Cultura

O fotografo e professor Thiago Theófhilo, conhecido como Thiago Théo, está em cartaz na Casa Una, com sua primeira exposição “Recortes Atemporais”. A exposição revela imagens de três ensaios produzidos em 2011, possui a presença das mulheres na intensidade de sua sensibilidade, sensualidade e força. A exposição está sendo exibida entre os dias 10 de Março e 05 de Abril, de segunda a sexta-feira, das 14 às 22 horas.

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Imagens sensuais marcam o trabalho de Thiago Theo

Em cada trabalho, todas as mulheres envolvidas mostram seu lado feminino intensamente. Desta forma o fotógrafo contempla a beleza e delicadeza das mulheres envolvidas na mesma expectativa de um apreciador. As performances criadas por estas mulheres: Cacá Zech, Cibele Maia, Letícia Castilho, Marcelle Louzada, Naiara Beleza e Paloma Parentoni, apresentam nesta exposição e dão continuidade a sua pesquisa, formando nos expectadores memórias duradouras, unindo a exposição ao momento ao vivo.

Thiago Théo iniciou a carreira de fotografo aos 17 anos, com apoio dos pais, também fotógrafos. Marcos e Solange Theóphilo. Em sua primeira exposição ele revela “Estou tendo um feedback muito interessante, quis expor minhas fotos não nas paredes e sim no centro da sala, de forma pode perceber que trouxe o público para dentro da arte” declara Thiago. As fotografias que procuram trazer as mulheres de forma performática, apresentam um recorte específico trazendo a tona, toda sua particularidade.” A mulher me traz um sentimento muito poderoso, ao mesmo tempo que elas se esforçam para ser bonitas têm que ser fortes” conclui Thiago.

Por Anelisa Ribeiro e Bruno Coelho

Fotos: Felipe Bueno

“Tudo pode ser um ponto de partida para uma crônica”. Luís Fernando Verissimo

Do lado de fora da Academia Mineira de Letras (AML), a fila para ver de perto e “bater um papo” com o autor estava enorme. Muitos rostos ansiosos eram percebidos ao longo de uma fila que dobrava o quarteirão (entre as ruas da Bahia e Aimorés, em frente ao Colégio Imaculada, quase chegando à rua Espírito Santo). O autor da noite de ontem, era Luís Fernando Verissimo, que lançaria o livro “Em algum lugar do paraíso”. Uma mulher pergunta se ainda tinha livros para vender. Naquele momento já não havia mais.

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Foram vendidos cem livros antes do bate-papo

Os lugares do auditório, rapidamente, se esgotaram. Algumas pessoas foram se aglomerando ao fundo, outras nas laterais, cada um se ajeitando como podia. Uma mulher sentada em uma das laterais do palco fazia cara de desagrado toda vez que alguém a pedia licença para passar. Do lado de fora, acompanhando o bate-papo pela porta lateral, vários alunos faziam suas anotações. Em meio a quem acompanhava em pé a fala de Luís Fernando Veríssimo, estava o ex-ministro, Patrus Ananias, que assim permaneceu durante todo o evento.

Na plateia, pessoas de todas as idades eram percebidas. Chapéus, óculos e livros nas mãos daqueles que conseguiram comprar, se destacavam entre a multidão. Grande parte do público ficou em pé, mas isto não influenciou e nem dispersou a atenção. Todas as pessoas, (sentadas ou em pé) prestavam a atenção e acompanhavam cada minuto do bate-papo. O evento iniciou com grande público e terminou da mesma forma. Do inicio ao fim, foi possível observar câmeras fotográficas erguidas, em busca de fotos do autor.

Batendo um papo com Verissimo

O autor Luís Fernando Verissimo depois de dizer ter “um certo pânico” de falar em público, abriu espaço para que a plateia fizesse perguntas. Um senhor saiu do meio das pessoas e entregou ao autor de “Em algum lugar do paraíso” dois presentes, um para ele e outro para a esposa. Toda a plateia aplaudiu a atitude.

