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Por: Wessery Zago e Keven Souza

A cozinha contemporânea dá asas à imaginação ao combinar classicismo com novos conceitos de restaurantes e inovações tecnológicas. Inspira-se na tradicional cozinha italiana, francesa, oriental, espanhola, árabe, portuguesa e brasileira para, então, surgir repaginada e agradar ao paladar de clientes cosmopolitas. Esse estilo, prima pela estética gastronômica, pelos sabores, pelos aromas e pela qualidade dos alimentos levados à mesa. Essa tendência, ganhou o mundo ao desconstruir alguns conceitos seculares e adaptá-los a novas possibilidades. É assim, que devemos ver um alimento, como possibilidades. Infinitas possibilidades.

Quem vai a um restaurante de cozinha contemporânea está disposto a ser surpreendido. O cliente desse tipo de estabelecimento sabe que está em um território onde a experimentação é permitida. Como em uma obra de arte, combinações inusitadas criam concepções repletas de tonalidades, de cores, aromas e sabores.

Quem acompanha nossas postagens, sabe que na sexta-feira a gente adora trazer aquela receitinha especial! Em comemoração ao Dia dos Pais, o Contramão traz uma receita perfeita para jantar ao lado da família e criar concepções únicas ao lado quem você ama nessa data tão importante.

A receita é do Wessery Zago, técnico do laboratório de Gastronomia da Una.

Chef Wessery Zago

Vamos ao passo a passo?

Bobó de camarão na moranga

INGREDIENTES:

– 1 moranga grande

– 1 kg de camarão frescos e limpos

– 1 kg de mandioca

– 3 dentes de alho picados ou amassados

– 3 cebolas médias (2 cortadas em cubos e 1 em rodelas)

– 2 vidros de leite de coco

– 2 lata de molho de tomate pronto

– 3 pimentões (1 de cada cor)

– 6 colheres de azeite

– 2 colheres de azeite de dendê

– 1 maço de salsinha picado

– Suco de 2 limões

– Sal a gosto

– Pimenta-do-reino a gosto

– Queijo parmesão ou requeijão (opcional)

MODO DE PREPARO

– Tempere os camarões com sal, suco de limão e a pimenta-do-reino, deixe descansar por 1 hora.

– Lave bem a moranga e seque bem.

– Corte no topo uma tampa, e com cuidado retire as sementes e os fiapos do interior da moranga.

– Em seguida, passe azeite em toda a moranga e dentro passe um pouco de sal, cubra com papel alumínio toda moranga e leve ao forno por 25 minutos ou até ela fica macia, porém firme.

– Descasque a mandioca e cozinhe na panela de pressão, por 10 minutos ou até ficar mole, retire do fogo e ainda quente tire os fiapos e amasse.

– Depois bata a mandioca no liquidificador com o leite de coco, reserve.

– Em uma panela, refogue as cebolas, alho e os pimentões, no azeite e doure os camarões, junte o molho de tomate, a salsinha e o sal.

– Deixe cozinhar de 5 à 10 minutos.

– Refogue a cebola em rodelas e o alho, no azeite de dendê e acrescente o creme de mandioca, tempere a gosto.

– Com a moranga cozida, coloque uma camada de queijo ou requeijão e o molho até o topo.

– Finalize com queijo e leve ao forno para gratinar.

– Enfeite com camarões grandes e sirva com arroz branco.

 

 

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Por Daniela Reis 

O Contramão traz hoje um TBT que encheu o mundo de esperança. Exatamente no dia 11 de agosto de 2020, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a aprovação da primeira vacina do mundo contra a Covid-19. 

Durante uma reunião transmitida ao vivo pelos meios de comunicação, disse que a vacina se mostrou eficiente durante os testes, oferecendo imunidade duradoura contra o coronavírus. Ele também afirmou que uma de suas filhas já havia sido inoculada. 

O imunizante recebeu o nome de “Sputnik V”, em referência ao pioneiro satélite soviético lançado nos anos 1950, que marcou o início da corrida espacial.

A Rússia foi o primeiro país do mundo a registrar e aprovar para uso da população uma vacina contra o coronavírus. No entanto, muitos cientistas no país e no exterior se mostraram céticos em relação à fase de testes. 

Sputnik V

Entre todas as vacinas contra a Covid-19 já registradas no mundo, a Gam-COVID-Vac (nome oficial da Sputnik V), produzida pelo Instituto Gamaleya, na Rússia, é a única desenvolvida com dois adenovírus inofensivos, nomeados de D-26 D-5. Esses adenovírus não causam doença no ser humano e são aplicados um em cada dose, o que pode ser considerado duas vacinas em uma.  

Os adenovírus são uma família de vírus que atacam humanos e animais e, quando inativados, são considerados vetores, ou seja, servem para transportar material genético de um vírus diferente – no caso a proteína Spike encontrada no coronavírus – para uma célula humana.

Na primeira dose, o D-26 leva a proteína S para dentro das células humanas, o que causará uma resposta imune do organismo, que começa a criar defesa contra a proteína e, consequentemente, anticorpos contra o coronavírus.

Na segunda dose, entra em cena o D-5, outro adenovírus que fará o mesmo papel, mas ao mesmo tempo tende a ser o diferencial mais assertivo do imunizante. Isso porque, segundo cientistas, por ter duas ‘fórmulas’ diferentes, essa vacina pode ajudar a produzir mais anticorpos contra o coronavírus e ser a responsável pela alta eficácia contra o vírus Sars-CoV-2. 

A vacina que leva o nome do primeiro satélite espacial soviético, lançado em 1957, atingiu uma taxa de eficácia de 97,6%, segundo o Instituto Gamaleya.

 

Revisão: Keven Souza 

Por Keven Souza

A constante inovação tecnológica dos últimos anos transformou o nosso modo de ter acesso às notícias, reportagens, artigos e meios de entretenimento. Os acontecimentos do mundo inteiro estão a um clique de distância na palma da mão. Esse fenômeno faz com que muitas pessoas que antes eram consumidores de notícias apareçam, também, como produtores e disseminadores de conteúdos. Isso é ainda mais evidente, aos adolescentes que são na atualidade um público favorável aos avanços da tecnologia das comunicações. 

É pensando nisso, que a Associação Profissionalizante do Menor (Assprom) desenvolveu o Projeto Jovens Jornalistas, estimulando o protagonismo dos jovens da entidade ao propor a iniciação dos participantes na elaboração de pautas jornalísticas para o jornal da associação e inúmeras produções de conteúdos para as redes sociais. 

A Assprom, ao lado do Centro Universitário Una, entende a importância de oferecer experiência e qualificação profissional para os adolescentes e jovens da atualidade. Desde 2020, com a finalidade de prepará-los para serem profissionais do futuro, o projeto tem atuado em parceria com a faculdade, que com o suporte da Fábrica, auxilia os jovens no desenvolvimento de habilidades e técnicas imprescindíveis para formar profissionais especializados, capazes de operar em diferentes âmbitos ocupacionais no mercado de trabalho.  

