Nesta segunda-feira, 19, a Praça da Liberdade recebeu a escola de samba “Liberdade Ainda que Tam Tam”. Com o intuito de manifestar homenageando o dia 18 de maio, considerado o Dia da Luta Antimanicomial, o desfile que é organizado pelo Fórum Mineiro da Saúde Mental e Associação de Usuários dos Serviços de Saúde e Mental de Minas Gerais (ASUSSAM), contou com a presença de usuários, familiares e trabalhadores da área da saúde mental de Belo Horizonte e outras cidades do interior, além de membros de diversos movimentos sociais.
O formato da apresentação é como um desfile de carnaval que aborda reflexões do lugar social da loucura, defendendo a Reforma Psiquiátrica antimanicomial. No dia 26 de abril, foi escolhido o samba “Revolussamba” (música cantada durante o desfile), produzido pela oficina de música do Centro de Convivência de Venda Nova. O tema deste ano é “A cidade que queremos: seja feita a nossa vontade!”.
Todos os participantes do desfile, tanto adultos e crianças, estavam vestidos com fantasias e segurando diversos tipos de placas, como a turma da FACEB/UNIPAC da cidade de Bom Despacho-MG, que aderiram ao “Trancar não é tratar”, “Livre, leve, louco” dentre outros.
A concentração para o desfile iniciou às 14hrs na Praça e seguiu sentido à Avenida Afonso Pena.
Revolussamba
Se essa rua fosse minha eu mandava concertar
Concertava essa cidade pra o meu mundo caminhar.
A cidade, minha gente, tem muita poluição,
Não precisamos só de carro, mas de metrô na estação.
REFRÃO
Oh Bombrilhão! Oh Bombrilhão!
Acaba com o preconceito e com a discriminação. (2x)
Não ponha corda no meu bloco, copos de leite e de flor.
Na Avenida Afonso Pena, o 18 já chegou!
Nós vamos manifestar nossa indignação
Na cidade que queremos não cabe corrupção.
REFRÃO
Se violar fosse verbo de violão,
De tão bela essa cidade teria mais criação,
Como não é, o que devemos fazer,
É acreditar no povo que luta pra vencer.
REFRÃO
Tempestade, tempestade, eu me encharco em você!
Mas com tanta indiferença, como vou sobreviver?
Sou amigo do Mandela e contra a segregação,
Sou filho da Praça Sete e da Praia da Estação.
REFRÃO
Como em Cuba e na França eu vou revolucionar!
Vou por meu samba na rua para o povo desfilar
Essa rua, ela é nossa e esse mura, ele é seu.
Eu só sei que essa história foi o povo que escreveu.
Oh Bombrilhão! Oh Bombrilhão!
Acaba com o preconceito e com a discriminação.
Texto e Foto: Bárbara Carvalhaes