curiosidade

Luiz Felipe César, 13 de junho de 2023

Uma quadra conformada pela Rio Grande do Sul, Tupis, Olegário Maciel e Goitacazes. Um clássico quarteirão do hipercentro da capital mineira, com, em  média, cento e dez metros de testada, extrudado em quatro pavimentos. Um grande volume prismático revestido, em suas quatro fachadas, por cobogós tom  de terra. Assim se conforma o Mercado Novo, uma edificação cuja história reverbera diferentes capítulos da vivência belorizontina. Vamos tentar periodizar  essa história em quatro momentos. 

Origem e inauguração

Primeiro, o eco. Sabe-se que o chamado Mercado Novo, que foi inaugurado em 1963, tem esse nome justamente por ter sido projetado para complementar funcionalmente o Mercado Central, implantado em 1929 — e que, assim, poderia  ser considerado o mercado mais antigo (MERCADO CENTRAL, 2023).

Na década de 1960, este, que era chamado de Mercado Municipal, existia a céu aberto, donde veio a necessidade de se pensar um novo espaço comercial para o município, com ares de “modernidade”, como é de praxe ser pensado pela sociedade mineira.  

Coloco entre aspas a palavra modernidade, porque, pelas Minas Gerais, ela costuma se confundir entre o tecnicismo de se referir à arquitetura de cunho modernista produzida pela famosa geração de arquitetos brasileiros da primeira  metade do século XX, como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, e o uso popular que  diz respeito aos objetos, produtos e edificações que melhor atendem às tendências e tecnologias mais contemporâneas.  

Arquitetura e construção

Diante deste contexto é que os arquitetos Fernando Graça e Sandoval Azevedo Filho foram contratados para desenvolverem o projeto do que seria “o maior e mais interessante mercado da América Latina” (GALLEGOS, 2023), em um terreno onde  antes se localizava um abrigo de bondes (PBH ATIVOS, 2018). Belo Horizonte, hora ou outra, tende a estes arroubos de monumentalidade. O que tem muito a ver,  também, com uma constante busca dessa sua modernidade, sempre um pouco  perdida em tempos passados. 

Foi assim, por exemplo, com a primeira tentativa de se construir a Catedral Cristo Rei (a mesma ideia que se edifica hoje) nos anos 1940, na atual região da Praça Milton Campos, que seria, conforme notícias da época, “maior que a Catedral de  São Pedro no Vaticano”. É assim, mais recentemente, com o projeto do Centro Administrativo do Estado, com “o maior vão livre do mundo”.

O Mercado Novo surge, então, como um eco de possíveis monumentalidades imaginárias que se referenciam no passado que não se alcançou e em um possível futuro do porvir, como se sua edificação pudesse superar, em aporte físico e funcional, os espaços comerciais outrora criados na primeira metade do século na capital mineira. 

Em seguida, a aura. Pois esta síndrome para o monumental demonstrou suas fraquezas ao longo das décadas seguintes, e o Mercado Novo não se tornou tudo aquilo que lhe confiaram, especialmente por um processo de marginalização da edificação e esvaziamento significativo da região central, ocorrido nas últimas  décadas do século XX.  

É importante destacar, contudo, que ao longo das décadas de 1970 a 2000, o edifício não ficou abandonado, mas acabou gerando ao redor de si uma aura. Essa é outra questão muito comum da urbanística belorizontina. Existem alguns edifícios da cidade que, a depender da época e do público com o qual o relacionamos, ganham uma determinação sutil, que acaba por se espalhar no boca a boca. 

Ao redor e dentro do Mercado

Por comparação, o Edifício Mariana, também no hipercentro, possui uma aura de festa com trajes passeio completo e esporte fino, pois ali se concentrou, ao longo do tempo, uma série de comércios ligados a alugueis e compra de vestimentas e acessórios para casamentos, festas de quinze anos, entre outras destas celebrações com grande significado social.

