Contramão HUB

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Por Débora Gomes – . as cores dela . – Parceira Contramão HUB

eu vou lembrar o seu sorriso mais bonito, que sempre me aparecia quando era verão.
os olhos apertadinhos pelo sol, a voz leve de quem está sempre indo. e a gente nunca sabe pra onde. nem por que.
vou lembrar sua forma leve de abrir portas e de libertar meus medos, de criar sonhos, de fazer planos e de odiar invernos.
naquele meu jeito meio torto de te gostar direito, um silêncio que nunca quis ser vazio, porque cê preenchia todos os espaços em branco de mim.
e vou lembrar os abismos (os meus) até entender que eles diziam muito mais sobre ocê, que sobre mim.
porque desde um tempo que é sempre, eu aprendi que aquilo que te fazia livre, podia me libertar também…

eu vou guardar essa raiz que eu criei n’ocê e que me fez querer girar e girar pelo mundo.
porque era isso que cê me dava: um par de asas pra voar e me fazer chegar onde eu quisesse. e cê sabe que eu fui muito longe…
vou guardar o primeiro dia – aquele! – em que cê chegou e eu não tinha ideia do que te fazia tão bonito.
por fora, por dentro. inteiro… e mesmo assim, eu nunca tive medo. e acho até que nem ocê.
e vou guardar as palavras bonitas, as promessas de saudade, o coração em festa.
porque faz parte do meu tempo mergulhar na vida que cê me trazia nos olhos e na voz, por um tempo que eu nem sei em ti contar.

eu vou ter todo o tempo do mundo pra esquecer… 
aos poucos, os detalhes vão se apagar, 
a memória a se desdobrar em pausas, 
o coração volver tranquilo sem a doçura das esperas.
vous ne savez pas,
mas eu já deixei de ser mar há muito tempo…

Por Tiago Jamarino – Start – Parceiros Contramão HUB

Depois de revelar a primeira palavra falada em Star Wars: Os Últimos Jedi foi “We’re” no Jimmy Kimmel Live, Rian Johnson revelou a segunda palavra falada no filme.

 

O diretor revelou a segunda palavra falada no filme para o repórter Kevin McCarthy do Entertainment de Fox 5, que é “Not”. Então, isso faria as duas primeiras palavras “Nós não somos”. Nenhum contexto foi dado sobre quem diz isso ou onde isso foi dito, mas é uma informação bastante sólida.

 

Em 2015, J.J Abrams revelou também as duas primeiras palavras de O Despertar da Força, que eram “This will”. Essas palavras se referiam a Lor San Tekka entregando o mapa a Luke Skywalker e dizendo: “Isso começará a fazer as coisas certas”.

 

Escrito e dirigido por Rian Johnson, o elenco de Star Wars: Os Últimos Jedi inclui Mark Hamill como Luke Skywalker, Carrie Fisher como General Leia Organa, Daisy Ridley como Rey, John Boyega como Finn, Adam Driver como Kylo Ren, Oscar Isaac como Poe Dameron, Lupita Nyong’o como Maz Kanata, Kelly Marie Tran como Rose Tico, Laura Dern como vice-almirante Amilyn Holdo, Gwendoline Christie como capitã Phasma, Andy Serkis como líder supremo Snoke, Domhnall Gleeson como general Armitage Hux, Benicio Del Toro como “DJ”, Joonas Suotamo como Chewbacca, Anthony Daniels como C-3PO e Jimmy Veecomo R2-D2.

 

Star Wars: Os Últimos Jedi está programado para ser lançado nos cinemas em 14 de dezembro de 2017.

 

Fonte: Fox 5

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Por Bianca Rolff – Parceira Contramão HUB