A Associação e o projeto 

A Assprom, desde 1975, profissionaliza e oferece aos adolescentes e jovens de famílias em situação de vulnerabilidade social, por meio de programas socioassistenciais, a oportunidade do primeiro emprego. Os projetos institucionais têm como objetivo a inclusão social e o exercício da cidadania plena e, dentre eles, o Jovens Jornalistas foi criado em 2017, com o intuito de dar voz e espaço aos adolescentes escrevendo assuntos de seus interesses.

O projeto, desenvolvido pela Divisão de Orientação e Formação Profissional (Difop/Assprom), foi idealizado pelas educadoras sociais Flávia Fontenele e Alenir Maria Silva, com o apoio da equipe de Comunicação da entidade e, atualmente, a responsável interina pelo projeto é a educadora Flávia Fontenele, que atua com o suporte técnico da equipe de Comunicação/Assprom. 

Desde sua estreia em 2017, a trajetória do Jovens Jornalistas é única e admirável. Em 2019, foi um dos vencedores da primeira edição do concurso “Prêmio Educador Social Fectipa/MG”, que teve como objetivo valorizar as ações educadoras em combate ao trabalho infantil, e, neste prêmio, especificamente, o projeto foi reconhecido de forma solene ao ficar em 3º lugar no concurso.

Prêmio Educador Social Fectipa/MG

Na visão da responsável pelo projeto, Flávia Fontenele, a proposta é excepcional para que os aprendizes obtenham conhecimentos de várias ferramentas de comunicação essenciais para o mercado de trabalho. Para ela, em cada oficina realizada se percebe o interesse e engajamento dos jovens no projeto. “Quando a turma finaliza o projeto solicitamos um feedback dos aprendizes e recebemos muitos retornos positivos e, além disso, alguns acabam se interessando em seguir a área da Comunicação. É muito importante ensinar provocando o protagonismo juvenil”, explica. 

A proposta do projeto acontecer junto a uma universidade é com o intuito de beneficiar exclusivamente o aprendizado dos jovens. O apoio da UNA no projeto resulta em um contato ativo dos aprendizes com a área acadêmica. “A aproximação com o ambiente universitário desperta o interesse do jovem em continuar seus estudos e até mesmo alguns acabam se identificando com a área de Comunicação”, ressalta Flávia, sobre a idealização da parceria com a Una. 

Parceria junto à Una

Oficina de gravação de vídeos com Daniela Reis, líder do Núcleo de Conteúdo da Una

A colaboração entre a Assprom e o Centro Universitário Una é uma relação de longa data. Anualmente, na Associação são realizadas palestras na “Feira das Profissões”, ministradas por profissionais da universidade e, desde 2020, através do contato entre ambas, surgiu a oportunidade de unir forças ao Projeto Jovens Jornalistas. Uma parceria marcante que contribui para o desenvolvimento pessoal dos aprendizes e fomenta o crescimento profissional, além de oportunizar uma experiência ávida de vivenciarem o ambiente corporativo ao conhecerem melhor a rotina da área de Comunicação.

Através da parceria, o projeto acontece semestralmente. É selecionada uma turma do Programa de Aprendizagem da Assprom com a participação de jovens que demonstram responsabilidade e se identificam com a proposta do projeto. 

A Fábrica, que é o coletivo dos laboratórios de Economia Criativa da Una, tem um papel imprescindível para a continuidade da parceria com a Assprom. O coletivo, que tem atuado no programa de forma virtual, desde outubro de 2020, por conta da pandemia do coronavírus, soma a segunda turma consecutiva ministrando oficinas e treinamentos para os aprendizes. As oficinas são fornecidas pelo laboratório do Núcleo de Conteúdo de Jornalismo (Nuc), bem como o de Publicidade (Luna) e o Dígito Zero (audiovisual). 

As principais oficinas desempenhadas dão oportunidades aos jovens de participarem ativamente de ações que fomentam a produção de texto, a elaboração de vídeos para as redes sociais, o desenvolvimento de postura do repórter, o combate a fake news, o ensinamento de como criar conteúdo para o Instagram, dentre outras atividades. 

Daniela Reis, Jornalista e líder do Núcleo de Conteúdo da Una, afirma que as oficinas aprimoram as habilidades dos jovens. As tarefas propostas aos encontros virtuais permitem aos participantes aperfeiçoarem a responsabilidade profissional em relação ao tempo de execução, além de desenvolver o trabalho em equipe e a escrita de redação. “São várias as habilidades, principalmente as voltadas para a comunicação. As tarefas desenvolvidas por eles, permitem que aprimorem a abordagem com pessoas de diferentes posições e níveis de conhecimento, uma vez que fazem o papel de repórteres e realizam entrevistas de diferentes temas”, explica a líder.

Segundo ela, o incentivo da academia às técnicas e ações voltadas à sociedade tem um papel excepcional, à vista da interconexão do mundo poder ensinar os jovens aprendizes a serem comunicadores de forma responsável e com qualidade, e colocá-los à frente no mercado de trabalho. “Uma parceria com o futuro, de uma importância imensa, tanto para os meninos, que se qualificam e podem desenvolver suas habilidades, quanto para as duas instituições, que juntas estão sendo capazes de gerar oportunidades e crescimento”, desabafa. 

E, afirma que é gratificante fazer parte do projeto e tem orgulho do empenho dos jovens nas ações.

Aos participantes, é uma oportunidade ímpar de enriquecer a trajetória. Ao se envolverem com o projeto, tendem a se destacar no mercado de trabalho. Para Larissa Alves da Rocha, que tem dezessete anos e foi aprendiza do projeto no primeiro semestre de 2021, sua participação foi inesquecível e trouxe melhorias em sua escrita, o contato com as técnicas de fotografia e redes sociais foi de extrema relevância para aparar as dificuldades. 

Larissa Alves da Rocha

Segundo ela, participou de inúmeras oficinas que tinham o propósito de abordar variados temas como a fotografia e o vídeo, a produção de matérias, a técnicas de entrevistas e o marketing de redes sociais. Na execução das tarefas, os participantes eram divididos de acordo com as demandas e tinham a abertura de se expressar em qual haviam mais identificação. “Particularmente me vi mais na parte de redação, produzindo matéria”, diz ela. 

O Jovens Jornalistas, por si só, é um projeto extraordinário que em suma é significativo, e que, em parceria com a Una, pretende ir além do preparo dos jovens para o mercado de trabalho, mas atrelar experiências sublimes na vida particular. A incitação à auto estima, a segurança e a soft skills de relacionamento interpessoal são fatores incentivados que resultam positivamente na vida dos jovens. Além de que é uma injeção de ânimo no futuro dos aprendizes ao se pensar no contato ofertado entre eles e a faculdade. 

Um exemplo é da outra adolescente que também chama Larissa. Ela está pela segunda vez no projeto e se dedica com afinco à todas as propostas, pensando no futuro. “É muito importante, pois nos proporciona ver um novo lado do mundo jornalístico, aprofundar, e com isso quem sabe poderá até abrir novas portas de vagas de trabalho nas áreas de comunicação como o jornalismo, publicidade e propaganda, cinema, rádio e tv. As atividades nos prepara para o futuro, a Assprom pegou no ponto certo, essa parceria nos proporciona desafios que podemos encarar com muita satisfação, porque isso tudo que estamos passando, no final vai ser um grande ganho quando entramos no mercado de trabalho”, explica Larissa Silva A. Barbosa, de 17 anos.

