curiosidade

Na manhã desta quinta-feira, 09, a Assembleia Legislativa de Belo Horizonte recebeu a primeira audiência pública em que se debate o conceito contemporâneo de família.  Em 2013, o deputado Anderson Ferreira (PR-PE) relator do projeto conhecido como ‘Cura Gay’, apresentou o projeto de lei sobre O estatuto da família, que propõe o reconhecimento de apenas um núcleo familiar pautado pela união do homem-mulher unida pelo matrimônio ou união estável, excluindo todas muitas outras variações naturais de uniões familiares: mães solteiras, casais gays com filhos, casais sem filhos.

Ao reconhecerem apenas um modelo de família, o projeto de lei está automaticamente anulando todos os direitos que o Estado já garantiu à população, independente do arranjo familiar, como: o direito da união estável, o direito da adoção, o direito da pensão, o direito da herança.

Se este estatuto for aprovado na Câmara dos Deputados no formato em que está, ele aponta para um retrocesso. De acordo com o coordenador do núcleo dos Diretos Humanos e cidadania LGBT UFMG, Marco Aurélio Prado, “não é apenas conservador o estatuto da família, mas é, sobretudo uma violência a boa parte da população porque implica numa exclusão de direitos. A família nunca teve um formato só, ela sempre foi mutante”.

Para ele, é importante que o Estado intervenha sobre determinadas formas de regulação sobre direitos da família, por exemplo, a intervenção do Estado em episódios de violência contra crianças, adolescentes e mulheres na família.

Existem muitos modelos de família, e não é função do estado decidir sobre as formas de família, mas sim a proteção dela. Para presidente do Instituto Brasileiro de Direito a Família, o IBDFAM, Rodrigo da Cunha Pereira,  o projeto deveria apresentar outro nome: “Quanta ignorância desse projeto de lei! Quanta violência! Deveria se chamar “estatuto contra as famílias”. A bancada religiosa está cada vez mais conservadora impondo a sua religião ao próximo. O estado se separou da igreja 1891, mas até hoje não é um estado laico. Esse estatuto é retrocesso histórico. Família não é isso! Pode até ser isso, mas não é só isso. E a manipulação na pergunta! A população foi induzida a isso!” ressaltou Pereira referindo-se a enquete realizada pela câmara dos deputados. (imagem abaixo)

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“É claro que os 62% dos brasileiros que responderam esta questão estão certos, sim. Mas não existe apenas um modelo familiar”, finalizou o presidente.

O jornal Contramão foi às ruas para saber das pessoas delas relacionadas ao conceito de familiar.

https://goo.gl/4HScyP

A revolução no enfrentamento da Hepatite C está vencendo grandes obstáculos para garantir a eficiência do tratamento. Hoje, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro do medicamento Sofosbuvir, indicado para tratar o vírus da Hepatite C.

Este é o terceiro medicamento aprovado pela Anvisa em 2015 – em janeiro aprovaram o Daclatasvir e em março o Simeprevir. Juntos, esses remédios compõem um novo tratamento que é mais eficiente – dura 3 meses e tem um percentual de cura maior, de cerca de 90%. A expectativa é que os medicamentos sejam disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) até o final deste ano.

Na Atualização Global no Setor de Saúde feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2014, foi estimado que das 2 milhões de pessoas infectadas pelo HCV (vírus da hepatite C), 80% não têm conhecimento do seu estado serológico. Em nota divulgada pelo Portal da Saúde no dia 23 de outubro de 2014, 15,8 mil pessoas estão em tratamento contra a hepatite C no SUS. Isso significa que, dos MILHÕES de prováveis infectados pelo vírus, somente 15,8 MIL pessoas estão em tratamento.

Tratamento

O tratamento que vem sendo utilizado até o momento é um coquetel que leva Interferon Peguilado injetável, combinado com Ribavirina e em alguns casos vai um inibidor de proteases (Boceprevir ou Telaprevir). É longo, 48 semanas e é custoso, 30 mil dólares – aproximadamente 75 mil reais por pessoa, além de ser penoso – provoca muitos efeitos colaterais adversos.

“Um coquetel tão complicado, sensível e caro é receitado somente por médicos especializados em hepatite C.” explicou Carlos Varaldo, fundador da ONG Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite C. A situação muda com a chegada dos novos remédios aprovados pela Anvisa. “Uma grande vantagem da adoção do novo medicamento é ele ser menos agressivo, mais simples, e é de via oral – o que significa que mais médicos, não só os especializados, poderão tratar dos infectados.” concluiu Varaldo.