Sempre tive uma grande apreciação por instrumentos musicais, de forma muito especial pelo piano. Desde pequena, ia ao conservatório perto de casa para ouvir os ensaios das orquestras, aguardando ansiosamente pela parte em que o pianista testava notas, improvisos, e solos repletos de uma melancolia vibrante, algo que preenchia todos os espaços do meu pequeno corpo. Ficava ali, escondidinha na plateia vazia, quase que encoberta pelas fileiras de cadeiras à minha frente, ouvindo tudo de olhos fechados… maravilhada.
Fui crescendo, e minha paixão aumentando. Não se tratava de uma vontade de tocar o instrumento, mas de ouvi-lo o máximo possível. Era quase uma obsessão. Eu não conseguia deixar de ouvir pelo menos um pouco que fosse do som profundo e arrepiante das mãos habilidosas que davam vida ao piano e, via de consequência, a mim mesma. A cada nota compartilhada com meus ouvidos, mais meu corpo vibrava em resposta e meus sentidos se faziam completos.
Minha trilha sonora, pensei num momento de descontração mais recente, talvez se aproximasse dos clássicos de Hitchcock e tantos outros mestres do suspense. Para mim, a audácia da comparação soava, literalmente, como música para meus ouvidos.
Já na época da faculdade, meus compromissos profissionais se tornaram maiores, e meu tempo para desfrutar de algumas horas no conservatório cada vez mais escasso. Recorri a sites de música, aplicativos para celular, vídeos de internet, mas ainda que me acalmasse, nada supria a necessidade de ver os pianistas criando a partir das partituras. Até mesmo os erros eram magníficos e se encravavam na minha memória.
Lembro-me perfeitamente de sair da faculdade numa tarde fria e nublada, um dia atípico para uma cidade litorânea e tropical como a minha. O vento batia cortante em meu rosto, obrigando-me a subir a gola do moletom acima da boca, dificultando o carregar dos cadernos e pastas que tinha nas mãos.
Naquele dia, não fiz o caminho costumeiro para casa, mas cortei por uma viela com qual passagem eu não estava familiarizada. Quase no fim desta mesma viela, havia uma lojinha chamada “Artefatos”.
“Lojinha” talvez não fosse o melhor nome para o lugar, mas foi a primeira ideia que passou pela minha cabeça, tão pequena era a sua entrada, menor ainda a vitrine. Entretanto, não foi preciso entrar e verificar (algo que eu só descobriria tempos depois), o tamanho real da loja e a quantidade de artigos ela era capaz de vender. Na vitrine de vidros sujos e empoeirados havia um pequeno piano, desses de guardar segredos dentro (era assim que minha mãe se referia a eles), com uma pequena bailarina que girava na parte de cima.
Sem pensar muito, entrei na loja e pedi para ver o piano. A vendedora, uma senhora de idade com os maiores óculos que já vi, retirou-o da vitrine e o estendeu a mim. Sem prestar atenção na senhora, num único movimento, dei corda no piano e coloquei a bailarina em cima do suporte.
Uma melodia como eu jamais ouvira invadiu o ambiente. Não era apenas um toca-músicas, como eu imaginara, mas uma composição para piano intrincada e cheia de detalhes. Minha pele se arrepiou num instante e eu percebi que a dona da loja sorria para mim, um sorriso que hoje eu consideraria arrepiante, mas que à época considerei cordial. Sem perguntar mais detalhes, disse-lhe que levaria o piano, no que fui por ela prontamente atendida.
Talvez não seja para você compreensível a potência daquela melodia, mas ela dominou os meus dias a partir de então. Eu não conseguia mais deixar de ouvi-la a cada intervalo de meus afazeres, carregando aquele piano comigo para todo canto. Inúmeras vezes, peguei-me à procura da bailarina em minha mochila, que de tão pequena sumia, aparecendo em locais improváveis.
Eu ficava hipnotizada pelo movimento contínuo e um pouco desengonçado dela que, ao girar sobre aquele suporte, fazia-me esquecer de tudo ao meu redor.
Numa noite fria e chuvosa – outra atípica para o local onde eu morava – cheguei em casa mais cedo e, cansada como estava, resolvi ir para cama. Tomei um banho rápido, apenas para relaxar o corpo e estava me direcionando para o quarto quando a luz apagou. O meu apartamento ficou completamente escuro, mas olhando pela janela do banheiro, parecia ser um problema apenas no meu prédio. Tateei à procura da gaveta abaixo da pia, encontrando nela uma vela e uma caixa de fósforos. Quando acendi o fogo, eu ouvi.
Aquela melodia maravilhosa, hipnotizante do meu piano de segredos, invadia o meu apartamento. Caminhei com a vela nas mãos em direção ao quarto, com intenção de fechar o piano de maneira mais adequada para que não ficasse bambo a ponto de tocar sozinho. Mas na porta eu estaquei.
Não só o piano tocava, como a bailarina estava ali, posicionada em seu círculo, rodopiando de um lado para o outro.
Com as mãos trêmulas, corri até o piano e o fechei, batendo com a tampa em cima da bailarina. Nesse momento, a luz voltou.
Olhei ao meu redor e em todos os demais cômodos do apartamento à procura de alguém, mas não havia ninguém. Decidi, após respirar profundamente, que devo ter andado tão cansada a ponto de nem mesmo me lembrar de ter deixado o piano e a bailarina na posição em que se encontravam.
Certa de ter trancado a porta e todas as janelas, fui me deitar e creio ter adormecido de imediato. Não sei ao certo quanto tempo se passou, mas fui acordada pelo clarão de um relâmpago. Eu nunca gostei de chuva, minha mãe teve o péssimo hábito de dizer para mim que os trovões e relâmpagos eram perigosos e traziam mal agouro. Naquela noite, contudo, não eram eles que me atormentavam. Virei-me de lado, lentamente, e respirei tranquila ao notar que o piano estava exatamente como eu o deixara.
Os dias se passaram sem que nada mais acontecesse, até que cheguei mesmo a me esquecer do ocorrido. Entretanto, creio que por instinto, programei-me de maneira a conseguir, ainda que uma vez na semana, ir ao conservatório, reduzindo bastante o meu uso do piano de segredos.
Foi numa de minhas idas ao conservatório que recebi o convite para o concerto da filarmônica. Por mais absurdo que pudesse parecer a alguém cujo fascínio por piano fosse tão grande quanto o meu, eu jamais havia assistido a um concerto da filarmônica. Minha felicidade foi tanta que passei os dias até o evento contando nos dedos os minutos, tendo todo o resto de tempo se apagado por completo da minha memória.
Fora uma noite memorável, algo que eu jamais, em toda a minha vida conseguiria esquecer. Ouvir ali, de pertinho, a orquestra tocando composições que sempre fizeram parte da minha vida desde a infância era como tatuagem.
Fui para casa caminhando, aproveitando que as ruas estavam movimentadas e cheias de jovens a curtir a noite. O que não me dei conta, a princípio, foi de ter cortado caminho pela mesma viela antes mencionada. Ela estava escura e deserta, exceto por um facho de luz vindo da lojinha “Artefatos”.
Encaminhei-me para ela, os pés começando a formigar. Não sabia ao certo o que me aguardava ali, e não adiantava querer voltar pela viela, pois o caminho de volta era muito maior do que simplesmente continuar.
Ao parar em frente à pequena vitrine suja e empoeirada, engoli um grito de susto. A dona do lugar, aquela senhorinha do sorriso estranho, estava parada do outro lado do vidro, mas dessa vez o seu semblante era de horror. Sem pestanejar, entrei na loja e lhe perguntei qual era o problema. Olhando-me com os olhos vagos, ela me disse, a voz fraquinha:
– Eu achei que você o levando, a levaria consigo. Mas ela voltou…
Não precisei perguntar sobre o que ela falava. A música do meu piano de segredos começava a tocar.
Saí correndo como jamais havia feito na vida, mas a música continuava a me acompanhar. Cheguei ao meu apartamento com lágrimas nos olhos e fui direto ao quarto, na intenção de quebrar o meu piano e jogá-lo fora. Quando cheguei, a música parou e o piano estava fechado.
A bailarina é que não estava lá.
A luz se apagou. Senti uma mão gelada tocar o meu ombro.

