Meio Ambiente

Com a valorização dos alimentos locais, orgânicos e naturais a ideia de uma horta em casa vem se tornando a saída para aqueles que os procuram. E para os muitos que não possuem espaços viáves para a construção desses canteiros há espalhadas pela cidade hortas urbanas, onde os moradores podem compartilhar e adquirir alimentos frescos prontos para serem servidos à mesa.

De olho nessa inicitiva que está tomando conta da grande Belo Horizonte, conversamos com o engenheiro agrônomo Fernando Godoy Ferrari, o idealizador e responsável pelo projeto/empresa Casas, hortas e jardins.

A empresa é composta por agrônomos, técnicos especializados e colaboradores e tem como objetivo a promoção da Agricultura Urbana, seguida do paisagismo e com base na Agroecologia e Agricultura Orgânica em diferentes espaços da cidade.

  • O que é o projeto/empresa Casa, hortas e jardins?

 Atuamos em diferentes espaços, como residências, condomínios, escolas, chácaras, centros de terapias e restaurantes. Prestamos os seguintes serviços: elaboração e execução de projetos agronômicos (hortas, jardins e pomares); manutenção (poda, controle natural, adubação orgânica, …); cursos e oficinas; educação ambiental e agronômica em escolas.

  • Sobre as hortas que foram emplementadas pela cidade, há supervisão?

Sim, realizamos visitas de manutenção e formação na maioria das hortas que implementamos. Entendemos que a educação é a base de nosso trabalho. Na execução de projetos, procuramos aliar a implantação/manutenção das hortas e jardins com a capacitação dos clientes nos fundamentos técnicos básicos de horticultura e jardinagem (plantio das estações, podas, controle de doenças, colheitas, consórcio e rotação de culturas, preparo do solo orgânico, irrigação, …). Nas escolas, além da implementação da horta/jardim, organizamos uma série de aulas/oficinas, para estudantes de todas as idades, na temática da Agricultura Urbana. Também promovemos cursos e oficinas abertos para a comunidade em diversos temas que envolvem o universo das plantas e da terra (horta urbana, plantas medicinais, minhocários domésticos, berçário de mudas, hortas verticais, agricultura biodinâmica, …).

  • Sobre a colaboração: qualquer pessoa pode utilizar a horta e ajudar a aumenta e mantê-la?

Em hortas coletivas como as implementadas nas escolas, qualquer pessoa envolvida no coletivo pode utilizar a horta para plantar, colher, participar das oficinas de capacitação, ser parte do processo. Nas hortas particulares fica a critério de cada família ou cliente escolher quem usufruirá da horta.

  • Se os moradores de algum bairro se interessarem pelo projeto como é feita a adesão?

Contatando nossa empresa. Precisam marcar uma reunião e/ou visita de consultoria ao espaço urbano sugerido para os plantios. Para cada situação construímos um contrato diferente de trabalho, conforme a realidade local. Podemos coordenar mutirões técnicos de plantio, realizar oficinas de capacitação, fornecer insumos, entre outras ações.

Reportagem Ana Paula Tinoco/ Fotos: Ana Sandim

O Jornal Contramão publicou uma reportagem ontem, 6, sobre a arborização de Belo Horizonte. Na publicação, informou-se que a cidade possui cerca de 465 mil árvores, contabilizadas através do projeto “Inventário das árvores de BH”. A Organização Mundial de Saúde recomenda que as cidades possuam 12m² de área verde por habitante,o atual índice divulgado sobre a capital mineira extrapola a recomendação, alcançando 18m².

Porém, muitas destas árvores não encontram condições favoráveis para o seu desenvolvimento. A agrônoma e analista ambiental, Kênia Chagas, destacou o conflito entre a urbanização e as necessidades biológicas como fator contribuinte para o mal desenvolvimento das árvores. De acordo com Chagas, a compactação do solo realizada pela construção de edificações, quando mal executada, é extremamente prejudicial. Além destes outros fatores:

  •         Depósitos de resíduos, lixo e entulhos próximo a base das árvores;
  •     Pavimentação das calçadas reduzindo a área para penetração do ar e das águas das chuvas;
  •  Poluição do ar que se acumula sobre a superfície das folhas dificultando a fotossíntese.
  •         Plantio de espécies inadequadas para o local.