E com um bônus: os novos tratamentos são mais baratos que os usados hoje, então à substituição do atual pelos recém-aprovados permitem duplicar o número de tratamentos com o mesmo orçamento.

 

Camila Lopes Cordeiro

Misturando poesia, politica e pipoca o vendedor Washington Silvestre, 40, chama a atenção de quem passa pelo Centro Cultural Banco do Brasil, na Praça da Liberdade, com poesias e contos colados em seu carrinho. O pipoqueiro, que também é escritor e compositor, sonha em gravar um disco independente e publicar um livro com suas obras.

A ideia de colar os textos surgiu, segundo ele, da vontade de fazer com que as pessoas conhecessem os seus ídolos literários e passassem a ler mais, “com isso faço com que as pessoas, conheçam o que há de bom na literatura brasileira e passem a gostar”.


Antes de se aventurar como vendedor o ambulante trabalhava como gari e afirma ser essa sua profissão. Como perdeu seu emprego, Silvestre resolveu então vender pipoca para se sustentar, “Eu corria atrás de caminhão daí perdi o emprego e resolvi vender pipoca deu certo e estou aqui até hoje”, declara.

Recentemente ele encontrou mais um obstáculo para seu trabalho. A fiscalização da Prefeitura de Belo Horizonte o proibiu de trabalhar em dias de grandes eventos no entorno da praça alegando que o local é patrimônio tombado e vendedor nenhum pode ficar num raio de 50 metros, correndo o risco de tomarem o seu carrinho. A solução encontrada por Washington foi organizar um abaixo assinado e entrar com uma ação pedindo uma liminar para trabalhar em eventos maiores, pois segundo ele, tem o dobro de lucro que nos dias normais, “As vezes a fiscalização tira vendedores de outros pontos que vêm aqui somente em grandes eventos e eu acabo sendo prejudicado”.

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Na foto Washington Silvestre e seu carrinho de pipoca.

Washington morou na rua por três anos, onde acabou se envolvendo com drogas, e encontrou na literatura incentivo para retomar sua vida. Além de poesias ele escreve músicas e espera um dia poder gravá-las. Desde que começou a trabalhar como pipoqueiro passou a usar o espaço para divulgar também as suas obras, onde escreve sobre amor e problemas sociais que ele acompanha de perto.

Animado, Silvestre sonha com o sucesso: “ainda vou conseguir viver somente da minha arte, é isso que eu quero”, finaliza.


Texto e foto: Felipe Chagas

+ 5 perguntas que você estava com vergonha de perguntar:

 

Inaugurada na quarta-feira, 11, a exposição “Je suis Charlie, Uai”, apresenta trabalhos de 24 cartunistas mineiros (Aragão, Aroeira, Lor, Mário Vale, Melado, Nílson, Son Salvador, Thalma, Alves, Duke, Dum, Edra, Genin, Guto Respi, Janey, Jorge Inácio, Lute, Mello, Nelson Cruz, Quinho, Chantal, Nani e Rico. E como convidado especial, Ziraldo) que produziram charges especialmente para homenagear os colegas de profissão do jornal Charlie Hebdo – que foram assassinados no dia 07 de janeiro.

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“Essa exposição nasceu da intenção de alguns cartunistas de prestar solidariedade aos franceses. É um tributo à memória do Charlie e das outras vítimas do atentado. E também é uma luta dos cartunistas pela liberdade”. explicou José Carlos Aragão, idealizador da homenagem junto à AFBH.

No dia da abertura da exposição, foi lançado um manifesto a favor da liberdade. “Nós, mineiros, temos uma relação muito próxima com a Revolução Francesa. Foi a partir daí que surgiram os Inconfidentes. O sentimento de liberdade está até estampado na bandeira de Minas”, completa Aragão.

A exposição ficará disponível para visitação até o dia 07/03 na galeria Georges Vincent, Rua Tomé de Souza, 1418, Savassi. Entrada gratuita.

1- Charlie Hebdo, quem?

Charlie Hebdo é um jornal francês satírico e semanal que não tem medo de ofender. O jornal tira sarro de políticos e líderes religiosos, de todos os matizes, e faz parte de uma tradição de sátira política e religiosa na França secular. Mas o jornal também foi acusado de ser anti-islâmico, antissemita e racista, e que o conteúdo é puramente inflamatório e ofensivo.

2- E então?

