#CRÔNICA: Quem diria?

#CRÔNICA: Quem diria?

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Foto Reprodução internet/ Blog Homem de Palavra

Por Mateus Fernandes da Silva

Meu celular despertou acionando minha cama que me colocou de pé, em frente ao painel de comandos. Apertei o que abria o teto de casa. O sol forte junto com os bem-te-vis entraram sem pedir licença. Olhei para cima, o trânsito estava étimo para àquela hora da manhã, oito e meia.

Fechei o teto e deslizei até o banheiro. Mergulhei na minha piscina aquecida para ter certeza que estava acordado e tomei um banho rápido no chuveiro natural que ficava fundo: uma linda queda d’água que desviei das Cataratas do Iguaçu.

Desci na escada rolante até a cozinha e fiz meu pedido no “Comida Expressa”, que demorou 3,12 segundos para ser entregue. Rápido? Que nada! Como moro num condomínio, a comida demora 1,09 segundos a mais do que as pessoas que moram no centro ou em apartamentos normais. Comi, escovei meus dentes rapidamente e fui até o painel de roupas na sala. Escolhi o terno preto risca de giz e, por uma pequena abertura no teto, a roupa caiu sobre minha mão direita. Vesti. Peguei meu carro japonês flutuante e fui. Gastei 30 minutos de Foz do Iguaçu ao Rio de Janeiro. Demorei um pouco, pois na Avenida das Nuvens, estava acontecendo um protesto sobre a liberdade da relação afetiva entre pessoas de sexos diferentes. (É, os homossexuais conseguiram os seus direitos, ao contrário dos heterossexuais que hoje lutam pelos seus.)

Segui até a Prefeitura Municipal para uma reunião importantíssima: se deveria ser construído mais um parque aquático em Júpiter. No final de tudo, decidimos que seriam construídos dois.

Estacionei meu carro sobre uma das árvores no Pão de Açúcar e filosofei: “O amor está em cada curva entre as nuvens, o poder de expressão na boca do povo a solidariedade reina… A maior economia mundial é o Haiti, e a menor os Estados Unidos. É, os EUA se perderam em luxo e faleceram em meio aos hambúrgueres do MC Donald’s. Crianças entram na escola aos 2 anos e se formam aos 15. Doméstica? Pedreiro? Gari? Não existem mais. Todos qualificados e têm bons trabalhos. (São os robôs que executam esses serviços, afinal, não sabem pensar ainda!)”

Quem diria?

Mas… por fim, abri os olhos e acordei. Estava cercado de lixo, de tristeza, de repressão, de injustiça, de corrupção. E eu estava somente sentado em uma rua qualquer, de uma cidade qualquer, num país qualquer, exercendo a minha função de cidadão, de um cidadão qualquer… Sem eira nem beira, perdido em meus sonhos…

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