A importância do diálogo e da união entre pais e filhos no...

A importância do diálogo e da união entre pais e filhos no tratamento dos vícios

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Ex-dependente químico conta como seus pais e filhos ajudaram em sua recuperação

Em 1989 é lançado o quarto álbum da Legião Urbana,” As Quatro Estações“. O mesmo ficou marcado por abordar temas como bissexualidade, presentes na música Meninos e Meninas e Maurício, e também a religião, como em Monte Castelo. O disco é composto de onze faixas, sendo que nove ficaram como as mais conhecidas da banda e fizeram grande sucesso sendo lembradas e apreciadas pelos fãs até os dias de hoje.

A música aborda ideias de um relacionamento entre pais e filhos que por muitas vezes são conturbados pela falta de diálogo entre os mesmos. Entre os sucessos do álbum, a canção Pais e Filhos, marcou a história da banda com sua letra que nos leva a reflexão. A música foi dedicada a uma amiga de Renato Russo que se jogou do 5° andar de um prédio em Brasília após ter discutido com os pais. Renato Russo sempre comentava que se sentia muito triste quando a cantava, por esse motivo a mesma não foi muito tocada nos shows realizados pela banda.

O relato intimista de Rogério sobre como a família se torna fundamental

Assim como a amiga de Renato, Rogério da Cruz Vieira, 54 anos, aposentado por invalidez por uso abusivo de substância psicoativa, também vivenciou momentos muito conturbados em sua família, sua dependência química o levou ao “fundo do poço”:  “Quando a doença se instalou no meu corpo, na minha alma e no meu espírito não tinha relação com ninguém que não fosse usuário. Relações afetivas muito conturbadas, praticamente zero.” revelou Rogério ao contar sobre sua relação com as drogas e os danos no qual trouxe a sua vida afetiva.

Rogério da Cruz Vieira, começou a se envolver com drogas aos 13 anos de idade: “Me ofereceram várias vezes em frente à casa onde morava no Rio de Janeiro. Se tratando de onde eu morava não era difícil”. Quando deu por si, Rogério já estava mexendo com todo tipo de droga, passou pela maconha, crack, álcool e cocaína entre outras drogas consideradas “pesadas”.

A relação familiar de Rogério era totalmente conturbada, as brigas eram constantes, fazendo com que ele utilizasse as drogas como uma fuga da realidade. Mesmo em um ambiente de muito conflito seus pais, principalmente sua mãe, no qual foi muito importante em seu processo de recuperação, não desistiu de seu filho: “Meu pai faleceu muito cedo não chegou a ver meu fundo de poço nem de fossa, mas minha mãe foi muito importante na minha recuperação. Mesmo assim só fiz um processo de recuperação quando eu estava para morrer literalmente, por mim primeiro depois para as pessoas ao meu redor. ”

Com o passar dos anos, Rogério conta que após sua recuperação, tudo melhorou em sua vida, mas, mesmo assim, a droga deixou diversos traumas: “Estou bem com 54 anos e estou colhendo o que eu plantei, Diabetes, água na pleura, cego do olho esquerdo, tomando remédio controlado, fígado doente, enfim, tudo que herdei dos anos de uso”.

Assim como Rogério diversas pessoas que passam pelo processo de tratamento de dependência química, falam da importância da família e a força de vontade no qual a mesma traz para sua vida “. Bem hoje meu filho mais novo dos três está com 30 anos, outra 33 e outra 40. São muito bem organizados nas suas vidas e não se embrenharam nas mazelas do pai que no início foi um (barato) e depois virou uma doença progressiva incurável e de fins fatais. ”

Trabalho produzido pelas alunas do quarto período de jornalismo, Marina Andrade, Marcela Pereira e Hellen Cristina,  na disciplina de TIDIR/JOR2B

3 COMMENTS

  1. Gostei da matéria, ela frisa com competência a relação dos distúrbios e das mazelas das personagens das músicas(inspiradas muitas das vezes em casos reais)com os conflitos e dramas na vida real.

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