Contramão HUB

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Por Débora Gomes – . as cores dela . – Parceira Contramão HUB

dia desses, Bisa me perguntou: 

– que foi que aconteceu procê ficar triste assim, minha pequena?

eu não soube responder… e me entristeci mais ainda, quando cá no fundo do peito, eu tive a certeza de que essa tristeza vinha mais d’ocê do que de mim. e nem sabendo disso ela virava alguma coisa que eu podia controlar.

a gente já sabe que a gente não controla o que é do outro. e a tristeza vinda assim, da sua forma de existir em mim, foi me deixando cada vez mais miúda e apertada, dentro do meu próprio coração.

acontece que durante todo esse tempo, Salvador, cê foi cuidado por mim pra nunca se tornar uma parte comum no meio dos dias. mas aí, cá me deparei com o pensamento tentando te transformar num pedaço mais próximo quando, na verdade, cê tinha que ficar aí mesmo, criando raiz dentro do meu sonho. 

e só.

foi tudo sem querer. e acho que foi aí que eu te perdi: quando te transformei em realidade e ela passou a doer mais que corte de navalha. 

aí foi-se embora meu viço. e meu brilho nos olhos também. porque tinha guardado n’ocê esse tempo todo, a minha única esperança de amor. e é triste ver o amor esvair dos dedos da gente, que nem água limpa de nascente e riacho.

eu queria que fosse ocê, Salvador. e eu sempre quis, mesmo antes de lhe conhecer. mas o tempo pode ser um pouco cruel às vezes, e fazer com que a gente esqueça o que deveria lembrar e viva o que foi feito pra esquecer.

mesmo assim, com todo esse pranto desencontrado, eu espero que cê me guarde em suas doces lembranças, de um tempo em que a gente não precisava de tanta explicação pra existir.

te guardo no peito.
e é sempre com amor,

Alice.

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Por Auspicioso Acapela – Coletivo Parceiro Contramão HUB

Sete dias, duas semanas, um mês … E de repente já se passaram seis meses. Seis meses, acordando, trabalhando, estudando e nos intervalos do dia muitos copos de café. Como uma bela taurina, precisa de controle e organização. Ela acredita que existem dois tipos de rotina, aquela que a sociedade nos obriga e aquela sem obrigação, a faz por lazer. Ao mesmo tempo que a rotina é pesada, quando se cria o hábito de algo e, por algum motivo, vê sob seus olhos que está perdendo-o, ela sente falta. Novamente, como uma bela taurina, possessiva.

Ao mesmo tempo que deseja viajar o mundo, quando algo está indo embora sente falta.

Ao mesmo tempo que deseja aventurar-se por aí, logo pensa,

será mesmo?

Ao mesmo tempo que já se divertiu e saiu diversas vezes, hoje prefere dormir e ficar distante do telefone.         

Ao mesmo tempo que precisa de carinho,

afasta ou deixa as pessoas se afastarem.  

E assim, passa o tempo de seis em seis meses.

Afinal, o tempo corre e quando vê já é tarde.

Essa história de nunca ser tarde demais,

é mentira.

Nunca será da mesma forma, o tempo é diferente, a circunstância é diferente.

Mas para isso acontecer, a principal mudança tem que ser nela.   

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Por Ana Sandim – Ingrediente da Vez – Parceira Contramão HUB

Receita do dia: Torta de Bis

IMG_7710 copyIngredientes

2 caixas de Bis;
1 1/2 colher (sopa) de manteiga;
2 ovos;
2 colheres de sopa de amido de milho;
1 lata de leite condensado;
200 g de chocolate meio amargo picado;
1 lata de creme de leite;
1 1/2 lata de leite (use a medida da lata de creme de leite);
3 colheres de sopa de açúcar;

Modo de preparo

Preparo da massa: no processador, triture as unidades de 1 caixa de Bis e 1/2 colher (sopa) de manteiga e forre o fundo de uma forma de aro removível. Reserve. Separe as gemas e as claras dos ovos. Reserve 1 gema (descarte a outra) e 2 claras.

Preparo do creme: dissolva o amido de milho no leite e misture o leite condensado, a gema e 1 colher (sopa) de manteiga. Cozinhe os ingredientes até engrossar em fogo baixo e deixe esfriar na geladeira enquanto prepara a mousse. DICA: Para o creme não criar nata, quando levar a geladeira coloque um papel filme cobrindo o creme. Quando o creme estiver frio acrescente sobre a massa de bis.