Por sua vez, o Mercado Novo concebeu ao redor de si essa aura de serviços gráficos, por ter concentrado no seu primeiro pavimento, nessa fase de esvaziamento, uma série de gráficas, copiadoras, clicherias, papelarias, em seu primeiro pavimento. 

O térreo, em contato direto com a rua, continuou sobrevivendo nos moldes  tradicionais de um mercado como feira de alimentos, temperos e serviços de  culinária da tradicional gastronomia mineira — além de alguns outros comércios  de maior porte, como mercados e farmácias. E sobreviveu até a terceira fase, a qual denomino ressonância. 

Alcunha das Borboletas

Foi a partir de 2010 que o Mercado Novo ganhou mais uma alcunha: a de Mercado das Borboletas. Este nome surgiu do espaço de eventos que se criou em seu segundo pavimento, a partir da iniciativa do artista Tarcísio Ribeiro, dono da maior parte das lojas dos pavimentos vazios do local (ROCHA, 2013).

Este projeto, que acabou por gerar um espaço que abrigou diversas festas da cidade ao longo da  década passada, ressoava a transformação que a cena cultural de Belo Horizonte vinha passando com os eventos de rua, a exemplo da Praia da Estação — evento  de ocupação e reinvindicação política dos espaços públicos da cidade que ocorria  (e ainda hoje ocorre) na praça de mesmo nome —, que acabou auxiliando na retomada do carnaval belorizontino, ou mesmo os duelos de MC debaixo do  viaduto Santa Tereza, os quais se tornaram uma referência nacional. 

Neste período, conviveram ali, então, o mercado tradicional no térreo (ecos de um  passado republicano e positivista da capital), o comércio dominado por serviços  gráficos no primeiro pavimento (aura do período modernista, tecnocrata e de  abandono do centro) e o espaço de eventos (ressonância de uma retomada dos  espaços do hipercentro pelos eventos culturais, artísticos, populares e de luta). 

Vemos como o prédio vai se transformando a partir das relações que a cidade tem  com suas áreas centrais e seus edifícios. 

Em meados de 2018

Por fim, a explosão. Após a retomada do espaço com o Mercado das Borboletas,  no ano de 2018, houve revitalização do espaço e a Cervejaria Viela abriu ali dois empreendimentos: a Distribuidora Goitacazes e a Cozinha Tupis. Estes fazem  surgir um novo movimento: o Velho Mercado Novo, um grupo de lideranças que  passou a organizar o espaço diante do repentino interesse pelo local (FILOMENO,  2021). 

Diante deste frenesi geral, o Velho Mercado Novo tornou-se o que é atualmente:  uma referência em gastronomia, coquetelaria, arte, artesanato e cultura  belorizontina de vanguarda, contando com uma série de estabelecimentos que  apresentam da culinária tradicional (Fogão Vermelho) até a contemporânea  (Rotisseria Central); da drinkeria (Margô) ao vinho (Gira); da moda mineira 

(Ronaldo Fraga ou Led) ao vestuário urbano (Nephew), entre tantos outros  serviços e comércios, que citar alguns torna-se um sacrilégio, na difícil escolha de  selecioná-los, em detrimento de outros, para se falar deste grande complexo,  atualmente já ocupando até mesmo o quarto andar da edificação.  

Nos dias de hoje

A realidade é que o Mercado tornou-se um espaço de longas filas de espera para entrada, nos dias mais movimentados, mas que valem a pena diante da profusão de sabores, cheiros e texturas que se pode experimentar ali. Ao mesmo tempo, há quem diga sobre a necessidade de se atentar para a gentrificação do espaço, visto que o valor para se alimentar, ou mesmo comprar um pequeno souvenir no local,  tem se tornado cada vez mais salgado, o que foge à ideia tradicional a que remetem tais mercados.  

Parece que aqui a fórmula para a sobrevivência do espaço é entender as diversas camadas de tempo que se sobrepõem na história da edificação, atualmente muito bem fragmentada em seus quatro pavimentos — agora com o último representando esta nova fase explosiva em que se encontra o espaço.

