Praça Sete

A 6ª Mostra CineBH, faz o público refletir sobre o mercado audiovisual mineiro, nacional e internacional. O evento, que se encerra amanhã, nasceu com o intuito de contextualizar o cinema no mercado e entender como este mercado se configura, hoje, no Brasil e no exterior. “No Brasil, existe uma política pública de produção, mas ainda falta uma [política] de difusão”, explica a produtora da Universo Produção Raquel Hallak.

Segundo Raquel Hallak, os eventos da Universo Produção, responsável pelo mostra, são instrumentos a favor da produção impendente que envolvem a realização de baixo orçamento e que imprimem uma identidade. “São filmes autorais que, muitas vezes, não têm a oportunidade de chegar até o publico, porém são eles que deram a nova cara do cinema brasileiro”, avalia a produtora.

Público – Mostra CineBH

Para o programador do Cine104 Daniel Queiroz, o mercado no geral encontra-se em uma mudança enorme com diretrizes boas e ruins. “A juventude de hoje tem algumas dificuldades com o cinema tradicional, como, por exemplo, de se concentrar em um filme de duas horas de duração”, observa Queiroz. Por outro lado, ele percebe que os filmes estão circulando de novas maneiras, sem se prenderem somente a formatos e a gêneros tradicionais.

Entre o público, estavam àqueles que acompanham a trajetória de dez anos da Teia, como é o caso de Pedro Aspahan, formado em Rádio e TV. “Acho que a Teia tem um trabalho consistente, com poesia, e que nos inspira a produzir novos trabalhos”, afirma.

Para os homenageados o clima era de felicidade e frio na barriga. “Ser homenageado é bom, dá uma alegria, um frio na barriga. É um reconhecimento e uma certeza que não podemos acomodar, temos que continuar seguindo em frente”, declara a produtora do grupo Teia Clarissa Campolina.

Clarissa Campolina

Hoje, um dos destaques do evento é a apresentação do filme Tabu, do diretor Miguel Gomes, cartaz do Cinema Belas Artes 1.

Por João Vitor Fernandes e Rafaela Acar

Foto João Vitor Fernandes e Rafaela Acar

O Gasto previsto no Programa de Trabalho do Governo da prefeitura de Belo Horizonte para a Fundação de Parques Municipais no ano de 2012 é de, aproximadamente, 36 milhões de reais. O valor é 34% menor que o ano anterior que previa cerca de 54 milhões em gastos. “É normal nos órgãos públicos haver cortes. Eles fazem uma previsão de 54 milhões e depois executam apenas 40”, informa o Diretor financeiro da Fundação de Parques Carlos Nery.

Segundo Nery, os orçamentos dos parques dependem de parcerias com o governo do estado e a iniciativa privada. “É uma técnica orçamentaria prever algum convênio com o governo do estado ou a iniciativa privada para chegar a estes valores previstos no orçamento anual. Porém, não é sempre que a gente consegue fazer estas parcerias, daí esta diferença de orçamento de um ano para o outro”, esclarece.

A Fundação de Parques Municipais é responsável por gerir os 70 parques e quatro cemitérios municipais da capital. Do orçamento destinado à fundação, 42% é para a gestão operacional dos espaços. “Este corte de orçamento com certeza tem um impacto. A gente faz uma previsão de gastos que é baseada nos recursos do tesouro municipal. Esta previsão é condizente com as nossas necessidades de momento. No entanto, a câmara dos vereadores faz os cortes nas verbas da fundação, assim, nosso orçamento fica bastante comprometido”, explica Carlos Nery.

Contribuiçãozinha

Na última sexta-feira, 26, Foi pedido a equipe do CONTRAMÃO uma contrapartida de 8 rolos de papel Higiênico para conseguir a autorização de fotografar dentro do espaço. Relembre o caso.

Por Hemerson Morais e João Vitor Fernandes

Foto: Hemerson Morais

A “contribuiçãozinha” solicitada ao CONTRAMÃO para fotografar no Parque Municipal Américo Renné Gianetti, denunciada em matéria publicada na última segunda-feira, não é um caso isolado. Fotógrafos que costumam realizar books no parque já enfrentaram a mesma situação, como é o caso de Juliana Queiroz e Marie Camargos, sendo constrangidos com a solicitação.  “O argumento que eles usam é que a verba para o parque não é suficiente, então eles pedem o que precisam de imediato”, relata Juliana Queiroz.