No dia 07 de Janeiro passado, os irmãos Saïd e Chérif Kouachi invadiram o jornal Chalie Hebdo junto aos seus fuzis Kalashnikov e assassinaram 12 pessoas – que inclui membros da equipe e policiais. Os irmãos Kouachi são homens franceses, de origem Argélica, e são muçulmanos que se sentiram ofendidos com as caricaturas que o Charlie Hebdo publicava. As sátiras que faziam piadas sobre líderes islâmicos, ao profeta Maomé e ao Deus Alá foi, aparentemente, a motivação dos irmãos para atacar a redação do jornal.

3- Por que tanta sensibilidade por algumas charges?

Nas charges que a Charlie Hebdo publicava, o profeta ou o deus islâmico (assim como outros líderes religiosos) tinha toda a característica grandiosa, inacessível e misteriosa totalmente retirada. As figuras santas que só estão disponíveis no altar ou em livros sagrados eram convidadas a agir como humanos. Então, de repente, Alá, que os mulçumanos só viam como o criador dos céus e da terra e que não há nada semelhante a Ele no mundo, caricaturado com as nádegas de fora. Numa religião tão tradicional, onde ainda em alguns países islâmicos as mulheres não conquistaram o direito de dirigir carros, ter o profeta despido para o mundo, rebaixando-o a condição de homem é muito ofensivo para os mais crentes.

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O islamismo é uma religião tão antiga quanto o judaísmo e o cristianismo. Só que o Islã não teve uma reforma ou modernização da sua fé em séculos! Não houve um muçulmano revolucionário como houve cristãos: Matin Luther King, Joana D’arc, alguns Papas. Ou seja, a religião Islâmica ainda mantem o pensamento medieval que todas outras um dia tiveram.

4- “Je suis Charlie”? Que isso?

“Je suis Charlie” foi o slogan do movimento que aconteceu logo depois dos assassinatos na redação do jornal Charlie Hebdo em prol da liberdade de expressão. Traduzido para o português o slogan significa “Eu sou Charlie” foi escrito em cartazes e perfis do Facebook numa demonstração de simpatia pelas mortes provocadas pela intolerância de muçulmanos extremistas. Mas muitas pessoas aderiram à causa pois protestavam à liberdade de pensar e falar livremente, não necessariamente estando de acordo ou comprando as caricaturas do Charlie Hebdo.

5- “Je suis Charlie, Uai”? Uai?

24 chargistas mineiros fizeram cada um uma charge para homenagear os colegas do Charlie Hebdo assassinados. Os trabalhos se transformaram na exposição “Je suis Charlie, Uai”. Entretanto, a exposição não deixa de ser uma reedição da exposição de 1977 em que a maioria dos chargistas que ontem se reuniram para lançar a exposição “Je suis, Charlie, Uai” estavam manifestando naquele mesmo lugar, pelo mesmo motivo: liberdade de expressão. Em 77 eles viviam em uma ditadura e tinham suas charges proibidas de circularem. E agora, com o incidente trágico na França – que se mostrou uma nova tentativa de censurar pela intimidação- e com toda censura velada que vivemos no Brasil de hoje sob forma de sentenças judiciais e pressões, os chargistas daquela geração e os da nova se juntaram para lutar contra a causa da livre expressão do pensamento.

Texto e fotos: Camila Lopes Cordeiro

Na manhã desta quarta-feira, 28, os responsáveis pelo transporte particular, os taxistas reivindicaram uma resposta da prefeitura e da BHTrans sobre o livre acesso às faixas exclusivas de ônibus, e ainda, pediram por uma fiscalização mais acentuada para coibir o transporte clandestino na capital.

 

Taxista há três anos, Wanderson Barbosa Novaes se indignou com a situação, “para trabalhar como taxista, é necessário tirar cinco certificados, fazer curso, pagar taxas. Os piolhos (responsáveis pelo transporte clandestino) não. Por aplicativos de celular eles marcam as corridas, dão até o valor. Mas nas ruas, na rodoviária, no aeroporto se vê os caras pegando passageiro descaradamente”.

 

“Os carros que fazem o transporte clandestino muitas vezes são veículos particulares que rodam pela cidade recolhendo passageiros”, explica Novaes. Segundo o taxista, na maioria das vezes são taxistas de outras cidades como Lagoa Santa, Vespasiano, que não são vinculados a Belo Horizonte, fazendo o transporte que seria de taxistas que pagaram para ter esse benefício.

 

A manifestação desta manhã, não teve envolvimento do sindicato da classe, o Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários, Taxistas e Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens de Minas Gerais (Sincavir-MG).

