Cotidiano

Na manhã desta quinta-feira a Praça da Liberdade serviu como estudio para a transmissão da programação matinal da rádio Band News. A rádio que esse ano comemora 5 anos criou o projeto aniversário, para divulgar essa comemoração. Projeto onde realizam transmissões ao vivo das capitais onde tem o sinal da rádio. Passando em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, hoje desembarcaram em Belo Horizonte, para mostrar para seus ouvintes um pouco de como acontece no universo por trás da voz que invade todos os dias os rádios. A grande atração foi à presença do Jornalista Ricardo Boechat. Considerado um dos jornalistas mais bem informados do país, Boechat foi recepcionado pelos mineiros e ouvintes do seu programa diário na Band News com muito carinho e presentes, de cachaças a livros bíblicos e finalmente uma bíblia. Visivelmente satisfeito com a receptividade do público mineiro, o jornalista e radialista, esbanjou simpatia e carisma, atendendo a todos que pediam autógrafos e fotos. A Tv Band Minas também transmitiu ao vivo algumas imagens da população que se aglomerava na Praça.

A comemoração contou com a presença de grande parte do elenco de radialista da Band News de Belo Horizonte, entre eles estava à apresentadora e agora radialista Roberta Zampetti. Questionamos como é soltar a voz todos os dias na rádio, sendo que sempre foi apresentadora do programa Brasil das Gerais na Televisão.  “A primeira vista pensei em não aceitar, achava que seria um enorme desafio, mas depois pensei que uma oportunidade dessas rejuvenesce a vida profissional”, explica a Jornalista.

Após o encerramento do programa apresentado por Boechat, foi cantado um parabéns diante de um bolo que levava a logo marca da rádio, que foi distribuído para as pessoas que acompanhavam a festa. Em entrevista com o Jornalista, discutimos sobre a liberdade do Brasil diante da sua frase: “Um país sem liberdade de opinião é um país sem liberdade. Ponto.”

Categoricamente ele disse que o país tem sim, plena liberdade de expressão, mas claro que com alguns acidentes de percurso. Quando perguntado se para um jornalista ser bem informado ele precisa de boas fontes ou de muita leitura, Boechat diz que o mais certo é tempo. Com ele você conquista boas fontes, que são confiáveis, pois quando tinha 21 anos de carreira, não tinha a metade das fontes que tem hoje com 41 anos. Ao ser perguntando sobre a liberdade de expressão no seus programas de rádio ou de TV, o radialista e apresentador contesta dizendo que “Não, pois são propostas diferentes. O programa de rádio é meu, então falo o que me dá na teia. O programa de televisão é mais informativo e menos opinativo.”

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Ouça a entrevista completa:

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Por João Marcelo Siqueira
Fotos: João Marcelo Siqueira

Semáforo vermelho para os motoristas, assim Lucio Rodrigues Donato, 37, entra em ação e com o auxilio de uma cadeira de rodas começa a vender Chicletes no sinal da rua Praça da Liberdade A.

Há quase 20 anos trabalhando no mesmo ponto, Donato declara a satisfação diante sua conquista, “Comecei a vender balas no sinal aos 12 anos para ajudar minha família, adotei a profissão e hoje não pago mais aluguel, com o dinheiro que recebi no sinal comprei a minha casa”.

Morador do Bairro Jardim Vitória, Donato utiliza 2 ônibus  e gasta cerca de uma hora e meia para chegar ao seu destino. O vendedor atua com a bandeja recheada de chicletes sobre as pernas e, quando o sinal abre para os pedestres, Donato circula entre os carros oferecendo seu encanto aliado ao sabor de morango, melancia, uva, menta e hortelã.

Donato revela, “Estou sempre no sinal, mantenho minha família com o dinheiro que conquisto aqui, sou casado e tenho um filho de 15 anos”. O vendedor de chicletes consolidou muitos clientes, com oportunidade de conhecer várias pessoas formidáveis: “adquiri muitos amigos trabalhando.”

Com um horário trabalho de 10 hs por dia, sendo este realizado de segunda à sexta-feira, o trabalhador expõe sua alegria pois, obtém ao mês cerca de uma salário e meio.

Ao contar sua historia de vida Donato se emocionou: “nasci e depois de 1 ano tive paralisia infantil, mas a doença nunca me impediu de ser um homem trabalhador e honesto”.

O vendedor diz que sempre foi bastante respeitado e todos os clientes gostam de seu trabalho, “Os meus clientes me chamam pelo nome, nesses 20 anos que trabalho no sinal nunca tive problemas”.