Larissa Silva A. Barbosa

Em 2019, o projeto chegou a levar uma turma para conhecer os laboratórios de comunicação da Una. A ocasião na época inclinou-se a construir uma responsabilidade social e, até hoje, com a implantação das oficinas, propõe-se a dar estímulo aos adolescentes de cada vez mais frequentarem espaços educacionais e incentivá-los a entrar em uma universidade. 

Vinícius Alves Martins, que iniciou recentemente a graduação em Letras na Una e participou do projeto no segundo semestre de 2020, afirma que sua jornada foi benéfica em relação à  decisão de qual curso ingressar e que, através dos ensinamentos durante as oficinas, a opção de cursar Letras se tornou mais clara e viável. “Atividades como desempenhar o papel de redator e editor, me abriram um leque de possibilidades e expandiu o meu pensamento sobre o curso”, explica.

Vinícius Alves Martins

Segundo ele, o seu primeiro contato com uma universidade foi através do colégio, a sua jornada foi pautada por diversos passeios que fomentaram a sua relação com o ensino superior e, com isso, acredita que é importante os jovens se conectarem com a universidade desde o ensino médio. “Foi através do Jovens Jornalistas que pude conhecer mais sobre a Una e entender melhor sobre o curso de Jornalismo. Definiria minha participação como bastante comprometida e determinada. Me trouxe o sentimento de empatia, de como é estar na pele de um jornalista. Eu já sabia disso através dos jornais e outros meios de comunicação, mas vivenciei só através do projeto”, comenta Vinícius. 

Com a palavra, o presidente da Assprom

Carlos Augusto de Araujo Cateb, presidente da Assprom

“A Assprom acredita que a educação transforma o mundo. Oferecer este espaço para os jovens é incentivá-los ao protagonismo juvenil e reconhecer que a participação atuante deles pode gerar mudanças decisivas na realidade social, incentivando que os jovens sejam os atores principais de suas histórias e que se posicionem perante a comunidade”. E acrescenta: “Não podemos esperar que os jovens lutem e procurem agir como transformadores da sociedade se não lhes for permitida uma abertura efetiva, teórica e prática. Falamos tanto em liberdade de expressão e acesso à informação, sendo este um caminho para os jovens se comunicarem e mostrarem seus talentos. Por meio das oficinas, eles aperfeiçoam suas reflexões sobre o mundo, o modo de se expressar, de ler e escrever, fato que pode contribuir futuramente para a permanência no mercado de trabalho”, enfatiza o presidente, Carlos Augusto de Araujo Cateb, sobre a importância do projeto. 

 

Edição: Daniela Reis 

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Por Bianca Morais

Marlon Junior da Silva, formou-se no curso de arquitetura no ano de 2019, e seu trabalho de Conclusão de Curso, intitulado T.R.E.M, Tratamento e Requalificação de espaços minimizados, foi selecionado para ser apresentado no maior evento mundial de Arquitetura e Urbanismo. Promovido pela União Internacional de Arquitetos, o Congresso Mundial de Arquitetos que aconteceu no mês de julho, pela primeira vez no Brasil.

“Tive a oportunidade de auxiliá-lo no seu TCC. Marlon sempre foi um aluno dedicado e que se destacava, seja nas matérias teóricas, com uma escrita coerente e madura, seja nas matérias práticas, com uma representação eficiente e bons repertórios projetuais”, conta o orientador e professor da Una, Tarcísio Gontijo.

Projeto do TCC do aluno Marlon

Para o professor Tarcísio, que acompanhou a trajetória de Marlon desde seu primeiro período até a conclusão do curso, não faltam elogios ao ex-aluno.

“O TCC do Marlon foi o coroamento de uma trajetória acadêmica levada com muita seriedade. A escolha do tema e do local de seu projeto mostram seu compromisso em contribuir com a sociedade onde se insere, propondo uma intervenção com chances reais de ganho coletivo em uma área de grande valor histórico e cultural. A oportunidade de exposição de seu trabalho em um congresso de arquitetura de repercussão mundial abre a ele novas possibilidades e o coloca em contato com novos e experientes profissionais que compartilham dos mesmos anseios por melhoria dos contextos onde inserem seus projetos. Certamente, é um ganho pessoal e coletivo”, completa o professor.

Como parte das comemorações dos 60 anos da Una , o Jornal Contramão, traz hoje uma entrevista especial com Marlon, contando sua trajetória como arquiteto e a sensação de ter sido escolhido para um evento tão importante dentro da sua área.

Marlon Junior da Silva, arquiteto e ex-aluno da Una

1. Marlon, o que gerou em você a vontade de cursar arquitetura?

Alguns amigos já me disseram que nasci arquiteto. Pode ser que sim, porém, ao meu ver, isso não ocorreu. Conheci mais sobre a arquitetura naquela fase da escolha do ofício para ingresso na graduação e foi uma ótima descoberta. Me vi na arquitetura como possibilidade de realização numa profissão tão rica e diversa, podendo praticar meu lado criativo, que sempre foi aguçado, para melhorar a vida das pessoas através da melhoria da qualidade dos espaços à sua volta. 

 

2. Atualmente você trabalha em que área da arquitetura?

No momento, dedico o maior tempo de trabalho na arquitetura residencial, dentro de um escritório do ramo, mas desenvolvendo também projetos autorais na área comercial e residencial, além de continuar estudando, finalizando em agosto de 2021 um MBA em Gestão Estratégica de Projetos, também pela Una.

 

3. Você acredita que os projetos desenvolvidos durante o curso contribuíram para o seu desenvolvimento profissional?

Todos os projetos acadêmicos contribuíram muito para o profissional que sou hoje, cada um de uma forma, alguns me identificando mais, outros menos. Acredito que o importante durante o curso é estar aberto e disposto a receber o conhecimento em sua total diversidade. Uma vez apreendido, esse aprendizado é levado para vida, podendo ser aplicado em diferentes cenários. E principalmente nas disciplinas de projeto, foi uma ótima oportunidade de desenvolver propostas com problemas e possibilidades reais, que acontecem no mercado.

Parte do projeto do TCC de Marlon

 

4. Como você define sua trajetória da Una?

A graduação foi um caminho muito prazeroso! Prazeroso, pois apesar da grande carga de trabalho que o curso exige, era notável o ganho progressivo de conhecimento durante os 5 anos do curso. É gratificante ver quando os esforços rendem resultados, e pude perceber que sou um arquiteto grato por tudo que vivenciei na Una.

 

5. Qual sua opinião sobre o curso de Arquitetura e Urbanismo da Una? 

Percebi que o curso da Una tem uma formação bastante humanizada e diversa, sem deixar de lado o conhecimento técnico necessário na formação. Sem falar no corpo docente, com professores excelentes e reconhecidos no mercado. O curso prepara bem para o que vamos lidar no ingresso ao mercado de trabalho.