Outro ponto observado pela analista ambiental, é a falta de diversidade das espécies. Segundo ela, recomenda-se que na composição arbórea das ruas de uma cidade, as populações individuais não ultrapassem 10 ou 15% da população total. “Isso é sugerido para evitar problemas de pragas e doenças e criar pontos de interesses distintos dentro do perímetro urbano. Contudo, frequentemente o que ocorre é a presença massiva de poucas espécies.”, salienta.

Por fim, Kênia explica alerta para os riscos da prática da poda de maneira incorreta. Segundo a agrônoma, a poda é uma prática antiga, com técnicas adaptadas as necessidades das árvores, tais como, as podas de formação da muda e as podas de limpeza para retirada de galhos inadequados ou doentes. Também são comuns as podas de adequação e rebaixamento para sanar problemas decorrentes do plantio inadequado e que devem buscar o máximo possível manter formato original da árvore.

Contudo, é bastante presente o hábito de fazer a poda apenas por fins estéticos, “Essas podas causam estresse e expõem áreas passíveis de entrada de patógenos podendo ocasionar até mesmo a morte da planta. Por ser uma operação dispendiosa e que interfere na fisiologia e na estética da planta, a poda deve ser utilizada somente quando for efetivamente necessário.” explica.

 

Projeto de Extensão

Atentando-se para os problemas ambientais de Belo Horizonte, especificamente da situação de descuido das árvores, a professora do Centro Universitário UNA, Magda Santiago, criou o projeto de Extensão Árvore Urbana, em agosto de 2015. O projeto visa divulgar, por meio de exposições fotográficas e da produção de peças de conscientização, situações de maus tratos referentes a cercas apertadas, raízes cimentadas e cortes sem replantio. Para alcançar estas finalidades, o projeto pretende estabelecer parcerias com associações, organizações não governamentais e com o poder público municipal, “buscando a qualificação do urbano enquanto espaço de produção e de repercussão de sensibilidades”, explica a professora.

A seguir, veja algumas fotos da primeira exposição do projeto, produzida pelos anos Cássio Oliveira, Felipe Chagas, Júlia Portuense, Lívia Tostes, Pedro Souza, Roberto Márcio, Tamires Rodrigues, Thauane Ferreira e Umberto nunes,  na disciplina de fotojornalismo.

Por: Bruna Dias

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O efeito estufa é uma manutenção natural da temperatura na Terra, absorvendo 70% dos raios infravermelhos pelos gases que compõem a superfície, mantendo o planeta quente. Porém, devido ao desmatamento, queima de combustíveis fósseis e ação das industrias, esse processo está sendo acelerado, aumentando a quantidade de gases e fazendo com que seja absorvido mais raios infravermelhos, deixando cada dia mais quente que o normal.

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Como funciona o efeito estufa. Foto: Almanaque

 

Sabia? Os automóveis soltam seis tipos de gases que aumentam esse efeito, entre eles, o gás nitrogênio (N2), dióxido de carbono (CO2) e o dióxido de enxofre (SO2). Segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) de abril deste ano, Belo Horizonte tem nas ruas cerca de 1.714.609 automóveis circulado. Isso, representa 10.287.654 de substâncias poluentes liberadas, que além de fazer mal para o meio ambiente, fazem mal para a população. Estudo da Universidade de São Paulo (USP) realizado 2008, mostra que por causa da poluição dos veículos, morrem cerca de 389 pessoas por ano na capital mineira, o que da em média uma pessoa por dia.  

O que podemos fazer para evitarmos a aceleração do efeito estufa?

