Entretenimento

Baseado no curta de sucesso “Eu não quero voltar sozinho”, o filme “Hoje eu quero voltar sozinho”, do diretor Daniel Ribeiro, ganhou os críticos em Berlim e os prêmios Fipresci pela crítica e o Teddy, destinado a filmes com temáticas LGBT. O primeiro trabalho do diretor, lançado em 2011, conta com mais de três milhões de visualizações na internet e serve de prévia para o longa, que tem sua estreia brasileira no dia 10 de abril. O diretor Daniel Ribeiro conversou com o CONTRAMÃO  sobre a produção do filme e o amadurecimento dos atores.

O curta “Eu quero voltar sozinho” foi gravado em 2010 e desde lá já se passaram três anos. O elenco ficou mais velho assim como a equipe. Como foi o processo de criação e concepção do filme e personagens ao longo desse tempo? Houve um amadurecimento do filme junto com a equipe?

Daniel Ribeiro: Durante estes três anos, cada um acabou seguindo um caminho diferente. Estávamos sempre em contato, já que sempre houve o plano de fazer o longa, mas só em 2012 que conseguimos confirmar as filmagens para o começo de 2013 e, felizmente, todos puderam voltar ao projeto. Durante este período, eu me dediquei a escrever o roteiro e também a captação de recursos pro filme. Felizmente, assim que a pré-produção começou no fim de 2012, toda a química que havia entre o elenco e também entre a equipe, voltou com a maior naturalidade e, melhor ainda, cada um com a bagagem que trouxe das experiências individuais dos últimos anos.

O seu longa conquistou Berlim, tanto que levou o prêmio Fipresci da crítica e escolha do publico. Qual é a maior característica do filme para fisgar o espectador? E como foi participar do festival de Berlim?

DR: Acho que o fato do filme falar de temas universais consegue dialogar mais facilmente com os espectadores. Apesar do filme ser sobre um jovem cego se descobrindo gay, o foco é na descoberta do primeiro amor e na expectativa do primeiro beijo. Esses são assuntos que qualquer pessoa consegue se identificar. Participar de Berlim foi muito surpreendente, principalmente pela reação muito positiva do público além dos prêmios que nos deixaram muito felizes.

Nos seus trabalhos anteriores, como o próprio “Eu não quero voltar sozinho” e o “Café com Leite” você aborda o tema da Homossexualidade, mas de uma forma delicada. A uma preocupação para não trazer o homossexual estereotipado?

DR: Não me preocupava especialmente em fugir do homossexual estereotipado, mas sim do foco nas questões problemáticas que muitas vezes filmes com personagens gays tem. O que eu queria era retratar personagens homossexuais que não veem a descoberta da sua sexualidade como um problema. Me preocupo em focar no que há de parecido e universal em personagens. No caso do Hoje Eu Quero Voltar Sozinho, é um personagem cego e gay, mas cujos dilemas não giram especialmente em torno dessas características, mas sim, do que há de igual entre ele e os que são diferente dele.

Em entrevistas recentes os diretores  José Padilha (Tropa de Elite) e o Hilton Lacerda (Tatuagem) disseram que “fazer cinema no Brasil é difícil”. Você compartilha dessa opinião? Houve alguma dificuldade durante a produção do filme?

DR: Fazer cinema é difícil no mundo inteiro. Fazer cinema é caro e envolve investimentos muito grandes. Felizmente, hoje, no Brasil, existe uma quantidade boa de recursos públicos sendo investidos em produções cinematográficas. Isso não deixa o processo fácil mas, pelo menos, é possível.

O longa tem estreia marcada para o dia 10 de Abril aqui no Brasil. Qual e a sua expectativa para o lançamento?  

DR: Espero que o filme consiga chegar no maior número de salas possíveis e que consiga se comunicar com os espectadores!

Veja as fotos exclusivas em nossa fanpage:

https://www.facebook.com/media/set/?set=a.439838776119744.1073741891.209723495797941&type=1 

Por: João Alves

Foto: Divulgação

Em comemoração aos 50 anos da dentuça mais famosa do Brasil, Belo Horizonte recebe, a partir de hoje, a exposição “Mônica Parede”. Os amantes das histórias em quadrinhos criadas por Maurício de Sousa poderão ver as esculturas da gordinha, baixinha e dentuça, na Praça da Savassi, região centro sul da capital, até o próximo dia 24 de abril.

Ao todo, 20 esculturas de em média 1,70 metros, produzidas em fibra de vidro, coloridas e customizadas por diversos artistas plásticos, entre eles os mineiros Aramgoní, Hiro Kawahara e Ronaldo Barata, estão espalhadas pela praça.

O projeto é uma parceria entre a Editora Panini com a Maurício de Sousa Produções. A exposição começou em São Paulo, no segundo semestre de 2013, e a cidade contava com mais de 50 Mônicas espalhadas em 35 bairros da capital paulista.

