Literatura

A série de reportagens sobre as mulheres no mundo das HQ’s produzidas pela equipe do J.E².D.I continua. Veja entrevistas realizadas pela repórter Amanda Eduarda com as quadrinistas Prisca Paes, Carol Cunha e Rebeca Prado. Elas conversaram sobre como usam essa arte para combater o machismo e denunciar o preconceito contra as mulheres.

J.E².D.I Entrevista Prisca Paes

J.E².D.I – Entrevista Carol Cunha e Rebeca Prado


Reportagem Amanda Eduarda 
Edição Amanda Eduarda
Imagens e edição: Yuri Tarso
Equipe: Amanda Eduarda e Ana Paula Tinoco
Coordenação: Nina Gazire

logo-04

#FIQ 2015: Contramão conversa com o quadrinista Ricardo Tokumoto

Ryot fala sobre o mercado dos quadrinhos em BH e sua trajetória no Festival Internacional de Quadrinhos

O Jornal Contramão entrevistou o quadrinista Ricardo Yoshio Okama Tokumoto, mais conhecido como Ryot, responsável pelo site ryotiras.com. O quadrinista, além de produzir para a revista MAD e outras publicações esporádicas, ele faz parte do Coletivo Pandemônio e trabalha como ilustrador em vários setores, principalmente na área de livros infantis. O quadrinho infantil “Song” está entre suas mais recentes publicações.

Foto: Divulgação

Qual a sua história com o Festival Internacional de Quadrinhos?

Bom, como eu já participei de outras edições eu já tinha uma ideia mais ou menos de como funcionava o formato da galera que produz também, Há cada ano tá diferente. O primeiro FIQ que eu fui, era apenas como visitante e bem diferente, havia poucos estandes de editoras, e apenas autores independentes, no outro FIQ que eu participei nós conseguimos mais estandes para quadrinhos independentes, tudo coletivo. Já no FIQ de 2012, pela primeira vez eu consegui encontrar mesas de diferentes artistas que estão produzindo quadrinhos e sendo tão ampla, há cada ano eu me surpreendo vendo a qualidade das produções dos artistas de quadrinhos, pois aumenta a diversidade.

Antes era só fanzine xerocado, e artista independente era isso, hoje em dia não é bem assim mais, encontramos livros muito bem editados, com projeto gráfico muito bem elaborado e coisa que não perde na qualidade se formos comparar com a produção das grandes editoras, há algum tempo atrás existia uma discrepância entre o trabalho dos autores de quadrinhos independentes, com os que são produzidos por grandes editoras.

Como estão sendo as oficinas de quadrinhos?

Com relação ao público e de oficinas que estão acontecendo, por que eu estou dando oficinas aqui também, já aconteceu nos outros anos e esse ano tem sido bem legal, a participação do público está sendo mais engajada, está sendo aquela coisa com menos medo, ou aquele olhar meio perdido, hoje em dia o pessoal já está sacando que existe quadrinho independente e isso tem sido bem maneiro.

Qual a sua visão mercado dos quadrinhos em Belo Horizonte?

Eu acho que um evento igual ao FIQ acaba sendo vital para quem produz dessa maneira independente, até por que a gente não leva os nossos quadrinhos nas bancas para vender, nós não temos essa mão gigante de distribuição pra jogar nosso trabalho para o Brasil inteiro, a gente tem ajuda da internet, mas é bem virtual a coisa, não querendo dizer que seja ruim, ou que um seja menos que o outro, porém é diferente.

Para nós, o FIQ acontecendo e essa relação de vender nossos quadrinhos para o público, e essa relação de público e criador mesmo (autor), é uma coisa que motiva a gente a continuar produzindo. Quando olhamos nossas redes sociais, o Facebook principalmente, nós não nos damos conta de que essas pessoas existem de verdade e que elas vão até esses eventos, como é o caso do FIQ por exemplo.

Em Belo Horizonte, principalmente devido ao FIQ, houve uma ebulição mesmo de pessoas dispostas a produzir, e eu acho que cresceu assim nitidamente.

Qual a importância desse festival para os quadrinistas?

