Page 315

Faltam apenas nove dias para o maior festival de quadrinhos do Brasil, quiçá das Américas. O Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ) vai estar em seu lugar de costume, a Serraria Souza Pinto do dia 13 ao dia 17 de novembro e o público nerd está ansioso para que esses dias cheguem. Pois vão poder encontrar os criadores de seus quadrinhos preferidos, presenciar o lançamento de novas histórias e participar das oficinas oferecidas pelo evento.

O estudante de administração, Paulo Ricardo, 23, que já participou do festival de 2009 e 2011 espera que o evento desse ano seja melhor do que os anteriores. Para suprir expectativas como a de Paulo, Afonso Andrade, um dos organizadores do evento explicou que é esperado um público similar ao do ultimo FIQ, em 2011. “Para isso, tentamos melhorar a circulação dentro da Serraria e instalaremos uma tenda no estacionamento, para aumentar a área útil do evento”, explica Andrade.

A microempresária e estudante de Artes Visuais na UEMG, Deyse Neto, 20, está com a expectativa elevada sobre o evento. “Espero conhecer mais sobre o universo dos quadrinhos, se tiver oficina eu irei participar. Quero me informar mais sobre técnicas de desenhos, conhecer/conversar com os autores”, conta a estudante quando questionada sobre qual artista deseja encontrar durante o evento, ela responde animadamente: “Os irmãos Cafaggi, que são duas pessoas super simpáticas e talentosas”. Vitor e Lu Cafggi são dois quadrinistas mineiros que dão aula na Casa dos Quadrinhos e, em maio desse ano, publicaram Turma da Mônica – Laços.

Assim como Deyse, a estudante Paula Moreno, 17, espera se encontrar com os ilustradores que mais gosta. “Espero prestigiar o trabalho de todos os quadrinistas e ilustradores convidados que eu admiro, como a quadrinista americana Becky Cloonan, o quadrinista Laerte, além de reencontrar os gêmeos Gabriel Bá e Fábio Moon, que tive a oportunidade de conhecer durante o evento de 2011”, conta Paula.

O último FIQ contou com 69 convidados, mas, para esse ano, a lista aumentou para 85. Destes, 32 são de Minas Gerais, 18 internacionais e 35 dos demais estados do Brasil. Os últimos convidados a serem confirmados foram os mineiros Jão,  Erick Azevedo e o manauense Eber Ferreira . Toda edição do FIQ possui um homenageado, o escolhido para a 8ª edição é o quadrinista Laerte Coutinho, considerado um dos mais importantes da atualidade.

Por Juliana Costa

Ilustração Diego Gurgell

Devido a um impasse na Câmara dos Deputados, o projeto de lei que cria o Marco Civil da Internet, até então tido como principal pauta em tramitação na casa, teve sua votação, que teria acontecido no ultimo dia 29, adiada. Os princípios e garantias de uso da Internet: essa é a síntese de um assunto que interessa aos milhões de usuários no Brasil.

O Marco Civil da Internet foi lançado em 2009, e sua construção foi toda feita de forma colaborativa, através de uma consulta publica. Esse conjunto de normas garante ao internauta que todos os seus dados continuarão circulando na rede e devem ser tratados de forma neutra, mantendo assim o principio chamado de neutralidade.

A privacidade do usuário também é um ponto importante do Marco Civil. Esse ponto defende que o usuário tem o direito de ter sua navegação guardada sob sigilo, sendo assim os provedores de internet não poderiam fornecer dados, por exemplo. O usuário só poderia ter seus dados vazados através de uma ordem judicial. O mesmo vale para dados pessoais que o identifique, além de ter o direito a excluir definitivamente todos os seu histórico de navegação na Internet.

A liberdade de expressão na rede é outro ponto importante. Hoje no Brasil, os provedores tem o papel de “juízes” do mundo virtual, isso porque estes administradores tem o poder de retirar qualquer dado da rede, sem nada que regulamente esta ação. Neste caso, o Marco Civil propõe que qualquer material posto na rede só deve ser retirado sob ordem judicial.

Por: Heberth Zschaber

Foto: Reprodução da Internet

A 26° Vara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais acatou o pedido de reintegração de posse do casarão que abriga, desde o último sábado, 26, o Espaço Comum Luiz Estrela, no bairro Santa Efigênia, região leste da capital. A Fundação Educacional Lucas Machado (FELUMA), mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, pediu e obteve na tarde de ontem a liminar que determina a desocupação do imóvel, que já abrigou o antigo Hospital Militar da Força Pública Mineira e estava abandonado desde 1994.

