório no semestre seguinte. São convidados professores do curso para celebrarem o momento e proferirem palavras de incentivo aos discentes que iniciarão suas atividades profissionais. Os educadores instruem os estudantes a convidarem seus padrinhos da graduação, ou seja, aquele familiar, amigo, parceiro que ele considera muito importante durante sua trajetória na universidade.

Para a cerimônia, a Faculdade UNA Pouso Alegre presenteia os estudantes com um jaleco bordado do curso para que ele possa usar durante suas atividades de estágio.

Um cerimonialista é convidado para realizar a narração do evento que se inicia com uma abertura oficial, além da fala da direção e da coordenação. Posteriormente, acontece a homenagem dos professores de cada curso e esse é um momento emocionante, pois normalmente são convidados docentes que estiveram com a turma desde o começo do curso, e suas palavras se comportam como um “envio” desses alunos e um voto de confiança de que estão preparados para a atuação profissional.

O terceiro momento acontece com o proferimento do juramento de cada curso. Nesse momento, um professor profere o juramento e os estudantes simbolicamente fazem o gesto. Depois do juramento, os padrinhos convidados ajudam o aluno a vestirem seus jalecos o que simboliza a confiança depositada neles e o orgulho pelo caminho que trilharam.

Ao final do evento, os estudantes são convidados a se expressarem e a adesão é muito alta. “Podemos presenciar momentos de alegria, emoções, testemunhos e falas que tocam nossos corações. Houveram momentos que os familiares tomaram a fala e homenagearam os alunos”, diz a coordenadora Paula Rocha.

A cerimônia se encerra com uma apresentação com música e fotos das turmas, preparada pela comissão de organização do evento.

“Diferente de outras faculdades, em que a cerimônia do jaleco acontece no início do curso, nós da Faculdade UNA Pouso Alegre realizamos ao final, pois entendemos que esse é um momento marcante para a entrada do aluno no campo de estágio. É um momento personalizado para a turma e que eles esperam com muita ansiedade. Acreditamos que realizar a cerimônia como celebração dessa ponta final do curso é algo muito especial e que tem cativado os estudantes”, completa Paula.

As duas edições realizadas foram remotamente dada a questão da pandemia, o que permitiu ser aberto para familiares e amigos. Para as próximas edições o desejo é realizar em ambiente presencial, a depender do número de alunos.

“Para nós, da Una, esse evento é nossa marca. É o momento mais importante da vida e sonho do nosso aluno e, portanto, nossa missão cumprida”, conclui a coordenadora.

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Após mudança de nome, a cafeteria fechou parceria com a Una a fim de auxiliar na inovação da marca visando mais requinte e sofisticação.

Por Keven Souza

Existem alguns pequenos prazeres na vida, para os amantes de café, não há explicação lógica que atenda à dimensão do sentir o aroma e sabor da bebida. Não importa se a pessoa é entendedora de grãos, se acrescenta açúcar ou chantilly, o que realmente conta de fato é a qualidade e as distintas sensações que o café pode fornecer. Tem quem goste de cafés especiais, aqueles que seguem padrões de qualidade, diversidade e processo. Para este estilo, são exigidos cuidados especiais de cultivo e preparo por conter propriedades intrínsecas, a fim de oferecer uma bebida “premium” com aspectos sensoriais.

Em Belo Horizonte, a Manní Cafés Especiais é uma cafeteria que tem como propósito oferecer interações sociais, além de uma experiência em cafés com diversidade de origens e de métodos de preparo. Carrega consigo a sustentabilidade dos produtos que comercializam, além de trazer com excelência e com procedência, a vocação natural para produzir grãos de qualidade e incentivar o comércio direto entre o produtor e toda a cadeia de valor do café especial. 

Por estar dentro da Una Cine Belas Artes não só acreditam em pessoas, como também se movimentam por elas e para elas, é um espaço que valoriza todo o caminho da bebida e o que está além da xícara. Nesta perspectiva, entende que assim como pessoas, marcas tendem a se mover e precisam evoluir. Por isso, ao existirem para representar a essência do café premium, a cafeteria passou por uma reformulação de identidade visual a fim de inovar a marca visando mais requinte e sofisticação. 

Na decisão, a Fábrica (coletivo dos laboratórios de economia criativa da Una), através da Agência Luna, trabalhou junto ao diretor criativo e profissional referência do negócio, Renato Falci, a fim de auxiliar no rebranding da marca, pensando em conceitos, valores e referências, para ‘repaginar’ a cafeteria sem se quer perder os seus princípios que os fazem ser únicos. A ação denominada de “Rebranding do café Paladar Espresso” teve início em abril deste ano e foi finalizada em julho.

