Entrevista

Com a presença de fãs, da impressa e com direito à apresentação musical de Tadeu Franco, o jornalista da TV Globo, Maurício Kubrusly, lançou na noite desta terça-feira, 02, o livro “Me leva Brasil”, na Acâdemia Mineira de Letras (AML). A obra reúne histórias que revelam a diversidade cultural de diferentes regiões do país, ao todos foram 150 cidades visitadas, em cinco anos.

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Maurício Kubrusly em sessão de autógrafos, clique na foto para conferir a galeria

O livro surge a partir da experiência do quadro homônimo apresentado no Fantástico. “É uma coisa meio natural depois de estar viajando, há tanto tempo, resgistrar as histórias mais interessantes”, explica Kubrusly. O “Me leva Brasil” começou a ser exibido no primeiro domingo de 2000, a ideia era de sair pelo país conhecendo pessaos e lugares e, segundo Kubrusly, surgiu de uma curiosidade pessoal. “Andavamos muito só por São Paulo e Rio de Janeiro”, revela.

“A produtora foi até as afiliadas da Globo meses antes do programa ir ao ar, e pediu que mandassem histórias interessantes para o programa, depois que o primeiro programa foi ao ar, começou a chover cartas”, explica. A ideia inicial, de acordo com Maurício Kubrusly era comprar um ônibus, sair de São Paulo e do Rio e ir para o Brasil.

O assessor da AML Petrônio Souza, Maurício Kubrusly, o cantor Tadeu Franco e o produtor musical Branco Monteiro
O assessor da AML Petrônio Souza, Maurício Kubrusly, o cantor Tadeu Franco e o produtor musical Branco Monteiro

Ô povo bom…”

O jornalista apresentou para o público algumas das histórias vividas durante sua passagem por 150 cidades brasileiras, dentre essas a primeira foi do Galinha Tonta, um morador de São Francisco, Minas Gerais. O apelido veio de uma brincadeira na infância, o garoto era pobre e negro, quando foi humilhado por uma mulher, ficou muito triste e não queria mais viver.

O Galinha Tonta conta que dormiu e sonhou com com um japonês, um alemão e um inglês conversando com ele em sua respectivas línguas e que quando acordou sabia falar e escrever nas três linguas. O mais curioso é que isso aconteceu quando o personagem tinha sete anos, e ele só aprendeu a escrever em português aos 11. “É um caso totalmente incompreensível para mim, levei a história ao hospital das Clínicas e ninguém soube explicar”, revela Kubrusly.

Maurício Kubrusly informa que o Estado que mais aparece no livro é Minas Gerais. “Ô povo bom pra contar história! Andando pelo interior de Minas, percebi que o mineiro tem um jeito particular de contar histórias, fico fascinado”. Kubrusly revelou também uma certa atração pelas mineiras. “Fico derretido pelas mineiras de Belo Horizonte”.

Outra história que chamou atenção do jornalista e escritor foi a a briga de duas mulheres pelos mortos da cidade, ambas tinham uma funerária e disputavam para saber quem iria cuidar do velório. “Houve uma briga entre as duas na rua e a Câmara Muncipal decidiu, dia par uma cuida do velório, em dia impar a outra cuida”, conta.

Kubrusly registra que de todas as regiões do país que ele conheceu a a que mais o entristece é a Norte. “É muita pobreza”, lamenta.

Kubrusly e a narrativa popular

A forma como Maurício Kubrusly vivencia e faz jornalismo perpassa por uma nova ótica de abordagem, há no seu trabalho uma tendência de uma linguagem literária, um jeito mais solto e que se propõe viver uma experiência antropológica. “É só uma postura minha de achar nessas reportagens que a estrela é o entrevistado e não o entrevistador”, explica, “você tem que ser o menos invasivo possível, e tentar desesperadamente o impossível, que é a pessoa fique do jeito que ela é, tendo na frente dela uma câmera de televisão”.

Maurício Kubrusly garante que não segue um modelo de jornalismo, ele não pensa em um projeto, simplesmente explora aspectos culturais nunca vistos antes, na opinião dele. “Eu gosto muito de caminhar nas pequenas cidades que ficam longe dos grandes centros. Por que ali, as pessoas têm um outro tipo de verdade, ou seja, elas são do jeito que elas são, o fato de uma emissora chegar no lugar, ele não vai se alterar”, explica.

Apesar de não ser o pioneiro nesse tipo de abordagem de em que o repórter extrapola os limites da objetividade, Kubrusly considera que a partir do “Me leva, Brasil”, outras emissoras de televisão começaram a investir nesse tipo de reportagem. “Quanto mais a gente se voltar para esse Brasil, que é o Brasil da maioria, mas que tá longe das grandes cidades, melhor para nós brasileiros. Porque a gente vai valorizar cada vez mais a diversidade do país”, avalia.

