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Aconteceu ontem, dia 3, o 1º Encontro Solidário dos Grupos de Pedais Noturnos Urbanos de BH. A ideia do evento é unir solidariedade, promovendo arrecadação de donativos para instituições de caridade, e reunir os grupos noturnos de pedalada que acontecem pela cidade. O evento visa, também, conscientizar as pessoas sobre a importância da bicicleta não só para quem pedala, mas para a vida urbana como um todo.

Com o apoio da polícia militar, da BHTrans, de monitores voluntários e de carros de apoio, a pedalada de 11 quilômetros foi um sucesso: sem acidentes e com muitos sorrisos.

O trajeto:

rota

Da Praça da Liberdade, descemos pela Av. Brasil até a R. Álvares Maciel. Viramos à direita na Av. do Contorno e subimos até a Av. Getúlio Vargas. Pedalando pela avenida, que tem uma vida boêmia agitada, passamos em frente a vários bares e fomos aplaudidos pelos fregueses sentados em suas mesas. Pegamos a Av. do Contorno novamente até a Av. Augusto de Lima, no Barro Preto. Chegamos à Praça Raul Soares e subimos a Av. Bias Fortes até alcançar a Praça da Liberdade novamente.

Entrevista com Thiago Tinganá, um dos organizadores do evento:

Por que vocês decidiram fazer esse encontro?

São duas ideias. A primeira é fazer um pedal solidário para poder arrecadar donativos, agasalho, alimento não perecível e leite. E o pessoal do Anjos do Asfalto está vendendo a camisa deles para ajudar na manutenção do auxílio que eles prestam na BR-381. E junto com isso, reunir todos os grupos de pedal urbano noturno de Belo Horizonte. Então organizamos o evento numa região bem central, no meio da semana, numa véspera de feriado, para ninguém ter desculpa de amanhã ter que trabalhar. Mas a ideia é unir solidariedade com integração dos grupos e pedalar pela cidade.

Quantas pessoas o evento está esperando?

A gente estava com medo, porque no evento do Facebook havia confirmadas mais de mil pessoas, então, em conversa com a polícia Militar, que está nos apoiando, decidimos encurtar o trajeto, que antes era de 34 km para 12 km, pela região central. Mas até agora estão presentes pouco mais de 350 pessoas, não deve ir muito além disso.

Thiago, você usa a bicicleta para lazer ou também como meio de transporte?

Também como meio de transporte. Eu tenho uma bicicleta dobrável e eu vou pro serviço com ela, entro em banco, mercado central, shoppings.

Há quanto tempo você usa a bicicleta com frequência?

Com maior frequência tem de 3 a 4 anos. Mas pedalando com o pessoal à noite já tem 10, 11 anos.

Você viu diferença em Belo Horizonte para quem pedala?

Sim.  Nota-se um número crescente de gente de bicicleta na rua. A gente está vendo um respeito muito grande tanto por parte de motociclista, motorista de carro e ônibus. Mas infelizmente a gente vê que alguns ainda não têm essa consciência e não veem que tem um ser humano ali em cima da bicicleta. E têm sido implantadas as ciclovias, as ciclofaixas, que é um início. Tem que começar de algum lugar, mas o pessoal está tendo maior consciência no trânsito.

DSC_0026Centenas de pessoas desfilaram pelas ruas de Belo Horizonte, reivindicando uma cidade que acolha a diferença e a diversidade.

No Dia Nacional da Luta Antimanicomial, 18 de maio, o Fórum Mineiro de Saúde Mental, com a Associação de Usuários dos Serviços de Saúde Mental de Minas Gerais, organizou mais uma edição do Desfile da Escola de Samba “Liberdade Ainda que Tan Tan”, que reivindica uma cidade que acolha a diferença e a diversidade.

Neste ano, a manifestação homenageia o psiquiatra italiano Franco Basaglia, que veio ao Brasil nos anos 1970 e inaugurou o diálogo “Reforma Psiquiátrica” – que discute, por exemplo, a ineficácia de manicômios e encarceramento.

Desde a visita de Basaglia, houve importantes avanços na política antimanicomial, mas essas conquistas ainda são vulneráveis e há possibilidade de retrocessos. Há quem defenda a internação em manicômios, e muito frequente os encarceramentos são tratamentos eficazes.

