cinema

Por Bianca Morais 

A Dígito Zero é uma produtora que faz parte do Núcleo Audiovisual da Fábrica. Durante muito tempo a DZ, assim chamada carinhosamente por alunos e equipe,  se envolvia pouco em projetos institucionais e o seu trabalho era dar suporte ao curso de Cinema e Audiovisual em demandas práticas, comunicação com alunos e projetos de extensão. No entanto, desde que a produtora foi integrada a Fábrica, ela passou a ter um papel muito importante para toda a Una, sendo requisitada constantemente para produção de materiais de cunho institucional que vão de produção de podcasts, gravação de programas para o Youtube, à transmissões ao vivo. 

Estúdio de TV
Estúdio de Rádio

Além da Dígito Zero, dentro da Fábrica Audiovisual, encontra-se também o NAV, enquanto a DZ é a produtora, que faz os vídeos, programas, podcasts, animações, etc, o NAV é setor que disponibiliza todos os equipamentos e estúdios para a produtora trabalhar. Olhando pelo lado acadêmico, o NAV empresta aos alunos e professores aparelhos e ambientes para realização de práticas e trabalhos. 

A equipe completa da DZ conta com o técnico Mateus Felix, e a estagiária Malu Saraiva, no NAV temos os técnicxs Gladison Santos e Ariadne Tannus e a estagiária Milena Barbaro, e o líder de ambos laboratórios, Raphael Campos.

As Parcerias do Núcleo Audiovisual

Durante a série de reportagens dos 60 anos da Una, vimos muitos projetos de extensão desenvolvidos por diferentes cursos da faculdade, e por trás de grande parte deles, está a participação da Dígito Zero e Nav, na produção audiovisual.

No Gastrouna e UnaTrend, a equipe responsável por fazer as vinhetas e chamada dos alunos, no dia do evento, cobrem e fazem transmissões ao vivo. 

No Lumiar, eles fazem todo o processo de assistência técnica, montam as estruturas, as câmeras, ajudam a escolher e legendar filmes, como evento do curso de cinema, eles ajudam na produção geral.

“Fizemos um belo trabalho na cobertura do Una Trend 2019/2, foi um desafio transmitir ao vivo o evento em dois telões simultaneamente e produzir um showreel do evento. Destaco, também, a live Volta às Aulas 2021.1 que demandou muito da parte técnica e o resultado foi muito bom” comenta Raphael.

 

Suporte aos alunos

Sem deixar os alunos de lado, a Dígito Zero e NAV é um grande suporte não somente para o curso de cinema, mas a todos, principalmente ligados à área de comunicação, onde auxiliam em demandas práticas e projetos de extensão. O núcleo é muito procurado pelos estudantes para aprenderem ferramentas dos softwares de edição e animação. 

Além da produção constante de conteúdo importante para a vida profissional do aluno e o desenvolvimento de projetos de extensão, os núcleos oferecem um trabalho de monitoria aos alunos.

“Para os alunos nós somos um apoio, muitas vezes o professor não pode estar presente a todo momento, mas nós sim, estamos lá para ensinar o que eles podem e não podem fazer. Já peguei muito aluno desesperado com o programa, ‘eu não sei mexer nisso’ e eu vou e salvo a pessoa, você ajuda e o aluno e ele fica muito grato”, conta Isabela Fonseca, ex técnica do laboratório.

 

Projetos em Ação

Assim como o Jornal Contramão, a Fábrica Audiovisual está preparando matérias especiais para a comemoração dos 60 anos da instituição, o núcleo irá produzir uma série de vídeos intitulada “60 Anos em 60 Segundos”, com depoimentos de pessoas que têm a Una como um personagem importante em sua vida. 

Em parceria com o Contramão, também irão produzir o Papo com a Fábrica: Reitores, que será gravado no Una Cine Belas Artes. Um bate papo entre os reitores recentes da instituição, conversando sobre momentos marcantes da Una. 

“Vai ser um momento especial, acreditamos que o resultado será um registro histórico muito importante”, comenta Raphael.

Fachada Una Cine Belas Artes

Canal Fábrica AV

O Canal Fábrica AV no YouTube, é um projeto interno da Fábrica Audiovisual, onde são produzidos conteúdos em série que vão de videoaulas sobre equipamentos de áudio à crítica cinematográfica. Com o principal objetivo de auxiliar os alunos dentro da área do audiovisual, principalmente aqueles que mexem com essa parte mais próxima, como os estudantes de jornalismo e designer.

O projeto foi idealizado pela técnica Isabela, que atua na coordenação e apresenta seu próprio quadro, De Zero a Herói. Além do canal, eles ainda tem a página no Instagram.

“De segunda a sexta nós temos conteúdos relevantes para o mundo audiovisual e falamos de absolutamente tudo, do rádio, novela, cinema, fotofilmes, elementos que às vezes não são tão colocados na faculdade”, diz Isabela.

Para acessar o canal, clique no link. 