Quando eu comecei a participar mais ativamente que eu percebi que existiam muitas outras pessoas com esse mesmo intuito, foi devido a isso que criamos inclusive o pandemônio, a principio um grupo de quadrinistas aqui de Belo Horizonte que resolveu se juntar para criar quadrinhos e vender no FIQ, por que estávamos todo mundo na mesma onda, e o FIQ é um grande canalizador dessas vontades, por que se esse festival não existisse a gente não iria se encontrar, e não iriamos saber que é possível fazer quadrinhos de uma maneira mais independente.

O Vitor Caffagi começou ali com a gente no pandemônio, e a conversa que as vezes que ele coloca em pauta é o que todo mundo passou, que é ser independente de uma grande editora, e entrar em certos estilos específicos nos quadrinhos americanos. Hoje em dia é possível encontrar vários quadrinistas que produzem para os Comics, para a Marvel DC, muita gente produzindo mangás também, que é um estilo de quadrinhos.

Nessa edição do Festival internacional de Quadrinhos, encontramos bastante mulheres produzindo quadrinhos, qual a sua visão sobre isso?

Vejo isso como um mercado que pode crescer muito mais, por que sair desse nicho e desse estigma que ‘quadrinhos são só para homens’, e quem poderia produzir eram apenas homens, era um grande problema que a gente enfrentava até pouco tempo atrás, que foi quebrado, principalmente por elas consumirem quadrinhos, por conta do mangá, muitas colegas que produzem hoje em dia, tiveram influência do mangá por que além dele ser consumido por mulheres ele era produzido por elas, ao contrário dos quadrinhos americanos, que era super homem e super heróis, uma coisa bem fechada para o público adolescente e masculino.

A partir do momento onde você tem mulheres produzindo e mulheres consumindo é como se fosse para dobrar o mercado, no mínimo, e eu particularmente acho isso maravilhoso, para que o mercado dos quadrinhos continue crescendo e existindo. Tudo isso converge em um grande amadurecimento do mercado.

Por Raphael Duarte

Foto: Divulgação

“As Áfricas nas Minas – ações educativas” propoem uma reflexão pelo Dia da Consciência Negra no Museu das Minas e do Metal.  Durante todo o mês de novembro, atrações artísticas, com dinâmicas em grupo, produção de roteiros e intervenções ficarão disponíveis no espaço. Temas como as cosmogonias africanas, contos e lendas a partir da contação de historias e de outros recursos lúdicos serão abordados. De acordo com a coordenadora do Educativo do MM Gerdau, Sueli Monteiro, o mês de novembro é importante para promover a visibilidade dos indivíduos e as suas respectivas manifestações e construções socioculturais. “Fazê-lo, em relação às culturas dos povos negros, é exercício de afirmação e valorização”, esclarece.

Oficinas de Máscaras

Para a professora de Teatro de Animação na Escola de Comunicações e Artes da USP, Ana Maria Amaral, as máscaras são compreendidas como algo que protege quem as carrega. “A máscara não serve só para esconder o rosto de quem a usa; ela o transforma em outro alguém diferente que pode ser um espírito ancestral, um ser do outro mundo”, explica a professora no livro “Teatro de Formas Animadas”. Segundo Suely Monteiro, o objetivo da oficina é trabalhar a cultura africana em diálogo com a atração Adornos do Corpo. “Acreditamos que as atividades ofertadas podem provocar reflexões, experiências e diálogos em relação ao tema, além da troca de vivências e saberes”, afirma.

História

O Dia da Consciência Negra tem como objetivo uma reflexão sobre a introdução dos negros na sociedade brasileira, e foi escolhido como uma homenagem a Zumbi dos Palmares, data na qual morreu, lutando pela liberdade do seu povo no Brasil, em 1695. O líder do Quilombo dos Palmares, foi um personagem que dedicou a sua vida lutando contra a escravatura no período do Brasil Colonial.

Em 2011, a presidente Dilma Rousseff sancionou a lei 12.519/2011, que criou a data, mas que não obriga que ela seja feriado. Isso significa que ser feriado ou não vai variar de cidade para cidade. Atualmente é feriado em mais de 800 cidades brasileiras.

Por Raphael Duarte

A livraria Van Damme, localizada na Rua dos Guajajaras, 505 no centro de Belo Horizonte, se mantém fiel a seu propósito: Vender Livros. Contradizendo a forma trabalhada pelas livrarias de shoppings que vendem diversos outros artigos além de livros, tais como, CD’s, videogames, a aclamada Van Damme não comercializa nada além de livros.