Durante a tarde desta segunda-feira, 24, as pessoas que passeavam pela praça da Savassi tiveram surpresa ao encontrar as esculturas no local. O artesão Agildo da Silva Farias acredita que, hoje em dia, as pessoas deixaram um pouco de lado os sonhos e a exposição traz isso de volta. Já o telefonista, Luiz Araripe, por ser fã da Turma da Mônica desde criança, esperava que tivessem mais Mônicas espalhadas pela cidade e que elas fossem maiores.

Acompanhadas junto à adultos, as crianças demonstraram encanto ao observar as obras. Sara Vitória, 14, se mostrou muito empolgada com a exposição e afirmou que os gibis ajudaram ela a desenvolver a leitura, quando mais nova, de forma mais divertida.

Sucesso

Com a repercussão da exposição, das 50 esculturas, 30 foram leiloadas, com o valor inicial de R$ 3500. O leilão realizado em 2013 arrecadou cerca de R$ 460 mil. O dinheiro foi destinado à Unicef – órgão da ONU que presta serviços sociais a crianças e adolescente.

Veja nossa galeria de fotos em nossa pagina do facebook.

Por: Luna Pontone

Foto :Juliana Costa

A partir desta quinta-feira, 13, os amantes de cinema poderão sentir o gostinho de começar o final de semana um pouco mais cedo – com estreias. Há duas semanas, a FENEEC (Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas) anunciou a mudança do dia dos lançamentos de sexta, para quinta-feira, com o objetivo de diminuir as filas nos cinemas no fim da semana e atrair mais o público em um dia em que os filmes são menos procurados.

Segundo o presidente do sindicato dos exibidores, Ricardo Difini Leite, o preço pode variar de cinema para cinema, mas Leite garante que, durante a semana, os preços continuaram mais acessíveis do que aos finais de semana, que podem chegar a até R$ 40 reais nos finais de semana. O presidente também afirma que não há uma obrigatoriedade na mudança de preços e que cada cinema define o seu, mas que não é uma intensão do mercado aumentar o valor da quinta. Ele acredita que se aumentar, o dia vai perder o atrativo tão desejado: a estreia.

O gerente operacional do Cine Belas Artes, de Belo Horizonte, Jorge Vale, ainda não sabe se haverá a mudança no valor das sessões das quintas-feiras. “Essa mudança me pegou de surpresa, não sabia. Como fazemos parte do circuito de São Paulo, fui verificar a programação e notei que tinha algo errado. Procurei saber o que tinha acontecido e fui informado sobre a mudança, não só nos circuitos, mas em todos os cinemas do país”. Segundo ele, o pessoal espera ganhar mais um dia de final de semana, mas acha que inicialmente não vai ter muita mudança.

Veja alguns dos filmes que têm estreia confirmada para esta quinta-feira:

Need for Speed – O Filme (3D)

Shopping Cidade
Horário: 15:50, 18:25 e 21:10.
Informações: (31) 3279-1200.

Pátio Savassi
Horário: 16h10, 19h00 e 22h00.
Informações: (31) 3288-3205

Alemão

 Shopping Cidade
Horário: 16:20, 18:30 e 20:50.
Informações: (31) 3279-1200.

 Pátio Savassi
Horário: 18h10, 20h40 e 23h10
Informações: (31) 3288-3205

Em cartaz no Belas Artes:

Ninfomaníaca: 16h30, 19h, 19h30 e 21h30.

Philomena: 14h, 18h e 21h40.
Informações: (31) 3252-7232

Por Luna Pontone
Foto: João Alves e Divulgação

A partir desta terça-feira, 11, o Sesc Palladium oferece uma nova programação para o projeto “Cinema em Transe” que tem como objetivo exibir longas que dialogam com a linguagem cinematográfica e com a originalidade brasileira.

Ao final de cada seção, toda a plateia é convidada para um debate com o diretor da longa a respeito do tema e da estética adotada pela a obra, além de discutir as dificuldades de se fazer filmes no Brasil.

O primeiro longa a ser exibido no projeto é o premiadíssimo “Tatuagem” do diretor Hilton Lacarda, que ganhou os prêmios de Melhor filme no Festival de Rio e de Gramado, o Kikito. A seção esta marcada para iniciar às 20h e a retirada dos ingressos começara 2h antes da seção.

Dia 11/03 
Seção: 20h

Tatuagem (2013)
110min – Cor – Classificação 16 anos

Brasil, 1978. A ditadura militar, ainda atuante, mostra sinais de esgotamento. Em um teatro/cabaré, localizado na periferia, um grupo de artistas provoca o poder e a moral estabelecida com seus espetáculos e interferências públicas. Liderado por Clécio, a trupe conhecida como Chão de Estrelas ensaiam resistência política a partir do deboche e da anarquia. A vida de Clécio muda ao conhecer Fininha, apelido do soldado Arlindo Araújo. É esse encontro que estabelece a transformação de nosso filme para os dois universos. A aproximação cria uma marca que nos lança no futuro, como tatuagem: signo que carregamos junto com nossa história.