 

É de casa

Da equipe da Dígito Zero, Isabela Fonseca, com certeza, é uma das mais antigas, a técnica deixou o laboratório no final de julho. A ex- técnica entrou como estagiária em 2018, e durante 4 anos participou ativamente das atividades do núcleo.

Isabela Fonseca, ex-aluna da Una e ex-técnica do lab.

“Já ajudei a produzir diversas edições do Gastrouna, Unatrend, Lumiar. Já fiz coordenação de oficinas, fiz um projeto de clipe para a cantora Mariana Cavanellas, esse em específico eu tive que selecionar os alunos que iriam fazer parte da produção. Participei também de um que chama Gororoba, projeto filantropo onde eles ensinam gastronomia para pessoas trans, cobrimos todo o processo e filmamos todas as aulas com os alunos”, relembra Isabela.

Para Isabela, a Dígito Zero sempre foi sua casa dentro da Una, ali ela conseguiu o primeiro estágio, o primeiro emprego fixo, e onde passou a maior parte de sua graduação, trabalhando durante o dia e realizando seu Trabalho de Conclusão de Curso.

“Eu chegava lá por volta das 7 da manhã e ia embora às 22h30, eu passava basicamente dois terços do meu dia inteiro dentro da Dígito, lá foi o lugar que me proporcionou conhecer pessoas maravilhosas, tem amigos lá que se tornaram família para mim”, completa ela.

Foi na Dígito Zero, que Isabela deu os primeiros passos no mundo do audiovisual, aprendeu a trabalhar em diversos programas importantes e melhorou sua performance em diversas áreas, como edição.

“Eu sou animadora e aprendi o After Effects, essa habilidade de animação eu vou levar para toda minha vida. Aprendi a mexer em câmera, eu não tinha noção nenhuma de como trabalhar e hoje eu sei configurar, montar, guardar, guardar equipamentos, fazer pré e pós produção, roteiro, eu sei fazer tanta coisa que eu não sabia fazer antes de entrar na DZ”.

Muito além de produção, a jovem também aprendeu a coordenar e liderar, organizar equipes, fazer escolhas, a se comunicar melhor com as pessoas. “Sempre fui uma pessoa um pouco mais fechada, de programa, aquela que fica na pós produção, eu e o computador, e de repente eu tinha que lidar com aluno, professor e tudo isso foi de grande importância para mim”.

O Nav

Gladison Santos, é técnico do Nav há 4 anos, e em entrevista explicou um pouco mais sobre o núcleo que junto a Dígito Zero formam o Audiovisual da Fábrica.

Gladison Santos

1. O que é o NAV e desde quando ele existe?

O NAV é um núcleo criado em 2011 que coordena os equipamentos e laboratórios audiovisuais da Una Liberdade

 

2. Qual papel ele desempenha?

A função do NAV é ajudar os alunos e professores com empréstimo de equipamentos e o uso dos estúdios.

 

3. Quais são os suportes que o NAV oferece para os alunos?

Damos suporte aos alunos emprestando equipamentos para produção de conteúdo audiovisual, ensinamos como usar os equipamentos e também auxiliamos em edições no laboratório iMac através de um estagiário.

 

4. E para a instituição?

Nosso suporte para a instituição é com o empréstimo dos equipamentos para as produções de vídeos feitos pela Dígito Zero e outros laboratórios como: Una 360 e o próprio Contramão.

 

5. Quais são os cursos que mais procuram pelos equipamentos do NAV e o que eles geralmente procuram?

O curso que mais procura pelos equipamentos do NAV é o de cinema, seguido de perto pelo jornalismo. A procura são por equipamentos gerais para criação de vídeos, sendo as câmeras (fotográficas que filmam) as mais procuradas.

 

6. Qual a diferença você vê no NAV de quando entrou para hoje?

Além dos técnicos que mudaram, hoje temos um envolvimento maior nas produções, inclusive Lives, temos mais equipamentos e conseguimos ajudar mais alunos, professores e laboratórios. Hoje o NAV faz parte da Fábrica Audiovisual, um “braço” da Fábrica e isso foi uma grande, e boa, mudança. Temos também um perfil no Instagram (@fabrica_av) com dicas diárias do mundo audiovisual e também um canal no YouTube (Fábrica AV) com quadro sobre edição de vídeo, oficina sobre equipamentos e resenha de filmes (até o momento).

 

7. Como técnico do NAV, como você procura ajudar os alunos? E quais as principais dificuldades eles mais apresentam?

Como técnico tento ajudar os alunos a escolher os melhores equipamentos para cada tipo de produção, para cada projeto, além de mostrar como cada um funciona. A maior dificuldade é em relação aos equipamentos de áudio e o laboratório de rádio, estes realmente são mais complicados e os alunos geralmente pedem a nossa ajuda.