Preparo da mousse: derreta o chocolate e misture o creme de leite e reserve. Bata as 2 claras em neve junto com o açúcar. Misture as claras batidas ao chocolate reservado.

Por cima do creme branco, distribua o restante do Bis picado e cubra com a mousse. Leve ao freezer por 2 horas e decore com Bis na hora de servir.  Rendimento 10 porções.

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Por Débora Gomes – . as cores dela . – Parceira Contramão HUB

as coisas crescem. e tomam forma do lado de dentro.
de fora, tudo é por enquanto.
vento.
vazio.
silêncio.
pra completar, tem ainda essa saudade virando mar.
“a gente não vê onde o vento se acaba”.
é Guimarães…
e me questiono:
‘onde foi que aprendemos que vento tem fim?’
deve ser lá, naquele mesmo lugar em que damos forma e sentido pra todas as coisas,
quando na verdade, vai ver é só uma questão de olhar adiante:
queixo erguido, coragem brilhando nos olhos, destino.
atrelado nessa vontade da gente de virar estrela e deixar de ser poeira, carregada de lá pra cá.
porque eu nem sei bem onde isso vai dar.
mas se tiver você no fim daquela curva, tá tudo bem.
eu aceito (re) caminhar.

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Por Auspicioso Acapela – Coletivo parceiro Contramão HUB

Me vejo presa a um hábito e tento me enganar dizendo que tenho controle da situação. Eu estava e estou sozinha, então ocupo meu vazio com algo que me dá um esporádico prazer, que logo será substituído por arrependimento.

Menti para minha família, marcava datas e datas para ser melhor, abandonei por dias aquilo que me matava aos poucos, mas como em um “bom” relacionamento, sempre voltamos um para o outro.

Tentei por vezes ser uma pessoa melhor, quis ocupar minha mente com trabalhos, amigos, internet, festas. Mas nada consegue mudar o que eu realmente sou, ou melhor, estou, ainda não mudei.

Sinto vergonha por fazer o que faço e posso ver e sentir as pessoas me julgando, se houver uma maneira de me ajudar elas estão fazendo errado. Às vezes quero apenas que elas me deixem, mas também gosto quando se importam comigo.

Para muitos é drama ou falta de amor próprio, mas eu simplesmente não me importo mais, essa mania que as pessoas têm de acharem que sabem tudo sobre o problema dos outros.

Elas destroem uma as outros o tempo inteiro e quando faço algo que não seja saudável a mim elas são as donas da verdade.

 

Tenho consciência dos meus atos e também conheço as consequências, não há nada para refletir, escrevi por esclarecimento e estou bem, não precisa perguntar o tempo todo. Não comecei minha dieta, não parei de fumar, não parei de beber, não parei de me torturar e realmente não sei quando o farei, talvez na próxima segunda.

Por Rúbia Cely

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Por Thalita Vieira

Esta é uma típica manhã de sábado. O sol atravessa as cortinas me impedindo de abrir os olhos. O relógio avisa que já são 9:00 da manhã. Me levanto ou continuo deitada? Lentamente vou me levantando e curtindo a preguiça. Minha mãe sentada no sofá assistindo ao seu programa de TV favorito, me dá um “Bom dia” com um belo sorriso no rosto, como de costume.

Está última semana me deixou um pouco cansada, foram dias bem cheios, só de lembrar minha cabeça chega a doer. Havia combinado de sair com alguns amigos hoje, mas minha casa estava tão aconchegante que cheguei a cogitar em ficar por aqui mesmo. 

Já estava quase saindo quando  uma freada muito alta de um carro chamou minha atenção, logo depois um barulho estranho, algo que nunca tinha ouvido antes e mais barulhos como aquele… Em questão de segundos a rua estava lotada de pessoas. Pela janela da sala pude ver que aquilo não era apenas um barulho qualquer, foram disparos de arma de fogo.

Um sentimento ruim me tomou, minhas mãos congelaram, não conseguia entender. Um corpo estirado no chão, todo ensanguentado. Gritos de uma mãe desesperada. Ambulâncias. Polícias. Era tanta confusão que dava medo. Não sei dizer o motivo, mas mais um jovem morre assassinado. Era pra ser um sábado tranquilo, como normalmente é. Mas dessa vez não foi. Este sábado foi marcado por mais um derramamento de sangue.