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A receita de hojé é um prato que parece ser impossível de preparar em casa, mas em menos de 15 minutos fica pronta e irá surpreender a todos! Quem traz essa receita é o aluno do curso de Gastronomia da Una, André Barreto.

Quantidade de porções: 04

Tempo de preparo: 15 minutos

Categoria: Entrada

Ingredientes:
• 600g de filé atum fresco
• Gergelim branco e preto
• Azeite
• Cebolinha mini para decorar
• Flor de Sal

Passo a passo para a preparação:

1- Corte o filé de Atum em dois pedaços iguais e pincele azeite em todos os lados;
2- Misture os dois tipos de Gergelim em um prato e empane o peixe;
3- Em uma frigideira antiaderente, coloque um fio de azeite e sele o atum em todos os lados (cerca de 1 minuto de cada lado). Deixe esfriar;
4- Fatie o peixe (1cm de espessura) e monte de forma decorativa na tábua. Finalize com a flor de sal e com a mini cebolinha. Sirva logo em seguida.

DICAS:
– Molhos orientais são excelentes acompanhamentos: TARÊ, TERIAKI, a pasta de WASABI ou até mesmo aquela conserva de GENGIBRE. Ambos são facilmente encontrados em supermercados ou empórios.
– Coma com o Hashi (aqueles palitinhos de comida japonesa).
– Harmoniza bem com vinho branco ou até mesmo um tinto mais leve, como exemplo um Pinot Noir.

Mais sobre André Barreto

Mineiro, relações públicas e cozinheiro por paixão. Desde pequeno ele tomou gosto pela cozinha ao ver seu pai cozinhar para a família e amigos. Foi na adolescência que se tornou uma referência, quando o assunto era cozinha. Passava receitas, dava dicas de lugares legais para comer em BH, dicas de vinhos, viagens, etc.

Em 2015, resolveu compartilhar suas receitas e experiências gastronômicas na internet, de forma que seus amigos e família pudessem acessá-las. Tudo começou como uma brinacdeira que cresceu de forma orgânica e já possui mais de 13 mil seguidores.

Em seis anos, foram inúmeras receitas publicadas em sites, revistas, jornais, participação em programas de TVs, aulas de culinária, participação em feiras gastronômicas em Belo Horizonte e também no interior de Minas Gerais.

Redes sociais: @cozinhepraela
Site: www.cozinhepraela.com.br

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*Por Bianca Morais

O nascimento de uma criança é um dos eventos mais importantes na vida de uma mulher, é o momento dela de se autoconhecer e empoderar-se, um poder e uma função que é somente dela. Dar a luz que deveria ser um ato humanizado e repleto de sentimentos, deixando a mulher como protagonista das suas dores e do seu corpo, porém nos últimos anos a história tem sido bem diferente.

O Brasil é um dos países com o maior número de partos cesáreas do mundo, eles chegam a 80%, enquanto o recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é de até 15%. Esse índice grande sobre o número de cesarianas é consequência da falta de informação. Grande parte das mulheres não conhece ou não sabe dos benefícios de parir respeitando a vontade do seu corpo e a hora do bebê.  

Parto humanizado nada mais é do que um parto natural, sem tempo para acabar, momento que ilustra a ação literal da natureza humana com supervisão profissional e apoio emocional . Antigamente, cesáreas e hospitais não existiam como forma de uma mãe dar à luz a seu filho, o parto era realizado em casa, por parteiras, sem uso de anestesias ou intervenções cirúrgicas. Isso pode ser usado como um exemplo de que é possível sim trazer uma criança ao mundo sem toda aquela tensão do ambiente hospitalar.

O parto humanizado acolhe a grávida. A equipe médica está sempre atenta em explicar o que está acontecendo a ela, se ela quer, se aceita, se entende o que irão fazer e o porquê estão fazendo. Partos em hospitais muitas vezes são estereotipados, cercados por polêmicas envolvendo violência obstétrica, médicos que se dizem donos da razão e não escutam o lado da mulher, são equipes autoritárias que fazem procedimentos sem emergência, somente por pressa, como romper a bolsa para induzir um trabalho de parto. Muito também se ouve falar de casos de episiotomia, que é o corte do períneo (região localizada entre a vagina e o ânus) na hora do nascimento do bebê, uma técnica usada para aumentar a abertura vaginal a fim de evitar que a área perineal sofra uma laceração, sem necessidade, apenas para facilitar o procedimento e sem a autorização da paciente.