Pode-se,  tranquilamente, comprar alguns temperos e queijos no térreo do Mercado Novo,  subir para o primeiro pavimento para apreciar o trabalho dos produtos gráficos,  com suas máquinas que remetem a outros tempos com menos telas e documentos virtuais, e depois seguir para o terceiro pavimento em busca de um bom almoço  que misture a tradição mineira com influências e sabores internacionais.  

Assim, possivelmente, será plausível pensar um Mercado — e uma cidade — que  possam, de fato, entender-se como plurais, democráticos, diversos, a partir deste  edifício que consegue abrigar diferentes camadas sociais, usos e uma série de  encontros, sempre entremeadas pela luz e a paisagem filtradas pela pele de tijolos  vazados.

Referências 

FILOMENO, Daniela. Mercado Novo, o mercadão de BH, leva agito  gastronômico para o centro da cidade. CNN Brasil, 19 nov. 2021. Disponível em:  https://www.cnnbrasil.com.br/viagemegastronomia/cnn-viagem gastronomia/conheca-o-mercado-novo-em-belo-horizonte/. Acesso em: 13 jun.  2023. 

GALLEGOS, Isabella. Rearquitetura Mercado Novo. Disponível em:  <http://portfolio.bimbon.com.br/arquitetura/rearquitetura_mercado_novo#:~:text =O%20Mercado%20Novo%20foi%20constru%C3%ADdo,Gra%C3%A7a%20e%20 Sandoval%20Azevedo%20Filho.>. Acesso em: 12 jun. 2023. 

MERCADO CENTRAL. O mercado. Disponível em:  

http://mercadocentral.com.br/sobre/. Acesso em: 12 jun. 2023. 

PBH ATIVOS. PMI de Mercados Municipais. Anexo VIII – Mercado Novo. 2018.  Disponível em: https://www.pbhativos.com.br/arquivos/03-CONCESSOES-E PPPS/03.7%20- 

%20PMI%20E%20MIP/PMI%20MERCADOS%20MUNICIPAIS/ANEXO%20VIII_Merc ado%20Novo.pdf. Acesso em: 12 jun. 2023. 

ROCHA, Gustavo. Mercado das Borboletas celebra três anos de atividades  culturais. O Tempo, 20 dez. 2013. Disponível em: 

<https://www.otempo.com.br/entretenimento/magazine/mercado-das borboletas-celebra-tres-anos-de-atividades-culturais-1.763453>. Acesso em: 13  jun. 2023.

Por Júlia Garcia

O fim de semana em Belo Horizonte está repleto de eventos para todos os gostos. Confira hoje a agenda que o Contramão separou para você curtir o final de semana.

Sexta

Depois de mais de cinco anos longe dos palcos, a banda NX Zero se reúne para a turnê Cedo ou Tarde. Celebrando uma história de sucesso e que acumula hits, Di Ferrero, Gee Rocha, Filipe, Conrado Grandino e Daniel Weksler estão viajando pelo Brasil para matar a saudades do público fiel. E hoje, sexta-feira, a banda chega na capital mineira para mais uma apresentação. O show acontece no Expominas, a partir de 20h. Os ingressos estão disponíveis no Eventim.

Sábado

E Belo Horizonte recebe mais uma edição do Pandora Festival. O evento que reúne os melhores DJs da cena eletrônica nacional, surpreende a cada ano. Com uma estrutura tecnológica de outro planeta e mais de 20 atrações, você poderá curtir 12h de muita música. O Pandora Festival 2023 acontece no Mineirão, a partir das 15h. Para garantir o ingresso basta acessar o Sympla.

E para curtir o restinho da semana do rock em grande estilo, vem aí mais uma edição do Prime Rock BH, o festival dos clássicos do rock nacional. Neste ano, o Prime Rock desembarca na Esplanada do Mineirão. Com um line-up surpreendente, o Prime Rock vai reunir Biquini, Paula Toller, Paulo Ricardo, Nenhum de Nós, as participações especiais de Léo Jaime e Fernanda Abreu e muito mais. O evento começa às 13h, e os ingressos podem ser adquiridos pela plataforma BlueTicket.

