#CRÔNICA: V A R AL DE ...

#CRÔNICA: V A R AL DE C O M POSI ÇÕ E S

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Por Melina Cattoni

A mãe, no fim de semana, estende as roupas para a próxima semana. A filha, quando está desocupada, põe as roupas no varal a pedido da mãe. A senhora, dona de casa, para passar o tempo, pendura as roupas no varal. São muitos varais para pouca roupa, imagino se pudéssemos colocar outras coisas ali.

 

Imagino uma linha contínua e invisível. Todo local que alguém vá, é sempre acompanhada por ela. Nela é pendurado todas as experiências, pessoas, locais e, principalmente, cada sentimento presente naquela composição de fatos. Assim como para estender as roupas, podemos colocar essas composições à nossa maneira, com pregadores para fixá-las melhor, ou apenas colocar por cima da linha sem amarras. Ah, e claro, também podemos escolher o tamanho do espaço que ocupam.

 

O uso dos pregadores é para situações especiais, aquelas que queremos sempre por perto. Já, as colocadas por cima, são aquelas que são livres. Às vezes as esquecemos e outras vezes está presente. E em todas essas, temos a presença do vento, do sol e da chuva. Ah, o danado vento! Sempre com brisas leves ou ventanias intensas que derrubam tudo pela frente. Às vezes, é quem nos mostra o que está como passageiro ou como inquilino. E o sol e a chuva, nos mostram a resistência daquela composição. Talvez devêssemos olhar os espaços vazio em nosso varal.

 

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