Highway to hell ou BRT Move

Highway to hell ou BRT Move

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O fim de semana foi de irritação com o transporte público de Belo Horizonte. Há 17 dias da Copa do Mundo, a Estação Pampulha continua inacabada.

Sábado, às 18h30min horas: Ida até a Pampulha

Chegando à Estação Paraná, fui comprar um ticket passagem e não consegui. Como assim não vende ticket? Não, você tem que comprar o cartão BH Bus, no valor de cinco reais (R$5,00) + a recarga, ou seja, minha passagem vai sair por R$ 7,85, certo? Que absurdo!
Tudo bem, eu compro, afinal preciso chegar até meu destino. Hora de enfrentar o MOVE até a Estação Pampulha. O ônibus número 51 chega, as postas se abrem e começa o empurra-empurra na luta para garantir um lugar no ônibus superlotado.
Ótimo, em 20 minutos cheguei ao meu destino. Por onde eu saio? Olha, ali tem uma placa enorme escrito SAÍDA, chego até lá e nada, dou de cara com grades. Pergunto para o funcionário da BHTrans, “por favor, como saio da estação?”, e ele me responde “moça é lá do outro lado”. Hein? E essa placa é apenas enfeite?

Vou até o local onde o funcionário me indicou e finalmente consigo achar a saída. Mas espera aí, eu preciso ir até o Labareda – Clube do Atlético, como vou chegar até lá se a passarela está inacabada? Acho que vou ter que arriscar minha vida na Avenida Portugal, andar no cantinho da rua e rezar para não ser atropelada. Ufa! Consegui chegar ao meu destino final.

 Domingo, às 10h00min horas: À volta para a casa.

Chegando à Estação Pampulha, enfrento mais uma vez o caos.

Já com meu BH Bus recarregado, fui passar a catraca e surpresa! Nenhuma delas estava funcionando. Segundo a funcionária, a estação estava sem luz. Engraçado! As luzes estavam acesas. Catraca sem funcionar, pensei, vou pular! Imagina, para evitar esse tipo de “problema” existe uma funcionária que vai anotar em uma folha de papel o número do seu BH Bus para depois ser debitada a passagem. Ora, que culpa tenho eu, se a catraca não funciona?

Pergunto a funcionária como chego até a plataforma de embarque e ela me disse para eu descer a escada rolante que já estaria na plataforma. Lá vou eu! Chego na escada rolante e fico esperando… ops, ela não funciona, está sem luz, vou ter que praticar exercício físico.

Chegando la embaixo, mais uma catraca? Poxa, não vou pagar novamente né. Mais uma vez vou conversar com a funcionária da maldita BH Trans. “Moça eu paguei a passagem lá em cima só para descer a escada rolante? Desculpa-me, mas agora ou eu pulo a catraca ou você me deixa passar, não acho justo ter que pagar duas vezes”. Com cara de desconfiada, a funcionária me deixou passar, porém me deu uma informação errada. Ela me disse para pegar o ônibus número 50 (o qual vai direto para o centro), estou esperando, passa um, dois, três ônibus números 51. Procuro um painel para ver se o meu já está chegando e onde está o painel? Não existe… Mais uma vez procuro uma informação com outra pessoa da BHTrans (nunca vi tantos funcionários trabalhando). “Moço, por favor, sabe se o ônibus número 50 vai demorar?”, e para minha surpresa uma informação correta, “menina, o ônibus 50 não passa aos domingos, se você quer ir até o centro, pode pegar o 51”. Que ótimo, já passaram três deles e eu aqui, parada que nem um dois de paus esperando um ônibus que não vai chegar.

Finalmente chega mais um ônibus número 51, quando o motorista abre a porta, começa o empurra-empurra para cada um garantir seu lugar. Eba! Dessa vez não vou em pé, tem um lugar lá no fundo, o último assento. Para a alegria de uns e a tristeza de outros (o meu caso a tristeza). Sentei-me embaixo do ar-condicionado, que só faltou cuspir gelo. A ventania que vinha dele direto na minha cabeça (o banco é alto e minha cabeça ficou quase colada no ar) me fez andar 27 minutos morrendo de frio.

 Essa foi a minha experiência com o BRTMove. Vejo a Copa do Mundo chegando e turistas ficando completamente perdidos por aí, tentando fazer o caminho Estação Pampulha – obra inacabada – Mineirão. Ah sim, não havia NENHUMA placa em inglês. #NãoVaiTerCopa #BRTFail  Relato por Lívia Tostes


“Andando no MOVE, a única coisa que passa na minha mente é: “De onde tiraram que isso seria melhor?” A minha revolta maior é pelo tempo para chegar à faculdade. Um trajeto que era feito em 50 minutos sentada, faço agora com o MOVE em 1h e 30m em pé, apertada e passando calor (porque não ligaram o ar condicionado, não me perguntem o motivo). A minha esperança era de que o MOVE funcionasse de tal forma que grande parte da população preferiria ele a ir de carro. Mas entre ficar sentada no conforto do carro uma hora e ficar em pé 1h e 30m, prefiro o “engarrafamento rápido e confortável”. Posso dizer tranquilamente que o que está sendo feito em Belo Horizonte hoje é uma obra de imobilidade urbana, nada mais”.  Relato por Fernanda Leonel Gomes, estudante

 

Se a intenção era atrapalhar a vida dos cidadãos de Belo Horizonte iludindo com propagandas enganosas de que tudo é bonito, conseguiram. O novo meio de transporte que faz parte do cotidiano de grande parte da população, conhecido pelo nome de MOVE, não funciona.

Minha primeira experiência utilizando este transporte foi no último sábado dia 24 de maio. Cheguei à estação Pampulha, não sabia para onde ir e como não havia placas suficientes com explicações e os funcionários de “Posso Ajudar?” não ajudam em nada, tive a péssima experiência de ficar entrando e saindo de vários ônibus porque toda hora em que eu perguntava qual era o ônibus que vinha até a área hospitalar, me falavam um número diferente. Com muita dificuldade eu descobri que o ônibus que me deixava perto do meu destino era o 51. No decorrer do percurso, no qual é muito lento, houve problemas do motorista estacionar muito longe da plataforma ou muito perto fazendo com que a porta não abrisse direito. Além disso, a porta estragou e andou durante três estações praticamente aberta, até o motorista ter o bom senso de parar a viagem e tentar arrumar a porta. Voltei para a casa neste mesmo dia após as 18 horas e só para sair do centro levei mais de 40 minutos, pois em cada ponto que o ônibus ficava parado na região da área hospitalar era mais de 5 minutos para esperar todos entrarem.

 Na segunda-feira, 26, primeiro dia útil com a extinção da outra parte das linhas de ônibus da região, posso dizer que senti medo dentro daquela estação. O número de usuários era muito grande, pior que o metrô de Belo Horizonte. Consegui entrar no 51 após deixar dois passar pois estava impossível entrar e quando entrei ainda tive que ir para o Centro em pé e morrendo de calor porque estava tão cheio que o ar condicionado parecia nem existir.

Esse novo sistema de meio de transporte é tão revoltante que hoje, terça-feira, preferi pegar um ônibus no qual me fez praticamente atravessar o centro andando para conseguir chegar na faculdade no horário certo sem ficar trocando de ônibus. Além de cansar ao extremo pelo fato de ficar trocando de ônibus toda hora, o MOVE faz apenas com que gastemos mais tempo do que o normal. Se colocar uma tartaruga para disputar corrida com esse transporte que só tem tamanho, tenho certeza que a tartaruga ganha. Relato por Bárbara Carvalhaes

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