Donato declara que existe discriminação: “o preconceito ocorre até mesmo em família, então se eu for olhar isso não saio nem de casa.Continuo seguindo a vida e o meu trabalho”.

Com muita sinceridade no olhar, o vendedor afirma que não está no sinal para utilizar a deficiência  física para ganhar dinheiro. “Espero que as pessoas não comprem na minha mão por compaixão, mas sim para me ajudar, eu estou trabalhando”, afirma.

Donato não autorizou a utilização da sua imagem. Acredita que algumas pessoas possam o interpretar de maneira injusta.

Por: Iara Fonseca

Sabor, simpatia e aroma conquistam estudantes, trabalhadores e moradores da região da Savassi. Todos os dias pela manhã o senhor Antônio Carlos Panicali, 62, monta seu carrinho de cachorro quente na rua Pernambuco, esquina com a praça Diogo de Vasconcelos.

Com queijo, molho de tomate, salsicha, passas, milho e salada, o cachorro quente Panicali é a sensação da Savassi desde 1979. Antônio Carlos viu um casarão virar estacionamento e de estacionamento se transformar num prédio que abriga hoje uma das maiores centrais de FAST FOOD do mundo.

O seu ponto é bem ao lado Mcdonald’s. Antonio, afirma que mesmo tendo como concorrente direto o Mcdonalds, não existe perda no seu faturamento, pois “existe lugar para todos” e permanece conquistando mais clientes a cada dia, garantindo o sucesso do seu comercio, fazendo do carrinho de cachorro quente o mais conhecido da região.

Traçando um perfil de seus clientes, diz que a maioria vem no horário noturno, principalmente os que saem das boates, já sem dinheiro e com fome, vêem no lanche que ele comercializa uma alternativa.

Panicali trabalha neste local há 41 anos e com muita dedicação conseguiu formar seus 3 filhos: Advogado, Professora de Historia e Turismologa. O vendedor ambulante declara “Eu nunca quis mudar de profissão, formei 3 filhos vendendo pão com salsicha”.

Panicali preza a boa educação, a que ele diz ter que “vir do berço”, faz questão de ser cumprimentado sempre por bom dia ou boa tarde, seja a pessoa um cliente, um amigo ou simples pedestre pedindo informação, já que diz não fazer distinção entre as pessoas. Diz que atualmente o costume de ser gentil está caindo em desuso e lamenta esse fato.  “Minha universidade foi aqui na rua, aprendendo a lidar com as pessoas, a ser educado e tratar bem todos, isso não depende do diploma que você tem, mas depende da sua boa educação”.

O vendedor ambulante gasta cerca de R$ 1, 500.00 ao ano em licença para a prefeitura, saúde publica e Bhtrans, declara sorridente que o seu gasto é valido e tem retorno financeiro e que trabalha com satisfação.

Cachorro Quente com gosto de conquista

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Por: Iara Fonseca e Danielle Pinheiro

Fotos: Danielle Pinheiro

Uma cena que, a principio, parece-nos corriqueira e sem muita relevância, revelou nesta tarde um personagem inusitado, na Praça da Liberdade. Carlos Rodrigues da Silva, 28, alimentava muitos pombos na Praça. Os pombos formaram um grande circulo em sua volta, todos à espera de um pouco de alimento que Silva oferecia com as mãos ou jogando no chão, sem nenhuma preocupação além desta, até que o alimento acabasse.

Morador do bairro Morro do Papagaio que fica próximo à região da Savassi, Silva vai à Praça duas vezes por dia para alimentar os pombos: “Venho pela manhã ás 7hs e fico até 12h, depois almoço e volto ás 14h”, diz gostar muitos de animais, e que quando criança já teve cachorro, pombo e passarinho: “aos cinco anos eu tinha um passarinho amarelo ele era lindo e fazia um som lindo, eu alimentava ele bem. Tenho um vizinho que criava pombo, então comecei a criar, ia ao mercado comprava pombo novinho, fui acostumando em casa, mas fiquei doente parei de criar e vendi tudo”.

Silva relata que já teve outros animais como galinha, mas não tinha dinheiro para sustentá-las: “catava couve para as galinhas e meu vizinho ficava brincando comigo: você vai pegar essa couve pra fazer na sua casa, as couves todas murchas”.