O projeto contou com a participação de Leonardo Cândido, como cliente, Renato Falci, enquanto diretor criativo e profissional referência do negócio, Victória Moura e Giulia Cortesi, no papel de alunas do curso de Publicidade e Propaganda e diretoras de criação e arte do time, Letícia Dias, bem como líder do Núcleo de Moda Una com a gestão de parcerias e Larissa Santiago com a direção técnica, na função de coordenadora do projeto.

Leonardo da Silva Ferreira Cândido, que é administrador da cafeteria, explica que, a proposta da parceria acontecer junto à Fábrica, decorreu pela a sinergia entre a Una e o Cine Belas Artes, que já havia sido instaurada pelo patrocínio do Grupo Ânima. Com isso, surgiu a ideia de se aproximar ainda mais da faculdade, para que, por meio do branding da Manní, os alunos pudessem acompanhar na íntegra o processo de desenvolvimento de reestruturação de identidade do espaço.

“Cheguei a contratar um especialista em gestão de projeto de branding, no caso Renato Falci, para desenvolver uma marca nova para a minha cafeteria. O mesmo sugeriu que eu entrasse em contato com a Una, para que os alunos acompanhassem de perto o processo de desenvolvimento do projeto, pois a ideia era se aproximar da instituição, uma vez que estava estabelecida a parceria com o cinema”, explica o responsável pela cafeteria. 

Desde 2019, a cafeteria estava operando com o nome de Paladar Espresso, no entanto após o projeto, o espaço passa a ser chamado de Manní Cafés Especiais. De acordo com Leonardo, foi a experiência de Renato como gestor de projetos de branding e sua atuação no mercado de cafés especiais, junto ao suporte das alunas da Una, que facilitou o desenvolvimento dos conceitos da atual marca e consequentemente trouxe efeito positivo no resultado final. “O atual nome tem inspiração na região que deu origem ao café e a estética da logomarca tem como referência e inspiração as artes dos povos originários que estão localizados dentro do cinturão do café”, salienta Leonardo.

O que muitos não sabem é que, ao possuir características extensionistas, o projeto condiz com o posicionamento da Una, de se empenhar para impulsionar seus estudantes a serem protagonistas do seu próprio futuro. Larissa Santiago, que é publicitária especialista em Inteligência de Mercado e foi coordenadora dos alunos nesta ação, afirma que, o fato das estudantes terem atuado a favor de desenvolver um projeto de marca para uma empresa real, voltada ao setor de vendas, é de grande valia para proporcionar a autonomia de ambas em atividades requeridas no mercado, além de estimular a construírem um portfólio rico e diverso. 

“Durante o processo, puderam aplicar metodologias aprendidas em sala de aula na prática e ter a orientação dos profissionais com experiência no mercado envolvidos. Isso tudo de forma online, ou seja, se desenvolveram enquanto profissionais com soft skills para enfrentar modelos de trabalho do futuro – híbridos e remotos”, afirma Larissa, sobre as habilidades estimuladas aos alunos.

Ela explica que as principais funções das estudantes aconteceram em várias etapas, entre elas a criação do nome e do design da marca, onde acompanharam e contribuíram com o desenvolvimento do projeto liderado por Renato. E que foi desenvolvido, junto ao profissional, a construção de missão, visão e valores da empresa; o manifesto, arquétipo e linguagem visual da marca; o processo de Naming e o benchmarking; além do estudo e pesquisa para apoiar na criação da logo; entre outras funções. 

Para a estudante Victória Moura, que foi uma das alunas atuantes no projeto, a palavra que sintetiza sua participação ao longo do processo, é a gratidão. Ela decidiu entrar para ação com intuito de aplicar seus conhecimentos adquiridos em sala, mas muito antes da sua participação, havia em si mesma a inquietação para atuar em novas áreas profissionais e foi durante o projeto que a decisão de migrar de Social Media para estrategista de marca, de fato aconteceu. “Entrei com intenção de aplicar algumas leituras e cursos que concretizei e claro, desenvolver o projeto como um passaporte de entrada para o mercado”, diz a aluna.

Sua função, ao lado de sua colega Giulia Cortesi, foi trabalhar no backstage a favor de auxiliar na parte estratégica da marca com a elaboração de conceitos e ideias essenciais para definir a identidade visual final. Uma tarefa que, não só a ajudou a ampliar sua compreensão sobre técnicas e habilidades do universo do designer gráfico e publicitário, como também, abriu novas oportunidades de trabalhar em novos projetos como freelancer. 