Em entrevista, o diretor efetivo, Avelino Moreira de Araújo disse que a manifestação não era necessária, pois o sindicato tem acesso direto para discutir o assunto com a prefeitura. Mas que apesar de o sindicato não ter participado, ele achava válido da manifestação.

 

“Carona Paga”

 

Uma medida que já está em vigor desde março de 2014 para abster a “carona paga” foi a Resolução Nº4.287 da ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, publicada no Diário Oficial. A resolução prevê apreensão por no mínimo 72 horas do veículo que faz transporte clandestino, e os custos pela guarda e remoção do veículo são de responsabilidade do motorista ou dono do automóvel que foi abordado. Em nota, a ANTT explica que os passageiros deverão ser levados pelo transportador clandestino para um terminal rodoviário próximo para seguirem viagem em ônibus regulares.

Texto e foto por Camila Lopes Cordeiro

Com a chegada do verão e das férias, os parques, clubes e praias são os lugares mais visitados por todos. Mas, além de diversão, a estação mais quente do ano requer vários cuidados, pois, com elas vêm às conhecidas doenças de verão, entre as mais frequentes estão: a desidratação, doenças de pele, insolação, hepatite A, dengue e intoxicação alimentar.

Essas doenças podem ser evitadas com cuidados básicos como: Tomar pelo menos dois litros de água por dia, ingerir alimentos leves como frutas e verduras, evitar alimentos gordurosos, usar protetor solar com fator de proteção mínima de 30 inclusive no dia a dia e evitar exposição ao sol ente 10h e 16h.

Desidratação:

Ocorre quando o corpo perde mais líquido do que ingere. Os principais sintomas são: sonolência ou cansaço, diminuição na produção de urina, boca seca, pele seca, dor de cabeça, prisão de ventre e tonturas ou vertigens.  A desidratação pode ser prevenida com a ingestão de líquidos em doses extras em caso de eventos que ocorra uma maior perda de energia, deve-se evitar a exposição ao sol  por longos períodos, e nos dias de calor intenso evitar essa exposição.

Doenças de pele:

Uma das doenças mais comuns de pele nesse período são as micoses. Isso ocorre devido ao contato maior com água, através do suor ou ida a praias e piscinas. Como a pele fica úmida por muito mais tempo a doença aparece e é causada por fungos. Micoses podem aparecer na virilha, nos pés e nas unhas. Os sintomas são pequenas lesões vermelhas, escamação contínua da pela e coceira.

Insolação:

A insolação é provocada pelo excesso de exposição ao sol, e resulta em um aumento de temperatura do organismo acima dos limites fisiológicos. Os principais sintomas são: temperatura corporal excessivamente alta (acima de 39,5°C), pele vermelha, quente e seca, pulsação acelerada, falta de ar, vertigem, vômito e desidratação. A Insolação deve ser prevenida com a diminuição de exposição aos raios solares, principalmente entre 10h e 16h, evitando a prática de atividades físicas no sol e ingerir bastante líquido.

Hepatite A:

É causada pelo vírus da hepatite A, a transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados por material fecal. Os sintomas são: fadiga, náusea e vômitos, dor e desconforto abdominal, perda de apetite, febre alta, urina escura e amarelamento da pele e olhos. O método mais eficaz de prevenção da hepatite A é através da vacina, outras medidas devem ser tomadas como o cuidado com frutas que possam ter sido lavadas com água contaminada, evitar o consumo de carnes e peixes e não comprar frutas vendidas nas ruas.

Dengue:

É transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais. Os sintomas são: febre alta, dor de cabeça, dor nos olhos, perda de apetite e paladar, manchas na pele, náuseas e vômitos, tontura, cansaço, dor no corpo e dor abdominal. Em casos mais graves a doença pode avançar  para a dengue hemorrágica ocorrendo risco de morte da pessoa infectada. A melhor forma de prevenção é evitar água parada, colocando areia em vasos de planta, desinfetante nos ralos, limpando calhas e mantendo a caixa d’agua tampada.

Intoxicação alimentar:

É causada pela ingestão de alimentos que contém organismos como bactérias, parasitas e vírus, encontrados quase sempre em carne crua, peixe e ovos, e podem espalhar por outros tipos de alimentos. Os sintomas são: náusea, vômitos, diarreia, dor abdominal e febre. Para prevenir a doença é aconselhável lavar as mãos e utensílios e as superfícies de alimentos várias vezes, manter alimentos crus separados de alimentos prontos para o consumo, cozinhar os alimentos em uma temperatura segura e em caso de dúvidas jogar os alimentos fora.

                                                                                                                       Texto e foto: Felipe Chagas