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Homem entrega presente para Verissimo

O público deixava escapar muitos sorrisos ao ouvir as piadas, brincadeiras e histórias que Verissimo contava durante o bate-papo. Histórias estas, como textos de outros autores, que foram assinados com seu nome. “Já recebi elogios por textos que não eram meus, fiquei sem jeito dizer que não era”, conta Verissimo.

Um homem perguntou a Luís Fernando se ele tinha aprendido a cozinhar ou só entrava na cozinha para comer. A resposta do autor fez toda a plateia cair na gargalhada. “Eu só entro na cozinha para perguntar se já está pronto”, brinca. Outro rapaz pergunta se alguma ideia ou vivência de Verissimo, que poderia se tornar uma crônica, já teria sido ignorada. Em resposta o escritor afirma que as melhores ideias são as que a gente esquece. “Algum sonho ou ideias debaixo do chuveiro”, destaca Verissimo.

Ao final do bate-papo, mais uma fila se formou e mais uma vez a ansiedade era percebida no rosto das poucas pessoas que conseguiram comprar o livro. Desta vez, a fila era para autógrafos. Neste momento, as pessoas se viravam como podiam, algumas tiravam fotos dos celulares, outras pediam para amigos fotografarem com suas câmeras. Valia tudo para não perder a oportunidade e tirar uma foto com o autor.

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Luís Fernando Verissimo, durante a sessão de autógrafos

Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Felipe Bueno e Natália Alvarenga

Dentre os presentes, algumas personalidades como o ex-ministro do desenvolvimento Patrus Ananias prestigiaram o escritor

A Academia Mineira de Letras recebeu na noite desta terça-feira (6/03) a ilustre presença do escritor gaúcho Luiz Fernando Veríssimo, famoso por seu jeito peculiar de contar diferentes histórias. O evento marcou, também, a divulgação de sua mais nova obra, lançada em novembro passado pela editora Objetiva e intitulada “Em algum lugar do paraíso”. Ainda do lado de fora do auditório, algumas personalidades mineiras, como o ex-ministro do desenvolvimento social e combate a fome, Patrus Ananias, abraçaram o autor e conversaram com a imprensa.

Patrus Ananias destacou a importância de eventos como o da noite para o acréscimo cultural da população. “Acho muito importante que a cidade tenha abraçado o Veríssimo. Estou muito feliz em ver, inclusive, vários jovens, estudantes universitários”, afirmou.

Ouça a entrevista com Patrus Ananias:


Em algum lugar do paraíso

Recheado de boas histórias, o livro reúne 41 crônicas, escolhidas dentre 350, escritas por Veríssimo ao longo dos últimos cinco anos, várias delas publicadas em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo e em outras publicações nacionais. Segundo a editora, a obra retrata temas que vão de vida a morte ou do tempo ao amor, sempre colocando em voga reflexões acerca das escolhas feitas ao longo da existência.

Casa cheia e misto de reclamações com bons indicativos

Tamanho sucesso de público rendeu ao evento não só elogios. Do lado de fora, sem conseguir um espaço no Auditório Vivaldi Moreira – que tem capacidade para 120 pessoas sentadas –, o psiquiatra e escritor Marco Aurélio Baggio, afirmou que visita a casa há anos, mas que nunca a viu tão cheia como da forma que estava. Entretanto, enalteceu a presença, em peso, dos jovens, no evento. “Freqüento essa academia há mais de quatorze anos e nunca a vi tão cheia, o que é um excelente indício de que a juventude está atenta ao Veríssimo, que é, hoje, um dos maiores intelectuais brasileiros”, disse.