“Absorvi uma gama muito mais ampla de técnicas e ferramentas de planejamento de marca, que proporcionam atuar em vários aspectos de uma mudança visual. Isso certamente mudou o rumo da minha formação, que com certeza agora é mais robusta e de cunho mais especialista. Talvez um diferencial, que me abriu portas para fechar projetos de marcas acima dos quatros dígitos financeiros”, ressalta a aluna. 

Após a finalização do projeto, a Manní Café Especiais, tem se esforçado para pensar em um cardápio variado que harmonize com o café, seja ele em qual método ou estilo for. Hoje, a atual marca trouxe melhorias no delivery e estima-se possuir, atualmente, maior frequência por parte de clientes que consomem tanto pelo site, quando retiram ou solicitam no local. 

O resultado da nova identidade visual tem sido sucesso, principalmente pelos amantes do café, onde se percebe toda a ligação com a marca e o produto. “Há maior compreensão por parte das pessoas, de que somos mais do que uma cafeteria de cafés especiais e isso tem feito toda a diferença. Já tenho clientes vindo exclusivamente para o café por causa da diversidade dos nossos grãos e premiações”, define Leonardo da Silva Ferreira Cândido, sobre a finalização do rebranding

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Por Bianca Morais 

O TBT de hoje do Jornal Contramão, é um artigo de opinião e mostra não apenas os acontecimentos desastrosos daquele 2 de outubro de 1992, mas uma resolução sobre a atual situação que não é muito diferente da antiga.

A Casa de Detenção de São Paulo, mais conhecida como Carandiru, inaugurada em 1920, foi durante décadas uma prisão segura e bem estruturada. Para se ter ideia, na época foram investidos 14 mil réis em sua construção, enquanto outros presídios custavam por volta de até mil réis. Depois de 20 anos funcionando, em 1940 ele alcançou sua lotação máxima, e em decorrência disto começou a construção dos pavilhões para que pudesse receber mais detentos.

Os pavilhões eram divididos por detentos.

  • No Pavilhão 2 aconteciam as triagens dos presos e onde ficavam os serviços de apoio, como alfaiataria e barbearia.

 

  • No Pavilhão 4 encontravam-se as celas individuais e enfermaria. Importante ressaltar que nesse prédio, no térreo mantinham-se os presidiários doentes, muitos com tuberculose, doença comum na época. No segundo andar os deficientes mentais, errado, uma vez que esse perfil de pessoa não deveria estar em uma cadeia comum.

O terceiro andar era ocupado pelas celas individuais e onde permaneciam estupradores e pedófilos. Por serem jurados de morte, esses bandidos precisavam ficar em celas separadas, e com isso, acabavam sendo beneficiados, afinal, sem convívio com os outros, eles não entravam em brigas, mantinham bom comportamento e conseguiam a liberdade mais cedo.

Não estou aqui para defender bandidos, mas é necessário entender que sim, existe uma diferença gritante entre alguém que rouba um pão para sustentar a família e alguém que estupra crianças. Esse perfil de prisioneiro deveria ser punido com mais rigor, sem a oportunidade de voltar a se reinserir tão cedo.

E isso acontece até hoje, afinal, se alguém condenado por ter estuprado uma criança, pelas “leis da prisão”, é morto logo nos primeiros dias, porque não criar um presídio para eles, onde irão pagar suas penas juntos aos seus iguais.

  • Pavilhão 5 nesse prédio possuía as celas conjuntas. No terceiro andar ficavam os justiceiros, no quarto os travestis, no quinto os “presos do seguro”, jurados de morte, conhecidos como amarelos, o apelido se veio pelo fato de que por não saírem das celas com medo e serem proibidos de tomar sol, eles ficavam amarelos. 

Situações desumanas, mas ainda na lei da prisão, se eles saíssem de lá, seriam mortos, e com certeza, os policiais, encarregados de manter a ordem no presídio, não iriam impedir isto.

  • Pavilhão 6 lá ficavam a cozinha e as solitárias, onde presos que cometiam alguma desordem eram mantidos durante alguns dias isolados.

 

  • Pavilhão 7 era o mais calmo, ocupado por presos de bom comportamento e que trabalhavam.

 

  • Pavilhão 8 presos reincidentes, os chefões, os mais “espertos”, que não procuravam confusão e viviam deles.

 

  • Pavilhão 9 o local do massacre. No pavilhão 9 se encontravam os réus primários.