De acordo com a OMS, a data provável do parto é calculada para 40 semanas após o primeiro dia da última menstruação, porém nem sempre acontece dessa forma. Quando se humaniza o parto, respeitando a hora da mãe e do bebê, ele pode passar desse prazo pré-determinado, esperar, por exemplo, o momento em que o pulmão e o cérebro estão maduros. É importante ressaltar que cesáreas também podem ser humanizadas, o que torna um parto mais humano é a forma como ele é feito. E, sendo de forma natural, pode ser realizado até em casa, no hospital com suporte de uma banheira ou em casas especializadas, dependendo da forma que a mulher se sentir mais confortável e segura.

Um bom parto trás diversos benefícios, fisiologicamente a mulher fecha um ciclo hormonal para iniciar outro, a amamentação, sendo assim, o parto vaginal desprende hormônios que na cesária demoram a acontecer, facilita a descida do leite, ou seja, o parto humanizado colabora para a recuperação do corpo e traz segurança emocional.

Atualmente no Brasil, o procedimento humanizado já é bem conhecido e vem crescendo cada dia mais. A Obstetrícia é a ciência que estuda a reprodução humana, e dentro dela se formam três diferentes profissionais: O obstetriz, o obstetra e o enfermeiro obstetra. O médico obstetra se forma em medicina e o enfermeiro em enfermagem. O obstetriz é o profissional que conclui o ensino superior em Obstetrícia, a USP, é a única faculdade brasileira que oferece o curso, eles são profissionais preparados para acompanhar um pré-natal e também um parto, todos obstetrizes apresentam uma visão de humanização que aprendem já na faculdade e esse é um dos principais diferenciais entre os outros especialistas. 

Quando o assunto é parto humanizado, a maternidade Sofia Feldman situada em Belo Horizonte, é referência nacional e internacional. Reconhecida como berço da enfermagem obstétrica no Brasil, a  instituição é 100%  atendida pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e oferece serviços de saúde da mulher, pediatria, saúde sexual reprodutiva e assistência social com projetos voltados às mães e ao recém-nascidos.

Dos partos realizados no lugar, cerca de 84% são normais e apenas 16% são cesáreas. Dos partos normais, 7% acontecem na água, cerca de 31% das mulheres recebem analgesia farmacológica para alívio da dor e apenas 1% tiveram episiotomia. O hospital conta com cinco suítes, sendo 3 com banheira, no centro do parto normal Helena Grego e mais cinco quartos, sendo 2 suítes com banheira na casa de parto normal David Capistrano. 

De acordo com Beatriz de Oliveira, 26 anos, atua no hospital desde 2018 como enfermeira obstétrica, a filosofia com que trabalham é de que a mulher é protagonista do seu momento, por isso, durante todo o processo explicam os métodos não farmacológicos e farmacológicos para alívio da dor, oferecendo apoio emocional, incentivando a deambulação, ingestão de líquidos e alimentos, e colocando profissionais disponíveis para tirar as dúvidas.

“Sempre recomendamos que a grávida ainda durante a gestação leia a caderneta da gestante, tire todas as dúvidas com o pré-natalista, conheçam a maternidade, e realize o plano de parto, colocando as coisas que desejam e que não desejam durante o trabalho de parto” conta a enfermeira.

O respeito pelo desejo da mãe

Larissa Godinho, 24 anos, teve seu parto na maternidade Sofia Feldman . A mãe de primeira viagem tinha apenas um desejo na sua gravidez: ter um parto humanizado para seu filho João Antônio.

Quando descobriu a gravidez, preocupada com a estética do seu corpo queria um parto normal, mas foi com o passar do tempo, os pré-natais e muita pesquisa que encontrou o parto humanizado e descobriu que aquilo não era mais apenas para sua beleza e sim pela saúde e bem estar de seu filho.

Durante sua gestação Larissa fez um plano de parto onde deixava claro que não queria nenhuma intervenção, ou seja, não queria anestesia nem ser medicada, queria que tudo fosse o mais natural possível no tempo de João. Sofia Feldman é hospital referência em parto humanizado, por isso, ela não teve dúvidas de onde escolher para ter esse momento tão importante de sua vida. A mãe chegou a conhecer o hospital antes do parto, participou do dia da gestante, e sabia que ali suas vontades seriam respeitadas.

“Sem sombras de dúvidas para mim é a melhor maternidade do SUS que existe, se eu tivesse mais três filhos, meus três filhos eu ganharia lá”.