Por: Bárbara de Andrade e Felipe Bueno

Fotos: Felipe Bueno

A partir de amanhã, 02 de agosto, às 19h, a Biblioteca Pública estadual Luiz Bessa abriga a exposição “Escrito na Embalagem” que une Artes Plásticas e Publicidade. “O título da exposição faz uma referência às informações que, normalmente, vem contidas em rótulos de produtos”, explica o publicitário e artista plástico Lamounier Lucas Pereira Junior, o criador das obras. “A gente sempre presta atenção nos slogans publicitários e no que está escrito neles, convivemos com as embalagens boa parte de nossas vidas”, destaca.

O publicitário e artista plástico Lamounier Lucas
O publicitário e artista plástico Lamounier Lucas

Uma das obras que compõe a exposição é uma embalagem de Polvilho Antiséptico Granal. Estampada nas suas diversas versões para que o observador acompanhe a evolução da peça publicitária, o artista plástico e publicitário incrementa a imagem com a foto de uma negra. A mulher estampada no quadro é uma empregada da sua avó, ela não gostava de negros e não se sentia como uma, após tomar banho ela se encharcava com o polvilho para que ela ficasse branca. Essas lembranças que guardam relação com uma memória afetiva das pessoas foi o critério para a seleção de rótulos a serem trabalhados artisticamente, de acordo com Lamounier Lucas.

Lamounier explica ainda como escolheu as embalagens: “O recorte para a escolha das obras partiram desse ponto de vista afetivo. Não escolhi marcas quaisquer, não escolhi marcas que fosse de mais fácil acesso. A escolha foi por marcas que de alguma forma marcaram a minha infância e adolêscia, marcas que são conhecidas por boa parte das pessoas e marcas que tenham uma certa vida, uma certa história”.

A exposição fica aberta ao público até o dia 26 de agosto. A visitação é de segunda a sexta das 8h às 20h e, aos sábados, das 8h às 13h.

Por: Bárbara de Andrade e Felipe Bueno

Foto: Felipe Bueno

A partir da terça-feira, 05, passaram a valer as novas alterações no trânsito na região da Savassi, em decorrência das obras de revitalização da Praça Diogo Vasconcelos. Desta vez a Avenida Cristovão Colombo entre a Rua Paraíba e Tomé de Souza, foi interditada ao trânsito de veículos e retenções no fluxo foram inevitáveis.

“Para o passageiro fica difícil, pois a gente tem que buscá-lo na porta [após receber a chamada da Central de Taxi], mas conforme o local onde o passageiro mora, ele tem que vir até o carro, arrastando a mala, e se estiver chovendo o transtorno é maior”, avalia o taxista Geraldo dos Reis que passa todos os dias pela Avenida Cristovão Colombo.

As dificuldades não se restringem apenas aos motoristas, os vendedores da região, apesar reconhecerem a importância das obras, reclamam da queda nas vendas no local devido à poeira na Avenida Cristóvão Colombo, altura do número 336. “O movimento cai, porque o pedestre evita passar deste lado da rua, passa do outro lado”. “Eu fui avisada [pela PBH sobre as obras e os desvios], mas não posso fazer nada, eu tenho um comércio e não posso carregar ele para outro lugar, ele tem que ficar aqui até a obra acabar”, finaliza.

O desvio na Avenida Cristóvão Colombo também provoca retenção no trânsito nas imediações da Praça da Liberdade. Na Rua da Bahia, por exemplo, onde o trafego de veículos fica intenso, a partir das 16h, e congestionado, a partir das 17h. “O trânsito na Rua da Bahia este horário fica ruim, mas as obras na Savassi pioram bastante”, afirma o garçom Gilson Oliveira.

Para mais informações sobre os desvios acesse o site da BHtrans:

https://www.bhtrans.pbh.gov.br/portal/page/portal/portalpublico

Por: Bárbara de Andrade

Foto: Felipe Bueno

Centenas de funcionários da Copasa fizeram uma manifestação, de três horas, na tarde de terça-feira, 12, como parte das ações relativas à greve de advertência da categoria. Na pauta de reivindicações estão melhoria salarial e investimentos para os serviços de tratamento de água e de esgoto. Munidos apitos e faixas, os funcionários entoavam canções de protestos e se concentraram na porta do Ministério Público do Trabalho, na Rua Bernardo Guimarães, entre as ruas da Bahia e Espírito Santo. “Nós trabalhadores da Copasa exigimos maior respeito”, declara o presidente do Sindágua, Alexander Silva Carmo, funcionário da Copasa há 20 anos. Ouça as reivindicações:

A Copasa, hoje, é considerada uma das empresas pública mais estruturada do país. No entanto, os empregados alegam que os seus funcionários são desvalorizados e denunciam que a empresa apenas visa beneficiar os acionistas. Em meio à paralisação os funcionários gritam: “Eu sou de luta, com muito orgulho, com muito amor”. O presidente do Sindicato diz, ainda, que há uma ameaça de que o tratamento de água do sistema Rio Manso seja terceirizado o que evidencia a desvalorização dos funcionários segundo ele. Ouça:

Alexander Carmo explica, também, a escolha do local da manifestação. “Estamos fazendo esta manifestação aqui diante do Ministério Público do Trabalho porque, hoje, neste exato momento, está havendo uma reunião entre representantes da Copasa e dos Sindicatos, o Sindágua, o sindicato dos Engenheiros e o Sindicato dos Administradores do Estado de Minas Gerais”. De acordo com o fiscal de obras e projetos, Paulo Souza a greve é a única forma de luta do trabalhador que o patrão reconhece. Ouça o áudio:

Manifestantes pediam a valorização do trabalho
Manifestantes pediam a valorização do trabalho

O Sindágua garante que os serviços de fornecimento de água e coleta de esgoto não serão interrompidos com a greve.

Nossa equipe entrou em contato com a Copasa e a Assessoria de Imprensa encaminhou à redação do Contramão uma nota em que garante que a companhia “mantém o diálogo com os representantes dos Sindicatos”. Leia a nota.

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Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Felipe Bueno

Autor de “Marvin”, “Homem Primata”, “Diversão” e tantas outras músicas que redefiniram o cenário musical brasileiro nos anos 1980, o Titã, Sérgio Britto trilhou uma carreira sólida e, hoje, mostra acordes mais suaves em uma apresentação solo. Aproveitando as férias do conjunto, Britto abre espaço na sua agenda para divulgar o seu mais recente CD intitulado “SP55”. O nome do álbum é sugestivo e guarda relação afetiva com a rodovia em que tantas vezes ele passou a caminho do litoral norte de São Paulo.

Na noite da quinta-feira, 7, o Contramão Online esteve presente no bate papo com Sérgio Britto, na Casa UNA de Cultura, oportunidade em que o cantor e compositor destacou as características do seu trabalho solo que reúne influências das diferentes vertentes da música brasileira, como o samba paulista e a bossa nova em um formato pop. O cantor que já havia gravado dois CDs solos, disse que nos shows dos anteriores tocava muito Titãs, e que a sonoridade lembrava um pouco a banda, mas que nesta turnê do álbum SP55, vai tocar mais músicas do mesmo. “Não estou cantando muitas músicas do Titãs nestes shows, toco duas músicas do Titãs, mas o grosso é desse disco”, revela Sérgio.

No inicio do bate papo, Britto destacou as diferenças entre o seu trabalho nos Titãs e o seu trabalho solo. Confira no áudio:

“É outro clima eu vou fazer um show em um teatro, são shows que tem percussão, dois violões, baixo, bateria é um show com mais ritmo, muito diferente dos Titãs”, define. Ouça o áudio:

Estrada da vida

Para Britto, a rodovia é uma metáfora da estrada da vida. “É um caminho pessoal, de uma descoberta e uma coisa que você vai seguindo. A SP-55 é uma espécie de microcosmo do Brasil como todo lugar você vê miséria de um lado da estrada e luxo do outro, tem violência, tem tudo. Eu achei que era um título sugestivo, o nome é sonoro e por isso resolvi colocar”, observa.

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Fotos de Divulgação – Marcelo Tinoco

O novo álbum explora uma sonoridade pop unida ao lirismo rítmico da bossa nova, é um produto do contato que Britto teve, ainda jovem, com os grandes nomes da Bossa e da MPB, nas décadas de 1960 e 1970. Nesta época, Sérgio Britto morava no Chile, devido o exílio de seus pais, durante o regime militar no Brasil. Assim a música brasileira era ouvida em sua casa com carinho, algo que despertava a saudade.

“Eu sempre ouvi todos os estilos desde Bossa Nova, os Tropicalistas e Jovem Guarda. Isso também faz parte da minha vida, assim como bandas de rock gringas. Acho que isso tudo ajudou na minha formação musical. E o Titãs é uma banda que tem um cuidado com as letras das canções, com a adequação de música e letra, um cuidado muito que é típico da música brasileira. Essa é uma influência forte no nosso trabalho e as pessoas reconhecem isso”, avalia Britto.