Dia 18/03 

Doce Amianto (2013)
70min – Cor – Classificação 16 anos

Amianto vive isolada num mundo de fantasia habitado por seus delírios de incontida esperança, onde sua ingenuidade e sua melancolia convivem de mãos dadas. Após sentir-se abandonada por seu amor (O Rapaz), Amianto encontra abrigo na presença de sua amiga morta, Blanche, que a protegerá contra suas dores. Seu universo interior choca-se com a realidade de um mundo que não a aceita, um mundo ao qual ela não pertence e invariavelmente ela torna a debruçar-se sobre seus delírios jocosos, misturando realidade e fantasia. Com a ajuda de sua Fada Madrinha, Amianto recolhe forças para continuar existindo na esperança de ser feliz algum dia. 

Dia 25/03

 Avanti Popolo (2012)
72min – Cor –  Classificação 14 anos.

Por meio do resgate de imagens Super-8mm captadas pelo seu irmão nos anos 70, André tenta reavivar a memória do seu pai que há 30 anos espera seu filho desaparecido.

Foto: Divulgação

Texto: João Alves

No último final de semana ocorreu o 3ª Festival do Japão em Minas, no Expominas. Em relação ao festival de 2013, o número de convidados foi reduzido. As apresentações que ocorriam no palco não atraíram tanto a atenção do publico, deixando lugares vazios na plateia. Já com a participação dos grupos de dança e música do taiko (tambor japonês), o Raiki Daiko da Associação Mineira da Cultura Nipônica em Minas, e do grupo de dança de São Paulo, Minbu Sara  Odori agradaram o publico lotando a plateia.

Os dois primeiros dias, sexta-feira, 07, e sábado, 08, o evento contou com um número moderado de visitantes, sem filas longas. Já no domingo, 09, último dia do festival, as bilheterias do evento se encontravam com mais de 70 pessoas em cada fila, a situação não era muito diferente dentro dos eventos, estandes lotados e corredores cheios.

Os cosplayers deixaram para marcar uma presença mais intensa no último dia do festival. Via-se desde Power Rangers a inúmeras Lolitas, que também estiveram presentes no sábado. As estudantes, Paula Rayssa, Luzia Lima e Micaela Amaral torcem para que o evento se repita no ano que vem: – “Esse festival foi ótimo, tomara que tenha ano que vem novamente. Em comparação a outro evento de anime que tem na cidade o festival do Japão é melhor, só falta uma sala de J-pop e uma de k-pop, apesar de ser da Coreia”, expressou Micaela Amaral. A festa de encerramento ficou por conta da banda de J-Rock de BH, a Madara Bankai.

Campeão de Cosplay de Minas Gerais

O festival contou com a participação de muitos cosplayers em seu ultimo dia de evento, inclusive o campeão de Cosplay em Belo Horizonte, Julius Kaesar Silva, 21, o Artista Plástico conta que o evento foi excelente “tanto no quesito cosplay quanto no evento em si, não foi desorganizado, porém demorou um pouco a mais para que houvesse essa organização para cosplayers”. Ele anda acrescenta que o preço de entrada é acessível porém os artigos vendidos nos estandes do evento possuem um preço muito elevado.

Por: Juliana Costa
Foto do grupo Raiki Daiko por Juliana Costa

Chegou a vez da Praça da Liberdade ter sua paisagem alterada por uma intervenção urbana de  artistas asiáticos que transformaram a capital, desde o dia 12 de outubro, em uma grande galeria a céu aberto. As obras que compõem o projeto BHÁsia – Câmbio Cultural ficam expostas até o dia 8 de dezembro na Barragem Santa Lúcia, Praça do Papa, Terminal Rodoviário e Praça da Liberdade, com visitações diárias, das 8h às 22h.

Após receber o Labirinto da Felicidade, em maio, e, em outubro, o Trem de Minas, carregado com o universo de Fernando Sabino, a praça é, novamente, cenário de mais uma intervenção artística que provoca, primeiro, pela forma da instalação. Como a caixa azul e o vagão sob paralelepípedos, a urna ancestral de proporções gigantescas localizada entre as alamedas centrais desperta a curiosidade de quem passa por ali.

No interior da estrutura composta por 185 placas de minério de ferro, seus moradores se   revelam para o público, sob um piso de placas de vidro iluminadas: dragão azul-celeste, tigre banco, pássaro vermelho e tartaruga negra. A proposta do artista chinês Zhang Huan foi inspirada na tradição milenar chinesa. Na China, é comum construir, em vida, urnas onde serão depositados os bens afetivos de uma pessoa quando ela morrer. Esses bens são enterrados junto com o corpo, para que o acompanhem na última viagem de quem os guardou.

A curadoria da exposição é de Marcello Dantas, responsável pelo OiR – Outras Ideias Para o Rio, e também pela concepção artística de instituições, como o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, o Museu das Minas e do Metal e o Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte. Segundo Dantas, o projeto é uma oportunidade de conhecer a cultura de uma região do mundo com pontos de vista diferentes. “Esse contato com o estrangeiro através dos tempos foi a base que permitiu que a identidade brasileira se definisse, ainda que antropofagicamente lasciva. Nosso apetite pede diversidade. É hora de experimentarmos outros pratos que nos façam entender melhor quem somos.”, justifica.

Por: Fernanda Fonseca

Foto: João Alves