Como escolheu o parto natural, não havia uma data certa para João Antônio vir ao mundo. Ao completar 39 semanas e 6 dias de gravidez, Larissa foi ao hospital para uma consulta de rotina, não imaginava que horas depois da visita ao médico sua bolsa estouraria e começaria então seu trabalho de parto. 

Larissa ficou em uma suíte, pois queria ter o parto na banheira, a única coisa que a relaxava era a água quente, e no Sofia existem vários banheiros justamente por isso. Em determinado momento ela pediu para a doula se retirar, pois estava muito nervosa e não queria ninguém desconhecido no quarto, ficando apenas sua irmã e o pai do bebê. Conforme queria, não recebeu nenhum tipo de anestesia, apenas um analgésico para poder descansar e comer.

“Foi assim, maravilhoso, porque assim que João nasceu eu fui a primeira pessoa a pegar nele, eu que coloquei ele no meu peito, a gente abaixou a luz para não ficar muito forte no rostinho dele. Minha irmã colocou uma música que eu sempre escutava na minha gravidez pra ele se sentir assim, em casa”.

Larissa teve um parto que considera perfeito, ela e o parceiro esperaram o cordão umbilical parar de pulsar para poder cortar, em momento algum houveram atitudes invasivas, respeitaram o seu tempo e o tempo do seu filho. 

A história dessa jovem mãe é emocionante, mas infelizmente não é a realidade da maioria das gestantes do Brasil. No país em que a tecnologia e ciência substituem a escolha e o respeito com o ser humano, é muito mais rápido e vantajoso se fazer uma cesariana. É mais rápido tirar um bebê em 15 minutos do que dar assistência em um parto natural que pode levar horas e não é lucrativo. Enquanto o parto continuar a ser um produto, o Brasil nunca deixará os números assustadores para trás. 

Uma mulher dando apoio a outra mulher

Em um parto humanizado a assistência é realizada por uma equipe multiprofissional que conta com enfermeiras obstétricas, médicos obstetras, doulas, entre outros.

Médicos e enfermeiras são nomes muito conhecidos na área da saúde, agora um nome que muitas vezes passa despercebido é o de Doula.

Doula vem do grego e significa “mulher que serve”, é a profissional que as gestantes procuram quando optam por um parto humanizado. Uma doula pode acompanhar o casal desde o início, os auxiliando com aulas e esclarecimentos, durante o parto ela fica ao lado da mãe, dando apoio físico e mental, ajudando com exercícios, respirações e após o nascimento a especialista também se dispõe a dar ensinamentos sobre a nova fase, quando o casal se torna uma família.

Adriana Vieira, 50 anos, se formou como doula e educadora perinatal em 2009, é brasileira e atua na Holanda.

Foi em uma viagem de férias, 15 anos atrás, que sua vida tomou um novo rumo que ela jamais esperaria. Ao ir fazer um curso de Yoga em Amsterdam, observou que na sala ao lado acontecia uma aula para casais grávidos, a cena deles aprendendo sobre respiração e posturas a emocionou. No intervalo foi procurar a professora e perguntar sobre o que ela fazia, em resposta a mulher respondeu que era “Instrutora de Yoga e Doula”

Na época, Adriana era jornalista, se interessou pelo assunto e pediu para fazer uma matéria sobre.

“Enquanto fazia eu pensava: Meu Deus, como ninguém fala disso no Brasil para nós mulheres? Por que não aprendemos a amar nossos corpos como são? Pois se geramos um bebê, somos perfeitas! Como nossos pais e médicos não nos incentivam a parir naturalmente, já que é o melhor pra mãe e pro bebê e é algo natural?”. 

Como já praticava yoga, a até então repórter, resolveu fazer uma pós-graduação em Yoga, onde aprendeu sobre a mente e seu poder sobre o corpo. No ano seguinte se especializou em yoga pré-natal. Sua intenção inicialmente não era mudar de profissão, mas de alguma maneira ela queria espalhar para mais mulheres o que havia aprendido.

“Comecei em 2006 dando aulas de yoga para gestantes, em 2009 fiz a formação de Doula e de Educadora Perinatal e tive minha primeira cliente como Doula nesse mesmo ano”, explica.

Para Adriana, o parto humanizado faz parte da luta das doulas a favor das mulheres terem escolhas e serem ouvidas em um momento tão marcante e importante de suas vidas. O parto deve ser algo marcado positivamente em sua vida e não como algo ruim e doloroso. “Mentir para gestante que o bebê está passando do tempo e que pode está em sofrimento para forçar uma cesária, obrigar a mulher a ficar sozinha em trabalho de parto, pressões psicológicas e físicas, como dizer que ela não vai aguentar invés de dar suporte” cita Adriana como exemplo de abusos a gestantes.