Intimista, cool, essa é uma definição possível para o novo álbum de Britto que mescla, ainda, drum’n’bass e música latina. O autoral “SP55” é o seu terceiro trabalho solo. Vozes femininas dão um tom ainda mais suave ao álbum, as participações são de Wanderléia, Marina de La Riva e Negra Li.

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Clique aqui e confira a galeria de fotos, conversa com Sérgio Britto na Casa Una de Cultura

O tecladista falou das indecisões antes de optar pela música. “Já quis ser artista plástico, comecei a fazer faculdade de artes plásticas e filosofia, parei as duas”, relata. Sérgio Britto estudou piano e resolveu depois de assistir um show de Nelson Cavaquinho e Cartola, show este que lhe despertou o desejo de fazer música popular. “A música popular é muito rica, mistura muita coisa. Poesia com música, experimentar milhares de coisas dentro daqueles três minutos. É uma coisa mágica”, afirma Britto.

Sobre a relação com os Titãs, Sérgio não pretende deixar a banda. “Eu acredito que a gente possa fazer coisas ainda muito legais que a gente não fez e que eu só faço com eles. Tem coisas que eu não faria na minha carreira solo, que posso fazer com os Titãs, que eu quero fazer”, relata. “Eu não tenho essa vontade de sair, é claro que o futuro a Deus pertence”, reforça.

O tempo é um problema real diz o compositor. “Os shows de lançamento do CD estão sendo feitos no 15 dias de férias dos Titãs pra tentar pegar algo próximo de um fim de semana, mas em geral eu tenho uma quinta-feira, uma quarta-feira, é tudo meio a conta gota porque a prioridade pra quem está na banda é a banda”, conclui.

Mercado fonográfico

Segundo o artista por causa da internet as pessoas criaram o hábito de não pagarem mais por música, de achar que não devem pagar, mesmo as pessoas eu gostam do teu trabalho acham caro. “O padrão que é causa de tudo isso mudou, acho que a gente ainda está em uma fase de transição, com essa coisa da internet. Como os artistas terão ganhos com isso, para poder investir no trabalho, isso ainda está em um processo”, avalia.

Para Britto a alternativa é um trabalho com mais qualidade, um preço razoável, e coisas estimulantes para as pessoas como: promoções. “Isso vai ter que ser inventado aos poucos pra recuperar esse tipo de relação”, afirma.

Por Felipe Bueno e Bárbara de Andrade

Em uma época em que as pessoas andam apressadas, preocupadas com o trabalho e em conseguir acender socialmente, pouco resta tempo para cuidar da saúde e manter hábitos saudáveis. O stress do cotidiano numa cidade como Belo Horizonte é uma das grande motivações para surgimento de doenças. Na busca de uma melhor qualidade de vida, há quem procure mudar o endereço de residência, redefinir a alimentação, reprogramar o horário de trabalho, dedicar ao exercício de uma boa leitura e apreciação da cultura, tirar umas boas férias e se entregar às terapias milenares de relaxamento.

O 4º Festival Internacional Andando de Bem com a Vida discute essas questões que gravitam em torno do bem estar. O conceito central do evento é o de rede: todos os fatores externos, como a preservação do meio-ambiente, a educação, a reeducação alimentar e a utilização de fontes alternativas de energia estão diretamente ligados a um melhor aproveitamento do espaço em que se vive e um melhor funcionamento de todos os organismos, incluindo, os seres humanos.

Para amenizar o quadro que projeta uma sociedade negligente em relação às questões de saúde e respeito ao planeta, o idealizador do festival, Ulisses Martins, acredita que “o contato com conhecimento é a única ferramenta capaz de mudar o ser”. Professor e médico, Ulisses diz que “é o momento de se repensar e modificar o estilo de vida, essa redescoberta é fundamental para as novas gerações, de modo que elas possam viver num mundo de múltiplas possibilidades no que tange a busca da qualidade de vida”.

Ulisses Martins, idealizador do festival
Ulisses Martins, idealizador do festival

A estrutura do festival começou a ser montado hoje e ele terá uma programação ampla com workshops, palestras, diálogos científicos, aplicações de massagens e outras técnicas para o bem estar e conexão com o planeta. A abertura será na sexta-feira, 24, às 17 horas na Praça da Liberdade e segue até o dia 26, com a abordagem dos mais diversos assuntos relacionados à “Biodiversidade Cultural”, tema do evento. A entrada para todas as atividades é gratuita. Mais informações no site do evento.

Ana Silvia Rabelo conserva hábitos saudáveis como passear com os seus cães
Ana Sílvia Rabelo, 17, estudante, conserva hábitos saudáveis como passear com os seus cães

Por Felipe Torres Bueno

Fotos: Felipe Torres Bueno