 

8. Na sua opinião, qual a importância do NAV para a Una?

Eu acredito que o NAV seja muito importante pois proporcionamos aos alunos a praticarem o que aprenderam na sala de aula aumentando ainda mais o conhecimento. Sem o suporte do NAV / Fábrica Audiovisual as produções audiovisuais teriam mais dificuldades para serem realizadas.

 

Com a palavra, o líder

Rapahel Campos

“Acredito que é muito importante termos uma produtora audiovisual funcionando dentro de uma unidade tão diversa, produtora e criativa. É um espaço para o aluno experimentar e aprender, a DZ oferece isso aos alunos. Ela é um local de aprendizado para todos os estudantes, uma troca constante de conhecimento e experiência. Hoje todo o time é composto por alunos e ex-alunos da instituição, faz parte do nosso DNA dar espaço e a base necessária para os alunos evoluírem profissionalmente.

Durante a pandemia nós nos reinventamos, substituímos o suporte presencial pelo online através de postagens diárias no Instagram de muitos conteúdos técnicos do cinema e audiovisual. Hoje contamos com mais 400 postagens que vão de curadoria de filmes e séries a tutorias de motion graphic” – Raphael Campos

 

Edição: Daniela Reis 

Por Keven Souza

Criada em 2009, pelos diretores André Novais Oliveira, Gabriel Martins, Maurílio Martins e pelo produtor Thiago Macêdo Correia, a produtora mineira Filmes de Pástico já foi selecionada em mais de 200 festivais nacionais como o Festival de Cinema de Brasília e a Mostra de Cinema de Tiradentes, além dos internacionais como o Festival de Cinema de Locarno, Festival de Rotterdam, Indie Lisboa, Festival de Cartagena, Los Angeles Brazilian Film Festival e entre outros, ganhando mais de 50 prêmios. 

Fundadores da Filmes de Plástico

Como uma das séries de conteúdos dos 60 anos da Una, o Contramão traz, hoje, um bate-papo com Gabriel Martins, sócio-fundador da produtora, que tem 33 anos de idade e é Diretor, Cineasta, Roteirista e Produtor Cinematográfico, formado pelo pela instuição em 2010. Martins acredita na Una como um espaço que oferece o encontro entre pessoas que amam cinema e que queiram dialogar e aprender sobre o universo cinematográfico, além de tudo foi roteirista em 2014 do filme “Alemão” e possui produções em catálogo na plataforma de streaming Netflix, com o filme “Temporada”

Nessa entrevista, Gabriel relembra sua trajetória como graduando de Cinema que possuía o anseio de realizar projetos, ainda na faculdade, e que construiu experiências formidáveis através da Una para alavancar os seus sonhos no setor de produção audiovisual. Além disso, nos conta sobre sua carreira de cineasta ao longo dos anos, junto à produtora. 

Gabriel Martins da Filmes de Plástico e ex-aluno da Una

1) Como começou a sua carreira no Cinema? 

Considero que comecei minha carreira no cinema com meu primeiro filme “4 passos” que dirigi na Escola Livre de Cinema em 2005, antes de entrar na Una. Até hoje é significativo para mim, porque através dele errei muito e pude aprender com isso, sem falar na circunstância limitada para produzi-lo, que na época, possuía poucos recursos que consequentemente forçou a minha criatividade na execução. 

 

2) O que propiciou você a escolher estudar Cinema e por quê escolheu a Una? 

Sempre quis fazer Cinema, é um sonho desde pequeno pelo universo audiovisual e me encantava ver televisão e assistir making-of, bastidores de filmes, e nunca me passou pela cabeça cursar outra coisa. A escolha de estudar na Una aconteceu em 2006, quando tentei o vestibular, minha intenção era entrar para uma universidade pública e não particular, mas realizei o vestibular na Una para testar meus conhecimentos e como resultado consegui bolsa integral e tive a oportunidade de cursar o curso, foi interessante porque a princípio, naquele época, era a única faculdade que ofertava o curso só de Cinema. 

E foi através da faculdade que consegui fazer um estágio importante no laboratório, que tive possibilidade de ter contato com muitos equipamentos da área e aprender muito sobre eles. 

 

3) Quando era aluno, você participava de projetos voltados ao curso de Cinema, como por exemplo o Lumiar? O que agregaram na sua formação profissional?

Infelizmente, quando estudei não existia o Lumiar, mas criei o Cineclube, que funcionava depois das aulas e várias pessoas iam lá para ver filmes. Nessa época frequentava muitos festivais, e antes de entrar na Una, era crítico da área e escrevia sobre cinema em uma revista, tinha um network muito forte que consequentemente ajudava a levar muitas discussões importantes pro Cineclube. Digo que foi uma parte excepcional como estudante, porque agregou muito conhecimento para mim e para o projeto, nos encontros se formavam muitas equipes que eventualmente vinham a fazer filmes juntos. 

 

4) A ideia de criar a Filmes de Plástico, veio de onde? 

A Filmes de Plástico veio de encontro entre eu e Maurílio Martins na Una, nos conhecemos no primeiro dia de aula, fomos da mesma turma, e desde o início queríamos filmar e fazer algo que possibilitava assinarmos filmes que queríamos fazer em nosso bairro. Na época, morávamos na periferia de Contagem e havia muitas ideias, uma vontade grande de produzir juntos. 

É interessante dizer também que as nossas produções não tem uma mensagem específica, só fazem parte do universo e que a partir disso, buscamos filmar personagens que trazem empatia com o público e mostram realidades diferentes, provando que, em meio às adversidades, é possível, sim, fazer cinema.

 

5) Devido ao cenário imposto pela pandemia, a cidade (o mundo) sofreu interrupções nas produções. De que forma a Filmes de Plástico se adaptou a esse desafio? 

A Filmes de Plástico teve que se adaptar à pandemia, porque diversos projetos que esperávamos filmar por agora, foram congelados e nesse meio tempo utilizamos o período para desenvolver os roteiros e preparar melhor os projetos, e não tem sido fácil, tivemos algumas questões para nos mantermos de pé enquanto produtora e efetuar outros trabalhos, mas compreendemos que o mundo em si esteve em pandemia contra a Covid-19 e nós como produtora focamos em tarefas que poderiam ser feitas a distância. 

 

6)Existe algum impasse, por causa deste cenário, em fazer crescer ainda mais a produtora?

Com certeza! São dois anos que o mundo de certa forma se estagnou, e a produtora em si mediante o cenário, interrompeu as produções de caráter físicos como a gravação de filmes de longa-metragem e ficamos um pouco impossibilitados de se movimentar mais, mas de alguma forma a pausa não foi negativa, tivemos a oportunidade analisar onde a produtora poderia chegar futuramente, repensar mesmo sobre a nossa caminhada daqui pra frente.

 

7) O que podemos esperar sobre os próximos lançamentos?

Com ineditismo, por agora, temos dois filmes a serem lançados comercialmente, um deles se chama “A felicidade das coisas” dirigido por Thais fujinaga, que é um filme estreado no International Film Festival Rotterdam (IFFR) neste ano e que ano que vem pretendemos colocar em cartaz. O outro é o meu próximo longa-metragem que se chama “Marte Um”, que está em pós-produção e com lançamento, também, previsto para o primeiro semestre do ano que vem.

 

8) Como você entende a evolução do Gabriel que estudou Cinema na Una, para o Gabriel de hoje? 

Minha evolução é nítida, ao longo da trajetória aprendi e errei ao fazer filmes de longa ou curta-metragem, e também em produções de outra pessoas, acho que a experiência me trouxe mais serenidade, me ensinou a entender que às vezes é melhor ter menos urgência e obter mais calma no passo a passo, dando tempo ao tempo.

 

9) Qual conselho você daria aos graduandos do curso de Cinema e Audiovisual em relação às oportunidades de mostrarem o seu trabalho, em um festival como o Lumiar?

O conselho é que as pessoas se joguem nos projetos, criem novos, como o Lumiar foi criado, porque é a partir deles que muitos alunos podem sair da faculdade tendo sua própria produtora. É necessário pensar no seu caminho a seguir, filmar incansavelmente mesmo que você não tenha todos os recursos suficientes, colocar suas ideias em prática e cultivar o ato de fazer cinema é necessário. 

É importante aproveitar também todas as oportunidades de festivais universitários que vier a ter, absorver o máximo que puder desses ambientes para adquirir informações, conseguir ter contato com mais filmes brasileiros e conhecer pessoas que estão em um lugar mais próximo que você, em uma mesma fase da vida que estudam e tentam fazer filmes.

 

Edição: Daniela Reis

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Por Tales Ciel 

Todo grande cineasta tem que começar de algum lugar, e o audiovisual, como toda forma de arte, consegue aproveitar bastante a universidade para iniciar suas experimentações e produções. Guilherme Jardim é co-diretor e roteirista do curta-metragem “Dois”, junto com Vinícius Fockiss. Jardim também é aluno do Centro Universitário Una e integrante da agência Una 360.

O curta conta a história de Bernardo e Luix, que buscam aproximação afetiva durante o período de distanciamento social e, em meio ao caos, tentam descobrir outras formas de amar. Foi contemplado pela 6ª Edição do Prêmio BDMG Cultural, nomeado Melhor Filme pelo Júri do Festival Kinolab Tela Digital 2021, e mais. Guilherme Jardim conta um pouco sobre o seu processo de criação de um filme independente e as algumas das dificuldades de produção em meio ao isolamento social.

Em parceria com o Contramão, o Núcleo de Relações Públicas e Cultura traz o Palco 360: onde os estudantes que integram a equipe podem exibir suas produções e trabalhos. Guilherme concedeu uma entrevista sobre seu filme e nos contou sobre sua vida profissional e a produção de “Dois”.

Como é o processo de produção de um filme?

