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No dia 28 de novembro será realizada uma solenidade em função da aprovação da lei nº 3.396/12 de autoria do presidente da Assembléia, o deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que institui 18 de novembro como o dia do Barroco Mineiro. A cerimônia marca ainda o início das comemorações do bicentenário da morte de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, maior expoente da arte barroca em Minas.

A data tem importância significativa para a história de Minas Gerais e se faz uma forma de reconhecer o valor das obras do mestre Aleijadinho, já que o cuidado com algumas dessas obras tem deixado um pouco a desejar. “Se fizermos uma pesquisa, veremos o enorme descaso com o nosso patrimônio histórico. Igrejas são facilmente devastadas por incêndios sem que haja qualquer planejamento que impeça tais desastres.”, denuncia o Mestre em Patrimônio Histórico pela Escola de Arquitetura da UFMG, Luiz Alberto Sales Vieira.

De acordo com Vieira, não são somente as igrejas que sofrem com descaso por parte dos órgãos que gerenciam o patrimônio histórico, “Casarões seculares sendo completamente descaracterizados após serem entregues aos cuidados da iniciativa privada.”, declara Alberto que fala também sobre a dificuldade de se conseguir recursos para a manutenção dessas obras, “O próprio IPHAN, recentemente, entrou em choque com o governo federal por não ter recebido recursos do PAC das Cidades Históricas.”, denuncia. “É preciso investir na conscientização da população para que o patrimônio histórico seja conservado, caso contrário leis como essas não servirão de nada”, alerta Vieira.

Por Hemerson Morais e Ana Carolina Vitorino

Foto: Internet

Foram entregues em 440 apartamentos do edifício JK, bloco B, localizado na Praça Raul Soares, panfletos contendo mensagem homofóbica e difamatória contra um morador do conjunto de apartamentos. O morador denuncia que essa situação tem se repetido e está tomando ares de perseguição.

Os panfletos são uma represália ao fato desse morador ter criado no Facebook de nome “Reage JK”, na qual são postadas mensagens contra a atual administração do complexo. Ele cita o nome da atual síndica do bloco no perfil da fanpage e pede mudanças na atual gestão.

Em entrevista a nossa reportagem o advogado Ângelo Diniz Moura disse que estão acontecendo várias violações, “Lá existe violação de democracia, mas acho que a violação mais grave é a violação de direitos humanos.”, comenta o advogado.

Segundo Diniz faz 18 anos que essa situação acontece com outros moradores, “a partir do momento em que eu divulguei o trabalho, uma senhora me procurou para contar sua história, que inclusive eu já conhecia. Ela tem cerca de 67 anos e hoje sofre pelo pânico causado pela atual administração”.

“Acho uma falta de respeito esta veiculação de conteúdo homofóbico no bloco B. Moro no bloco A e tive acesso a este folheto através de um amigo. Com tantos problemas a resolver, com tanta coisa mais útil pra fazer, me indignaria muito saber que este tipo de material partiu da administração. Por que não gastar o dinheiro para concluir as obras, melhorar o prédio, ao invés de gastar com um material tão fútil”, avalia o analista de sistemas, Thiago Antonio.

Nossa reportagem procurou a síndica do bloco B, Maria Lima das Graças, que não se manifestou até o fechamento desta edição.

Por Ana Carolina Vitorino e Hemerson Morais

Foto: Hemerson Morais

Envolvido em uma polêmica sobre racismo, o escritor Monteiro Lobato, autor do clássico infantil o Sítio do Pica-pau Amarelo, é um dos personagens do tema Racismo e Literatura, que será discutido no Café Controverso, que acontece no Espaço Tim UFMG do conhecimento, no próximo sábado, 24, às 11h. O autor que, em seus livros trata a personagem Tia Nastácia como “Preta Velha” e “macaca de carvão”, foi alvo de criticas de entidades ligadas ao movimento negro.

O Evento contará com a presença da professora da Faculdade de Educação da UFMG, Santuza Amorim e a professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e de Literatura Afro-brasileira da PUC-MG, Maria Nazareth.

Segundo Santuza Amorim , os negros são tratados, de uma forma geral,  de forma depreciativa, nos livros usados pelas escolas. “Na maioria das vezes, o negro aparece em situações subalternas. Tais livros não mostram essas figuras em famílias organizadas ou como trabalhadores que têm profissões bem situadas”, defende.

Já Maria Nazareth acredita que deve ser delegada aos professores a tarefa de dar o contexto em que a história foi escrita. Censurar uma obra que foi escrita no passado é desconhecer o contexto em que foi publicada. “Apagando a visão do livro não temos nem esse momento pra discutir formas de racismo” explica.

Leitores

Os alguns leitores de Monteiro Lobato o preconceito é inexistente. A dona de casa Danielle Caetano Tia Nastácia tem um papel muito importante na história de Lobato. “O papel dela é muito bonito, à vejo mais como uma vovózona de todos”, declara.

E o diretor executivo Guilherme Guerra completa dizendo que acha “isso uma bobagem. O racismo existirá enquanto tivermos que justificar porque alguém chamou a outra de preta, amarela etc.”, conclui.