Texto: Tiago Mattar e Marcelo Fraga – Módulo 1A – Jornalismo Multimídia
Foto: Felipe Bueno

A comemoração do Dia de Reis, conhecida também como Folia de Reis, de origem portuguesa, chegou ao Brasil durante a criação do processo cultural do país e hoje faz parte da tradição folclórica brasileira, presente em vários estados do país, principalmente em Minas Gerais. Constitui a resistência dos povos em defesa de sua cultura e de seus costumes. Alusiva à festa de reis, foi montada a exposição de fotos, na qual são retratadas diversas festas em Belo Horizonte e na região metropolitana.. O endereço da exposição é na rua Claudio Manuel, 339, bairro Funcionários.

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O jornalista Élcio Paraíso, 35, é o autor das fotos que estão expostas. Ele conta que “já fiz outra mostra, outro trabalho relacionado a carro, mas nessa exposição, fiz questão de abordar a Folia de Reis, por ser uma data festiva, quando exposição começou em 6 de Janeiro.”

“Folia de Reis” teria chegado ao Brasil pelos portugueses no período da colonização, uma vez que essa manifestação cultural era realizada com a doação e recebimento de presentes com cantos e danças nas residências. A Folia de Reis surgiu no Brasil no século XVI, por volta de 1534, através dos Jesuítas, como crença divina para catequizar os índios e, posteriormente, os negros escravos.

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A Folia de Reis passou a ser apresentada como manifestação cultural de diversas etnias e povos, com variação regional, seja quanto ao estilo, ao ritmo e ao som, entretanto, mantendo a mesma crença e devoção ao Menino Jesus, a São José, à Virgem Maria e aos Reis Magos.

A exposição irá até o mês de abril. A entrada é franca.

Por Anelisa Ribeiro
Fotos Anelisa Ribeiro e Bárbara de Andrade

De maneira interativa que aproxima as obras dos visitantes, a exposição sobre a cientista Marie Curie está em cartaz no Espaço TIM UFMG do Conhecimento. A exposição tem como foco a passagem da cientista por Minas Gerais, que durou do dia 16 a 18 de agosto de 1926, mas, também, conta a história e a vida de Curie.

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Visitantes interagem com o conhecimento.

Agraciada com o Prêmio Nobel por duas vezes, por seus estudos no campo da física, Marie Curie foi pioneira em diversos sentidos. Em um momento em que, a sociedade, ainda, vivia, majoritariamente, de acordo com arquétipos determinados culturalmente e, marcados historicamente, a cientista ingressou na Universidade Sorbonne e produziu diversos estudos sobre a radioatividade.

Durante sua estadia em Minas Gerais, Marie Curie chegou à estação central (vinda do Rio de Janeiro), passou pelo Instituto de Radium (atualmente, “Instituto Borges da Costa”), pela câmara de deputados, em seguida pela secretária de Estado de Minas Gerais, por Nova Lima, Lagoa Santa, pelo Instituto Ezequiel Dias, automóvel clube, conservatório, Palácio da Liberdade, Correios, Instituto de Radium (Faculdade de medicina), grande hotel (Edifício Maleta) e por fim estação Central (indo para o Rio de Janeiro).

Segundo a professora Universitária da UFMG e diretora de Divulgação Científica UFMG, Silvania Sousa do Nascimento, uma equipe da Diretoria de divulgação Cientifica trabalhou cerca de seis meses na pesquisa histórica e, posteriormente, mais sete para a seleção e produção das unidades temáticas da exposição, sob sua direção. “A curadoria final foi realizada por mim e pela professora Claudia França”, conta. “Tendo os eixos históricos definidos e a pesquisa iconográfica pronta planejamos a unidades pensando em mostrar o contexto urbano de Belo Horizonte na época da visita e construir módulos interativos buscando soluções interativas e não mediadas por tecnologias digitais para entrar no contexto da época”, explica a professora.

Ainda segundo Nascimento, há muitas controvérsias sobre a vida acadêmica e pessoal do casal Curie e seus filhos. “Foi muito interessante pesquisar as diferentes fontes documentais e fílmicas da época e as novas leituras da posição da mulher nas ciências. Nossa exposição buscou trazer o cotidiano do trabalho cientifico de inovação, que ela realizou e seu lado de mulher migrante dedicada à família”, esclarece.