Nunca ande sozinho no carro. Promova a carona solidária. Sempre dê ou pegue carona, além de ajudar o meio ambiente e o trânsito, você economiza. Vá de bicicleta ou transporte público. Se for perto, vá a pé. Sempre faça revisão no seu carro, assim reduz na emissão dos gases.

 

Texto: Amanda Eduarda

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Semana mundial do meio ambiente e por que não falar da cidade solar do Brasil?

A capital mineira é conhecida como a “cidade solar” por ter a iniciativa de instalar painéis solares no teto do Mineirão, fazendo com que o estádio seja o primeiro no país a ser sustentado pela Usina Solar Fotovoltaica (USF). Tornando também, obrigatório nas construções sistema de aquecimento de água por energia solar.

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Estádio de Futebol – Mineirão Foto: Divulgação

Além dos investimentos que a cidade faz para melhorar a sustentabilidade, Belo Horizonte é reconhecida por vários órgãos por preservar o meio ambiente. Em 2011 a Organização Mundial de Saúde – OMS – divulgou um ranking da qualidade do ar nas grandes cidades do Brasil e Belo Horizonte foi considerado a cidade com a melhor qualidade, sendo encontrado 20 microgramas de poluição, para cada metro cubico do ar. Base estabelecida pela OMS.

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Ranking da qualidade do ar – OMS Foto: O tempo

De acordo com o censo de 2010,  do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – Belo Horizonte é a terceira cidade mais arborizada do país, com 83%. Estudo publicado em 2012, pelo Instituto Trata Brasil sobre saneamento básico,  a capital mineira ficou em segundo lugar como a cidade com o melhor saneamento.

Não é a toa que a cidade ganhou duas edições do Desafio das Cidades das Hora do Planeta e está entre as finalistas da edição desse ano, 2016.

Já ouviu falar em Desafio das Cidades da Hora Planeta?

Produzido pela World Wide Found – WWF – que é uma organização internacional não governamental, que tem como objetivo a preservação da natureza. O evento anual é chamado de “Desafio das Cidades da Hora do Planeta” e seleciona cidades do mundo todo que tenham um projeto de sustentabilidade, as finalistas serão escolhidas pelo público em uma votação que se iniciou no dia 26 de abril e que se encerra em 22 de junho. Esse ano são no total 47 cidades e Belo Horizonte/MG está competindo com Recife/FO e Rio de Janeiro/RJ. Vote no site.

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We love cities – WWF

Texto: Amanda Eduarda

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Imagem Divulgação/ Produtor de Água

Voltado par a revitalização e melhora da qualidade das bacias hidrográficas, o programa Produtor de Água é um instrumento pela qual a União apoia a melhoria, a recuperação e a proteção de recursos hídricos. Criado em 2001 pela Agência Nacional de Águas (ANA) o projeto visa ações principalmente nos meios rurais. Segunda Ana Carolina de M. Braz, gerente executiva da assessoria de comunicação social da ANA, o projeto visa “A redução da erosão e do assoreamento de mananciais”, tendo como base as ações executadas no meio rural.

O programa que cobre todo o território nacional tem no momento cerca de 40 projetos que estão sendo usados para o benefício dos mananciais utilizados para o abastecimento de grandes cidades, como: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Campo Grande e Goiânia. E para que a parceria exista os contratos são estabelecidos entre os financiadores e os produtores participantes. Já que as entidades participantes são as responsáveis por repassar os recursos usados na prática dos projetos escolhidos.

A ANA visa novas práticas de conservação em propriedades rurais com uma política de pagamento por esses serviços. Segundo Braz, “Os pagamentos são feitos por entidades escolhidas pelo arranjo organizacional, durante ou após a implantação de cada projeto individual da propriedade (PIP)”.

Quanto aos valores recebidos pelos produtores Rurais, “são definidos com base em estudos econômicos desenvolvidos para a região onde ele se insere e na sua eficácia no abatimento da erosão.”, acrescenta.