 

***

Não posso dizer o que aconteceu depois disso. Ninguém acredita, e eu também não posso nada provar. Hoje, de dentro da minha cela branca, nunca mais senti o toque frio na minha pele. Mas de tempo em tempo, a melodia, aquela linda melodia, me visita… e vejo por baixo da porta a sombra da bailarina girando, girando…

Uma sombra em tamanho real.

Por Lucas Henrique – Start – Parceiros Contramão HUB

Embora tenha desapontado um tanto na bilheteria doméstica, a Liga da Justiça continua a adicionar aos seus totais estrangeiros, e agora passou oficialmente a marca de US $ 400 milhões em todo o mundo.

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O filme trouxe oficialmente US $ 481,3 milhões a partir deste fim de semana e deve atingir a marca de meio bilhão de dólar em algum momento desta semana. O filme trouxe US $ 309,8 milhões no exterior, o que é quase duas vezes maior do que o recebido na bilheteria doméstica. Seu total de US $ 171 milhões nos Estados Unidos ainda é um pouco de decepção, no entanto, o filme entrou no fim de semana de férias com um dos maiores totais de terça-feira em anos.

 

Liga da Justiça também não está acompanhando as marcas das bilheterias estabelecidas por outros filmes recentes do DC Extended Universe, Esquadrão Suicida ou Mulher-Maravilha. Neste momento em seu lançamento, a Mulher-Maravilha já arrecadou US $ 206,3 milhões, enquanto o  Esquadrão Suicida superou um pouco com US $ 222,6 milhões.