Esse processo de elaboração de filme, pra mim a princípio é um processo muito aberto. Porque, normalmente, pode ser uma frase que me motiva a escrever um roteiro, pode ser uma imagem que eu vi e que tive vontade de fazer uma história baseada nela, pode ser de alguma história que já escutei. Então depende do caso.

O filme “Dois”, por exemplo, que é o filme que eu faço roteiro e direção, surgiu a partir de uma frase que tinha anotado num tipo de bloco de notas do celular. E a partir dali, fui moldando essa história junto com o Vinicius Fox, que é meu amigo e fez esse filme junto comigo. E a gente chegou onde o “Dois” é hoje.

 

Quais as dificuldades que mais te testaram durante o projeto de “Dois”?

As maiores dificuldades que eu enfrentei durante o processo de criação do “Dois” foram, primeiro: o filme foi idealizado e desenvolvido durante a pandemia do coronavírus; o início da pandemia. Então a gente já tinha a primeira dificuldade de produção que seria fazer um filme em dupla à distância. Não podendo nos encontrar e tudo mais.

E aí, depois, também de direção à distância. Porque é um filme que envolve dois atores, o Bernardo Rocha e o Luis Gabriel, e que se fala muito sobre amor em meio ao caos. Então tinha também essa diferença entre a realidade que estávamos vivendo e o que queríamos propor junto ao filme.

Fazer esse direcionamento, tentar se aproximar dos atores e criar essa relação mais íntima mesmo à distância, acho que foi a maior dificuldade. Mas ao mesmo tempo, também, foi a maior alegria, assim, dentro do filme. Porque, eu acho que todo esse processo acabou fortalecendo a mensagem que a gente queria passar com o “Dois” e o queremos propor com essa história. Então, até no meio dessas dificuldades, a gente acabou conseguindo criar novos caminhos, para que as coisas fossem possíveis mesmo de acontecer.

E eu acho que se fazendo cinema universitário independente, precisa ter muita dessa força; de tipo, tem que querer um pouquinho mais do que o normal. Porque qualquer coisa desanima e, enfim, a gente precisa ter essa consistência e acreditar nas coisas que a gente faz.

 

Como é conseguir/ter o apoio da instituição?

É, ter a universidade como apoio no processo facilita alguns passos, principalmente quando a gente tá desenvolvendo a escrita do projeto. Nas aulas a gente tem as orientações dos professores, que têm experiências diversas. Então, isso acaba agregando muito nesse processo de criação e eu acho que é um facilitador também. Muitas vezes nós ficamos em dúvida, inseguros com o que estamos propondo e é bom ter esse apoio junto aos professores, de mostrar a sua ideia e compartilhar e ir construindo juntos.

Acho que um ótimo exemplo no processo do “Dois” foi a nossa relação com a Mariana Mól, que era professora na época da disciplina de P.I. de ficção, e a gente tinha um diálogo muito aberto, muito horizontal. Muitas vezes nós chegávamos com uma ideia e – uma ideia embrionária, que seja – e conversava, e acabavam surgindo novas ideias no meio disso.

Também tem muito haver com o se questionar, sabe? Acho que a universidade dá também essa oportunidade para sermos mais críticos com os trabalhos que fazemos. Colocam a gente pra pensar: ‘Que história é essa?’; ‘Onde que a gente quer chegar com essa história?’; ‘Por que que a gente tá contando ela?’. E ter argumentos plausíveis e profundos. Ao meu ver, acho que cada caso é um caso, e pro “Dois” foi muito importante se questionar várias coisas, acessar memórias afetivas e ter essa troca mesmo; essa relação coletiva e horizontal com todo mundo que estava, de alguma forma, desenvolvendo esse projeto.

Até teve um caso muito marcante, que eu amo, que foi quando estávamos tendo uma das orientações com a Mariana e ela lembrou de um livro da Ana Maria Martins – Como Se Fosse A Casa. Ela lembrou de um poema específico e falou: “Olha, pelo que vocês estão me falando, me lembrei disso aqui!”. E nós estávamos numa reunião ao vivo e ela meio que abriu o guarda roupa, pegou o livro na hora e leu pra gente. Depois mandou as fotos, para termos o acesso, também, digitalmente, caso fosse interessante usar. Enfim, [usar] como uma inspiração e acabou virando, sim, uma das coisas que usamos de referência. E acho que, também, essa construção afetiva, sabe? Do filme, junto aos professores; acaba criando um corpo que [vai] além do que a gente consegue imaginar e querer. É muito natural e muito bonito.

 

Se pudesse citar um dos seus projetos favoritos, qual seria?