Na Holanda, onde atua na área, ela afirma que o sistema obstétrico é bem diferente do Brasil e muito mais humanizado. Quem acompanha o parto e faz o pré natal são as obstetrizes e a presença de uma doula é primordial. Os partos podem ser feitos na casa da gestante, nas casas de parto ou em hospitais. Todo o planejamento é fundamental para a mulher se sentir confortável, inclusive a equipe que irá participar de um momento tão íntimo.

“A gente precisa lembrar que parto é o resultado de um ato sexual e envolve sexualidade, nudez, gemidos, dor, amor, fluídos, homem, mulher, bebê, instinto, foco, concentração, detalhes que precisamos lembrar e para que isso aconteça tem que haver privacidade. Uma mulher em trabalho de parto fica nua, com dor e quer acolhimento, e não saber que tem gente estranha no quarto, entrando e saindo, isso atrapalha muito a entrega da mulher no trabalho de parto”, explica.

Com anos de trabalho, Adriana, afirma que um parto humano traz força para uma mulher ser mãe, um vínculo a mais para o casal e amor ao bebê que chega e deixa sua dica como doula “estude, obtenha informações antes de engravidar e veja o que é baseado em evidências, para que não seja enganada num momento tão especial e marcante de nossas vidas e da vida de quem ainda vai chegar”.

O parto humano durante séculos foi algo fisiológico, uma mulher dando a vida a um ser humano. Foi com o avanço da tecnologia que hospitais, antigamente conhecidos por serem lugares que recebiam pessoas doentes, passaram a ser o lugar onde aquelas mulheres dariam a luz. Mulheres que antes eram amparadas por outras, agora estavam nas mãos de médicos, entregando o controle para eles. Elas que antes eram as protagonistas de seu momento agora estavam entregues a padrões pré-determinados.

A mulher foi cada vez mais perdendo sua voz no parto, uma mulher deitada de pernas para cima é mais fácil para o médico realizar seu parto. Um evento natural passou a ser um evento cirúrgico, cercado por pessoas desconhecidas. O cordão umbilical, que conecta a mãe e o bebê, arrancado às pressas sem nenhuma compaixão. A cesária salva sim, diariamente, a vida de muitas mães e bebês mas ela não é a única opção, falar para uma mãe que ela não tem dilatação é não respeitar seu tempo, é preciso ter paciência e esperar acontecer, não submetê-la a um processo cirúrgico e invasivo por mera conveniência.

O sistema neonatal brasileiro está criando uma cultura de mulheres que se sentem incapazes de acreditar que podem ter seus filhos de forma fisiológica e natural, médicos sem tempo de dar atenção e carinho a mulheres que só querem ter o prazer de dar a luz ao seu filho com amor. É necessário rever o sistema de saúde brasileira e a cultura do parto, não dá para continuar a aumentar o número de mulheres infelizes consigo mesmas por não terem parido da maneira que desejavam. 

 

*Edição: Daniela Reis

Por Bianca Morais

Matizar: Fazer passar gradualmente de um matiz a outro: a arte de matizar as cores.

Em busca de uma palavra que remetesse a mistura, a banda que não tem um estilo fixo, nomeou-se Matiza, sinônimo de misturado.

Com formação atual de Eduardo Maia (vocal), Bruno de Maria (vocal e guitarra), Pedro Martins (baixo e vocal), Lucca Azevedo (guitarra) e Flávio Marcos, o batata (bateria e percussão), a banda define seu som como pop progressivo, um derivado do rock progressivo, o prog.

Para conhecimento geral, o Batata tem esse apelido porque a irmã dele tinha apelido de batata e antes dela o irmão dele teve apelido de batata, e antes dele a outra irmã teve apelido de batata. Todos estudaram no mesmo colégio e o apelido é de família.

Não só Batata tem nesse almanaque, mas segura mais um pouco que lá na banda Daparte aparece um Cebola. Só continuar lendo.

Agora, se assim como eu, você nunca havia ouvido falar desse gênero, e achava que prog era algo relacionado a eletrônica, deixa eu te explicar um pouco sobre.

O progressivo é um estilo de música que surge quando o artista mistura muitos estilos. Tem a ver com a ideia de pegar coisas e tentar juntar de forma a criar algo novo, independente. É como se fosse um rock alternativo, se assim ficar mais fácil para você entender. Porém, como a banda anda bem distante do rock e não tem muita guitarra distorcida. Não dá para classificá-la dentro do rock e seus subgêneros, por isso se enquadram numa pegada mais pop.

