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O Cine Humberto Mauro abre as portas, nesta terça-feira, 23, para um dos principais nomes do movimento expressionista alemão no cinema, Friedrich Wilhelm Murnau. Serão 39 sessões gratuitas entre os dias 23 de Fevereiro e 5 de Março que reúnem 12 filmes dos cineasta. Na filmografia da mostra está Aurora que ganhou, na primeira edição do Oscar, o prêmio de melhor filme e é, até hoje, considerado pela crítica como uma das obras mais importantes da história do cinema.

 

O estudante de Direito, César Moura, se reconhece como um amante da sétima arte e tem o filme Aurora numa longa lista de filmes prediletos. “ Definitivamente, um dos filmes mais belos de todos de os tempos! Com desenvolvimentos narrativos e técnicos inovadores e momentos que ficaram eternizados, como o casal se beijando em meio ao trânsito. Para definir Aurora nada mais acertado que a citação de Martin Scorsese sobre o filme: “poesia visual”, argumenta.

 

Outro cinéfilo declarado é o estudante de comunicação Matheus Ciolete, que, ao destacar a obra Nosferatu, revela se impressionar pela fotografia e pela atuação de Max Schreck, que interpreta o vampiro. “Esse filme  me marcou como o mais característico do expressionismo alemão, que tem como suas principais características temas sombrios, maquiagem em demasia e uma fotografia artística – a luz não é tratada de forma técnica, apenas para dar nitidez à imagem, agora ela passa a ser usada de forma dramática como ferramenta de linguagem cinematográfica – Características nítidas nesse filme de Murnau que contribuíram para uma evolução estética do cinema mundial “, explica.

 

Expressionismo

 

As obras de Murnau foram realizadas entre 1919 e 1931, época de ascensão do expressionismo alemão, que, segundo Ciolete, influenciou a história do cinema como um todo, “Tanto em conteúdo, forma e estrutura. De forma mais tangencial eu citaria a contribuição técnica principalmente relacionada à fotografia. É importante ressaltar a migração dos profissionais da área cinematográfica para fora da Alemanha devido a ascensão do partido nazista que manifestou incisiva animosidade com a estética sombria, com certo tom derrotista, que caracterizavam os filmes desse período. Além de serem filmes que surgiram num período pós primeira guerra, onde a desilusão assolava uma Alemanha destruída e ecoava nesses filmes que reproduziam na tela as muitas mazelas desse período. Com a dispersão de cineastas difundem-se  as técnicas cinematográficas pelo mundo.”, explica.

 

Apesar de Murnau ser um autor antigo, seus reflexos são perceptíveis até hoje. “O legado deste cineasta para o cinema, além da óbvia genialidade e sensibilidade de seus filmes, perpassa o intercâmbio Cinema de Autor Europeu/ Indústria de Hollywood. Murnau é um dos responsáveis pelo desenvolvimento do expressionismo no cinema, sendo um dos primeiros grandes mestres europeus, de um cinema mais artístico e elaborado, a levar seu talento para os EUA e fazer lá filmes com maiores pretensões comerciais, mas, mantendo a identidade original e sublime de suas obras, o que eu acho muito importante”, destaca César Moura.

 

Ainda sobre o legado do autor, Matheus Ciolete pontua:  “Sob uma análise mais concreta é quase impossível não citar as obras de Tim Burtom que é assumidamente fã dos filmes desse período e em uma espécie de pastiche invoca a estética expressionista na grande maioria de suas obras, em algumas com mais contundência, Edward, mãos de tesoura, de 1990, e em outras de maneira mais branda, como em Big Fish, de 2003.”

 

Serviço

Mostra F.W. Murnau: Sombras e Poesia

Período: 23 de fevereiro a 05 de março

Local: Cine Humberto Mauro – Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1537 – Centro

Entrada gratuita, com retirada de ingressos 30 minutos antes de cada sessão

Informações para o público: (31) 3236-7400

Veja a programação completa AQUI
Por: Bruna Dias

Veterano de oitenta e poucos anos destaca-se entre os diretores que estão iniciando suas carreiras com filmes de longa-metragem. O roteirista e diretor baiano, Luiz Paulino dos Santos, está entre os setes filmes escolhidos para a Mostra Aurora – espaço que prestigia iniciantes, com o documentário “Índios Zoró – Antes, Agora e Depois?”.