Por João Vitor Fernandes e Rute de Santa

Foto: Internet

O Palácio das Artes recebe, a partir de hoje, onze obras da coleção Filmes e Vídeos de Artistas do Projeto Itaú Cultural. É a primeira vez que essas obras são reunidas em uma única mostra. “Selecionamos os trabalhos com base na sua representação antológica e com base na forte questão mercadológica que representam atualmente”, afirma o curador Roberto Moreira.

A coleção é composta por vídeos artísticos produzidos no Brasil nos últimos 50 anos. Ainda de acordo com o curador “os vídeos revelam, por suas qualidades estéticas, a relevância da produção brasileira de filmes e vídeos de artistas”, comenta. A exposição apresenta ainda uma seção com foco em obras realizadas a partir da década de 90 por uma nova geração de artistas.

A mostra está na galeria Alberto da Veiga Guignard, no Palácio das Artes até o dia 6 de janeiro de 2013. As visitações ocorrem de terça a sábado de 9h30 às 21h, e aos domingos de 16h às 21h. A entrada é gratuita.

Por Marcelo Fraga e Paloma Sena

Imagem: Divulgação / Itaú Cultural

As exibições dos filmes A arte de andar pelas ruas de Brasília (Brasil, 2011, 17min) e Não quero voltar para casa sozinho (Brasil, 2010, 17min) encerram a mostra Todxs Diversx, em Belo Horiozonte no Espaço TIM UFMG do Conhecimento a partir das 19h. Ao longo do mês de novembro a mostra organizada pelo Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG (NUH/UFMG), em parceria com curso de Cinema e Audiovisual do Centro Universitário UNA reuniu e debateu filmes com a temática relacionada a diversidade sexual. “É o último dia do evento aqui em Belo Horizonte, em dezembro ela vai para o Vale do Jequitinhonha. Os filmes exibidos promoveram uma discursão importantíssima ligada a transexualidade”, afirma Tatiana Carvalho, cineasta e organizadora da mostra, cujo filme TransHomemTrans (Brasil, 2012, 19min) foi exibido ontem.

Hoje, o evento recebe como convidados o coordenador executivo do projeto Educação sem Homofobia, Igor Monteiro, e o mestre em psicologia social pela UFMG, Leonardo Tolentino, para comentar as exibições.

Eu Não Quero Voltar Sozinho

O curta, que foi censurado no Acre após ser considerado com Kit Anti-Homofobia (material didático organizado pelo Ministério da Educação, cuja distribuição foi proibida), conta a história do adolescente Leonardo que com deficiência visual vê sua vida mudar totalmente cm a chegada de Gabriel em sua escola. A partir daí, nasce uma história de descoberta e amor homoafetivo entre os dois adolescentes.

O curta-metragem ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais desde sua estreia em 2010. Com direção de Daniel Ribeiro, o filme fazia parte do Cine Educação – projeto que exibe filmes em escolas com parceria da Mostra Latino-Americana de Cinema e Direitos Humanos.

Segundo Lufe Steffen, 37 anos, cineasta paulistano, a proibição foi obviamente um absurdo, “foi mais uma agressão dos hipócritas e oportunistas contra a arte, transformando um filme em pretexto para que os “censores” se beneficiem politicamente”, critica o cineasta. “Quanto ao filme em si, acho uma obra muito bonita, independente da questão gay. É um belo filme”, completa.

A arte de andar pelas ruas de Brasília

O filme conta a história de duas garotas, muito amigas, que moram em Brasília. Uma das garotas começa a se questionar se o que há entre elas é apenas amizade, porém a pressão psicológica que a mãe de uma delas faz usando a religião sob a menina faz com que a garota comece a policiar seus atos do dia a dia temendo o castigo de Deus.

Por Ana Carolina Nazareno e Rafaela Acar

Foto: divulgação do filme Não quero voltar para casa sozinho

A mostra Ver e voltar a ver: a cidade dos alunos do mestre Guignard faz parte das comemorações dos 50 anos do BDMG. As obras compõem o acervo da exposição À Cidade e o Artista – Dois Centenários, produzida por 26 ex-alunos do pintor Alberto da Veiga Guignard, em 1995. Naquele ano o projeto foi criado para homenagear o centenário do pintor e da cidade de Belo Horizonte. “Pensamos em chamar alunos do Guignard que ainda estivessem em atividade e então, pedimos a eles que pintassem Belo Horizonte como eles enxergavam na época”, explica a diretora do BDMG cultural em 1996 e curadora da exposição, Marília Salgado.

Segundo a curadora está exposição foi marcante por relembrar acontecimentos de Belo horizontes em épocas passadas. “Foi muito prazeroso para o público ver aquela exposição, foi interessante ver também que, mesmo os artistas tendo o mesmo professor, tinham formas de se expressar bem diferentes”, comenta.

Chanina – Festa em BH – Eduardo Eckenfels
Álvaro Apocalypse – Homenagem ao Bom Gavino – Eduardo Eckenfels

Percussor da arte moderna em Belo Horizonte Guignard teve papel importante para a arte na capital mineira. Marília Salgado relembra que foi uma exposição do artista que inaugurou a galeria de arte do BDMG. “Pedimos a colecionadores que cedessem as obras. Eu mesmo fui a casa do pessoal escolher as peças”, relembra.

As obras ficam expostas na galeria de arte BDMG cultural até o dia 23 de dezembro e a entrada é gratuita.

Por João Vitor Fernandes e Rute de Santa

Foto: Divulgação BDMG