Domingo

E no domingo você poderá curtir a feijoada porcão! Muita comida, muita bebida e um convidado super especial, Dudu Nobre. Além do cantor, o evento vai reunir o Beiço do Wando, Baile do Magua e os Magnatas do Samba. Curtiu? O evento acontece no Estacionamento Porcão, a partir de 12h. Corra pra garantir seu ingresso no Sympla!

E para encerrar a semana, as crianças e familiares poderão ser transportados para um universo cheio de fantasia. Isso porque Belo Horizonte recebe o Gato Galactico Space Show. Com muita música e criatividade, o YouTuber Ronaldo Souza, o Gato Galactico, chega à capital com sua turnê que faz parte das celebrações de 10 anos do canal. O espetáculo acontece no Minas Centro, às 17h. Os ingressos estão disponíveis no Sympla.

Por Júlia Garcia 

O fim de semana em Belo Horizonte está repleto de eventos para todos os gostos. Confira hoje a agenda que o Contramão separou para você curtir o final de semana.

Sexta

E como estamos no mês das festas juninas, já inicio nossa agenda no clima. Nessa sexta-feira acontece o primeiro Arraiá POP da Ursula. Então já separa sua boa e a camisa xadrez!! Com correio elegante, comidas típicas, dose dupla de xeque mate e rodada de catuaba na pista, o evento promete bastante diversão. Além disso, o Arraiá contará com a presença da DJ carioca, Karina Karão para agitar sua noite. O evento começa às 23h, no 80BAR e os ingressos podem ser garantidos pelo Sympla

Sábado

E no sábado você que curte carnaval e astrologia, poderá se divertir no Bloco dos Gêmeos. O evento para geral cantar, pular, dançar, cair na farra, fazer novas amizades e até mesmo encontrar seu amor, hein?! Só não prometo que seja do mesmo signo que o seu. O Bloco dos Gêmeos convida Kevinho, Psirico, Akatu, Felipe Hott e o DJ Vitor Zucarelli. Curtiu? A folia vai acontecer na Serraria Souza Pinto, a partir das 14h. E para comprar seu ingresso, é só acessar a Central dos Eventos

Belo Horizonte recebe mais uma edição do Baile da Arena Festival. No sábado, a capital mineira conta com a presença dos maiores nomes do rap, funk e trap do Brasil. Shows com Orochi, Livinho, Mc Rick, Ws da Igrejinha, Oruam e muito mais, vão agitar o seu final de semana. O festival acontece no Expominas, às 22h e os ingressos estão no site Central dos Eventos.

Domingo

Domingo e pagode é um match perfeito, concorda? Pois se prepara que vem aí mais uma edição do Sambaê! Nessa edição especial, a pagodeira Marvvila está mais que confirmada. Além da cantora, o Sambaê recebe o grupo Marra Pura, o cantor Felipe Hott e o DJ Daniel Dk. Você não pode perder!! O evento, que começa às 14h, será realizado no Concreto Skate e as cortesias e os ingressos estão disponíveis no Sympla

E para encerrar o final de semana, a cantora e compositora Ana Gabriela chega em Belo Horizonte. Depois de lançar o álbum “Degradê”, a cantora chega na capital mineira com show baseado em seu trabalho. No álbum, Ana Gabriela experimentou outros estilos musicais, como o samba. A cantora vai reunir no novo show faixas do último álbum, além de cantar sucessos de outros momentos da carreira. No palco, a artista será acompanhada pelos músicos Thiago Leal (baixo), Filipe Coimbra (guitarra) e Pedro Lacerda (bateria). A turnê degradê será realizada no Centro Cultural Unimed-BH Minas, a partir das 19h. Ingressos disponíveis no Eventim.

Por Matheus Dias

Quem agora passa pelo Mercado Novo pode se aventurar de uma forma saborosa. O local, já conhecido pelo estilo boêmio, é um polo gastronômico e reúne uma diversidade da culinária Mineira. Um passeio tanto quanto convidativo para quem gosta de se deliciar. 