O “Dois” foi um processo muito íntimo pra mim. Tanto pela troca com o Vinicius, de pensar nisso juntos, sabe? Tanto [quanto] fazer um filme para que eu acreditasse no meu potencial. Eu estava vindo, antes do Dois, de um processo que eu me desacreditava muito. Das coisas que eu poderia propor. Eu não me via muito nesse lugar, principalmente de roteiro; tinha muita dificuldade de me enxergar ali. Acho que o “Dois” veio como esse “clareamento das retinas”, “uma correção da miopia”, onde era tudo embaçado pra mim. Acabou ficando mais claro, mais amplo; consegui enxergar mais longe. Eu consegui criar possibilidades a partir do que eu tinha.

O “Dois” também vem muito junto com o meu entendimento com o cinema, que tipo de cinema eu quero fazer. E tem muito haver com um termo que eu gosto de usar, que se chama: auto-ficção. Que é o compartilhamento das coisas que eu vivi e que vivo, e ao mesmo tempo, das coisas que eu invento. Como eu consigo pegar da experiência e transformá-las, também, a partir das coisas que eu queria viver.

 

Qual dica você daria pra si mesmo e os outros?

A dica que eu daria, tanto pra mim e pra outras pessoas seria de ficar sempre atento. Eu acho que o cinema se dá muito ao olhar. Pra quem curte esse tipo de produção hereditária, uma produção que fala sobre nós (eu com um realizador, não-binário, lgbtqia+), é da minha vontade criar imagens pensado nesses corpos e como que eu posso representá-los. É mais sobre a representação do que a representatividade. E como que, a partir da minha vivência e das coisas que eu acredito, posso propor novos imaginários e fazer esse processo de abrir caminhos; abrir mentes.

Enfim, para quem gosta desse tipo de cinema, a dica é estar atento às suas memórias, as coisas que você está vivendo no agora. Eu acho que tem muita coisa que a vida acaba trazendo e a partir [disso], talvez, igual o “Dois”, uma frase que se escreve num bloco de notas, acabe virando filme.

 

Edição: Daniela Reis

Revisão: Keven Souza

 

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*Por Daniela Reis 

A 93ª edição do Oscar aconteceu neste domingo com uma sistêmica bem diferente dos últimos anos, devido à pandemia da covid-19. Com uma platéia inferior a 200 pessoas, que se revezavam no local, o grande destaque foi para o drama americano “Nomadland” que levou três estatuetas. Sendo o prêmio principal, de melhor filme, além de  Direção, para Chloé Zhao, e Atriz, para Frances McDormand.

As atrações musicais, que sempre são aguardadas, foram gravadas e apresentadas antes da premiação que mais agraciou mulheres. Foram 17 estuetas para elas.

A noite  foi bastante dividida, seis filmes levaram duas estatuetas cada: “Meu pai”, “Mank”, “Soul”, “Judas e o Messias Negro”, “A voz suprema do blues” e “O som do silêncio”.  Anthony Hopkins superou o favoritismo de Chadwick Boseman e venceu como Melhor Ator por seu trabalho em “Meu pai”.

Confira a lista dos 23 vencedores:

Melhor filme – “Nomadland”
Melhor direção – Chloé Zhao: “Nomadland”
Melhor ator – Anthony Hopkins: “Meu pai”
Melhor atriz – Frances McDormand: “Nomadland”
Melhor filme internacional – “Druk – Mais uma rodada” (Dinamarca)
Melhor atriz coadjuvante – Youn Yuh-jung: “Minari”
Melhor ator coadjuvante – Daniel Kaluuya: “Judas e o messias negro”
Melhor roteiro adaptado – “Meu pai”
Melhor roteiro original – “Bela vingança”
Melhor figurino – “A voz suprema do blues”
Melhor trilha sonora – “Soul”
Melhor animação – “Soul”
Melhor curta de animação – Se algo acontecer… te amo
Melhor curta-metragem em live action – “Dois estranhos”
Melhor documentário -“Professor Polvo”
Melhor documentário de curta-metragem – “Collete”
Melhor som – “O som do silêncio”
Canção original – “Fight for you”: “Judas e o messias negro”
Maquiagem e cabelo -“A voz suprema do blues”
Efeitos visuais -“Tenet”
Melhor fotografia -“Mank”
Melhor edição -“O som do silêncio”
Melhor design de produção – “Mank”

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Por Bianca Morais 

O Lumiar, Festival Interamericano de Cinema Universitário, é uma atividade de extensão realizada pelos professores e alunos do curso de Cinema e Audiovisual do Centro Universitário Una e recebe produções cinematográficas de todos os países da América. 

O evento começou em 2014, idealizado pela coordenação do curso e realizado pelos alunos. A primeira professora a produzir o Lumiar foi a Úrsula Rosele, que participou ativamente na curadoria de todas as sete edições do evento. 

O Lumiar sempre aconteceu de forma aberta ao público amante do cinema, no Cine Humberto Mauro (Palácio das Artes), sendo uma parceria do curso com o espaço. Em sua última edição, no entanto,  devido à pandemia do Covid-19, o evento aconteceu pela sua primeira vez de forma online. Apesar do festival ser produzido pela Una, ele não é focado apenas nos estudantes. Desde o seu início, em 2014, ele cresceu de maneira enriquecedora e hoje alcança o grande público.

O festival conta com uma premiação, sendo assim, estudantes de toda a América podem concorrer enviando seus filmes. O edital do evento, geralmente, permite o envio de um curta metragem com qualquer gênero, formato e temática, esses curtas são avaliados por uma comissão formada por professores e alunos que selecionam os finalistas que serão exibidos na mostra competitiva.

Antes da pandemia, quando o evento acontecia de forma presencial, os filmes finalistas eram analisados pelo Júri Oficial e pelo público presente que também recebia cédulas para votar, infelizmente com o formato online o voto popular acabou sendo extinguido. 

Além da mostra competitiva, o Lumiar também apresenta uma programação extensa que inclui palestras, oficinas, cursos, bate-papos, shows, entre outros. Conheça a seguir um pouco das edições anteriores do festival.

Lumiar 2014

Em sua primeira edição, o festival aconteceu entre os dias 3 a 8 de novembro e recebeu filmes de 6 países diferentes: Brasil, Cuba, Argentina, Colômbia, Uruguai e Estados Unidos.

Os filmes foram exibidos no Cine Humberto Mauro e a programação teve uma palestra sobre o Cinema Universitário brasileiro, ministrada pelo assessor internacional da Ancine, Eduardo Valente, debate sobre Os desafios do ensino de cinema e três oficinas.

 

Lumiar 2015

Na segunda edição, que aconteceu entre os dias 6 e 12 de novembro, o festival contou com um total de 148 inscrições de filmes universitários vindos de instituições da Argentina, Canadá, Colômbia, Equador e Estados Unidos. Do Brasil tiveram curtas de Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Santa Catarina, Sergipe e do Distrito Federal. A programação mais uma vez incluiu palestras, debates e oficinas. 

 

Lumiar 2016

A terceira edição do evento abordou o tema “Mulheres no Cinema”. Organizado pelas professoras Mariana Mól e Ursula Rosele, o evento discutiu questões importantes como os espaços, as preocupações e as perspectivas das mulheres no cinema. Ao todo, 248 curtas-metragens foram inscritos para a Mostra Competitiva Interamericana e 37 selecionados para a final. 

 

Lumiar 2017

O quarto Lumiar teve início com todos os ingressos para a primeira sessão esgotados. O filme exibido foi “Esfera Máxima”, de Marcos Assunção, vencedor do 3°edital Lumiar de Apoio à produção de curta-metragem, promovido pelo curso de Cinema e Audiovisual da Una. Após a exibição teve um bate-papo com a equipe de direção do filme. Neste ano, o festival homenageou o produtor executivo João Vieira Jr.

 

Lumiar 2018

Em 2018, a quinta edição do Lumiar teve o tema “Verbo Político”. O assunto abriu uma discussão sobre as diversas formas de atuação política que envolvem nosso cotidiano e discutiu como o cinema e audiovisual tem respondido à conjuntura política dos últimos anos e quais serão as possibilidades de atuação e efetividade dessas ações. A programação envolvendo conversas, mostras, debates e sessões de filmes aconteceu no Cine Humberto Mauro e no Campus Liberdade, a festa de encerramento aconteceu no Zona Last.

 

Lumiar 2019

A sexta edição do festival apresentou a temática “Cinema e Teatro: Diálogos Contemporaneos”. A ideia foi refletir sobre as relações contemporâneas entre o cinema e o teatro, tanto do ponto das obras, quanto em relação aos processos criativos. Durante toda a semana do Lumiar, houve convergências entre cinema e teatro, tanto nas exibições de filmes, como nos debates e bate papos.

 

Lumiar 2020

A última edição do Lumiar aconteceu pela primeira vez de forma online por conta da pandemia. O tema foi “Estado de contingência” relacionado a esse momento de incertezas. A Mostra Competitiva contou com 23 curtas vindos do Brasil, México, Peru, Colômbia, Cuba e Argentina. A programação foi bem diversificada com debates, mesas de bate papo e lançamento de livro. 

A sétima edição do Lumiar teve também uma sessão de Filmes no Isolamento, que foram produzidos exclusivamente pelos alunos do curso de Cinema e Audiovisual da Una. Inicialmente o evento aconteceria no mês de maio de 2020, porém a programação foi interrompida por conta da pandemia. Todos os filmes que participaram da Mostra Competitiva eram de 2019 e 2020 e foram recebidos pelo Júri até fevereiro, por isso, eles não retratam a situação de isolamento.

Quando a produção do Lumiar voltou em agosto, sentiu-se a necessidade de falar desse momento em que vivemos. Um edital especial foi aberto para os alunos enviarem suas produções feitas nesse tempo. Foram selecionados seis filmes para a exibição.