O Brasil vive uma realidade de presídios superlotados e situações precárias. O Estado é falho, milhares de celas pelo país estão cheias de réus primários, aqueles que ainda estão aguardando julgamento, e não é atoa que foi justamente nesse pavilhão, superlotado, que ocorreu o massacre.

Existem réus primários que não cometem crimes tão graves, e existem aqueles que cometeram violências brutais, e ali, todos se encontravam, pois esperavam, às vezes anos, por julgamento. 

Coloque em uma cela uma pessoa manipulável e outras estressadas. Coloque alguém que acabou de entrar na cadeia e que não tenha onde dormir, porque para dormir nas celas do Carandiru você precisava pagar, sem dinheiro, você fica devendo a um assassino, que ou vai te matar ou irá te cobrar um favor. O que é pior? Era essa a realidade catastrófica do Pavilhão 9. 

A prisão era uma verdadeira bomba relógio, a divisão dos pavilhões e presos sempre causava muitas brigas e discussões, inclusive, diferentes facções eram colocadas juntas de modo preciso para brigarem entre si e, quem sabe, “com sorte” um ou outro acabava morto para esvaziar o Carandiru. Enfim, uma dessas brigas, no entanto, ficaria marcada para sempre na história daquele lugar. Era como se fosse uma tragédia anunciada para extinguir o depósito de prisioneiros.

No dia 2 de outubro de 1992 aconteceu uma partida de futebol entre dois times de presidiários, outros detentos assistiam a partida. Enquanto isso, no pavilhão 9 começou uma briga entre dois presos conhecidos como Barba e Coelho. O que parecia apenas uma discussão comum, iria se tornar o maior massacre dentro de um presídio no Brasil.

Em determinado momento, a briga perdeu o controle e foram entrando mais e mais pessoas. Eram dezenas de presos se atracando e os guardas não conseguiam separar, por isso, foi necessário chamar reforço, eram 300 policiais do lado de fora do Carandiru.

Naquela tarde, o Coronel Ubiratan estava no comando e autorizou todos aqueles policiais a entrar no prédio e controlar a situação. E não apenas ele, mas foram ordens do governador e do secretário de “segurança” pública de que a PM poderia intervir para “restabelecer a ordem”, o que deu início ao banho de sangue. Literalmente falando, pois ao final o sangue dos mortos misturou a água dos canos estourados. 

A partir desse momento várias versões apareceram, e fica a cargo de vocês, leitores, escolherem qual parece mais digestível.

Enquanto a polícia afirmava que 86 policiais invadiram o presídio, a promotoria que investigou afirmou que foram mais de 300, e a maioria sem crachá.

300 policiais, e grande parte deles sem identificação. Eles não estavam entrando ali para controlar uma rebelião, eles estavam entrando ali para matar!

No ano de 1992 o país passava pelo primeiro episódio de impeachment, a transição do governo de Collor para o de Itamar Franco tomava conta de todos os jornais. No dia seguinte ao massacre seriam as eleições em São Paulo, entre as pesquisas o favorito era Paulo Maluf e seu principal adversário era Eduardo Suplicy. Aquele rebelião não poderia durar mais que um dia, ela precisava acabar naquela sexta-feira.

A tal guerra pode ter começado dentro da prisão, mas no final das contas ela se tornou uma batalha de fora para dentro.

Os direitos humanos e presos presentes afirmam que na hora que os policiais estavam entrando, eles já estavam se rendendo e entregando as armas. 

Os policiais alegam que os presos não estavam pacíficos, que ao contrário, atacavam eles e agiam de forma violenta, jogando sacos com urina nos policiais e os atacavam nos corredores com seringas com sangue de portadores de HIV.

Não se rebate sacos de urina com armas de fogo. 

Os detentos e, posteriormente, a perícia afirmaram o seguinte: a hora que os policiais atacaram, eles já haviam se entregado, estavam desarmados dentro das celas, e mesmo assim, os homens entraram para matar.

Ninguém tentou apaziguar nada, a perícia afirmou que apenas 26 detentos de 111 mortos naquele dia, estavam fora da cela, isso significa que 85 sujeitos foram mortos dentro da cela, já rendidos.

A trajetória das balas seguia de fora para dentro, os policiais teriam parado nos cantinhos da cela e atirado. A maioria dos tiros? Na cabeça, tórax. Ninguém atira na cabeça para render presos, atiram nesses locais para exterminá-los. 

Os policiais em contrapartida alegam legítima defesa. Centenas de presos desarmados, se um policial atirasse na perna de um, já calaria milhares, mas não, não era defesa, era ataque. 