Não que Paulino não tenha em seu currículo grandes filmes, mas por ter ficado muitos anos sem produzir algum, os curadores selecionaram sua nova obra para competir com outros diretores dessa nova geração, como as cariocas Julia De Simone e Aline Portugal do filme Aracati e Lincoln Péricles, diretor do Filme de Aborto.

Com mais de sessenta anos de carreira, o roteirista e diretor Luiz Paulino dos Santos tem muita história para contar sobre sua jornada, tanto no cinema quanto vida pessoal. Nascido no interior da Bahia no ano de 1932, Santos foi criado por sua irmã mais velha, sua mãe veio a falecer quando ele acabara de nascer, foi o único dentre seus irmãos a ser alfabetizado. “Venho de uma família pobre, minha irmã comprou um ABC e me colocou na escola”, conta. Nunca quis ser médico ou doutor. “Passava a maior parte do meu tempo no cinema”, ressalta do diretor.

No início de sua carreira, mais precisamente em 1960, Luiz Paulino criou o roteiro e dirigiu o curta-metragem “Um dia na rampa”, filme tombado como Patrimônio Audiovisual, que se passava na rampa do Mercado Modelo, na capital da Bahia, Salvador, e mostrava as idas e vindas dos homens e os relacionamentos místicos com o mar. Além deste curta, Santos possui em seu currículo projetos como Barravento (1962), Mar Corrente (1967), Insônia (1980) e Crueldade Mortal, filme indicado ao Kikito de melhor filme no Festival de Cinema de Gramado em 1976.

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19ª Mostra de Cinema de Tiradentes

Índios Zoró – Antes, Agora e Depois?”, exibe o retorno do diretor Paulino após trinta anos a tribo indígena dos Zoró. Os adultos de hoje, que eram as crianças que tomavam banho nos rios durante sua primeira visita e alegravam a tribo, agora estão evangelizados e muito da sua cultura foi modificada. “Eles diziam que antes estavam perdidos adorando outros deuses que não existiam”, explica do Santos. “É um filme para nos fazer pensar no próximo, para pessoas do governo assistir e se conscientizar”, finaliza.

Assista no vídeo abaixo a entrevista do diretor Luiz Paulino dos Santos na 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes:

Matéria por Julia Guimarães
Fotos: Gael Benítez

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Imagem retirada da internet

Final de férias e um ótimo programa para fecha-la com chave de ouro é ir ao cinema. Com inúmeros títulos em cartaz é a boa pedida para toda a família. Não perca, cheque nossa lista e corra para o cinema mais próximo de você

Os Dez Mandamentos – O Filme*

“Acolhido pela filha do faraó ainda bebê, Moisés cresce como príncipe do Egito, mas volta-se contra sua família adotiva em favor do sofrido povo de Israel, que por ele deverá ser conduzido à libertação. Adaptação cinematográfica baseada na Bíblia e na novela homônima da Rede Record, um dos maiores fenômenos de audiência dos últimos tempos da televisão brasileira.”
Imagem divulgação

“Acolhido pela filha do faraó ainda bebê, Moisés cresce como príncipe do Egito, mas volta-se contra sua família adotiva em favor do sofrido povo de Israel, que por ele deverá ser conduzido à libertação. Adaptação cinematográfica baseada na Bíblia e na novela homônima da Rede Record, um dos maiores fenômenos de audiência dos últimos tempos da televisão brasileira.”

Onde posso assistir: DiamondMall/ Pátio SavassiCineart Cidade

Pai em Dose Dupla*

Imagem divulgação
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“Brad (Will Ferrell) é executivo em uma rádio e se esforça para ser o melhor padrasto possível para os dois filhos de sua namorada, Sarah (Linda Cardellini). Mas eis que Dusty (Mark Wahlberg), o desbocado pai das crianças, reaparece e começa a disputar com ele a atenção e o amor dos pimpolhos.”

