Bienal do Livro: Até que faz sentido

Bienal do Livro: Até que faz sentido

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A IV Bienal do Livro passou pela capital mineira e deixou lembranças. De 14 a 23 de novembro o evento ocorreu no Expominas, região oeste de Belo Horizonte. Durante os dias da exposição várias atrações estiveram presente, como Gregório Duvivier, do Porta dos Fundos e a escritora Thalita Rebouças. Na última quinta-feira, foi a vez de Felipe Neto, do canal “Não Faz Sentido” e da produtora “Parafernalha”. O vlogger participou do “Conexão Jovem” na Bienal e falou da sua vida como youtuber e empreendedor.

Felipe Rodrigues Vieira Neto, ou apenas Felipe Neto, foi um dos primeiros vloggers do YouTube Brasil. Ele e o PC Siqueira, do “Mas Poxa vida”, deram inicio aos famoso canais que viraram uma febre. Entretanto, o jovem enfatizou que o objetivo não era manter o foco na produção de vídeos. “Eu percebi que alguma coisa ia acontecer, o YouTube estava virando onde jovens entravam para assistir conteúdo e a TV não”, explicou Neto. O crescimento na produção foi gerando novas ideias de investimento para Felipe, que foi desenvolvendo sua empreitada.

Tendo dado inicio no seu atual ramo profissional em 2010, o jovem afirmou que nunca pretendeu deixar as coisas só no “Não Faz Sentido”. Ao longo do bate papo, o empresário disse que sempre quis abrir um negócio. Desde que o primeiro vídeo ganhou visibilidade, teve a ideia de transformar em algo maior, mas destaca que é um processo de aprendizagem, tentativa e erro. “Na minha vida inteira eu fiz coisas que deram errado até eu dar certo. Eu fali três empresas antes de começar o “Não Faz Sentido”, disse Neto. “Eu tomei golpe de quadrilha, perdi dinheiro que eu tinha no banco. Eu era designer gráfico e perdi meus clientes todos em 2008 por causa da crise financeira”, acrescentou.

A partir do crescimento do primeiro canal, Felipe falou ter pensado criar algo que não dependesse dele. Assim que teve visibilidade, criou outro canal, também de humor, mas que não era baseado na figura dele. Nesse novo espaço outros artistas também teriam um lugar para expor seus trabalhos e, juntos, crescerem e aperfeiçoarem seus produtos. Com isso, deu-se início ao “Parafernalha”, um canal que, em pouco tempo, ficou duas vezes maior que o “Não Faz Sentido” e, por meio dele, outros youtubers tiveram um local onde é possível aperfeiçoar o formato de seus vídeos, e compreender melhor o fenômeno YouTube e, assim, se profissionalizarem.

Durante a conversa, Neto falou sobre um curso que está fazendo na faculdade de Harvard, nos Estados Unidos. Com o crescimento da “Parafernalha” e a criação da “Paramaker”, o empresário precisou estudar mais o mercado e se capacitar para continuar desenvolvendo sua empresa. “Para eu tocar a empresa, preciso ter o embasamento teórico e prático, o prático eu estou aprendendo no dia a dia, mas me faltava o embasamento teórico mais forte, por que eu não fiz faculdade”, contou Neto. “Então decidi fazer o curso em Harvard para ter mais condições de conduzir a minha empresa na rapidez em que ela está crescendo e não cometer bobagens e acabar prejudicando o meu negócio”, acrescentou.

Quanto ao seu inicio no YouTube, Neto ressalta que é trabalhoso. Ao fazer um vídeo e colocar na internet você fica suscetível às críticas. Para o vlogger a melhor forma de lidar com ela é focar no seu público alvo e procurar, nos comentários positivos ou não, aquilo que poder ser construtivo para seu trabalho. “O que for de xingamento, ofensa, não muda nada. Então eu foco só nas pessoas que gostam do meu trabalho, e as que não gostam eu filtro, se a pessoa está me falando uma dica legal, eu uso, senão ignoro. E eu acho que é dessa maneira que você tem que sobreviver nesse meio, cara, por que é um meio muito novo”, explicou.

Felipe Neto comentou ainda sobre o fim do “Não Faz Sentido”. Disse que desde sempre soube que um dia o canal acabaria. “Eu não podia apostar no mesmo formato pro resto da minha vida”, contou. A necessidade de adaptar o trabalho que fazia sempre fez parte dos planos de Neto. Mesmo sendo chamado de louco e de megalomaníaco por apostar em um coisa que seria criado do zero (Parafernalha) ao invés de algo que já estava dando certo (Não Faz Sentido). “Daqui a pouco eu sou casado, como cinco filhos, falando: “Previdência não faz sentido, aposentadoria”, entendeu? Então não ia fazer sentido nenhum (risos)”, brincou o empresário.

Texto e Foto: Umberto Nunes.

Entrevista: Italo Lopes.

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