No Mercado você encontra desde iguarias, como o famoso pão de queijo à um sushi vegano, sobremesas com um gostinho do interior – mesmo localizado na capital mineira, e uma variedade de tipos de bebidas: café, vinho, cerveja, garapa, ou caldo de cana – para quem preferir chamar assim entre outras. O Mercado Novo possui um espaço diverso,  mas antes de cada restaurante e bar se instalar passa por uma curadoria, para que cada estabelecimento tenha uma proposta distinta e particular.

Com um leque de estabelecimentos para comer e beber, a gastronomia é a responsável por atrair um  grande número de frequentadores. São mais de 40 lojas no ramo, mas que não pretende abrir novos, conta Luiz Felipe Castro, curador do projeto de expansão do Mercado Novo. “O prédio tem uma

Luiz Felipe de Castro, curador do projeto de expansão do Mercado Novo/Foto: Arquivo Pessoal.

capacidade máxima de pessoas, temos uma infraestrutura máxima que é comportada, entre banheiro, segurança, área útil para sentar-se, e estamos muito perto dessa limitação. Então faz sentido que a gente tenha sucesso em outros horários e ramos”, explica.

Mesmo com a ampliação e o desejo de novos polos, o curador deixa claro que a gastronomia continuará ser uma vertente forte e considera que o Mercado esteja em um patamar elevado quando se trata de núcleo gastronômico. “Temos bons chefes e os restaurantes se reinventam reformando seus restaurantes e sempre com novidades”, ressalta.

 

 

 

 

A Borandá é uma pastelaria do Mercado atrativa pelos sabores que dificilmente encontrará em outro lugar, como vaca atolada, queijo canastra e frango com quiabo. E de onde vem essas inspirações? O proprietário Jefferson Margarida conta. “Vem de várias vivências em reunião com os funcionários, sócios e até numa mesa de bar com amigos. Cada sabor da Borandá carrega uma história afetiva com alguém”.  Stheffany Ribeiro, 24, advogada, foi pela primeira vez no Mercado neste ano, 2023, se encantou com a “vibe” do espaço e dentre os restaurantes que visitou se encantou pelo a pastelaria e afirma “os sabores me chamou atenção, o cardápio diferenciado e o gosto que é único”, finaliza. 

Pastéis sendo produzidos na Borandá. Foto: Matheus Dias.

A gastronomia do Mercado tem influências de vários países, mas, inicialmente, só poderia entrar a culinária mineira e aquelas não fosse, deveria ter uma releitura do estado. “A gente sempre tentou ir num foco de não ter um ‘viralatismo’ e valorizar a nossa gastronomia com um serviço de qualidade e que se faz de forma artesanal, local, com pequenos produtores e muitas vezes dos próprios lojistas diretamente com consumidor final. Você não vê uma grande empresa vendendo cerveja, doce e enlatados. Este é um dos critérios para estar no Mercado”, pondera Luiz Castro. 

Existe algo mais local do que pão de queijo quando se refere a culinária de Minas Gerais? No Mercado Novo tem um restaurante especializado neste assunto, a Pão de Queijaria. Recém-chegada, em 2021, mas já conhecida em outro ponto de Belo Horizonte, a loja do Mercado para os clientes é descrita como uma distinta experiência, com variações no cardápio, composição de pratos, e decoração. E o modelo de atendimento é “sem garçom”, como o famoso e velho atendimento no balcão.

Loja do Mercado Novo da A Pão de Queijaria. Foto: Matheus Dias.

Lucas Parizzi é proprietário da A Pão de Queijaria e conta que a proposta é valorizar os pequenos produtores do estado e resgatar as tradicionais receitas de pão de queijo. “Este modelo de valorização da cultura e gastronomia local tem enorme sinergia com o Mercado Novo e seus novos comércios. Desta forma, acreditamos que a proposta do Mercado e o modelo de negócios da A Pão de Queijaria são mutuamente complementares para BH”,  afirma. 