Onde posso assistir: Cineart Cidade

Caçadores de Emoção – Além do Limite**

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“Um jovem agente do FBI (Luke Bracey) tem como missão se infiltrar em meio a atletas de esportes radicais, suspeitos de cometerem uma série de roubos nunca vistos até então. Não demora muito para que ele se aproxime de Bodhi (Édgar Ramirez), o líder do grupo, e conquiste sua confiança.”

Onde posso assistir: Cineart Cidade

Trumbo: Lista Negra*

Imagem divulgação
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“O roteirista Dalton Trumbo (Bryan Cranston) tem uma história singular em Hollywood: apesar de ter escrito algumas das histórias de maior sucesso da época, como A Princesa e o Plebeu (1953), ele se recusou a cooperar com o Comitê de Atividades Antiamericanas do congresso e acabou preso e proibido de trabalhar. Mesmo quando saiu da prisão, Trumbo demorou anos para vencer o boicote do governo, sofrendo com uma série de problemas envolvendo familiares e amigos próximos.”

Onde posso assistir: Cineart Ponteio Lar Shopping

Anomalisa**

Imagem divulgação
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“Michael Stone (voz de David Thewis) é um palestrante motivacional que acaba de chegar à cidade de Connecticut. Ele segue do aeroporto direto para o hotel, onde entra em contato com um antigo caso para que possam se reencontrar. A iniciativa não dá certo, mas Michael logo se insinua para duas jovens que foram ao local justamente para ver a palestra que ele dará no dia seguinte. É quando ele conhece Lisa (voz de Jennifer Jason Leigh), por quem se apaixona.”

Onde posso assistir: Usiminas Belas Artes Cinema/ Cineart Ponteio Lar Shopping

*A partir de 12 anos/ **A partir de 14 anos.

Por Ana Paula Tinoco

Filme Clarisse ou alguma coisa sobre nós dois encerra trilogia sobre a morte do diretor Petrus Cariry

O longa-metragem, Clarisse ou alguma coisa sobre nós dois, do diretor Petrus Cariry, conta a história e os dilemas de Clarisse para conseguir sua “libertação” após traumas vividos na infância que insistem em retornar durante a última visita feita a seu pai.

Com direção e fotografia de Petrus Cariry, a produção foi toda realizada no Ceará, “com uma equipe 90% cearense”, destaca a produtora e irmã do diretor, Bárbara Cariry.  O filme de suspense vem para encerrar a trilogia sobre a morte, produzida por Cariry.

Durante a exibição do filme, nesta quarta-feira (27), no Cine-Tenda na Mostra Transições, uma forte chuva despencou na cidade de Tiradentes, deixando a sala de projeção com um ar ainda mais apreensivo durante as cenas de suspense vividas pela personagem principal. “Algumas pessoas me perguntaram se as trovoadas faziam parte do filme ou eram da chuva. Não temos nenhum som de trovão no longa”, brinca o diretor. “Fui para a sala de projeção ajustar o som, já que o barulho da chuva e do vento estava mais alto. Foi interessante ver dali de cima a apreensão das pessoas”, conta.

Nesta quinta-feira (28), um bate papo entre publico e diretor foi mediado pelo curador e professor Pedro Maciel Guimarães, com a presença da crítica Guiomar Ramos.

Cariry possui uma longa conexão com a Mostra de Cinema de Tiradentes, já que seu primeiro filme da trilogia sobre a morte, “O Grão”, participou da Mostra Aurora há dez anos. O segundo filme da trilogia, foi gravado com orçamento de curta, e se chama “Mãe e Filha”.  O diretor, além de conversar sobre o filme e deixar uma interrogação sobre a história que ronda na sua produção, que pode ser interpretado das mais diversas formas, também apresentou ao publico um pouco do seu novo projeto previsto para ser lançado no segundo semestre de 2016. “O Barco será um filme menos sombrio, mas também fala sobre deslocamentos e sobre a luta para sair da ilha”, finaliza.