O principal compositor da banda, o Bruno, carrega consigo grande influência do MPB. Inclusive, ele tem um projeto solo de Bossa Nova. Escutem Samba da Bahia, nas plataformas de streaming. Os arranjos e melodias bases elaborados pelos outros integrantes da banda seguem influências de todos os lugares que já passaram e músicas que escutaram.

Quando você escutar Matiza, o termo progressivo irá vir a sua cabeça de primeira, porque a sonoridade deles remete a muita coisa que provavelmente você já ouviu durante sua vida, mas ao mesmo tempo consegue ser bem diferente.

É, não dá para explicar muito além disso, mas dificilmente uma banda consegue classificar e enquadrar o seu gênero dentro de um só, de primeira.

Pode ser que você diga que te lembram 5 a Seco ou Jorge Vercillo. Alguns arriscam que os vocais das músicas, principalmente do primeiro EP, que tem muito vocal com três ou quatro pessoas cantando ao mesmo tempo, relembra a música mineira de antigamente, aquele MPB do Clube da Esquina e Milton Nascimento. De mineiro também são comparados a 14bis.

Se assemelham a banda britânica Yes por conta do rock progressivo.

Agora, para finalizar essa classificação das influências, segundo o baixista Pedro, se Incubus fosse mineiro, seriam iguais a eles.

Enfim, depois que você escutar e chegar a alguma conclusão, conta para eles que irão adorar saber.

Comparações a parte, a banda é uma mistura de influências que cada integrante traz em sua bagagem. Tem Tame Impala e Avenged Sevenfold (principalmente nas guitarras e solos) vindos do Bruno e do Lucca. Tem Pink Floyd e Boogarins do Batata, tem o soul e o black music vindos do Pedro e o Dudu gosta de música nordestina.

A banda nasceu em 2017, logo após um encontro por coincidência entre os amigos Bruno e Edu (mais uma para a série: “BH é um ovo”).

O Bruno tocava em uma banda cover de Avenged Sevenfold e o Edu foi assistir. Depois do show foram conversar e ali resolveram fazer uma banda de música autoral. Sem mais delongas, foi isso.

A banda começou a ensaiar em agosto daquele ano e fizeram seu primeiro show em outubro de 2017, em uma sexta-feira 13. Data meramente ilustrativa, nenhum azar tiveram, apenas o de não conseguir tocar um repertório 100% autoral. Atire a primeira pedra uma banda que nunca tocou um cover para vender show.

Mas nem os covers deles são normais, eles colocam a parada do progressivo até nisso.

Depois do primeiro show como Matiza e tocando cover, as composições já estavam a todo vapor. Dali para frente, aos poucos foram conseguindo encaixar o autoral no repertório.

Pedro e Batata ainda não estavam na banda, nessa época seus lugares pertenciam ao Vitão no baixo e Vivi na bateria.

O Vitão precisou sair por problemas pessoais e por indicação de um amigo em comum, o Pedro entrou na banda.

O primeiro contato do Batata com os meninos foi em um festa de Halloween da engenharia elétrica da UFMG. Batata, já formado, estava ajudando seus calouros a organizar a festa. Foi então que chegou uma banda com o instrumentos na mão e perguntaram:

“Quem vai montar o palco para nós?” (Caso não tenham pegado, a banda era a Matiza)

O Batata olhou para seus calouros, seus calouros olharam para ele e rolou um “ferrou”.

Porém os olhos de Batata era apenas para assustar os garotos, já que ele é engenheiro de áudio e manja tudo do assunto.

Foi lá, arrumou o palco, regulou o som durante o show, sucesso.

Ali a banda conheceu quem seria seu futuro baterista quando o Vivi precisou se mudar para São Paulo a trabalho.

Em determinado momento da trajetória, sentindo falta de mais som, chamaram o Lucca para ser o segundo guitarrista.

Desde o começo até hoje muita coisa mudou, a banda foi criando mais familiaridade com seu som e cada dia mais levando o projeto com mais seriedade. Se antes era tudo festa, hoje ainda é festa, só que também é trabalho, e muito trabalho. Se no início a grana de cachê era repartida igualmente para os membros, hoje eles que lutem porque toda grana que fazem vai diretamente para o caixa da banda que é usado para produzir, lançar música e fazer marketing digital. A seriedade com que levam a banda é algo que mudou muito ao longo do tempo.