A cirurgiã-dentista Vanessa de Moura foi internada três vezes em manicômios da cidade e afirmou: “É um inferno. Você entra de um jeito e acha que vai sair melhor, mas pelo contrário, você sai bem pior”. Moura revela que ficou enclausurada por 30 dias, entre homens e com pessoas menos orientadas que ela. “Eu procurei ajuda e foi isso que eu encontrei. Agora eu fiquei sabendo do centro de convivência. Lá eu faço mosaico, faço pintura e, claro, tomo minha medicação, vou às consultas com psiquiatra”, conclui Moura.

Com o tema “Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça: por uma sociedade sem manicômios!”, seis blocos desfilam pelas ruas da capital até à Praça da Estação, cantando o samba enredo deste ano:

Samba Manifesto

Autoria: Coletivo do Centro de Convivência Providência

Refrão

Se já teve Bombrilhão e também

Psiu psiu

Foi por causa de Basaglia da Itália

Pro Brasil

Junto com Napoleão o lamento registrou

De um povo abandonado, sem saúde e

Sem amor

Foi entrando pela frente que Basaglia

Quis chegar

Barbacena não sabia mas iria se afundar

Refrão

Eu não sou de oba oba e não quero confusão

Quero ser tratado apenas como um

Louco cidadão,

Se Basaglia veio aqui pra poder me libertar

Para que retroceder se é necessário caminhar.

Eu chamava por xangô, por pajé e por tupã,

Foi Basaglia quem chegou e me mostrou

O amanhã.

Impossível era o passado, o possível já

Chegou,

Tratamento em liberdade minha vida

Começou.

No país das maravilhas é onde posso crescer,

Movimentos sociais pros meus direitos valer,

A história da loucura marcou o meu coração

Se existo loucamente é para salvar sua geração.

Eu não posso me calar nem tampouco

Consentir

A serpente higienista não pode me excluir

Ao lado de marco cavalo minha marca vou deixar

Nem de cabeça pra baixo eu irei me rebaixar.

O Dia Nacional da Luta Antimanicomial foi instituído após profissionais da saúde mental, cansados do tratamento desumano e cruel dado a usuários do sistema de saúde mental, organizarem o primeiro manifesto público a favor da extinção dos manicômios, durante o II Congresso Nacional de Trabalhadores da Saúde Mental, realizado em 1987, na cidade de Bauru/SP. Naquela manifestação, nasceu o Movimento Antimanicomial.

Texto e fotos: Camila Lopes Cordeiro

Com o tema Gestão de Crises, a terceira edição do Café Contramão, realizada na última quarta-feira, 08, convidou a professora Eliana Carvalho, que ministra a disciplina gerenciamento de crises no curso de MBA em Gestão Estratégica da Comunicação Organizacional no Centro Universitário UNA e a jornalista e consultora empresarial Thilde Rocha, da Link Comunicação Empresarial, para discutir o papel do jornalista e assessor de imprensa nesses casos de crise dentro de uma determinada empresa.

O gerenciamento de crise nada mais é do que um processo administrativo que a empresa ou a assessoria de imprensa que o estabelecimento contratou toma para que a situação crítica da empresa não venha a tona. O caso mais famoso que temos atualmente é o da Petrobrás, que, a cada dia é noticiado mais uma ocorrência de corrupção dentro da estatal.

Durante a conversa, elas nos contaram um pouco mais sobre o dia-a-dia quando a empresa para que se trabalha sofre alguma determinada crise. Assista a primeira parte do vídeo feito pela equipe do Jornal Contramão junto com a UNA TV para compreender um pouco mais sobre a profissão:

O Café Contramão é uma extensão do curso de Jornalismo Multimídia do Centro Universitário UNA e o projeto foi idealizado pelos estagiários do Jornal Contramão junto com os coordenadores para contar um pouco mais sobre o dia-a-dia da profissão do jornalista no mercado atual.

