CENTRO MINEIRO DE TOXICOMANIA

CENTRO MINEIRO DE TOXICOMANIA

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O Centro Mineiro de Toxicomania (CMT) vem atuando no tratamento de usuários de álcool e drogas com o objetivo de ajudar na redução de danos e na inserção social, fazendo com que os usuários se insiram no convívio social. O CMT recebe por dia cerca de 50 a 60 usuários, 300 por mês e possui aproximadamente 35 mil cadastrados durante os 33 anos.

O CMT atende desde moradores de rua até usuários de classe média baixa, sendo cada paciente analisado e redirecionado à cada ala de acordo com sua necessidade. O CMT trabalha além do tratamento individualizado, com oficinas que vão desde artesanato à música, tendo visitas semanais dos usuários a pontos turísticos e de convívio social em Belo Horizonte, como por exemplo, o Parque Municipal e o Hospital do Câncer. Trabalha também com encontros de grupos de família, amigos, que querem contribuir de alguma forma no tratamento e com alguma dinâmica em grupo.

Passo a Passo do tratamento

A coordenadora e psicóloga do CMT, Daniene Santos, está a frente do centro há 9 anos e explica como é o processo de inserção de um usuário no centro: “O usuário chega, passa pela portaria, o porteiro faz a inscrição dele no sistema que são programados com prontuários digitais. Feito isso, ele vai para recepção e é avaliado por um profissional, sendo redirecionado à algum psicólogo, terapeuta, enfermeiro, assistente, dependendo de seu estado. Após o redirecionamento, ele começa a tomar as medicações prescritas, faz suas refeições, toma banho e tem a opção de ir embora ou ir para outro local que redirecionamos aos usuários, caso não tenham onde dormir, como por exemplo os Cersam’s (Centro de Referência de Saúde Mental) em diversas regiões da cidade ”.

De acordo com a coordenadora e psicóloga Daniene Santos, a família tem um papel essencial no tratamento, pois elas também sofrem duramente com dores físicas e psicológicas por conta da convivência do usuário. “Geralmente é a tia, irmã, professora ou algum responsável que traz o usuário, raramente ele chega sozinho.” Além de familiares que procuram ajuda para os usuários, o CMT recebe casos de encaminhamentos feitos por professores de seus alunos que são usuários, sendo atendidos por assistentes sociais em função do atendimento da família e responsáveis.

Após o tratamento, o usuário é encaminhado para outros grupos sociais, escola, trabalho, de alguma forma em uma espécie de “convivência” em que permaneça inserido no convívio social. Em casos de recaída, o usuário pode voltar a fazer o tratamento no CMT, de acordo com a necessidade de cada usuário e seu grau de tratamento.

Dados e Perspectivas

Criado em 1983, há 33 anos, pela Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), o CMT foi inicialmente um ambulatório com uma proposta de atendimento bem individualizado, analisando cada caso de cada paciente e fazendo com que ele receba seu tratamento individual. Começou pelo tratamento por psicanálise e com o tempo se aperfeiçoou em saúde mental, com a inserção de novos profissionais e ampliação do local. Com isso, houve o credenciamento do CMT na Caps II (Centro de atenção psicossocial para usuários de álcool e drogas), em função da lei Portaria GM 226 – 2002, fazendo com que o recebimento de materiais, equipamentos e medicamentos fossem inteiramente fornecidos pelo SUS (Sistema Integrado de Saúde).

De 50 a 60 pacientes por dia, 90% são usuários de droga (crack, cocaína, loló, tiner, etc.) e os 10% por álcool, atualmente. Dos 35 mil, no início, a maioria era por álcool, mas com a globalização das drogas, esse número ficou entre 30/40%, tendo a droga como principal fator, 60/70% em todo o CMT. 90% são residentes de Belo Horizonte, sendo os outros 10% espalhados pelo estado e regiões metropolitanas.

Daniene Santos, coordenadora e psicóloga do CMT afirma que apesar da atual situação da saúde no país e com a possível aprovação da PEC 241 no senado (que congela os gastos públicos), as perspectivas de futuro para o CMT são boas e eles esperam aumentar o número de parcerias e de usuários ao decorrer dos anos, continuando a ser um centro de referência para o país.

Matéria produzida pelos alunos do quarto período de jornalismo, Mateus Moreira Miranda e Hellen Santos, na disciplina de TIDIR/JOR2B

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