Na tarde de hoje, 31, agentes da Polícia Militar acompanhados de um oficial de justiça estiveram no local para cumprir o mandato de reintegração de posse. A ocupação continua e o centro cultural retoma a sua programação normal após acordo com a PM. Mayer aponta que uma das irregularidades da reintegração é a ausência de publicação da decisão, o que implica em cerceamento de defesa.

A decisão que concede a reintegração de posse será publicada apenas nesta sexta-feira, 1. “Esperamos que a Polícia Militar aguarde ao menos a publicação da decisão para cumprir a ordem de reintegração”, esclarece Joviano Mayer, advogado do coletivo Margarida Alves, que presta consultoria jurídica ao centro cultural. Segundo Mayer, um recurso de agravo de instrumento será protocolado no Tribunal de Justiça para tentar reverter a decisão. De acordo com o advogado, há ilegalidade de representação na ação de reintegração de posse, que foi proposta por uma entidade privada. Para Mayer, “o poder público também deve figurar no pólo ativo da demanda, o que não aconteceu”.

O advogado esclarece ainda que “a ocupação do imóvel se deu em função do não-cumprimento do dever constitucional do Estado de proteger e cuidar do patrimônio público e cultural, não dando ao espaço a sua função social”. Os advogados do centro cultural também questionam a pretensa finalidade do imóvel: dar lugar a um memorial em homenagem ao presidente Juscelino  Kubitschek, ainda sem projeto de execução. “Qual é o interesse público desse projeto, se há apenas dois meses foi inaugurado um memorial do JK na Pampulha? JK trabalhou por pouco tempo como médico no local e o casarão tem uma história muito mais rica que isso”, pondera Joviano Mayer.

Apoio

Desde a sua inauguração, o centro cultural tem recebido apoio dos moradores do bairro e de frequentadores da região. Ticha, coordenadora da galeria de arte do Sesi Minas, localizada a cerca de 200 metros do casarão, é uma grande entusiasta da ocupação. “Eles realizaram o meu sonho de 20 anos. O espaço é da comunidade, é do povo. A arte não pode ser privilégio da elite. Essa é uma alternativa muito contemporânea”, enfatiza.

No próximo sábado, 2, o Primeiro Grande Ato de Apoio ao Espaço Comum Luiz Estrela sairá pelas ruas do bairro Santa Efigênia em defesa da manutenção do centro cultural. Veja a convocação para o evento aqui. A concentração será às 14h, em frente ao espaço, na rua Manaus. Um cortejo artístico com instrumentos musicais e performances dará o tom da manifestação.

Texto por Fernanda Fonseca

Foto por Fernanda Fonseca

A única via de acesso aos Bairros de Nova Contagem, Icaivera, Tupã e Darci Ribeiro está impedida pela segunda vez nesta semana. Ontem, por volta das 7h, uma manifestação, na entrada do Bairro Tupã, contra a desapropriação de moradores em propriedade pertencente à Represa Vargem das Flores. O terreno, de aproximadamente mil metros quadrados, é uma reserva ambiental e não pode ser usado para construção.

 

Hoje, a polícia e oficiais de justiça estiver no local para garantir a desapropriação com negociação. O vice-prefeito de Contagem João Guedes, esteve no local para convencer os moradores a fazer cadastro em um programa municipal de moradia e para orienta-los a sair pacificamente. A prefeitura disponibilizou um local para guardar os pertences das famílias.

Alguns moradores de bairros próximos e usuários do transporte público, não concordaram com o manifesto e se revoltaram pelas redes sociais, como o comentário a seguir via Facebook:

Rodrigo Rodrigues

“Cambada de vagabundos que ficam fechando a BR. impedindo o pessoal de poder chegar em seu trabalho,escola,medico e etc…!Vão protestar lá na casa do caralho,ou melhor….lá na porta da prefeitura! Porque ai na rua, vocês não vão conseguirem nada….porque ai não é o caminho de nenhum politico.”