Texto: Luna Pontone

Foto: Camila Lopes

Vídeo: Yuran Khan

Na manhã desta quinta-feira, 09, a Assembleia Legislativa de Belo Horizonte recebeu a primeira audiência pública em que se debate o conceito contemporâneo de família.  Em 2013, o deputado Anderson Ferreira (PR-PE) relator do projeto conhecido como ‘Cura Gay’, apresentou o projeto de lei sobre O estatuto da família, que propõe o reconhecimento de apenas um núcleo familiar pautado pela união do homem-mulher unida pelo matrimônio ou união estável, excluindo todas muitas outras variações naturais de uniões familiares: mães solteiras, casais gays com filhos, casais sem filhos.

Ao reconhecerem apenas um modelo de família, o projeto de lei está automaticamente anulando todos os direitos que o Estado já garantiu à população, independente do arranjo familiar, como: o direito da união estável, o direito da adoção, o direito da pensão, o direito da herança.

Se este estatuto for aprovado na Câmara dos Deputados no formato em que está, ele aponta para um retrocesso. De acordo com o coordenador do núcleo dos Diretos Humanos e cidadania LGBT UFMG, Marco Aurélio Prado, “não é apenas conservador o estatuto da família, mas é, sobretudo uma violência a boa parte da população porque implica numa exclusão de direitos. A família nunca teve um formato só, ela sempre foi mutante”.

Para ele, é importante que o Estado intervenha sobre determinadas formas de regulação sobre direitos da família, por exemplo, a intervenção do Estado em episódios de violência contra crianças, adolescentes e mulheres na família.

Existem muitos modelos de família, e não é função do estado decidir sobre as formas de família, mas sim a proteção dela. Para presidente do Instituto Brasileiro de Direito a Família, o IBDFAM, Rodrigo da Cunha Pereira,  o projeto deveria apresentar outro nome: “Quanta ignorância desse projeto de lei! Quanta violência! Deveria se chamar “estatuto contra as famílias”. A bancada religiosa está cada vez mais conservadora impondo a sua religião ao próximo. O estado se separou da igreja 1891, mas até hoje não é um estado laico. Esse estatuto é retrocesso histórico. Família não é isso! Pode até ser isso, mas não é só isso. E a manipulação na pergunta! A população foi induzida a isso!” ressaltou Pereira referindo-se a enquete realizada pela câmara dos deputados. (imagem abaixo)

estatuto

“É claro que os 62% dos brasileiros que responderam esta questão estão certos, sim. Mas não existe apenas um modelo familiar”, finalizou o presidente.

O jornal Contramão foi às ruas para saber das pessoas delas relacionadas ao conceito de familiar.

https://goo.gl/4HScyP

A revolução no enfrentamento da Hepatite C está vencendo grandes obstáculos para garantir a eficiência do tratamento. Hoje, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) concedeu o registro do medicamento Sofosbuvir, indicado para tratar o vírus da Hepatite C.

Este é o terceiro medicamento aprovado pela Anvisa em 2015 – em janeiro aprovaram o Daclatasvir e em março o Simeprevir. Juntos, esses remédios compõem um novo tratamento que é mais eficiente – dura 3 meses e tem um percentual de cura maior, de cerca de 90%. A expectativa é que os medicamentos sejam disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) até o final deste ano.

Na Atualização Global no Setor de Saúde feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2014, foi estimado que das 2 milhões de pessoas infectadas pelo HCV (vírus da hepatite C), 80% não têm conhecimento do seu estado serológico. Em nota divulgada pelo Portal da Saúde no dia 23 de outubro de 2014, 15,8 mil pessoas estão em tratamento contra a hepatite C no SUS. Isso significa que, dos MILHÕES de prováveis infectados pelo vírus, somente 15,8 MIL pessoas estão em tratamento.

Tratamento

O tratamento que vem sendo utilizado até o momento é um coquetel que leva Interferon Peguilado injetável, combinado com Ribavirina e em alguns casos vai um inibidor de proteases (Boceprevir ou Telaprevir). É longo, 48 semanas e é custoso, 30 mil dólares – aproximadamente 75 mil reais por pessoa, além de ser penoso – provoca muitos efeitos colaterais adversos.

“Um coquetel tão complicado, sensível e caro é receitado somente por médicos especializados em hepatite C.” explicou Carlos Varaldo, fundador da ONG Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite C. A situação muda com a chegada dos novos remédios aprovados pela Anvisa. “Uma grande vantagem da adoção do novo medicamento é ele ser menos agressivo, mais simples, e é de via oral – o que significa que mais médicos, não só os especializados, poderão tratar dos infectados.” concluiu Varaldo.