Projetos Escolhidos

Para receberem a ajuda financeira em sua implementação, os candidatos devem ter como base: práticas mecânicas, conservação do solo e água, subsolagem, construção de terraços, barragens de captação de água da chuva, barragens subterrâneas, readequação de estradas rurais e outras tecnologias que sejam adaptáveis à realidade da região onde será implantado.

Mas, há, também, uma preocupação que envolve a recuperação florestal, “Para efeitos do Programa, todas as práticas voltadas ao restabelecimento da cobertura vegetal com fins de proteção hídrica, e pode incluir o cercamento de áreas, produção de mudas, plantio, enriquecimento, regeneração natural e conservação.”, finaliza Braz.

Para aqueles interessados em participar do programa, a ANA receberá os projetos até o dia 20 de outubro. As inscrições deverão ser realizas pelo site do Sistema de Convênios do Governo Federal (SICONV). Para mais informações: Agência Nacional de Águas.

 

Texto por Ana Paula Tinoco

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Dia da água é comemorado hoje em todo o mundo, entenda a importância de preservar as mananciais para o consumo.

Hoje, dia 22 de março, é comemorado o dia Mundial da Água, data criada pela ONU para abordar a conservação e a proteção da água. A data foi criada em 1993, e desde então todos os anos são celebrados com temas da atualidade para conscientizar a população no mundo inteiro sobre a importância da água na vida dos seres vivos.

Mesmo cobrindo cerca de 70% da superfície da terra, e tendo os oceanos responsáveis por 97,2% de toda a água do planeta, uma porcentagem muito pequena de 7,8% é tida como tal para o consumo. Mas são poucas as reservas de água doce hoje preservadas e aptas para serem tratadas e distribuídas para as residências. Infelizmente grande parte dos mananciais, hoje no Brasil, estão comprometidas devido a poluição humana e desenfreada.

O que são mananciais e qual sua importância?

 Toda água que abastece as cidades e chega a nossa residência vem de reservatórios de água doce, superficiais ou subterrâneos. As mananciais são rios, lagos, represas, dentre outros.

Minas Gerais é o Estado com maior número de municípios do Brasil, com 853 e uma população urbana que chega a 16,7 milhões de habitantes segundo a Agência Nacional de Águas. Cerca de 60% do abastecimento do estado é realizado por mananciais superficiais, enquanto 20% são atendidos por mananciais subterrâneos e outros 20% é abastecido simultaneamente pelos dois tipos de mananciais. 71% da água distribuída hoje no estado vêm da COPASA, e parte do saneamento no Norte e Nordeste do Estado é realizado pela COPANOR.

Em Belo Horizonte, 74% do abastecimento vem da manancial da barragem Rio das Velhas, seguido pelo Rio Manso com 12%. Já as Barragens Mutuca, Fechos e Cercadinhos realizam 4% do abastecimento, a barragem Serra Azul tem participação de 3%, as barragens Tabões, Bálsamo e Rola Moça em Ibirité abastece 2%, assim como a Vargem das Flores. As últimas mananciais que abastecem a capital mineira e possuem 1% de participação é a Poços Belo Horizonte e barragens Catarina 1, 2 e 3.

Sistema Integrado Rio das Velhas
Sistema Integrado Rio das Velhas

As mananciais brasileiras não são aptas para o consumo imediato, e precisam passar por um tratamento físico e químico dentro das empresas que abastecem as residências. Além dos vários poluentes nas águas, alguns mananciais sofrem com a poluição de esgotos e resíduos industriais que são despejados, o crescimento das cidades ao redor, por exemplo. Até o final do ano passado, alguns reservatórios, se encontravam em estado de emergência devido a falta de água. Mas o problema recorrente é a grande poluição que se encontra na represa da Vargem das Flores e no Rio das Velhas, além das consequências do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana.

Para mais informações sobre o abastecimento de água na região de Belo Horizonte ou em outras cidades, acesse o link.

 

Por Julia Guimarães.