Karla Camila Alves

“Conheço metade do pessoal que invadiu as terras, e todos que conheço tem moradia fixa, acho um desrespeito com os trabalhadores de bem que querem ir trabalhar para garantir o sustento de sua família, querem protestar? Tudo bem, mas sem tirar o direito dos outros, pois a legislação, a Constituição deixa bem claro que todos têm o direito de ir e vir. Pode ser o caso de alguns manifestantes não terem onde morar, mas chamar. a atenção pra mídia, policiais, pessoas do bairro, esse não é o caminho.

Querem protestar, vão à Prefeitura, nomeiem um representante da causa e conversem civilizadamente, sem prejudicar ninguém, uma amiga disse: ”Conversar? Acha mesmo que alguém vai dar ideia ou até mesmo atenção a um morador pobre, favelado que nem casa tem? Eu acho que não’‘. Pois é, mas eles não podem pensar assim, não podem se desvalorizar, precisam entrar em um consenso com um representante da Cidade.

Nós temos casa, temos onde dormir, claro que temos, mas por quê? Porque lutamos por isso, nada veio de graça, se fosse fácil assim eu invadiria um terreno, armava uma barraca, e falava: Vou morar aqui, isso aqui é meu!

Hoje em dia existem tantos meios, tanto auxílio, a escola do ensino fundamental ao médio é de graça, a saúde, por pior que esteja, é de graça, demora, mas você é atendido, o que não concordo, é a pessoa querer ter algo em cima dos outros, com as coisas dos outros.

Se não tiver luta não existe batalha vencida?

Nós lutamos, e como! Até hoje, o Brasil é um país com desigualdades, mas não é pensando assim que as coisas vão pra frente. Concordo com as pessoas que se comovem com tudo que tá acontecendo, com a precariedade das pessoas, tenho pena sim, sou humana, mas eles lutam pra ter algo, e quem luta por mim ? Quem luta pelo trabalhador que acorda 04h00min da manhã pra ir trabalhar e não consegue? Até mesmo outros trabalhadores que trabalham no turno da tarde, e se eles perdem o emprego, com filhos pequenos pra criar, uma família inteira pra sustentar, como vai ser? A tá, eles vão lá invadir uma terra porque é fácil, porque depois sem emprego ele não vai ter dinheiro pra pagar o aluguel e com certeza vai ser despejado”.

 

Reintegração

As 320 famílias foram avisadas sobre a reintegração de posse ao proprietário que entrou na justiça com o pedido. Há Nove meses, as famílias se encontram no local, onde construíram casas de alvenaria e até de lona, as autoridades alegam que as moradias ilegais, trazem risco a preservação da represa próxima ao local.

Com pros e contras o protesto seguiu até após as  14h, os manifestantes reivindicam a permanência no local, houve rumores de que alguns tem sim, onde morar e até possuem carro, mas nada confirmado oficialmente.

 

Algumas pessoas como Serginho Silva, 23 tiveram dificuldades para chegar ao trabalho. “Me senti como atleta! Andei do Darcy Ribeiro até o Praia e lá consegui uma carona.”, relata.

 

Motoristas e cobradores tiveram sua rotina interrompida prejudicando seu cumprimento de horário e a passageiros que ficaram horas sem saber o que aconteceria. Alguns aproveitaram para tirar fotos e postar nas redes sociais.

 

Os moradores que ocupavam o terreno tiveram que retirar seus pertences e coloca-los em caminhões disponibilizados pela prefeitura para o transporte. Por volta das 14h20 às demolições começaram, não houve confronto entre policiais e manifestantes.

Essa manifestação trouxe a tona outros problemas da região: A falta de alternativa de acesso aos bairros e os transtornos no transporte publico. Neste momento, o trânsito apresenta retenções.

Texto: Aline viana

Foto: https://www.facebook.com/joelma.pereira

0 689

Grupos ligados aos movimentos populares realizaram, ao longo da semana, manifestações na região centro-sul de Belo Horizonte. O ato de hoje é do Movimento Tarifa Zero que defende a implantação do  projeto que reduz as tarifas de transporte coletivo na capital. Na descrição do ato no Facebook explicita-se a escolha da data: “O dia 25 de outubro marca a mobilização nacional na semana de luta pela tarifa zero. Ocorrerão atos em diversas cidades do país.”. O protesto é organizado nos moldes de um carnaval fora de época.