Fundada em 1971, a livraria não se sente ameaçada com os concorrentes das livrarias de shoppings, como conta o diretor financeiro Johan Van Damme Junior, 44. “A Van Damme foi fundada há muito tempo e é tradicional, ela tem um público cativo e tem um perfil diferente das livrarias de shopping. Não as vejo como nossas concorrentes”, explica.

Em uma época em que duas grandes livrarias tradicionais da capital mineira fecharam, a Van Damme acredita que isso ocorreu após a revitalização da Savassi, a Mineiriana e a Status se viram obrigadas a fecharem em função dos aumentos dos aluguéis, que estão altíssimos. “A Van Damme sobrevive no mercado porque o imóvel é próprio e também porque meu pai, fundador do estabelecimento é referência em livraria, em cultura e experiência que ele adquiriu ao longo dos anos com o estabelecimento”, destaca Van Damme Jr.

dsc08082

Sobre os preços

Evitada pelo público mais jovem que procura economizar gastos e uma comodidade maior com os inúmeros sites de vendas onlines, o diretor financeiro defende que livraria não cobra mais caro pelos produtos. De acordo com o comerciante isso se trata dos preços estabelecidos pelas próprias editoras: “Livro é tabelado e os preços são impostos pelas editoras. A Van Damme pratica o preço que a editora coloca.

Ele acredita que as livrarias de shopping para atrair a clientela, colocam as promoções e que lá, não é necessário isso, já que os clientes que frequentam o local são fiéis. “Não vendemos mais caro, apenas colocamos os preços das editoras. Meu pai é coerente com isso desde o início. Quando informatizamos em 1995, para facilitar o trabalho, nós pegamos alguns livros antigos e fizemos uma liquidação, mas isso foi uma prática isolada e não é pratica da Van Damme normalmente”, finaliza.

www.vandammelivraria.com.br/Reportagem produzida para o Trabalho Interdisciplinar Dirigido V que tem como temática o cotidiano das ruas de Belo Horizonte. Belo Horizonte, junho de 2015.

Por: Lucas Freitas e Luna Pontone
Fotos por: Moniele Vilela

Neste fim de semana, parques de Belo Horizonte oferecem atrações especiais para os mineiros se entreterem e aproveitarem as belíssimas paisagens naturais da cidade.

Para manter o bem-estar e a boa forma, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti oferece no sábado aula de tai chi chuan, das 8h às 10h, com o professor José Marcelo. Quem se interessar deve se inscrever pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone 9945-3938. No mesmo dia, das 9h às 10h, terá, ainda, aula de lian gong.

O Parque Vencesli receberá as atividades do projeto Basquete Popular no Bairro, que tem o objetivo de desenvolver os fundamentos básicos do esporte. Essa prática é realizada todos os sábados a partir das 9h, para pessoas de qualquer idade. Os interessados devem ir à quadra do parque usando roupa apropriada para atividades físicas e levar uma bola de basquete, caso tenha.

Ainda no sábado, o Parque Aggeo Pio Sobrinho, que fica no bairro Buritis, recebe das 8h às 17h o Buritis Festival, que reúne uma programação com variadas expressões artísticas. O festival terá shows das bandas Vrindavan, 7 Estrelo, Verso Venenoso, Diafragma, Gusmão, Triballzen e Agents of Havok. Entre as apresentações, haverá o palco aberto, momento em que qualquer pessoa poderá usar o espaço para mostrar alguma habilidade ou talento, como recitar poesia ou cantar. O evento também terá exposição da fotógrafa Marisa Piazarollo, feira de artesãos, oficinas de arte, teatro e intervenções de artistas circenses e espaço para literatura e poesia.

O Parque Municipal no centro da capital também está dentro da programação cultural do domingo. O local receberá, das 9h às 13h, o Ponto de Leitura, que tem como objetivo estimular a discussão em torno de poemas e livros. Além disso, conta com um microfone aberto para os interessados em recitar versos. Essa atividade é realizada mensalmente e tem como idealizador o Museu Nacional da Poesia (Munap), por meio do projeto Sementes de Poesia.

Em nota publicada pela Prefeitura, o presidente da Fundação de Parques Municipais (FPM), Hugo Vilaça, falou sobre a programação. “Queremos que cada vez mais a população participe das atividades nos parques municipais. As opções são bem diversificadas e de boa qualidade”, declarou o presidente.