E com um bônus: os novos tratamentos são mais baratos que os usados hoje, então à substituição do atual pelos recém-aprovados permitem duplicar o número de tratamentos com o mesmo orçamento.

 

Camila Lopes Cordeiro

O carnaval não é o mesmo sem as tradicionais escolas de samba. O desfile de Belo Horizonte só foi oficializado em 1980, mas já animava a cidade desde a década de 1940, logo depois do surgimento dos blocos caricatos. A festa foi crescendo e esse ano, entre agremiações e blocos, é aguardado cerca de 1,5 milhão de pessoas nas ruas, 500 mil a mais do que no último ano. O desfile das agremiações será no dia 17 de fevereiro.

De acordo com a assessoria da Belotur, a base do Carnaval é a mesma para esse ano. “Tanto o número de blocos caricatos quanto de escolas de samba se manteve o mesmo do ano passado, ou seja, 6 escolas de samba e 9 blocos caricatos”, informou a assessoria.

Expectativa

Cidade Jardim, das cores vermelho e branco, é uma das mais clássicas escolas da capital, o presidente, Alexandre Silva, 45, fala sobre a ansiedade com a aproximação da festa. “Procuro todo ano fazer o melhor em prol da grandeza do carnaval da cidade, e sempre haverá muita ansiedade”, disse.

As novas agremiações também têm seu espaço na avenida. A Força Real desfilou pela primeira vez em 2013, e avalia a experiência desse ano para ir à Afonso Pena buscar o título. “A responsabilidade e perspectiva aumentam, cada ano que passa a cobrança é maior, temos que nos superar sempre, em busca do desfile perfeito”, contou o presidente, Felipe Diniz, 28.

Preparação e críticas

A equipe da experiente Cidade Jardim começou a se organizar no segundo semestre e encontrou dificuldades para terminar o trabalho. “Começamos a nos preparar em setembro, com o lançamento do samba enredo, e encontramos dificuldade nas compras de materiais, pois em BH não têm”, relatou o presidente da agremiação alvirrubra.

Por outro lado, o clima de carnaval mal tinha acabado, e a agremiação da região noroeste da capital, Força Real, já começava a se preparar para a festa desse ano. Diniz conta que também teve dificuldades em finalizar o trabalho. “Foi complicado, a falta de estrutura do carnaval de Belo Horizonte compromete muito o trabalho das escolas de samba. Começamos em abril, quando escolhemos o enredo, em maio já estávamos fazendo fantasias. Não temos barracão e nem quadra de ensaios, as fantasias e alegorias são feitas em sua maioria na garagem da minha casa”, explicou.

Competitividade e premiação

Os critérios para avaliação das escolas são: bateria; samba-enredo; harmonia; evolução; enredo; conjunto; alegorias e adereços; fantasias; comissão de frente e mestre-sala e porta-bandeira.

Com um enredo produzido pelo carnavalesco Flávio Campello, e que exalta as belezas de Minas Gerais, pela visão da conhecida personagem mineira Sinhá Olímpia, a Força Real, soma à grande competitividade entre as agremiações que vão parar uma das principais avenidas da capital. O presidente destaca que “a competitividade é muito grande entre as escolas, todas querem ganhar, todas são ‘vaidosas’, é o famoso ‘espelho espelho meu existe escola mais bela do que a minha’. Porém muitos dos presidentes e diretores são amigos fora da avenida, e se visitam durante todo o ano”. Silva destaca o mesmo que o adversário, “durante o ano fazemos reuniões entre os presidentes das agremiações para a melhoria do carnaval e das agremiações”.

Toda essa disputa, além da paixão pelos escudos e cores, se deve ao prêmio pago às escolas. Segundo a Belotur “as três primeiras escolas de samba serão premiadas com R$50 mil, para a primeira, R$25 mil, para a segunda e para a terceira R$12,5  mil”.

Veja a programação completa do desfile:

Texto: Ítalo Lopes                                                                                     Imagens: Acervo Força Real/ Nelio Rodrigues; Acervo Belotur