 

6. Como começou a sua carreira na arquitetura?

Através do bom e infalível network. Por meio de uma amiga que já estagiava num bom e reconhecido escritório, consegui uma vaga como estagiário dentro de uma mostra de arquitetura. Tendo um bom desempenho, fui efetivado neste próprio escritório, inclusive de propriedade de uma professora da Una, que se tornou uma amiga. Lá tive a oportunidade de aprender muito atuando em projetos de vários segmentos.

 

7. Depois de se formar você teve dificuldades para ingressar no mercado?

Desde quando me formei, há quase dois anos, até o momento, sempre estive empregado ou com projetos pessoais. Ainda estava no mesmo estágio quando me formei, e não havendo possibilidade de continuar no mesmo escritório, saí de lá na sexta, e comecei na segunda seguinte, em outro escritório, já como arquiteto, um mês antes da colação de grau. Como arquiteto, já empregado, recebi também outras oportunidades de trabalho na área, então nunca tive dificuldades, as oportunidades sempre apareceram e ainda aparecem.

Acho que no início, o que vale é estar disposto a aprender e crescer em uma vaga, mesmo que ela não traga um retorno financeiro satisfatório.

 

8. De onde partiu a ideia do seu projeto de tratamento e requalificação de espaços do Baixo Centro de Belo Horizonte e o que ele propõe?

A ideia deste projeto veio da minha própria vivência e trânsito por esta área do Baixo Centro. Não sou de BH, me tornei um morador daqui quando me mudei para estudar Arquitetura e Urbanismo. Como estudava no centro, utilizava o transporte público e caminhava pela região para chegar a Una. Foi uma oportunidade para conhecer a cidade e sentir a qualidade dos seus espaços. Veio daí essa percepção de locais degradados, mas amplamente utilizados, que poderiam justificar a proposta de um projeto de requalificação urbana.

 

9. Quando realizou o projeto você tinha noção da dimensão que ele teria?

Tinha a dimensão de que era um grande desafio, pelo tamanho e complexidade do projeto. Mas me propus a fazê-lo partindo do autoconhecimento de que toda bagagem que acumulei durante o curso seria suficiente para concluir com êxito o projeto. É evidente que o princípio básico em um TCC seja a conclusão e aprovação final no curso, mas me dediquei em entregar um resultado melhor, algo que poderia ser também a minha porta de entrada no mercado, e a dimensão que ele tomou foi surpreendente e muito satisfatória.

 

10. Como recebeu o convite para participar do UIA?

Recebendo nota máxima, a banca avaliadora, juntamente com o colegiado do curso e corpo docente da Una, indicaram o projeto para alguns concursos desta categoria acadêmica. Um deles, a Mostra Nacional dentro do Congresso Mundial de Arquitetos, promovido pela União Internacional dos Arquitetos (UIA) que aconteceria em 2020, mas foi prorrogado para 2021 devido à pandemia da Covid-19.

 

11. Qual a sensação de ter seu projeto apresentado pela União Internacional de Arquitetos?

A sensação é de muita felicidade e realização profissional. Ter a oportunidade de participar de um congresso desta importância, com menos de 2 anos de formado, foi excelente. Acredito que foi uma ótima vitrine, em poder publicar e divulgar um projeto de grande impacto social e relevância para o cenário do pensamento urbanístico de Belo Horizonte.

 

12. Além do UIA você foi indicado para outros concursos? Se sim, quais?

Sim, com este mesmo projeto, fui indicado ao Prêmio TCC CAU/MG e ao Ópera Prima, concurso nacional de TCC’s de Arquitetura e Urbanismo promovido por revista especializada.

 

13. Qual a principal evolução do Marlon que estudou Arquitetura na Una para o Marlon já formado de hoje?

A principal diferença daquele Marlon de 5 anos atrás é ser um arquiteto cada vez melhor, aprendendo com os erros e acertos diários da profissão, e de criar olhares para conhecimentos e culturas que orbitam a profissão de arquiteto e urbanista, buscando enriquecer soft e hardskills para me diferenciar no mercado.

 

14. Qual conselho você daria para os estudantes de Arquitetura que em breve irão ingressar no mercado?

Aproveitem a época da graduação o máximo possível, no sentido de extrair o quanto puderem de seus professores para o seu conhecimento. Faça estágios, cursos extras, vá a palestras, workshops, enfim, faça tudo que possa agregar ao currículo. Isso fará toda diferença quando formado, assim como fez para mim.

 

Edição: Daniela Reis 

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Por Bianca Morais 

Todo começo de um novo ano as pessoas estabelecem metas para atingir ao longo dele, alguns planejam começar uma dieta, fazer um exercício físico, entrar na faculdade ou tirar a carteira de motorista. Existem aqueles, no entanto, que diferente de metas, idealizam sonhos e sonham alto. 

Tem aquela estudante que desde pequena tem vontade de fazer um intercâmbio, onde poderá colocar em prática o inglês que aprendeu ao longo da vida, conhecer uma nova cultura e se aventurar no desconhecido. A noiva que foi pedida em casamento pelo amor de sua vida e planeja para aquele ano seu casório perfeito que irá reunir toda a família e amigos. Existe também aquela fã número 1 de uma banda, que esperou por muito tempo para finalmente assistir eles ao vivo, cantar bem alto suas canções preferidas em couro com outros milhares de fãs. 

Sonhos de uma vida inteira e tudo planejado para acontecer em um ano, 2020. Aquele era para ser apenas mais um no calendário de todos, muitos sonhadores com seus planos já agendados. Janeiro é o mês de férias, verão, sol, praia, fevereiro carnaval, o ano, pelo menos para o brasileiro começa a engrenar depois de março, porém o 2020 preparava uma desagradável surpresa que faria o sonho de muitos serem adiados. 

No final de 2019, os primeiros casos de um novo vírus de origem chinesa começaram a ser divulgados na mídia, porém muito pouco se sabia dele. Em janeiro de 2020, o mundo teve conhecimento do novo coronavírus, mas até então ele não tinha chegado ao Brasil e a vida do brasileiro continuava conforme os planos, ou seja, em ritmo de férias e carnaval. Passado essas duas grandes datas o primeiro caso de COVID-19 no país foi identificado e o resto da história todos sabem.

Pandemia, quarentena, home office, aula online, serviços não essenciais proibidos de abrir, fronteiras fechadas. Há mais de um ano o mundo vivencia um isolamento social intenso para conter a disseminação desse vírus letal que já levou milhares de vidas, adiamento de planos, cancelamentos de ações, afim, o mundo parou e a gente teve que se adaptar. 

Aos poucos a humanidade tem enxergado uma luz no fim do túnel, um fim para todo esse sofrimento. A chegada das vacinas, a diminuição no número de infectados. A frustração foi grande mas é necessário ser positivo.

Buscando por pensamento positivos em um momento de tanta incerteza, o Jornal Contramão trás a série de reportagens “Sonhos adiados”, onde apresentamos histórias de pessoas que tiveram seus sonhos interrompidos, mas que não deixaram de acreditar que uma hora vai acontecer, que o sonho não acabou apenas foi adiado.

Iremos conhecer a história de Jordania, Enza, Mayura e Isabella, quatro jovens que tiveram que adiar seus planos mas têm consciência de que nada está perdido.  