Ainda em busca de saber qual é o público alvo da banda, trabalham com anúncios de Facebook ads e no Instagram. Procuram direcionar as músicas para os mais diferentes grupos, analisando como esse público responde aos anúncios, aos vídeos e buscando resultado para entender quem gosta do conteúdo.

Assim como a Chico e o Mar, a Matiza também conta com o apoio de uma distribuidora de música, a Distrokid. Hoje tudo é online e o Spotify e Deezer, por exemplo, são a melhor maneira de divulgar seu trabalho. Essas empresas tomaram o papel das gravadoras e o contrato que antes se fazia com elas, pode ser feito agora com as distribuidoras que colocam suas músicas na plataforma de streaming. Dentro do mundo musical, existem rumores de que em um futuro bem próximo, até mesmo essa distribuição deixará de existir e as bandas terão contrato direto com os streamings.

Atualmente, poucas são as bandas independentes que realmente almejam tocar nas rádios, porque se tornou algo muito difícil de se atingir, principalmente se você parar para escutar as músicas que são tocadas em rádio. Existe uma determinada fórmula, músicas com menos de 3 minutos, refrãos mais simples e fáceis de decorar.

A Matiza é um exemplo de banda que resolveu por não se adequar ao mercado da música comercial. Quando você escuta um som deles, entende de cara o motivo disso. Eles contam com muitos elementos específicos; tem dueto, solo de guitarra, de baixo. Mesmo sabendo que isso não deixa a música atrativa aos olhos comerciais, os meninos preferem fazer a música deles, lançar do jeito que ela é, do jeito que gostam e depois descobrirem quem vai querer ouvir.

Aconteceu isso com o último lançamento da banda, Noite em BH.

“E nós em paz, a noite em BH

Sobe-desce Bahia

De amores que eu vivi”

Inicialmente, a ideia era fazer um pop palatável, que cairia na graça do povo, quem sabe das rádios (indo contra seus princípios). Não demorou muito para a banda ver que não era o que queriam. Bruno chegou com o final instrumental da música, dois solos de guitarra, no meio dobra a guitarra, tem solo do Lucas primeiro, depois tem mais solo do Bruno, depois os dois dobram juntos.

É muita guitarra. Agora já imaginou se isso se encaixaria em um padrão comercial? Jamais. Nem um pouco preocupados com isso, bateram o martelo e soltaram do jeito que queriam.

Particularmente, que música boa. Só não ganha de Tropical Gin (a minha favorita).

Noite em BH foi composta pelo Bruno para sua namorada. A lírica é sobre um romance na cidade de Belo Horizonte. Que belorizontino nunca teve um amor que subiu e desceu Bahia? Quer banda mais mineira que isso?

Outra curiosidade é que a música veio primeiramente do projeto solo de bossa nova dele, mas ao cair na mão do Batata, Pedro, Dudu e Lucca, ganhou uma dimensão completamente diferente.

Assim como Noite em BH e Tropical Gin, a banda é cheia dessas músicas que vão te envolver e levá-lo para uma parada bem diferente de tudo que você está acostumado a ouvir. São sons experimentais, de viajar na música mesmo. Vale a pena conferir.

 

 

 

 

 

*Esse produto resultado do Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Una da Jornalista Bianca Morais.

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Jeduca (Associação dos Jornalistas de Educação) e o Itaú Social estão realizando o Edital de Jornalismo de Educação categoria estudante. O objetivo é fomentar a produção de material jornalístico de qualidade sobre temas relevantes da educação pública brasileira. Serão premiados os três melhores trabalhos de conclusão de curso (TCC) de graduação em Jornalismo para formandos em 2020 e trabalhos concluídos em 2018 e 2019.

Serão admitidos trabalhos em diferentes formatos jornalísticos, como livro-reportagem, especial multimídia, programa de rádio, documentário e monografia. Originalidade, qualidade e relevância social serão os pilares para a avaliação.

Os prêmios serão de R$ 3 mil para o primeiro lugar, R$ 2 mil para o segundo lugar e R$ 1mil para o terceiro lugar.

As inscrições podem ser feitas até 31 de janeiro de 2021 pelo site http://jeduca.org.br/edital.

Participe!

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Por Bianca Morais

Há alguns dias estava na internet assistindo resenhas de bases para pele tentando encontrar a ideial para mim. Minha maior preocupação era um produto que fosse de boa qualidade, não transferisse para a roupa e de longa duração, enfim, pontos que achava relevantes. A cor não foi um problema, a maioria das blogueiras brancas que encontrei, resenhavam uma base e davam mais dois ou três exemplos de cores que também cairiam bem para quem tivesse o tom de pele parecido com o delas. Minha pele é clara, por isso, sempre existem diversas opções para mim.

Nessa de assistir vídeos me deparei com um youtuber, Tássio Santos, e um título que me chamou muito a atenção: “A cor mais escura”. Nas resenhas o maquiador testa o produto mais escuro de uma marca e emite sua opinião. De início assisti a um dos vídeos que, na minha opinião, foi um dos mais polêmicos do canal, uma resenha sobre a base da blogueira de maquiagem Bianca Andrade, a Boca Rosa. Com milhões de seguidores, ela, que tem um importante papel de influenciadora e que deveria prezar por representatividade, falhou miseravelmente no catálogo de cores de sua linha.

O vídeo apresentado por Tássio tem como modelo Joyce, sua amiga, negra de pele retinta, e é na pele dela que são testadas as maquiagens. Já comecei o vídeo um pouco revoltada ao descobrir que o lançamento da marca foi feito apenas com as cores mais claras da linha, e como a cor mais escura ainda não tinha ficado pronta, ao invés de esperarem, simplesmente optaram por lançar sem e depois colocariam no mercado. Ou seja, a inclusão e a preocupação com as pessoas negras se quer foram levadas em conta. 

A base da linha Boca Rosa Beauty ainda traz diversos problemas e um dele é visivelmente a propaganda enganosa. Quando procuramos imagens da base da internet, a que aparece é de uma cor bem escura, porém quando vemos testada na pele de Joyce, é perceptível que não tem nenhuma semelhança, e na realidade, é muito mais clara. Ou seja, a Joyce, assim como milhares de outras brasileiras negras retintas, não são representadas. 

As preocupações que eu tinha sobre uma base se tornaram fúteis quando assisti aquilo, porque enquanto eu estava preocupada em achar uma base boa eu percebi que existem pessoas que não conseguem encontrar base nenhuma, porque não existe um produto que se encaixe no tom delas. É o racismo estrutural instalado na sociedade, “Preto é tudo igual”, então se uma cor serve para um, serve para todos. Errado!

“Se não tem base para Joyce não tem para mim”, Tássio ressalta isso em praticamente todos seus vídeos de seu canal e quando terminei de assisti-los resolvi seguir seu conselho, perdi qualquer interesse em adquirir um produto não somente da marca Boca Rosa Beauty, como de qualquer outra que não atende a diversidade. Vivemos no Brasil, um país de várias cores e raças, logo uma marca nacional não se importar em lançar uma cartela de cores acessível é intolerável. Sempre ouvi falar bem do tal iluminador da Boca Rosa, mas não pretendo gastar meu dinheiro com uma marca que não traz na sua essência a representatividade.

Todos os anos, no dia 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra. Hoje, a internet está repleta de textos, vídeos comentando sobre o dia e pensei na melhor forma de abordá-lo. Me vi como uma mulher branca que não está no seu lugar de fala, mas que venho aqui para questionar essa realidade, mostrar um olhar crítico e abrir espaço para uma possível discussão. Meu papel como mulher branca é priorizar marcas que sejam inclusivas, é fazer o meu protesto todos os dias, mesmo que seja da forma mais simples, enquanto estiver maquiando o meu rosto. 

Blogueiras brancas que desenvolvem produtos para pele negra, não estão erradas em fazer isso, mas estão completamente equivocadas quando se dispõe a fazer algo que não vai atender a todos, sem pelo menos uma consultoria com alguém que tem poder de fala entre a raça. A indústria não valoriza a beleza negra, não são apenas essas blogueiras que agem irracionalmente, existe algo maior por trás delas, são as lojas que não compram as bases mais escuras para vender, grandes nomes como Payot que desenvolveu a base da Boca Rosa que não se preocupou em aumentar o número de cores, do empresário que não quis desembolsar verba para que ela fosse produzida. “A pobreza no Brasil tem cor”, e justamente por isso, muitas marcas não investem tanto em bases mais escuras com medo de não vender, de gastar dinheiro atoa. É um mercado preconceituoso e deplorável.

A questão “maquiagem para tons de pele negro” vai muito além da cor de uma base, outros muitos empecilhos podem ser apontados, outro exemplo, são as maquiagens das personalidades negras na televisão, ponto também comentando por Tássio em um de seus vídeos. Dependendo da base utilizada a pele negra fica acinzentada na televisão, são maquiadores que não usam produtos adequados para maquiar a pele negra e acabam deixando-as mais claras que deveriam, podemos observar isso com atrizes e jornalistas. Até quando existirá despreparo de maquiadores profissionais em maquiar alguém negro?