Não existe uma padronização nos itens, são pedidos desde rolos de papel higiênico, sacos de lixo entre outros. “Liguei no parque e eles me informaram que para fotografar eu teria que pegar uma autorização na secretaria de parques e fazer uma doação. Eles pediram cem sacos de 100 litros”, relata Marie Camargos. Ainda segundo a fotógrafa, outros parques municipais também pedem contrapartidas.

Segundo dados obtidos no Portal da PBH, o orçamento da prefeitura destinado à administração dos parques é de aproximadamente 36 milhões de reais. Porém, a coordenadoria financeira de parques não consegue definir o montante que é gasto específico do Parque Municipal Renné Gianetti. “Recentemente a administração foi divida em duas regiões (norte e sul). A verba é destinada a estas duas regiões e não há números específicos de cada parque”, informa o coordenador financeiro da fundação de parques Carlos Nery Machado.

Em uma conta simples, dividindo a verba anual destinado as fundações de parques pelos setenta parques da rede seria destinado, aproximadamente 38 mil reais mensais para cada parque vinculado a prefeitura.

Por Hemerson Morais e João Vitor Fernandes

Foto: João Vitor Fernandes

No dia 26 de setembro, o Parque Municipal Américo Renné Giannetti completou 115 anos de fundação.  Na última quinta-feira, uma assembléia pública foi realizada para debater as ações de reestruturação do parque, criando, inclusive, uma área para promoção de eventos. Esta era uma das pautas que a equipe do CONTRAMÃO iria executar, na tarde de sexta-feira, além da montagem de uma galeria de fotos.

Próximo à entrada da Avenida dos Andradas, a equipe foi abordada por um dos seguranças do parque que questionou a razão das fotografias e solicitou para que se apresentasse a autorização da administração. Depois de ter sido abordado, o repórter foi, então, conduzido à administração sendo recebido por uma mulher que se identificou como Maria Lúcia, funcionária do setor.

No momento em que o repórter se identificou, a funcionária se retirou da sala por alguns instantes e voltou alegando que não seria possível autorizar a realização das imagens sem que fosse deixada uma “contribuiçãozinha”, como ela definiu. A alegação dada foi que todas as pessoas que tiram fotos no parque – como debutantes e noivas – deixam algum tipo de material para o parque, como produtos de limpeza, por exemplo.

Mesmo sendo informada de que se tratava de uma matéria jornalística, a funcionária foi enfática, afirmando que esse tipo de divulgação não interessaria para a administração do parque municipal. Como critério para escolha das pessoas que deixam a “contribuiçãozinha”, Maria Lúcia – que se identificou também como responsável por recolher o que é deixado para o parque por fotógrafos e fotografados – explicou, ainda, que somente aquelas que portam máquinas fotográficas “mais potentes” são abordadas.

Por volta das 15h, a equipe na redação entrou em contato, novamente, com a Maria Lúcia para se certificar do pagamento da contribuição e, assim, realizar a matéria sobre os 115 anos do Parque Municipal e a galeria de fotos em homenagem. A resposta dada pela funcionária foi que havia a necessidade de deixar com ela oito rolos de papel higiênico de 60 metros. Em momento algum a funcionária Maria Lúcia informou que a contribuição era espontânea.

Fundação de Parques reconhece a existência da “contribuição espontânea”

Por telefone, o presidente interino da Fundação de Parques, Homero Brasil, empossado na última semana ao cargo, informa que, de fato, as fotografias para fins de reportagem devem ser previamente, autorizadas. “Não pode tirar foto sem autorização. Porque nós temos que ter um controle das fotos que saem”, declara. De acordo com Brasil, essa autorização não está condicionada à “contribuição espontânea”, mas reconhece a existência dessa prática. “O que acontece é a gente pedir um cartucho ou um papel higiênico, porém, esta contribuição tem que ser espontânea”, explica o Homero Brasil.

Lei

Segundo o advogado e membro da Comissão Especial da Advocacia Pública Municipal, Henrique Carvalhais, “pode haver cobrança de taxa para a utilização de bens públicos desde que seja instituída por lei”. Carvalhais, no entanto, afirma desconhecer qualquer lei neste sentido em Belo Horizonte. A equipe de CONTRAMÃO verificou ainda que, nem mesmo na Lei Orgânica do Município, há alguma cláusula que justifique ou corrobore esta prática.