Programação dos parques no final de semana

Sábado 30/05

 

  • Parque Municipal (Avenida Afonso Pena, 1.377, Centro)

– Tai Chi Chuan: das 8h às 10, na Praça do Trenzinho.

– Lian Gong: das 9h às 10h, na pista de patinação.

 

  • Parque Ecológico Vencesli Firmino da Silva (Rua dos Agrônomos, 285, Alípio de Melo)

– Projeto “Basquete Popular no Bairro”: a partir das 9h, na quadra do parque.

 

  • Parque Primeiro de Maio (Rua Joana D’Arc, 190, Primeiro de Maio)

– Espetáculo “O Ganso de Ouro”, às 16h.

  • Parque Aggeo Pio Sobrinho (Av. Prof. Mário Werneck, 2.691, Buritis)

– 3º Buritis Festival: das 8h às 17h.

 

Domingo 31/05

  • Parque Fazenda Lagoa do Nado (Rua Desembargador Lincoln Prates, 240, Itapoã)

– Espetáculo “O Ganso de Ouro”, às 16h.

  • Parque Municipal

– Sementes de Poesia: às 9h, na Praça dos Fundadores.

 

Texto: Victor Barboza

Foto: Vander Bras

No mês de maio, o Cine Sesc Palladium, promove a mostra Narrativas do Fantástico, com filmes, mesas redondas e oficinas, que unem o cinema com a literatura, tendo como ponto em comum o fantástico.

A seleção dos filmes é feita de maneira heterogênea, em relação a países, épocas e estilos, explica o jornalista e pesquisador Nuno Manna, 29. “Temos, por exemplo, filmes que foram grandes produções hollywoodianas e grandes sucessos de décadas atrás, e outros que, apesar de conhecidos por uma comunidade de cinéfilos, são bem menos acessíveis, sejam por disponibilidade ou pela sofisticação cinematográfica que trazem”.

O diferencial da mostra é a busca pelo fantástico, que segundo o dicionário nos remete ao “que pertence à fantasia; fantasioso, imaginativo”. Diferente da nossa definição, Manna esclarece que a ideia do fantástico presente nos filmes escolhidos é: “uma abordagem transversal do fantástico, que se dedica a aquelas obras que inserem em suas narrativas elementos insólitos, mágicos, absurdos, de maneira que tais elementos provoquem um deslocamento na representação da realidade. Não se trata, pois, da total fantasia, mas do nosso mundo, como pensamos conhecê-lo, invadido por algo que não conseguimos explicar”.

Críticas às adaptações literárias

É comum entre os cinéfilos e leitores assíduos as criticas a maioria das adaptações de livros para o cinema. O site da revista Rolling Stones disponibilizou uma lista com as 10 piores e melhores adaptações para o cinema. Segundo o jornalista, as seleções das obras foram bem pensadas para que agrade ao mais crítico dos públicos. “Todos os filmes que estão na mostra foram selecionados porque, enquanto adaptações possuem uma potência e uma originalidade em si mesmos. São, portanto, autonomamente notáveis e não se deixam constranger pelo peso da obra literária de referência. Acho que qualquer adaptação interessante (e elas são várias, a exemplo dessas que estão na mostra) guarda esse lugar de diálogo, ao mesmo tempo se alimentando da herança de uma grande obra, mas criando sua própria contribuição com sua narrativa”.

Entre os filmes escolhidos, o pesquisador conta, como forma de dica, que, um dos que merecem mais destaque é o do cineasta russo, Tarkovski, com a sua produção de 1972, Solaris.  “Devo muito a ele um aprendizado em relação a uma postura de espectador, à abertura para uma sensibilidade que seus filmes nos exigem e nos inspiram”.

Porém, ele conta que a grande expectativa fica com o filme polonês, de 1965, O Manuscrito de Saragoça, que é uma adaptação do livro de Jan Potocki, O manuscrito encontrado em Saragoça. “É um dos filmes menos conhecidos da mostra, e sem dúvida um dos que mais mereciam destaque. Mesmo sendo um filme bastante longo, consegue ser cativante”, argumenta.

Veja a programação completa do evento

Por: Ítalo Lopes

Imagens: Divulgação