Democracia para quem quer ser livre

Democracia para quem quer ser livre

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Foto Divulgação

“A Democracia é o pior modelo de sociedade, depois de todos os outros” – autor desconhecido

A base da democracia parte do pressuposto de que é a vontade da maioria que prevalece e há o respeito aos direitos da minoria, mas se estudarmos a história de nosso país veremos que a descrição do que é não condiz com a realidade de fato. Para isso basta fazer uma pequena retrospectiva, até primórdios de quando nos tornamos “independentes”, para nos questionar se esse tal de estado democrático é uma utopia ou a realidade.

Nas colônias: os direitos políticos eram restritos a uma parcela limitada de proprietários de terras, os famosos “homens bons”. Era deles a decisão de quem iria ocupar cargos políticos de maior importância, assim como quais leis teriam validade.

Século XVII: apesar dos ideais iluministas usados como suporte das revoltas coloniais, lê-se “Inconfidência Mineira”, e o possível surgimento de direitos não podemos deixar de ressaltar que a escravidão seria mantida no novo regime. Para o estudante de Jornalismo Guilherme Resende o ideal de democracia não existe e completa: “Ainda que se tente lapidar esse modelo para a perfeição, ainda vão existir falhas. Para essas falhas serem minimizadas, a população deve estar ciente dos seus direitos e deveres, e o limite de onde podem contribuir para uma sociedade mais justa. Essa conscientização levará a um progresso por parte de toda a sociedade, pois emergirá da base da pirâmide social, “contaminando” os setores mais atribulados de poder. ”.

Independência: nasce nossa primeira constituição e com ela a instalação do voto censitário e a escravidão mantida no Brasil, a participação na política era uma regalia destinada aos privilegiados.

A partir de 1870: a onda republicana trouxe o abolicionismo, mas em contrapartida o acesso ao voto foi reduzido, já que a alfabetização era requisito exigido na escolha de representantes políticos. Havia uma carência de instituições de ensino.

Resende acredita que estamos longe de um lugar ideal desse modelo que vivemos e concluí que existe ainda uma questão hegemônica que impede a população de entender todos os processos democráticos, e isso tem a ver com os grupos que estão em poder de nossa sociedade em muito tempo. Por enquanto, ainda assistimos (parcialmente) calados e até dando voz a violações graves desse sistema, e isso apenas atrapalha no processo de construção de uma sociedade mais democrática.

Vargas: a pesar de ir contra a corrupção eleitoral e exclusão política, ele manteve-se 15 anos no poder usando manobras políticas.

1964: com o golpe militar veio a redução das liberdades democráticas do país. Ameaçando e aterrorizando a sociedade, o regime se instalou criando um sistema bipartidário sem brechas a uma possível oposição ao governo.

20 anos, eleições diretas: permitindo a volta das eleições diretas e a livre organização partidária, o fim do regime militar deixou instabilidade econômica, além dos terríveis índices inflacionários. Mas houve democracia?

Atualmente: todo brasileiro pode exercer sua cidadania, basta ter idade acima de 16 anos, mas fala-se na obrigatoriedade do voto. Fala-se em liberdade, mas não se vê o respeito às diferentes crenças ideológicas. Fala-se em Estado laico, mas não se respeita a liberdade de expressão que nos é garantida por lei.

E então, existe democracia ou ela é apenas uma utopia?

Por Ana Paula Tinoco

 

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