Desde que começou em 2014, o Lumiar vem sendo um grande incentivo aos alunos de Cinema e Audiovisual, não apenas do Centro Universitário Una, como de toda a América, a colocar a mão na massa e produzir seus filmes. A Una sempre motivou seus estudantes a produzirem, a estrutura do Campus Liberdade, onde é ministrado o curso, disponibiliza para eles todo o equipamento necessário para a criação, eles ainda contam com o apoio da produtora Dígito Zero, do estúdio e dos professores sempre dispostos a ajudar. Não é para menos que atualmente o Lumiar é um festival de cinema conhecido muito além do Brasil, tudo isso é graças ao esforço e bom trabalho de toda equipe docente e discente que levaram seu nome e popularidade para fora do país.

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*Por Bianca Morais

A Mostra de Cinema de Tiradentes chega à sua 24°edição com versão totalmente online e gratuita, devido a pandemia do novo Coronavírus. A programação diversificada estará em cartaz de 22 a 30 de janeiro.  

O evento é considerado o maior do cinema brasileiro contemporâneo e apresenta sempre o que há de mais inovador e promissor na produção audiovisual brasileira, em pré-estreias mundiais e nacionais, uma trajetória rica e abrangente que ocupa lugar de destaque no centro da história do audiovisual e no circuito de festivais realizados no Brasil.

A Mostra Tiradentes deste ano exibirá um total de 114 títulos de 19 estados brasileiros. Os filmes estão em pré-estreias nacionais e foram selecionados por um forte grupo de críticos e pesquisadores. Os longas-metragens ficaram a cargo dos críticos Francis Vogner dos Reis e Lila Foster. A curadoria dos curtas foi assinada por Camila Vieira, Tatiana Carvalho Costa e Felipe André Silva.

Felipe André Silva é um dos curadores do evento, para ele essa experiência tem sido muito instigante e curiosa, principalmente por se diferenciar das que já trabalhou. Felipe já foi cineclubista por alguns anos e depois colaborou na seção de longas do Janela  Internacional de Cinema do Recife.

“Esses dois trabalhos têm em comum o processo intuitivo e complexo de ir buscar os filmes, pesquisar o que acontece de interessante, tentar criar uma linha coerente a partir de uma proposta puramente pessoal. Já Tiradentes é um trabalho mais “tradicional”, no que diz respeito a seguir o protocolo de avaliar apenas filmes inscritos, e a partir desse universo restrito tentar dar conta do que acontece de interessante na produção nacional durante aquele período”, conta ele.

O curador acredita que a seleção de curtas deste ano conseguiu cumprir sua missão apesar dos diversos problemas que vive tanto o cinema brasileiro quanto do resto do mundo. “Felizmente ainda estávamos num período transicional, por assim dizer, então muitos filmes tradicionalmente narrativos, e experimentos curiosos surgiram para nós, mas fica a dúvida do que será essa próxima etapa do cinema brasileiro, estagnado tanto pela pandemia quanto pelo desmonte das políticas de fomento” complementa.

A Mostra de Cinema é um evento muito além do audiovisual, é uma manifestação artística que conta com uma programação cultural extensa. Mostras temáticas, homenagem, oficinas, debates, seminário, mostrinha de cinema, exposições, live-shows, performance audiovisual, encontros e diálogos audiovisuais e atrações artísticas são alguns dos exemplos do que está presente.

Assim como nos anos anteriores, a mostra irá contar com o Encontro com o filmes e os debates. Nos Encontros com os Filmes, críticos e pesquisadores convidados irão discutir alguns filmes em exibição com a presença dos realizadores e dos espectadores. Nos debates, discussões conceituais em diálogo com a temática deste ano e a produção brasileira contemporânea.

O tema desta edição é “Vertentes da Criação”, proposto pelos curadores Francis Vogner dos Reis e Lila Foster, reflete como realizadores audiovisuais se relacionam com a construção das imagens e sons na busca pela poética de seus filmes.

“O convite a esse exercício de pensar os caminhos do cinema pode criar um léxico, novas palavras, acionar o campo de expressão das experiências particulares do trabalho de criação, um trabalho que não está isolado dos processos mais amplos do mundo (econômicos, técnicos, políticos), mas dele toma parte ativa com mais proximidade ou com uma calculada e necessária distância”, afirma Francis Vogner dos Reis.

A abertura do evento terá a exibição do filme inédito e em finalização “Obstinato”, dirigido pela homenageada Paula Gaitán. A cineasta é uma artista incontornável do cinema brasileiro, ela é a pura representação do tema da edição, uma vez que seus filmes se empenham sempre em buscas distintas. Além de cineasta é também artista plástica, fotógrafa e poeta. Paula está por trás de grandes obras cinematográficas, Vida, Agreste, Exilados do Vulcão, Memória da Memória, Noite, o videoclipe Mulher do Fim do Mundo da Elza Soares, É Rocha e Rio, Negro Léo, Sutis Interferências, entre outras.

O encerramento, no dia 30, terá a pré-estreia de Valentina, de Cássio Pereira dos Santos.

A programação completa do evento já está site oficial, confira.