Por:  Hemerson Morais, João Vítor Fernandes e Marcelo Fraga

Foto: João Vitor Fernandes

Ilustrção: Diego Gurgel

Um dos pontos mais conhecidos e mais movimentados da capital mineira, a Praça Sete, vem sendo um local bastante utilizado por alguns candidatos para fazer propaganda eleitoral. Cartazes, cavaletes e até uma enorme escultura podem ser vistos por quem passa pelo cruzamento entre as avenidas Afonso Pena e Amazonas.

Os objetos espalhados pela praça são motivo de críticas por parte da população de Belo Horizonte. Para a publicitária Camila Oliveira, “a campanha eleitoral precisa ser feita, mas deve ser expressa de uma maneira mais inteligente”.  Camila vê ainda um aspecto positivo na escultura. “Acho que o objetivo era fazer uma campanha mais limpa, sem os tradicionais cartazes, mas quase ninguém tem tempo para analisar o motivo dessa forma de propaganda”, conclui.

O artigo 37 da Lei nº 9.504/97, diz que a propaganda eleitoral é permitida em locais públicos desde que não seja fixa, e não dificulte o bom andamento do trânsito de pedestres e veículos. Mesmo assim, a estudante de Administração de Empresas, Flávia Costa, acha que há exagero por parte dos candidatos. “É tanta propaganda eleitoral, fotos e números espalhados que a gente até se perde. A praça e o seu principal monumento, o pirulito, passam despercebidos”, afirma.

Protesto na internet

No Facebook há uma campanha chamada Cavalete Parade, onde a ideia principal é incentivar as pessoas a colorir com tinta os cavaletes de propagandas políticas como forma de protesto. A página já possui mais de 16.000 adeptos de diversas cidades do país.

Por Marcelo Fraga

Foto: Marcelo Fraga

Às vésperas da Copa das Confederações, Belo Horizonte corre para se adequar em termos de mobilidade, com melhorias nas ruas e nos sistemas de transporte. O evento servirá de prévia para a Copa do Mundo de 2014, a capital mineira será uma das sedes. Mas há outro aspecto, as pessoas com deficiência reivindicam que essas melhorias também as contemplem. “Pra melhorar a acessibilidade é preciso ter mais respeito dos governantes pelos cadeirantes”, afirma o auxiliar administrativo Fábio Augusto Peixoto de Castro, cadeirante.

Para Castro, os ônibus adaptados com elevadores apresentam um problema, os cobradores e motorista não sabem usar o controle remoto. “Os ônibus [com elevadores] atendem a demanda. Apesar deles [motoristas e cobradores] dizerem que tem muitos equipamentos estragados, na realidade é o operador que não sabe manusear”, declara.

De acordo com a BH TRANS está em andamento, desde dezembro de 2011, um treinamento com os operadores do Transporte Coletivo da capital, visando capacitá-los em suas funções no transporte coletivo e, também, “aprimorar habilidades como mediação de conflitos no trânsito com outros ‘atores’”. Segundo o órgão, a previsão é de que até o final deste ano todos os treze mil operadores tenham passado pelo programa de treinamento. As avaliações de desempenho serão feitas durante um ano. Hoje, seis mil motorista e cobradores já foram capacitados.

Censo

De acordo com o IBGE, a partir dos resultados preliminares da Amostra do Censo Demográfico de 2010, o número de pessoas com deficiência corresponde a 23,9% da população brasileira (veja o infográfico), que encontram dificuldades em termos de acessibilidade, principalmente nos centros urbanos.  

Na capital mineira, de acordo com Edson Ferreira, da União dos Paraplégicos de Belo Horizonte existem 52.966 pessoas com deficiência, segundo dados aferidos pelo Instituto Esther Assumpção (de Betim). Para Ferreira  as obras empreendidas na cidade ainda não atendem, de forma integral, às necessidades dessa população.

Rampas somente nas laterais o canteiro central não foi rebaixado.

Obstáculos

No cruzamento da Avenida Augusto de Lima com a Rua Espírito Santo, por exemplo, há uma rampa dos dois lados da avenida, contudo o canteiro central não foi rebaixado, o que dificulta a travessia do cadeirante.

A regional centro-sul reconhece que não há o rebaixamento do canteiro central do trecho citado, é informa que será feita uma vistoria no local ainda sem data prevista.  afimar a assessora de comunicação Mara Damasceno.

 

 

Por: Ana Carolina Nazareno e Hemerson Morais.

Foto: Hemerson Morais.