 

Liga da Justiça possui um elenco que também inclui Ben Affleck como Bruce Wayne (Batman), Henry Cavill como Kal-El / Clark Kent (Superman), Jason Mamoa como Orin / Arthur Curry (Aquaman), Ezra Miller como Barry Allen (The Flash) Ray Fisher como Victor Stone (Cyborg), Ciarán Hinds como Lobo da Estepe, Amy Adams como Lois Lane, Willem Dafoe como Nuidis Vulko, Jesse Eisenberg como Lex Luthor, Jeremy Irons como Alfred Pennyworth, Diane Lane como Martha Kent, Connie Nielsen como Rainha Hippolyta , Robin Wright como General Antiope, JK Simmons como Comissário James ‘Jim’ Gordon, Joe Morton como Dr. Silas Stone, Amber Heard como Mera, Billy Crudup como Dr. Henry Allen e Kiersey Clemons como Iris West. Julian Lewis Jones e Michael McElhatton também estão no filme em papéis não especificados. Aqui está a sinopse oficial do filme:

 

Alimentado por sua fé restaurada na humanidade e inspirado pelo ato altruísta de Superman, Bruce Wayne pede a ajuda de seu novo aliado, Diana Prince, para enfrentar um inimigo ainda maior. Juntos, Batman e Mulher-Maravilha trabalham rapidamente para encontrar e recrutar uma equipe de metahumanos para enfrentar esta ameaça recentemente despertada. Mas, apesar da formação desta liga sem precedentes de heróis – Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman, Cyborg e The Flash – talvez já seja tarde demais para salvar o planeta de um ataque de proporções catastróficas.

 

A Liga da Justiça já esta em exibições nos cinemas.

 

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Por Giovanna Silveira – Parceira Contramão HUB

Você é um anônimo muito casual, ilustre conhecido do que eu também conheço. Passa por onde quer, procura o que quer e deixa vestígios somente se quiser ser encontrado. Você quer ser encontrado?

A consequência dos dados é saber demais e de menos em proporções desleais, em doses posológicas diárias para aos poucos imergir, você e eu. Abstração. Tarde demais para se desfazer das ligas que te prendem ao todo, cedo demais para se desatar do click-efêmero.

E aos poucos se dar aos prazeres de inflar o ego vazio ou tão somente aliviar a própria cólera, nascida e criada no leito de que todos tem de saber de você, o que você quer, por onde quer passar e o que quer procurar. Materialização.

Estando agora, drasticamente imersos no complexo de fiação imaginária que não vemos e não sabemos como, viajamos em nessas conexões, constante e insistentemente a busca de algo; hora a declaração, hora o anonimato.

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Por Débora Gomes – Parceira Contramão HUB

o tempo é uma janela aberta. e a gente sente tudo [a brisa, o amargo, a fumaça, o frio, as saudades]. aprendemos, de pequenos na escola, que saudade é substantivo que não tem plural. mas, mais velhos, entendemos que nela, em si, cabe todo o infinito sem precisar que qualquer coisa se multiplique. ou se explique.

comecei cedo a saber sobre saudade: sempre a senti cutucando o peito, sem compreender muito bem porque. hoje, sei teu endereço primeiro. aquele que me fez atingir distâncias e silencia-la um pouco, como quando passa o carnaval: na quarta-feira de cinzas, tudo volta ao seu estado de silêncio e vazio, ao qual já estamos tão habituados.

mas hoje… hoje não tem confete, nem serpentina. hoje a minha saudade sente muito. sente os lugares que não viu, os abraços que não deu, os sorrisos que não riu, os desejos que escondeu. sente as palavras que não ouviu, e que também não me encorajou dizer. sente em três ou quatro soluços, as histórias que não viveu, as chances que não se deu, as alegrias que se poupou.

hoje minha saudade mora num porta retrato na sala de casa, em um cheiro que vai sumir da caixinha em que guardei recordações, na voz que ecoa na memória suas canções encantadas tão devagar. hoje minha saudade sabe que vai amarelar como as folhas de caderno antigas, até esfarelar e virar poeira no tempo. hoje, ela (a minha saudade) sabe que eu a sinto, sem ter sequer muita coragem pra sentir. 

e ela sabe também que eu nunca mais serei a mesma, depois que ela se instaurou em meu peito nesse fim de abril, transferindo os agouros de agosto, em uma dor lamento que às vezes me desprende do passo e me flutua por onde nunca vivi.

“é saudade seu moço, é saudade!”. 
e a partir de então, voltei a acreditar nos fins…

.as mãos de vóinha, que desde 27 de abril, não podem mais seguras as minhas.


.as mãos de vóinha, que desde 27 de abril, não podem mais segurar as minhas.