O movimento Tarifa Zero reivindica, ainda, a transparência na prestação de contas das empresas que exploram o serviço de ônibus em BH, no evento criando na rede social lê-se: “Em Belo Horizonte, a manifestação se dará pela abertura da caixa-preta do sistema de arrecadação de tarifas das empresas de ônibus. Iremos da prefeitura até a sede da Transfácil e do sindicato patronal das empresas de ônibus, SETRA-BH, logo depois do Viaduto Santa Tereza, protestar contra a falta de transparência e as arbitrariedades das empresas.”.

Moradia

Na quarta-feira, 23, os moradores da ocupação William Rosa, no bairro Jardim Laguna, em Contagem, protestaram em frente ao prédio do Gabinete Regional da Presidência da República, depois de participarem de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A principal reivindicação  é a regularização da moradia no bairro (leia a reportagem completa aqui). Durante a noite, um outro grupo de manifestantes se reuniram em frente ao prédio da Prefeitura, na avenida Afonso Pena. O ato contra o projeto de Operação Urbana Consorciada (OUC), conhecido como Nova BH, foi marcado para coincidir com a apresentação do projeto na Casa.

Direitos Humanos

O primeiro manifesto da semana foi realizado na terça-feira, 22, quando ativistas da Frente Independente pela Memória, Verdade e Justiça de Minas Gerais (FIMJV-MG), do Instituto Helena Grecco de Direitos Humanos (IHGDH) e de outros movimentos populares organizaram um ato de repúdio ao debate promovido no Clube Militar que contou com a presença do tenente-coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel, definido pelos organizadores do protesto como “um dos maiores repressores do período da Ditadura”.

O ato ocorreu em frente ao Círculo Militar, na avenida Raja Gabaglia, na região centro-sul de BH, onde os manifestantes entoaram palavras de ordem e levaram fotos de guerrilheiros perseguidos durante o regime militar. No Facebook, o evento “Ato em repúdio ao tenente-coronel Lício Augusto Ribeiro Maciel, torturador e assassino” a descrição informa: “Esta palestra do tenente-coronel Lício Maciel, o Dr. Asdrubal, constitui a mais acintosa provocação contra a memória das companheiras e companheiros que tombaram na luta contra a ditadura militar. Trata-se também de agressão à história, à memória, à verdade e à justiça. Trata-se, em suma, de apologia dos crimes contra a humanidade!”. O protesto também marca o apoio à greve dos professores.

Texto por Alex Bessas

Imagem: divulgação/Facebook

0 820

Moradores da ocupação William Rosa, no bairro Jardim Laguna, em Contagem, protestaram em frente ao prédio do Gabinete Regional da Presidência da República, em Belo Horizonte, na tarde de hoje. Após participar de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o grupo se dirigiu ao Gabinete Regional da Presidência da República e protocolou um documento com as pautas de reivindicações do movimento. A intenção dos coordenadores da ocupação é fazer com que as demandas da comunidade cheguem até Brasília.

O principal pedido dos ocupantes é a regularização da moradia no bairro. Segundo Kátia Araújo, coordenadora da ocupação, a CEASA está reivindicando a posse do terreno, que pertence ao governo federal: “a CEASA está querendo o espaço, porém ela não possui autoridade para demandar, pois a área está sob o domínio do governo do estado”, explica. Para Amantino Mendes, morador da ocupação, a CEASA não tem direito de pedir a reintegração de posse: “Tem quase 40 anos que o espaço está sem utilização e, agora, que estamos ocupando aparece um monte de dono”, sinaliza.

Conforme Mendes, a solução para o problema está no programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. “Queremos a construção de unidades habitacionais locais ou que o terreno seja cedido para que a gente construa a nossa casa, com financiamento da Caixa Econômica Federal”, propõe. Kátia Araújo reclama, ainda, do abandono do poder público. “Estamos abandonados à própria sorte, os governantes não estão fazendo nada para resolver a situação”.

Segundo o secretário-adjunto do Gabinete da Presidência da República, Geraldo Magela da Trindade, as reivindicações dizem respeito à reintegração de posse e a questão está judicializada. “Um representante da Secretaria-Geral da Presidência da República fará uma reunião com a liderança nesta quinta-feira para dialogar com os membros da ocupação”, esclarece.

De acordo com a PM, cerca de 300 pessoas estiveram presentes, a movimentação foi tranquila e a via não precisou ser interditada.

Por: Fernanda Fonseca

Foto: Fernanda Fonseca