Nos três andares do Mercado há presença da gastronomia, no térreo, onde se tem a feira, localiza restaurantes de balcão, com preço mais acessível e tendo como público os trabalhadores do Centro de BH. Luiz Castro destaca também os restaurantes na madrugada, como é o caso do Bar do Zé Luiz, com funcionamento das 2h da madrugada até às 11hs da manhã, tendo como principal público os trabalhadores na Feira da Madrugada, hortifruti que recebe a mercadoria do Ceasa.  

Sem pretensão de se expandir em lojas voltadas para gastronomia, a proposta é que os valores, cultura e a tradição mineira se mantenham e assim também a relevância do polo gastronômico que se construiu, e assim indo de encontro com o que propõe o estatuto de ocupação: “O Mercado Novo é um retrato histórico da riqueza cultural dos comércios da região central de Belo Horizonte. E isso o torna único e insubstituível”. 

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Por Adria Oliveira 

O nascimento, a meninice, a meninez… quem nunca teve saudade do tempo da infância que
atire a primeira pedra…  Às vezes a saudade pode ser de um cheiro, um gosto, uma memória afetiva ou um sorriso, mas do que eu mais sinto saudade é de não pensar mal dos outros. Parece estranho, mas me diga, qual a última vez que você fez qualquer coisa sem desconfiar de alguém? Quando eu era criança certa vez um vendedor de uma rede de supermercados me perguntou, garotinha, você trocaria seu bico por aquela linda bicicleta rosa? E eu aceitei, é claro, pelo menos foi isso que a minha mãe disse. O fato é que eu nem por um segundo pensei em contestar o porquê daquele vendedor ter aleatoriamente feito aquilo?

Ai que saudade de uma brincadeira tranquila, um desenho animado, de chorar fácil, sorrir fácil, sentir raiva fácil, parar de sentir raiva fácil e não me preocupar se o meu “coleguinha” vai errar comigo de novo. E aí está o paradoxo, porque quase toda a parte da minha infância, tudo o que eu queria era ser adulta.

Você já parou para pensar por que o vendedor me fez aquela proposta? É porque meu pai pagou 50 reais por algo que eu não queria abrir mão: meu bico. Naquela época, eu tinha quase 3 anos e não queria desistir daquela pequena fonte de conforto. É engraçado pensar que, se essa história acontecesse hoje, eu provavelmente estaria procurando uma câmera, pensando que era uma brincadeira ou pegadinha de algum programa de TV divertido, sabe? Às vezes, eu até gosto de ser adulta… Não é tanto a saudade da infância que me bate, mas sim a falta de preocupação em lidar com contas para pagar… ou talvez nem lidar com elas.

Ah, como sinto falta dos tempos da infância! O nascimento, a fase de ser criança, aquela época cheia de pureza… Quem nunca sentiu saudade desses momentos, não é mesmo? Às vezes, basta um cheiro, um gosto, uma lembrança afetiva ou um sorriso para trazer tudo de volta. Mas sabe do que sinto mais falta? De não ter uma mente desconfiada, de não pensar mal das pessoas. Parece estranho, mas me diga, quando foi a última vez que você fez algo sem desconfiar das intenções de alguém? Lembro-me de uma ocasião em que era apenas uma garotinha. Um vendedor de um supermercado se aproximou de mim e perguntou: “Você trocaria seu bico por aquela linda bicicleta rosa?”. E eu aceitei, é claro. Pelo menos foi isso que minha mãe me disse. Naquela época, nem por um segundo passou pela minha cabeça questionar o porquê daquela proposta repentina.

Ah, como sinto falta de brincadeiras tranquilas, de desenhos animados, de rir e chorar facilmente, de sentir raiva intensamente e, em seguida, deixá-la ir embora sem rancor. Sinto falta de não me preocupar se meus amigos vão me machucar novamente. É engraçado como tudo isso é contraditório, porque na maior parte da minha infância, eu só queria crescer logo.

Adria Oliveira na fase adulta. Foto: arquivo pessoal.