Eles são bandidos merecem morrer? Escutamos diariamente isso vindo da boca de representantes do governo, não desde hoje, desde sempre. O banho de sangue do carandiru foi 29 anos atrás, mas com ordens superiores, poderia acontecer hoje ou amanhã.

Até os dias atuais, policiais sobem morro matando bandido e gente inocente que não teve sorte de estar ali no momento. Um preso custa ao governo cerca de 2500 reais, por que o governo não pega os 2500 reais e investe em educação? Em construção de escolas, invés de anexos em presídios?

Uma criança na favela cresce recebendo cesta básica e brinquedos de traficante de droga, enquanto de policial cresce levando tapa na orelha, chamado de vagabundo, e de vez em quando perde um amiguinho de escola de bala perdida.

Você acha que essa criança vai gostar de bandido ou de policial? Quer respeito, respeite.

Na noite daquele 2 de outubro, os policiais obrigaram os presos sobreviventes a carregar os amigos mortos até o 1º andar do presídio, e nisso ainda atirou em alguns deles que saíam da cela. 

Havia tantos mortos, que até quem não tinha morrido e estava agonizando entrava no camburão e morria sufocado.

Se não deviam nada a ninguém, por que atrapalhar uma cena de crime? 

Em uma primeira hora a polícia anunciou o número de mortos: 8 detentos.

Oficialmente 111.

Por que aqueles presidiários morreram? Qual foi o crime cometido por eles? Por que eles estavam ali? Será que o crime cometido por eles é pior que o de desviar verba de construção de escolas e hospitais? Será que o crime deles é pior que corrupção?

Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Discurso do presidente do Brasil. O mesmo que diz que bandido bom é bandido morto. Se cree tanto em Deus não deveria ser ao contrário? Não é Deus o único poderoso o suficiente, que pode condenar alguém no juízo final? Onde se perdeu a tradução da bíblia sagrada? E vale lembrar, que segundo a legislação brasileira, Brasil é um país laico.

E sabe o que aconteceu com todos aqueles responsáveis pela morte de 111 presos? Condenados, claro, mas alguém realmente pagou por isso? Ou para esses a lei divina irá cobrar? Segunda opção.

Dos 300 policiais, 78 foram a júri por participação no massacre, 74 foram condenados por homicídio, porém, com os julgamentos anulados ninguém cumpriu pena.

Na realidade o capitão Ubiratan pagou, em 2001 ele foi condenado por 102 mortes, 632 anos de cadeia, mas em 2006 acabou sendo absolvido. No entanto, antes tivesse sido preso, pois aqui fora não teve tanta sorte, no caso dele não foi a justiça, nem Deus que o julgou, foi a lei da prisão, o “aqui se faz aqui se paga”.

Atualmente o presídio está desativado, os presos foram transferidos, alguns dos prédios demolidos e outros reaproveitados para abrigar instituições educacionais e de cultura, mas a realidade é que nada nunca poderá apagar o que aconteceu naquele dia, todo aquele sangue derramado.

O episódio do Carandiru chamou atenção de todo o mundo, a partir daquela data houve muita cobrança em cima da polícia, a tropa de choque não invadia mais, aquele massacre acabou interferindo na segurança dos presídios, uma vez que eles não poderiam mais interferir e os presos acabaram tendo mais “liberdade” na forma de agir. Os justos acabam pagando pelos pecadores.

O Primeiro Comando da Capital, o PCC, uma das maiores organizações criminosas no Brasil nasceu com a justificativa de “combater a opressão dentro do sistema prisional paulista” e “vingar a morte dos cento e onze presos”, se a justiça não é feita pelos meios convencionais ela acaba sendo feita por outros.

O governo nunca esteve preparado, os anos 90 foram marcados por crises econômicas e desemprego, a criminalidade crescia mais a cada dia, esse episódio não deveria ter acontecido, o certo era se construir mais prisões, se aqueles presos deveriam pagar pelo seus crimes, eles iriam pagar para sempre, mas vivos. 

A rebelião era entre presos, uma hora ou outra eles acabariam resistindo, em situações como essas, corta luz, água, banho de sol, uma hora eles acabariam cedendo, infelizmente essa hora nunca chegou. 

111 mortes não podem ser esquecidas, todos estamos fadados a cometer erros na vida, e não é por isso que precisamos pagar com nossa vida, antes de encher a boca para falar de fulano, olhe para dentro e entenda que você também não é perfeito. Se dentro da sua religião apenas Deus pode julgar, porque você insiste em condenar os outros sem nem ao menos juiz você é?