Carlos Silva não tem emprego fixo, nem é aposentado, se diz “autônomo” e realiza “bicos” para sobreviver, gasta a maioria do que ganha com a comida que compra para os pombos, revela que hoje ao fazer um serviço de carregar latas de concreto para um vizinho ganhou R$ 2,00 (dois reais) e gastou com milho e canjica para os “bichos”, que é como ele os chama. “No Faustão e Gugu vai uma galera de bicho que pra receber comida, eles tem de fazer algo primeiro, depois ganham a recompensa, alimento os pombos e não cobro nada, graças a Deus, eu gosto deles, da natureza”.

Silva diz que não existe uma identificação pessoal dele com os pombos, que se aproximam apenas porque ele joga o alimento no chão: “eles se aproximam para receber as coisas boas que eu tenho a oferecer, eles não me reconhecem, não tem o cérebro igual o nosso, é instinto, os bichos aprendem, nós vamos ensinado e eles aprendendo”.

Ao ser perguntado sobre autorização para alimentar os animais, Carlos respondeu que às vezes alguém vinha falar com ele que não podia dar comida para os pombos, mas ele não liga: “rico acha ruim que eu alimente os pombos, me orientam a não alimentar, é o coração duro das pessoas”.imagem-016

É sempre interessante perceber como uma cena simples aos olhos desinformados de alguém pode ser uma atitude de vida de outrem. Entre outras essa é uma das cenas que compõem o “espaço” Praça da Liberdade que além de abrigar beleza física, arquitetônica e ambiental, abriga almas surpreendentes.

Por: Danielle Pinheiro

Repórter: Iara Fonseca

Fotos: Débora Gomes

O Contramão foi verificar se a Prefeitura cumpriu com sua promessa de efetuar a limpeza dos bueiros entupidos que transbordavam lixo na Avenida Cristovão Colombo, denunciado pelo jornal no último dia 06 e verificou que todos foram limpos! Na ocasião o jornal entrou em contato com a prefeitura pedindo providências e hoje verificou que o lixo foi retirado e com ele foi-se embora também o mau cheiro que o acompanhava.

Em contrapartida, reitera-se que o principal responsável por esse tipo de problema (entupimento dos bueiros) é o cidadão que desrespeita as lixeiras dispostas ao longo da avenida. Essa não é a única conseqüência desse mau hábito de jogar lixo no chão, essa prática pode causar fortes enxurradas e enchentes em caso de chuva forte e pode atrair insetos peçonhentos, além do péssimo aspecto que fica a cidade, suja e mal cuidada.

Há exatamente um mês atrás (10/04/2010) a região da Savassi foi palco de um “manifesto” de iniciativa do Programa de Intercâmbio de Jovens 2009/2010 do Rotary Internacional, no qual estudantes saíram coletando o lixo que estava jogado na rua, distribuíram sacolinhas para lixo de carro, adesivos da campanha além de esclarecer a população sobre os riscos do descarte incorreto do lixo.

Um mês após essa campanha de conscientização verificou-se que o problema ainda persiste, portanto, alô cidadão: a Prefeitura fez a parte dela, façamos então a nossa!

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Por: Danielle Pinheiro

Fotos: Daniela Lages

A Praça da Liberdade será tablado de diversas apresentações no fim de semana, um mix de cultura e lazer para toda a população belorizontina.

A seqüência de shows realizados no parque Municipal foi concluída com aplausos do publico e agora o palco da Conexão Vivo, aparece em outro lugar da cidade, chega a praça. Em sua 10° edição, o evento conta com parcerias do Ministério da Cultura, governo de Minas, sociedade independente da música e lei de incentivo.

Com a presença de artistas renomados como Wilson Dias, Pereira da Viola, The Jordans, Arnaldo Antunes, Edgar Scandurra, Babaya, Carlos Farias, Tanguetto, Maurício Tizumba, a Conexão Vivo realiza a primeira etapa de apresentações e oficinas culturais que alcançaram todo Brasil.

Segue abaixo a programação do evento

Praça da Liberdade – 24/04/10

15h – Wilson Dias convida Pereira da Viola (MG)
16h -The Jordans (SP)
17h – Pequeno Cidadão (Arnaldo Antunes e Edgar Scandurra – SP)

Praça da Liberdade – 25/04/10

15h – Babaya convida As Formosas e Marina Machado (MG)
16h – Carlos Farias e Lavadeiras de Almenara convidam Saulo Laranjeira (MG)
17h – Tanguetto (ARG)
18h – Maurício Tizumba (MG) convida Marco Lobo (RJ) e Gilson Silveira (Itália)

Por: Iara Fonseca

Fotos: Débora Gomes