Você já parou para pensar por que o vendedor me fez aquela proposta? É porque meu pai pagou 50 reais para me tirar o bico, algo que eu não queria abrir mão. Eu tinha quase 3 anos naquela época, e aquela chupeta era meu pequeno refúgio. É curioso pensar que, se essa história acontecesse hoje, eu estaria procurando uma câmera, pensando que era uma brincadeira ou pegadinha de algum programa de TV divertido, sabe? Às vezes, até consigo apreciar a vida adulta… Não é tanto a saudade da infância que me consome, mas sim a falta de preocupações com contas a pagar… ou, quem sabe, nem precisar lidar com elas.

Por Júlia Garcia 

O fim de semana em Belo Horizonte está repleto de eventos para todos os gostos. Confira hoje a agenda que o Contramão separou para você curtir o final de semana.

Sexta

E nessa sexta-feira se inicia a 8ª edição do projeto Solo Negro. A abertura da programação será realizada pelo pernambucano Lucas dos Prazeres. O artista trará o espetáculo SOM DA VIDA, que passeia pelas manifestações da cultura popular de Pernambuco. No espectáculo, Lucas canta, dança e toca canções autorais e músicas do cancioneiro tradicional afro e indígena. A 8ª edição acontece nesta sexta, às 20h, no Teatro Espanca e a entrada é gratuita. 

A Casa Sapucaí recebe hoje a nova Festa de Pop: Miau ^-^ O Pop das Gatas. Com o intuito de colorir os fins de semana da casa mais amada da rua Sapucaí, a festa contará com o melhor dos hinos POP, prometendo aquecer os corpos e as almas. E não vai ser só música não, viu? Tem rodada dupla de Xeque-Mate até as 21h. E quem for com orelhinha de gato, garante um drink até às 21h! A festa se inicia às 20h, na Casa Sapucaí e os ingressos podem ser garantidos através do Sympla.

Sábado

O mês de junho chegou e junto dele se iniciam as festas juninas. E se você deseja iniciar o mês no pique, vem aí a segunda edição do arraial da Andacunfé. O bloco de carnaval, que homenageia o astro Gilberto Gil, realiza uma festa junina no Santa Tereza. Além da bateria e banda do Andacunfé, haverá apresentações do Bloco de Pífanos BH, Assum Preto e Thiago Amador. O evento, que acontece neste sábado, também conta com comidas típicas, brincadeiras, quadrilha e muito mais. E para participar, basta estar presente na Praça Joaquim Ferreira da Luz, a partir das 14h!

E neste sábado Belo Horizonte vai receber mais uma edição da Só Track Boa. Se você gosta de música eletrônica, pode se preparar para curtir muitas horas do melhor da música eletrônica. A line up está recheada com os principais nomes da cena nacional e internacional. E além de 17 horas de shows, a estrutura conta com vários espaços instagramáveis, prontos para você registrar seus momentos na Só Track Boa. Curtiu? A festa acontece no Mineirão, a partir das 16h, e os ingressos estão disponíveis no site Ferver

Domingo

Para você que curte musical, pode reunir toda sua família para o espetáculo “A menina do meio do mundo – Elza Soares para Crianças”. Neste domingo, o programa Diversão em Cena apresenta o musical infantil, que reúne grandes sucessos na voz da saudosa Elza Soares. Uma história lúdica, emocionante e divertida sobre a força da mulher negra. Reunindo grandes clássicos da MPB, o espetáculo se inspira em alguns fatos da artista. A apresentação acontece no Palácio das Artes, a partir das 17h. Para garantir seu ingresso, é só acessar o Eventim

E para fechar o final de semana com chave de ouro, o festival Teatro em Movimento, traz a Belo Horizonte o espetáculo “Vocês Foram Maravilhosos”, apresentado por Marcos Veras. Com texto de sua autoria, o ator global divide com a platéia histórias da sua vida e propõe uma descontraída terapia coletiva com os espectadores. Misturando comédia stand-up, peça de teatro, show de humor e um biodrama, o espetáculo começa às 19h, no Sesc Palladium. Garanta seu ingresso pelo site Sympla.