E como diria Walt Disney: “Todos os nossos sonhos podem se realizar, se tivermos a coragem de persegui-los”.

O intercâmbio dos sonhos

Jornania no Uruguai

Jordania Larissa Santos é uma jovem de 22 anos, que tem entre seus hobbies favoritos viajar, por isso, um de seus maiores anseios sempre foi fazer intercâmbio, pois além de aprender o inglês que é uma língua a qual tem muita dificuldade, ela iria adentrar em outros países e em culturas diferentes.

Ela tinha tudo preparado para embarcar com destino a Inglaterra em seu primeiro intercâmbio, no dia 11 de julho de 2020, porém um pouco antes daquela data, mais precisamente dia 26 de maio, véspera de seu aniversário, recebeu a notícia que seria impossível fazer a viagem naquele momento. Devido à pandemia, diversas passagens de avião haviam sido canceladas, países de todo o mundo fecharam suas fronteiras, a fim de conter o vírus e não foi diferente para Jordania, sua passagem foi suspensa.

Os eternos 15 dias

No começo daquele 2020, a jovem viajante fazia sua primeira viagem do ano, um cruzeiro, e jamais imaginaria que dentro de alguns meses viajar seria uma palavra bem distante de sua realidade. “Na televisão do navio passava notícias de todo o mundo, em um dos canais passou a pandemia na China, meu pensamento ali era que isso nunca chegaria no Brasil”, comenta. 

Veio o mês de março e com ele o primeiro caso no Brasil. Esperançosa, a garota ainda acreditava em uma melhora naquela situação, então veio o primeiro caso em Minas Gerais, depois em Belo Horizonte, e por fim decretado a quarentena. “Primeiramente eu disse a mim mesma, quarentena, vai ficar todo mundo em casa 15 dias e vai passar”, conta ela.

Com tudo preparado para a viagem, roupas de calor compradas para o verão europeu e expectativas a mil, porém infelizmente aqueles 15 dias, que ela acreditava que durariam o lockdown, se estendeu mais 15 e mais 15 e no final ela foi informada que precisaria adiar aquele sonho.

“Na época eu lembro que chorei muito, fiquei extremamente chateada, eu não queria acreditar. No fundo eu sabia que isso ia acontecer, mas não queria acreditar, eu falava vou conseguir, só que em maio do ano passado a gente não tinha dimensão do que era a pandemia como temos hoje”, desabafa.  

Surto e desespero

Essas são as palavras que mais descrevem a sensação que Jordania teve quando aceitou que não teria outra escapatória a não ser adiar seu tão almejado intercâmbio. 

“Foi uma mistura de sentimentos, surto, desespero, sensação de estar velha, porque na época que eu fechei o intercâmbio, na minha cabeça era para eu estar agora no meu terceiro. Eu não queria ir para os países simplesmente para conhecer, eu queria estudar e enriquecer meu currículo futuramente”.

Nos planos da jovem incluíam um intercâmbio aos 20, 21 e outro agora aos 22 anos, mas nem tudo sai conforme o planejado, e Jordania já sabia disso, afinal não foi a primeira vez que ela que ela teve adiar esse sonho. Seu pacote havia sido fechado primeiramente no ano de 2019, porém sua faculdade entrou em greve e o calendário atrasou, por esse motivo, o final de seu semestre conciliaria com a data da viagem.

“Eu tive que escolher, ou eu ia para o intercâmbio ou abria mão do meu semestre. Na minha cabeça eu pensava, tenho uma vida inteira para vivê-lo, o mundo está normal, se eu não for nessas férias, vou nas próximas”.

As próximas férias dela eram em janeiro de 2020, verão no Brasil, porém inverno rigoroso na Europa, ela resolveu então adiar um ano. E um ano se passou, a pandemia veio e ela ainda não embarcou.

O tempo perdido

Jordania assim como milhares de adolescentes ao redor do mundo estão vendo o tempo passar e sem poder fazer nada para que ele renda. Não apenas em seu intercâmbio, mas em sua faculdade ela também sente essa perda. 

Ela faz geografia, o curso em si já tem tudo a ver com sua personalidade, e para a estudante o intercâmbio complementaria seus estudos de uma forma enriquecedora, com a troca de território, a vivência com novas culturas. A garota sempre teve dificuldades em aprender inglês em cursos e aulas, por isso, a viagem serviria para aprender na marra uma língua tão fundamental. Morando fora ela vivenciaria inglês o dia todo, então por mais que não voltasse fluente de primeira, voltaria bem melhor do que havia ido.

Em sua graduação, constantemente ela se depara com textos em inglês e se sente desamparada ao lembrar que a essa naltura, caso tivesse realizado o intercâmbio que queria, já estaria muito mais avançada.

“Eu faço licenciatura, logo vou me formar e dar aula. Só que esse é o pensamento de um estudante comum e a minha visão não é comum, eu sempre quero mais. Quando entrei na faculdade me deparei com textos que complementariam meu aprendizado, porém todos em inglês, se você sabe ler bem, se não tem que se virar”, desabafa.

O tempo segue passando, sua graduação acontecendo e a estudante ainda sem realizar o intercâmbio que tanto quer.

“Em geografia ainda existe muito material não traduzido, assuntos extremamente interessantes e que ainda não existem na língua portuguesa, sem contar que caso eu queira fazer uma pós o inglês é fundamental, por isso queria ir o mais rápido possível”, completa.

A importância de buscar auxílio profissional 

Foi sozinha, que há dois anos, a jovem começou a pesquisar sobre intercâmbios, isso sem comunicar aos pais, já que acreditava que eles não teriam condições de bancar esse sonho, que para ela era algo fora de sua realidade. “Comecei a olhar como eu deveria me planejar no meu trabalho e com meu salário, para saber o que eu precisaria para poder ir”, relata.

Posteriormente sua mãe descobriu e depois de conversarem decidiram que a melhor maneira de embarcar nessa experiência seria com o apoio de uma agência.

“Não me arrependo de ter procurado auxílio profissional, foi onde me ofereceram os melhores preços e oportunidades, me explicaram o que me esperava lá fora, vi que eles não queria apenas ganhar meu dinheiro, e sim me oferecer uma experiência inesquecível” explica ela.

Jordania também compartilha que estar respaldada por uma agência diminuiu e muito seus prejuízos. “Principalmente com a chegada da pandemia eles foram essenciais, se eu tivesse que remarcar tudo sozinha, passagem, moradia, escola, eu não daria conta”, acrescenta.

Os planos para o pós pandemia

Atualmente, alguns países voltaram a receber estrangeiros, como é o caso da África do Sul, local inclusive, para onde Jordania adquiriu um novo pacote de intercâmbio durante a pandemia. “Achei as condições bacanas, depois eu estava no meio de uma pandemia, sem o que fazer, já que não podia sair, achei que uma boa coisa seria investir em educação”. 

Como a África do Sul está aberta e a Inglaterra, por enquanto, não tem previsão de reabertura, Jordania cogita realizar a viagem para a África antes da tão sonhada Europa, porém alguns receios ainda rodeiam a mente da jovem que vive a realidade de um país onde a Covid-19 está longe do fim.

“Tenho medo de chegar lá e simplesmente não quererem me receber e eu ter que voltar para trás, ou falarem que está tendo um novo surto e vou ter que ficar de quarentena em um hotel, arcando com as despesas e ainda perder metade da minha viagem isolada”. 

Todo o mundo se encontra em uma situação bem delicada, o uso de máscara ainda é obrigatório em vários lugares e muitas pessoas ainda não foram vacinadas. A realidade de um intercâmbio consiste em imergir em uma nova cultura a fim de aprender uma nova língua, agora imagine a busca de contato em meio a uma fase que o ideal é manter distanciamento das pessoas como proteção.

“Aprender uma nova língua já é extremamente difícil, pensa numa situação dessa, tendo que conversar de máscara. Se fosse para eu ficar uma quantidade de tempo maior acharia viável, agora pouco tempo não compensa”.

Jordania na Casa Rosada – Argentina

Desistir jamais

Se antes Jordania levava inglês na brincadeira, desde que teve a maturidade de entender a importância dele a garota passou a se empenhar em seus estudos e visualizar seu futuro. Apesar de todos os perrengues que passou e de ainda não ter conseguido embarcar em seu sonho, ela nunca pensou em desistir ou cancelá-lo, ao contrário afirma que pode levar até 10 anos que ela vai conhecer a cidade de Eastbourne, no interior da Inglaterra.

Antes da pandemia, quando seu sonho ainda estava vivo, Jordania se encontrava empolgada, estudava bastante o inglês e pela primeira vez estava de fato empenhada. O foco, entretanto, se perdeu depois que ocorreu o adiamento da viagem.“Foi um pouco frustrante no início, lembro que eu fiquei 4 meses bastante abalada, tipo assim, eu vou estudar para que o mundo está acabando em pandemia”.

Com esperanças e energias renovadas depois de um período de desânimo, Jordania voltou a dedicação ao inglês, desta vez abandonou o cursinho e passou a fazer aulas de conversação. “Eu preciso me aprimorar de qualquer maneira”, completa.

A estudante de geografia sempre teve afinidade com o google maps, em função disso, quando ainda planejava a viagem, pegou o mapa de Eastbourne e marcou todos os lugares que deveria ir. “Eu gosto muito de fazer isso, ser uma pessoa planejada, ter roteiros. Quando eu pesquisei a cidade que eu iria, lá em 2019, tinha muita pouca informação, então pensei em disponibilizar isso de algum jeito”, comenta.

Dessa forma, nessa época, Jordania criou um Instagram de viagens, em um primeiro momento ela pretendia postar sobre o intercâmbio, como adiou, passou a fazer postagens sobre as diversas viagens que já fez, isso claro, para ocupar seu tempo enquanto a hora de partir para o exterior ainda não chega.

“O foco principal do Instagram sempre foi e sempre será meus intercâmbios, porque acredito que dentro dele eu posso juntar tudo que eu mais gosto: viagens, estudos e geografia”, compartilha a jovem.

Só a educação pode mudar o mundo

Para além da Inglaterra e África do Sul, ainda está guardado na gaveta de Jordania o seu sonhado intercâmbio para a Irlanda. Desde o começo era sua ideia principal, porém o país que é um conhecido destino entre os intercambistas por oferecer estudo e trabalho, é bem restrita a aceitar alunos que não irão para ficar mais de seis meses.

Como Jordania ainda está na faculdade, o período não lhe atendia, mas isso é questão de tempo. “Na teoria minha graduação terminaria no meio do ano, então eu me formo e no restante do ano vou para lá, estudar e esfriar um pouco a cabeça da faculdade, me dedicar ao inglês e trabalhar com algo que eu jamais trabalharia aqui no Brasil, aí sim voltar e ingressar na profissão que eu quero que é dar aula”, conta a garota.

Se tem algo que dá forças e incentivo para ela não desistir de seus planos é a educação. Como futura profissional, a estudante acredita que apenas ela é capaz de transformar as pessoas.

“Não pretendo nunca desistir do meu sonho de fazer intercâmbio, demore o tempo que for, porque a educação é a única coisa que existe que pode mudar o mundo, principalmente o país, se você está procurando alguma coisa para investir, invista na educação, porque conhecimento é algo que ninguém pode jamais tirar de você”, conclui a jovem. 

Jacqueline Nayara Martins, 29 anos, é gerente de vendas da agência de intercâmbios CI, em Betim. Ela está no mercado de intercâmbios há 6 anos e em meados de 2020, viu pela primeira vez, uma pandemia mundial mudar o rumo do negócio que administra há tantos anos. 

A CI intercâmbios é uma empresa que está no mercado há muitos anos e em um momento de tantas incertezas, precisou criar estratégias para não deixar o cliente na mão. 

Em um primeiro instante, eles ofereceram a todos os intercambistas a primeira alteração gratuita, sendo assim, eles receberam um crédito no valor total de seu pacote, para usar na mesma escola que escolheram inicialmente ou também a possibilidade de trocar o programa de intercâmbio para um outro de sua escolha, já que alguns países como Austrália e Nova Zelândia, segue fechados e sem previsão de reabertura e outros como Dubai estão abertos.

Em entrevista ao Jornal, Jacqueline relata com detalhes e propriedade, de quem esteve a todo momento, desde o início da pandemia, acompanhando diversos jovens que tiveram seus sonhos de intercâmbios interrompidos, como tem sido essa fase tão difícil e como ela não desiste de alimentar as esperanças de que muito em breve eles estarão decolando em busca de todo esse tempo perdido.

Jacqueline Nayara

1. Quando você se deu conta da gravidade da pandemia do coronavírus e como isso poderia atrapalhar seus negócios?

Em março de 2020. Eu havia acabado de voltar de um treinamento em São Paulo, e na mesma semana iniciamos o lockdown no Brasil. Ainda havia muitos estudantes no exterior e começamos na mesma época um trabalho de “resgate” deles, pois muitas escolas estavam sendo fechadas por causa também do lockdown em seus respectivos países e tinham poucos voos operando naquele momento. Desde então, nossa primeira atitude foi dar assistência aos estudantes no exterior e concomitantemente iniciamos as alterações dos intercâmbios de estudantes que estavam com embarque mais próximo.

2. Trabalhando dentro da área, você acredita que a maioria das pessoas optaram pelo cancelamento ou adiamento do intercâmbio? E por qual motivo?

Felizmente, nossa taxa de cancelamento foi mínima e aumentou um pouco no início de 2021, mas no geral, a maioria alterou a data do intercâmbio. 

Acredito que viver um tempo fora, estudar e estar imerso a uma nova cultura é o sonho de vida de muitos, e apesar de não termos clareza de quando isso tudo irá passar, nós sabemos que uma hora isso vai passar. 

Muitos estudantes já estão com o intercâmbio todo pago, outros alteraram para novos destinos, pois há países que já estão abertos (como é o caso dos Emirados Árabes e da África do Sul) então, creio que é mais uma questão de tempo para que eles possam realizar esse sonho. A empresa tem mais de 30 anos de mercado e vejo que os nossos estudantes confiam muito no trabalho desenvolvido por nós.

3. Vocês da área do intercâmbio sentiram o peso financeiro causado pela pandemia? Se sim, de que forma?

Sem dúvida, o nosso setor foi um dos mais atingidos pela pandemia, vejo que vários outros setores também sofrem com os reflexos dessa situação. Contudo, é exatamente nestes momentos de dificuldade que percebemos que estamos fazendo um bom trabalho, pois após um ano de pandemia, nós ainda permanecemos no mercado, estamos assistindo nossos clientes, e estamos com os processos comerciais e de vendas ativos, nos reinventando todos os dias. Nossa demanda não cessou e as pessoas valorizam a educação internacional, elas sabem o quanto é importante essa vivência na vida e carreira delas. Vejo todos os meses a empresa crescer e estou muito feliz com os nossos resultados.

4. Quais têm sido as principais reclamações vindas dos intercambistas?

O principal ponto é a ansiedade que essa espera cria em muitos deles, principalmente nos estudantes mais jovens, alguns lidam melhor do que outros com essa expectativa. Temos uma relação muito amigável com os nossos clientes e isso ajuda a lidar com essas frustrações, vejo que eles também nos ajudam muito, se colocam em nosso lugar, pois nesta situação, não há culpados.

5. Como vocês da empresa de intercâmbio têm dado apoio a esses jovens que tiveram de adiar seus sonhos?

Como disse anteriormente, nós temos uma relação muito amigável com os nossos clientes e isso nos permite estar mais próximos deles. Trabalhamos fortemente para deixá-los atualizados sobre os seus processos, sobre as novas regras, mudanças e etc. Enquanto especialistas de educação internacional, estamos a todo momento analisando os cenários e trabalhando com transparência, para que eles possam tomar as melhores decisões sem grandes preocupações.

6. Na sua opinião, qual a importância de um intercâmbio na vida de um jovem? E o que você diria como incentivo para que eles não desistam, mesmo em um momento tão complicado?

Buscamos todos os dias tornar a educação internacional mais acessível aos diferentes tipos de público, para que todos possam ter a oportunidade de vivenciar essa experiência. 

Muitos vão em busca do desenvolvimento acadêmico, seja estudar inglês, fazer o ensino médio no exterior, ou a universidade, porém a experiência nos permite aprendizados superiores ao acadêmico, digo isso por experiência própria, há uma Jacqueline antes e uma pós o intercâmbio. Aprendemos a ser mais flexíveis, a respeitar mais o próximo, a entender as nossas diferenças e a ter mais empatia, são habilidades que só aprendemos através das experiências.  

Com muita frequência eu recebo áudios e mensagens dos nossos estudantes sobre como eles tiveram a oportunidade de se conhecerem melhor durante o intercâmbio, alguns pensam em empreender, outros começam a dar mais valor a vida que levam aqui no Brasil, e outro dia, eu ouvi uma estudante dizer o quão feliz ela fica em ver o sol, pois onde ela está morando hoje tem pouco sol. 

São coisas simples que mudam a nossa vida e o olhar que temos sobre o mundo. 

O momento é muito complicado, mas é preciso ter fé que vai passar e que as coisas vão melhorar. É momento de se planejar para realizar o seu sonho, busque mais informações, converse com especialistas da área, com estudantes que já moraram fora, pois isso tudo vai passar.  Não desista, jamais! 

 

 

Edição: Daniela Reis 

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Por Bianca Morais

No ano em que comemora seu sexagenário, a Una (campus Liberdade e campus Contagem) lançou uma grande novidade: As Rádios Una Fábrica e Una Contagem.  Os canais estrearam neste mês de Julho e já estão fazendo sucesso, com novos episódios de podcasts toda segunda (Fábrica) e terça-feira (Contagem), com edições repletas de assuntos interessantes e convidados especiais. 

As rádios são canais de conteúdo informativo e de entretenimento desenvolvidos pelos universitários, com temas que permeiam a instituição, os jovens e o momento atual em que vivemos.

“Com uma linguagem leve, acessível, com expressão universitária, pretendemos trazer assuntos diversos a partir da percepção dos próprios alunos em conteúdos curtos e relevantes para ouvir no intervalo das aulas, no deslocamento para o trabalho, estágio ou até enquanto lava a louça. Além disso, podem contar com uma curadoria musical exclusiva e playlists pensadas para o dia a dia dos nossos universitários”, explica Larissa Santiago, uma das coordenadoras do projeto.

O começo

Idealizado pela aluna do curso de Publicidade e Propaganda, Lara Trigo, a ideia da Rádio Una, nasceu durante os intervalos das aulas, onde a jovem passou a colocar músicas, o que gerava uma interação entre os colegas de sala que acabou em uma playlist colaborativa da turma, posteriormente, virou um projeto apresentado. 

Rádio Una Fábrica

Lara teve o desejo de levar o intervalo diferenciado para toda a Una, e foi então que levou aquela sua proposta para Larissa, líder do Laboratório de Publicidade e Design, após conversa elas pensaram na criação de um podcast que seria uma forma de levar informação do mundo da comunicação e da economia criativa para todos. 

Junto a tudo isso, a diretora da Una Contagem, Tatiane Puiati, já havia demonstrado o desejo de ter uma rádio própria do campus, enquanto a Fábrica tinha a vontade de fomentar o podcast, como um formato de conteúdo tendência do mercado.

Rádio Una Contagem

“A partir de todas essas congruências que demos vida ao projeto, com o apoio do nosso ex-líder Elias Santos e a parceria do Raphael Campos, líder da Fábrica AV, que topou coordenar comigo essa extensão universitária desde o início”, conta Larissa.

Seleção dos alunos

Para a rádio Una Fábrica, foram abertas vagas para os alunos de comunicação (jornalismo, cinema e audiovisual, publicidade e propaganda, design gráfico e relações públicas), enquanto na Rádio Una Contagem, a intenção era que o projeto fosse multidisciplinar abrindo vagas para todos os cursos do campus.

A seleção foi feita a partir do recebimento dos currículos e testes solicitados de acordo com as vagas ofertadas, entre elas: 

  • Hosts – entrevistadores, responsáveis pela seleção das pautas, produção dos roteiros e contato com o convidado.

 

  • Editores – responsáveis por acompanhar as gravações, edição e entrega dos episódios finalizados.

 

  • Social Media – responsável pela proposta de comunicação nas redes sociais, do planejamento à interação. 

Os hosts, por exemplo, tiveram que gravar uma chamada de um minuto de fala e os editores, enviar uma proposta de vinheta. 

Do Campus Liberdade os alunos participantes foram: Cristhiano Rodriguês, Eugênio Ferreira, Gabriel Souza, Giovanni Corrêa, Iago Bicalho, Inah Argentina, Lara Trigo e Virginia Cunha.

Da Una Contagem: Jonas Rocha, Karoline Beijamim, Paulo Vitor e Wendell Rafael.

Os preparativos

Com o objetivo de preparar os alunos para o começo das gravações, até porque a grande maioria começaria do zero, João Victor Rocha, especialista em podcast (@casadopodcaster) e produtor na Rádio Band News, foi convidado para ministrar uma oficina de quatro aulas sobre dicas essenciais para produção de podcast, bem como apresentar as perspectivas desse mercado.

“Aprendi muito com João sobre a produção de podcasts, desde o roteiro até a gravação, escolha do ambiente, da ferramenta para gravação, dos vícios de linguagens que temos e nem percebemos, foi engrandecedor o conhecimento oferecido por ele”, relata Lara Trigo.

Nos encontros online, foram passadas técnicas de gravação em casa, com os próprios recursos: um celular, fone de ouvido e computador com acesso à internet. Além de técnicas que ajudam a tornar o ambiente mais adequado para a gravação. 

“Algumas das dicas foi gravar dentro do guarda-roupa para ter maior isolamento acústico ou criar uma espécie de cabana com colchões e cobertores para o mesmo propósito, e nossos alunos fizeram”, relembra Larissa.

As gravações

Na Rádio Una Fábrica todos os encontros foram online, desde a oficina até a gravação e finalização do material. Já na Rádio Una Contagem as gravações foram feitas presencialmente com os alunos, mas convidados de forma remota.

Para se ter uma melhor qualidade na gravação foi orientado aos estudantes fazer em dois dispositivos: no computador, via Zoom ou Zencast e no próprio gravador do celular, podendo inclusive utilizar uma meia na saída do microfone para ter uma gravação ainda mais limpa.

“Dessa forma acabamos minimizando possíveis problemas de conexão que podem acontecer gravando de casa”, completa Raphael. 

Além dos alunos, a equipe técnica da Fábrica Luna esteve envolvida em todo o processo, especialmente no apoio à produção do material de divulgação. Na criação das peças gráficas e avaliação da proposta de planejamento e execução do aluno Iago Bicalho, de Publicidade e Propaganda e social media do projeto.

Em relação às dificuldades, a orientadora do projeto acredita que muitas delas partiram do apoio remoto e tempo de produção, o projeto foi uma grande novidade na Una, e aos poucos eles foram aprendendo a alinhar tudo.

“O tempo de produção e de lançamento dos episódios foi desafiador, por ser a primeira vez de um fluxo que depende do alinhamento entre todos. De qualquer forma os desafios deixam um saldo positivo, pois agora os alunos conseguem produzir este conteúdo, independente da estrutura disponível e principalmente a equipe desenvolvida quanto ao trabalho em coletivo”, compartilha ela.

Os episódios

Ficou na responsabilidade dos alunos a escolha dos temas e dos convidados a partir da pauta sugerida. Nesta primeira edição veremos profissionais do mercado especialistas nos assuntos, professores da instituição e grupo Ânima, como Joana Meniconi, Fernando Isidoro, Luiz Lana e Gustavo de Val Barreto. 

Os episódios também terão participação de personalidades reconhecidas nos meios em que atuam como a artista Efe Godoy, o empreendedor e ativista Felipe Gomes, Léo Moraes do Batekoo, o Diretor de Marketing da Lotus E-Sports e CEO do curso Fórmula Avante Wesley Moura.

Resultados positivos

Além dos alunos aprimorarem habilidades técnicas, eles também desenvolveram soft skills como colaborativo de gestão do tempo, autoconfiança e comunicação interpessoal. Alguns deles citaram que após a participação no projeto retiraram seus projetos pessoais de podcast do papel e estão colocando em prática. 

“A participação a distância de todos proporcionou desafios, mas muitos aprendizados para quem quer montar o próprio podcast e ainda houve estímulos junto à produção do projeto rádio UNA. Um dos principais desafios foi realizar as entrevistas sem a garantia da estrutura para qualidade de áudio”, diz Gabriel Souza, aluno de Publicidade e Propaganda.

“Eu como um dos editores do podcast tive desafios ao tratar os áudios gravados dos convidados, afinal nem todos tinham bons equipamentos, então passei algumas boas horas melhorando a qualidade. Apesar de ser um grande desafio, envolvi-me com muita aprendizagem nesse meio tempo, além de descobrir novos truques de edição com os outros editores, aprendi métodos de gravações interessantes”, Jonas Rocha, aluno de Publicidade e Propaganda.

“O resultado final foi muito agregador, experiência única, muito bom trabalhar em equipe e estar com o pessoal da Fábrica, tendo a oportunidade de ter voz, conseguir conhecer os outros projetos já desenvolvidos, indico a participação de todos nos projetos de extensão por justamente ter a praticidade do que é visto nas aulas ao decorrer dos semestres, espero continuar junto nas próximas edições com novas ideias e aqui deixo o meu muito obrigado”, Cristhano Rodriguês, aluno de Publicidade e Propaganda.

“Eu indico demais o projeto para os meus colegas de curso, mesmo com a dificuldade de gravação devido a pandemia foi muito proveitoso, produtivo, onde pude realizar o início de um sonho e vou levar para sempre na minha história, vou contar com orgulho que fiz parte desse projeto”, Wendell Rafael, aluno de Jornalismo.

“Esse projeto foi algo que desde o início me animou bastante por gostar muito de Podcasts e edição de áudio, mesmo sendo algo fora do meu curso é uma coisa que me interessa bastante, após essa experiência tenho vontade de estudar mais sobre o assunto e se possível participar das próximas temporadas e de outros projetos similares”, Paulo Vitor, aluno de Engenharia Elétrica.

Com a palavra, os organizadores.

“Apesar de não ser um formato novo, a produção de podcasts está em alta e o seu mercado está em crescimento. Levar essa experimentação para os nossos alunos é introduzi-los a uma possibilidade de carreira em sinergia com o que o futuro está apontando.

Ter uma rádio na instituição também é um canal próprio e potencial para levar discussões importantes aos universitários. Por isso, acreditamos que é só o início das rádios e elas têm muito a serem exploradas ainda para gerar mais benefícios especialmente à nossa comunidade acadêmica, mas também ao nosso entorno” – Larissa Santiago, orientação técnica e planejamento.

“Em ambos os projetos dividi a coordenação com a Larissa Santiago, por conta da minha área de atuação, estive mais próximo da produção e pós-produção, dando todo o suporte aos alunos nas gravações, edições e distribuição dos episódios.

O podcast é uma mídia que está crescendo muito ano após ano e demanda profissionais aptos a exercerem com propriedade cada passo de sua produção. Esse projeto de extensão capacita de forma responsável os alunos participantes, oferecendo um espaço de aprendizado e experimentação. 

Essa troca de experiência ainda é muito importante para o aluno, ele se torna um profissional preparado para enfrentar adversidades ao longo da sua carreira. Da mesma forma que nós coordenadores do projeto aprendemos com os alunos a todo momento” – Raphael Campos, orientação técnica, edição e roteirização.

Depois de uma primeira temporada de sucesso, Larissa e Raphael já começaram as reuniões de planejamento para a outra edição. Para o próximo semestre, eles prometem aprimorar as produções a partir dessa primeira experiência com os alunos. Como spoiler, eles contam ao Jornal que pretendem lançar de forma mais recorrente os episódios durante todo o semestre e incluir mais possibilidades dentro da rádio.

Acesse: 

Rádio Una Fábrica

Rádio Una Contagem

 

Edição: Daniela Reis