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O resultado das Mostras competitivas acontecerá no sábado dia (30) no Cine-Tenda e terá cobertura completa pelo Jornal Contramão em parceria com o Jornal Hoje em Dia.

Por Julia Guimarães e Gael Benítez
Foto capa: Divulgação do filme

Com grandes curtas metragens no currículo, as professoras e diretoras Aline Portugal e Julia Simone, estrearam na terça-feira, 26, o documentário de longa-metragem Aracati, no Cine Tenda da 19ª Mostra de Cinema de Tiradentes.

O filme, que traz “uma fotografia impecável e sútil”, segundo o crítico de cinema Ticiano Monteiro, foi produzido durante os estudos das diretoras sobre o vento Aracati, no Vale do Jaguaribe, no estado do Ceará. Mesmo que o foco seja a trilha do vento, moradores locais participam do filme e contam a história do Vale e de suas vidas na região cheia de mudanças desde a construção do açude Castanhão, que, segundo os locais, fez com que a cidade de Jaguaribara deixasse de existir.

O destaque da obra é dado ao som produzido pelo vento, pelo o movimento das águas e das árvores, e também a delicadeza como as imagens foram capturadas pelo diretor de fotografia Victor de Melo.

Durante as pesquisas para obter o resultado final, ainda foram gravados dois curtas, o “Estudo Para o Vento”, em 2011 e “Vento Aracati” em 2014. Com a renda arrecadada para a produção do longa, foi contratado o pesquisador Victor Furtado para auxiliar na busca de cenários e personagens, além de seguir a trilha do próprio vento Aracati.

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Aracati – Encontro com a crítica

No seminário realizado nesta quarta-feira, 27, no Cine Teatro Sesi, as diretoras Aline e Juliana, diretor de fotografia Victor Melo, e o pesquisador Victor Furtado bateram um papo sobre a produção do filme com o crítico de cinema Ticiano Monteiro e com o público presente. De acordo com as diretoras, a produção do filme levou cerca de sete anos. “O filme refaz o percurso do vento em busca de entender o que ele está movimentando naquele espaço”, explica a diretora Simone enquanto complementa também a diretora Portugal sobre o Vento Aracati, “Limites, divisão e espacialização”, finaliza. . As diretoras também produziram: Sinfonia.

Em entrevista para a UNA TV/ Jornal Contramão em parceria com o Jornal Hoje em Dia, a diretora Aline Portugal fala como foi produzir o longa e da sua experiência em participar da 19ª Mostra de cinema de Tiradentes.

Texto por Julia Guimarães
Fotos: Gael Benítez

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Belo Horizonte pode receber ainda no primeiro semestre de 2016, o Mini Festival Webfilm, projeto que tem como proposta disseminar nas fachadas de prédios da capital mineira, filmes e produções audiovisuais.

“A ideia do Mini Festival de Webfilm é ocupar a cidade com experiências audiovisuais, esse é o principal valor do festival, que quer trazer para a rua a experiência de assistir webfilms criativos e inspiradores, proporcionado encontros, gerando novas imagens e experimentações.”, explica Flávio Resende, idelizador e administrados da página do festival no facebook .

O evento que ainda está em fase de finalização contará com uma vasta programação.  ” programação será aberta a curtas, fashion films (Filme de Moda), filmes conceito, vídeos instalações, animação, food movies (Vídeos de Gastronomia) e Travel filmes, que estejam disponíveis também na internet.”, destaca Resende.

Serão mostrados trabalhos de produtores convidados e de novos talentos, que serão selecionados através de um edital, que segundo o idealizador deve ser divulgado até o final do mês.

O projeto não conta com o apoio de nenhum patrocinador e tem o objetivo totalmente colaborativo. Mais informações podem obtidas através da página do Mini Festival de Webfilm no Facebook 

Por Raphael Duarte