No final do vídeo de Tássio ele se desculpa pela fala magoada. Tássio não deveria pedir desculpa alguma, ao contrário, nós, a sociedade, a Boca Rosa Beauty, a Payot e todas as linhas de cosméticos preconceituosas que deveriam se desculpar com ele e com toda a comunidade negra que mais uma vez perde seu protagonismo, é calada, é diminuída.

O dia 20 de novembro não é apenas para se conscientizar, é para mudar. 

 

 

*Edição: Daniela Reis

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O evento que acontece entre 20/11 e 13/12  terá sua primeira versão 100% virtual

Por Italo Charles

Fomentar a gastronomia regional através dos insumos cultivados na localidade, faz parte do Festival da Jabuticaba de Sabará. Neste ano, o evento comemora a sua 34ª edição, e diferente das anteriores, desta vez será no formato online e com exibição via Youtube entre os dias 20 de novembro e 13 de dezembro  a partir das 10h15 pela plataforma.

A programação contará com a transmissão de receitas dos chefs convidados, Paulo Gomides, Cristiane Matos, Wessery Zago, Flávio Trombino, Sayonara Sapord, Marcelo Haddad, Beth Beltrão, Elói Moreira, Matheus Paratella, Afonso Bicalho, Maria José Victória, Márcia Nunes, Juliano Caldeira,  Guilherme Bretas, Luan Santos, Luisa Soares, Rosilene Campolina, Carolina Silva, Marina Luvizotto, Eduardo Maia, Marlon Sérgio, Rodrigo Fajoli e Rita Novais. Cada chef será responsável pela produção de um prato, no qual serão utilizados ingredientes de uma produtora local parceira a fim de valorizar a cultura da região. 

A abertura do evento será com a professora do Centro Universitário Una e chef, Rosilene Campolina. “É muito gratificante participar desse festival, poder ver o crescimento dele, vivenciar a forma como os moradores de Sabará o recebem. É um festival muito voltado para eles, que valoriza o desenvolvimento local para além dos produtores que vivem disso”, salientou.

A presidente da Associação de produtores de derivados da Jabuticaba de Sabará (ASPRODEJAS), e idealizadora da produtora Sabarabuçu, Meire Ribeiro, comentou sobre a  realização do festival no  formato virtual devido a pandemia.

“O formato virtual foi a forma que nós da ASPRODEJAS junto a prefeitura e a Emater encontramos para falar com o público sobre a jabuticaba, e que o festival não aconteceria no formato presencial. Dessa forma, convidamos os 23 chefs para apresentar o que tem sido produzido e o que  pode ser feito com o produto”.

História

Criado em 1987, de forma singela, o festival iniciou sua trajetória com barracas montadas em torno da Praça Melo Viana, localizada no centro de Sabará, onde havia a venda da jabuticaba e seus derivados.

Ao passar dos anos, o tradicional evento começou a tomar maior proporção. Mas, só em 2016 alguns aspectos mudaram, o que antes era predominantemente focado na produção artesanal e que tinha como base a comercialização da fruta e seus derivados, ganhou outros olhares e abraçaram a gastronomia através da jabuticaba.

Foi neste mesmo ano (2016), quando os organizadores do festival, Prefeitura de Sabará e a Associação de produtores de derivados da Jabuticaba de Sabará, convidaram a chef, professora do Centro Universitário Una e administradora do portal Chef a Chef, Rosilene Campolina, para acrescentar a gastronomia ao festival.

Desde então, a partir do convite e através de uma ‘cozinha show’ montada na praça, e com convites de chefs, derivados de Rosilene, a gastronomia tornou parte do festival, que atualmente conta com vários produtores locais e com diversos produtos oriundos da fruta.

Concurso Inovação

Suscitado através da necessidade de premiar as produtoras locais, que  todos os anos se reinventam e criam produtos, o  Concurso Inovação melhor Licor e melhor Geléia  tem como objetivo instigar e valorizar a criatividade dos produtores.

O concurso acontece anualmente e é realizado pela Emater, Prefeitura de Sabará e ASPRODEJAS.

Programação

Para conferir a programação completa, acesse o site do Festival da Jabuticaba de Sabará.

 

*A matéria foi produzida sob a supervisão da jornalista Daniela Reis