A exposição

“A construção dos cenários com suas roupas e alguns objetos buscou oportunizar o visitante a compreender um pouco este contexto. Os módulos são acompanhados por legendas em Braille e pensamos em integrar aos monitores portadores de necessidades especiais que podem também vivenciar o universo de Marie Curie”, explica Silvania Sousa.

A professora afirma ainda ter pouco material iconográfico que documenta a passagem de Marie Curie por Minas Gerais. “Por isso trabalhamos, principalmente, com fontes textuais do Arquivo Público de Minas Gerais (SEC-MG) e do Centro de Memória da Medicina da UFMG. A seleção visou trazer para o visitante uma face ainda não explorada assim mostrar um ângulo diferente da pesquisadora”, destaca. “A exposição agora deve circular por Minas Gerais”, informa.

Visitantes

O marceneiro Daniel Felipe Resende afirma que não conhecia Marie Curie, mas que gostou da sua história e da exposição. “Gostei da exposição por ser interativa, é bem mais atraente do que ficar só vendo e lendo. É muito melhor essa forma de você poder ter contato”, destaca.

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Daniel Resende se encanta com a montagem da exposição.

A estudante Lorena Stefane também não conhecia. “Estou gostando bastante da exposição, parece que é bem interessante a vida dela, lutou bastante pra conseguir o que queria e por isso acabou se destacando na sociedade”, comenta a estudante.

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Lorena Stefane conhece a história de Marie Curie e tem na cientista um exemplo de mulher.

“Vejo a Marie Curie como um exemplo de lutadora, eu a vejo como as mulheres daquela época deveriam ser, lutar mais pelos seus direitos. Graças a ela e a outras mulheres, que nós mulheres conseguimos os direitos que temos, a liberdade que temos”, finaliza Lorena.

Minientrevista com o artista

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O figurino inspirado em Marie Curie foi criado pelo estilista Hudson Freitas.

O figurino que compõe a exposição é obra do estilista Hudson Freitas. A convite da Diretoria de Divulgação Cientifica (DDC) que, se deu através da pesquisadora Cláudia França, o estilista teve um  espaço dedicado à roupa usada pela cientista Marie Curie. “Ela (Cláudia França) me disse que estava criando uma exposição inspirada na viagem de Madame Curie a Minas Gerais. Pediu-me que fizesse dois vestidos de época sintetizando toda a vida e obra da pesquisadora”, revela Hudson Freitas. Confira a mini entrevista com o figurinista Hudson Freitas:

Jornal Contramão: Como é feita a construção de um figurino?

Hudson Freitas: Ler o roteiro da peça para se inteirar da história é o começo de tudo. Depois, fazer uma analise bem apurada dos personagens, identificando quem é quem. Após estas informações, passo para a pesquisa de construção das roupas. Se é uma produção de época, eu leio muito a respeito da década na qual se passa a peça.

Jornal Contramão: Como foi o processo de construção do figurino da exposição da Marie Curie?

Passei dois dias trancados lendo a respeito da vida e da obra da pesquisadora, li a respeito da sociedade, da época e as condições que levaram Madame Curie a França. A pesquisa foi me conduzindo, gentilmente, a um ponto central, duas cores: preto e branco.

Jornal Contramão: Como você vê a personalidade Marie Curie?

Hudson Freitas: Sempre admirei Marie Curie, pelo seu esforço e sua coragem extrema. A primeira mulher a lecionar dentro de uma universidade. O convite para integrar a equipe de pesquisa me favoreceu a descobrir mais a respeito dessa notável pesquisadora, e do seu legado deixado para toda humanidade.

A exposição sobre a Marie Curie pode ser conferida até o dia 26 de fevereiro no Espaço TIM UFMG do Conhecimento.

Endereço: Praça da Liberdade s/n, Belo Horizonte.

Entrada franca

Por: Bárbara de Andrade e Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno