Tags Posts tagged with "Exposição"

Exposição

Sob gestão da iniciativa privada desde o início de 2022, o tradicional espaço, no Centro de Belo Horizonte, realizou mais de 100 eventos em apenas nove meses

 

Por Bianca Morais

Quando iniciou sua carreira, ainda como estagiário do Minascentro, o administrador e contador José Eustáquio de Oliveira atuava na área operacional do tradicional espaço de eventos, no Centro de Belo Horizonte, e teve como primeira atribuição numerar as poltronas do Grande Teatro. O ano era 1983, época em que o empreendimento se preparava para ser inaugurado. Ele se lembra, com carinho, dessa primeira etapa de trabalho, que durou até 2018, inclusive porque foi lá que também conheceu sua esposa Nelma, durante um congresso. Eles se apaixonaram e o casamento já soma 35 anos e dois filhos. No início de 2022, Eustáquio, agora com 63 anos e duas graduações, retornou ao Minascentro, que se preparava para ser reaberto, sob administração da iniciativa privada, após quatro anos fechado para reformas. E ficou ainda mais feliz com o que encontrou. “Voltar a trabalhar aqui é uma realização tanto profissional quanto de vida! Mas fiquei mais orgulhoso ao ver como a casa está bonita, adaptada ao deficiente físico, com tudo bem estruturado e um atendimento muito profissional. Foi uma ótima surpresa, assim como tem sido para todos que nos procuram”, afirma.

Hoje, como consultor e à frente da gestão operacional do Minascentro, Eustáquio avalia que essas transformações pelas quais o espaço passou – estrutura física e profissionalização – foram essenciais para explicar o sucesso alcançado na “primeira temporada”. Administrado pelo Consórcio Minascentro, liderado pela Chevals Centro de Eventos desde o início de 2022, o empreendimento foi reaberto em março e superou a marca de 100 eventos realizados em pouco mais de nove meses. O resultado superou as expectativas e significa um crescimento em torno de 20% em comparação com 2017, último ano de funcionamento, envolvendo diversos segmentos, como feiras, congressos setoriais, encontros de negócios, eventos de conteúdo, solenidades políticas, ações sociais, moda, gastronomia, cultura, shows de pequeno e grande porte, entre outros. Alguns destaques, inclusive, marcaram essa nova fase da história do espaço: shows dos renomados Chico Buarque, Maria Bethânia, Lenine e Ana Carolina, realização do Festival Internacional de Quadrinhos (FIC), do Minas Trend Preview, final do Campeonato Brasileiro de Wild Rift e Anime Festival, Dia da Indústria, entre outros destaques.

Com uma repercussão tão positiva, as perspectivas para 2023 são ainda mais otimistas, tanto em relação ao aumento da ocupação – que já está na casa dos 65% para o ano – quanto à ampliação das conexões e da satisfação dos artistas, produtores e do público. “O retorno que tivemos foi o melhor possível, especialmente para um equipamento que estava parado e, em tão pouco tempo, conseguiu tanto movimento. Foi um ano muito intenso! Agora vamos consolidar esse desempenho em 2023”, destaca o representante do Consórcio e atual gestor do Minascentro, Rômulo Rocha. Ele acrescenta que a estratégia de reposicionamento e consolidação do Minascentro como um dos mais importantes centros de experiência de Minas Gerais seguem fortes neste ano.

Eustáquio também está confiante para uma nova temporada de sucesso – para ele e para sua “segunda casa”. “A equipe é muito qualificada e conhece bem o meio cultural e de eventos. Em geral, são profissionais da área e trabalham de forma muito coesa. Hoje ainda há manutenções permanentes do espaço e apoio operacional muito maior para todos os envolvidos nos eventos, além de um contato bem próximo aos produtores. Tudo muito mais profissionalizado”, detalha o gerente de operações, que não esconde a alegria com a retomada do espaço.

Amor, proximidade e profissionalismo

Outra pessoa que compartilha o sentimento de Eustáquio é o ator, diretor e produtor de eventos, Maurício Canguçu, que tem uma longa história de apresentações, sucesso e de amor com o Minascentro. “Essa reabertura foi maravilhosa. Eu tenho um carinho especial e uma memória afetiva linda com o lugar, mas acredito que essa é a sensação de todos os produtores. Não é apenas mais um espaço versátil para trazer nossos eventos para BH e movimentar a cidade. O Minascentro, hoje, oferece muita agilidade na solução de todo tipo de questão dos produtores, tem disposição para resolver adversidades, muito mais recursos tecnológicos e operacionais, como a qualidade de luz e som, e um ótimo atendimento ao público e ao artista”, detalha Canguçu.

Entre os inúmeros projetos que apresentou no espaço, ele destaca a peça “Acredite, um espírito baixou em mim!”, um dos maiores sucessos do teatro belo-horizontino, em cartaz, no Minascentro, durante quase 10 anos, entre o final dos anos 1990 e início de 2000. “O Grande Teatro é diferenciado, porque é grande, com mais de 1.500 lugares, mas, ao mesmo tempo, parece menor, porque mantém uma proximidade com a plateia, é intimista. Isso é muito importante para o artista e o produtor. E, hoje, ficou ainda melhor, pois existe uma estrutura pronta, preparada para receber o artista, o produtor e o público”, complementa.

“Fã de carteirinha” de Ana Carolina, Josy Vaz Batista, de 33 anos, comprovou de perto toda essa nova estrutura do Minascentro, inclusive a acessibilidade. Ela ganhou o sorteio de ingressos para o show da cantora, no final do ano passado, com direito a visita ao camarim, e conta que a experiência foi “só alegria e emoção”. “Foi tudo muito bacana, desde o primeiro contato, por telefone, até antes e depois do show. Fui muito bem recebida por todos e, principalmente, não tive problemas com a questão da locomoção”, comenta. Situação bem diferente daquelas que costuma enfrentar no seu dia a dia como cadeirante, pois explica que as dificuldades de mobilidade, nos espaços públicos e privados, infelizmente, são constantes e “decepcionantes”.

Concessão

Após a licitação, realizada pelo Governo de Minas Gerais, no formato de concessão de uso, a gestão do Consórcio Minascentro, liderado pela Chevals Centro de Eventos foi a ganhadora do certame. A parceria com a iniciativa privada possibilitou ao Estado eliminar as despesas com a manutenção do espaço, economizando cerca de R$ 1,5 milhão ao ano, e ainda receber, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), royalties anuais de cerca de R$ 4 milhões. Além disso, a população passou a usufruir de bens e serviços mais bem geridos, houve aumento da geração de empregos e mais movimento e dinamismo econômico, especialmente na cadeira de negócios, turismo e eventos.

Sobre o Minascentro

Reaberto em março de 2022, sob gestão da iniciativa privada – Consórcio Minascentro, liderado pela Chevals Centro de Eventos – passou por ampla reforma e ganhou ambientes versáteis, infraestrutura moderna e tecnologia de ponta. Com localização privilegiada, o Minascentro segue como concorrido centro de experiências para a realização de eventos voltados para negócios e para diversão, que potencializam a economia e estimulam o empreendedorismo.

O edifício que abriga o Minascentro tem fachada tombada, considerada patrimônio municipal, e interior com ambientes multiusos, modulares e flexíveis, preparados para abrigar eventos de diferentes formatos e dimensões, de forma simultânea. Dividido em três andares, numa área de mais de 23 mil m², o local tem capacidade para receber até 8 mil pessoas, com destaque para o grande teatro que abriga 1.593 pessoas.   

 

0 720
Obra do artista cubano Gustavo Pérez Monzón.

Uma explanação livre a partir da exposição “Construções Sensíveis” e de depoimentos colhidos nela; percurso em texto e vídeo:

Texto por Petros Farias*
Vídeo por Guilherme Jardim*
(Alunos do curso de Cinema e Audiovisual do Centro Universitário Una)

*(Texto editado pelo jornalista Felipe Bueno).

Foto por Henrique Faria

Por Henrique Faria

Os artistas Felipe Barbosa e Rosana Ricalde, deram novos ares para a Praça da Liberdade na semana do Dias das Crianças com a exposição Jardins Móveis. ‘Esculturas-bichos’ foram instaladas fora das paredes do Memorial Minas Gerais Vale, os artistas expandiram os jardins do museu para a praça que abriga as obras até amanhã, Dia das Crianças.

Foto por Henrique Faria

A exposição, que conta com objetos de cores chamativas e tamanhos diferenciados é um ótimo atrativo para as crianças que passam diariamente pela área.

Com a ideia de misturar arte e natureza os artistas utilizaram de animais infláveis (balões e boias), comercializados nos mercados populares para montar as esculturas. Os animais integram a paisagem da praça e chamam a atenção dos pedestres que passavam pelo local.

Foto por Henrique Faria

O público gostou da ideia de a exposição estar do lado de fora do museu. O professor de português e intérprete de libras, Bruno Amaral, 27, diz que é a ideia é sensacional, pois várias pessoas ainda possuem um bloqueio ao se tratar destes espaços. “Trazer isso para fora, é o mesmo que buscar para dentro. Liberta a imaginação e a vontade de conhecer”.

Estefane dos Santos de Oliveira foi uma das visitantes da exposição "Mulheres Cabulosas da História".

Apesar de desempenharem um papel fundamental na construção humana, social e cultural da história, existem mulheres que foram esquecidas ao longo do tempo e colocadas como coadjuvantes diante das tradicionais figuras masculinas impostas pelos livros didáticos. Nomes como, Dandara, Simone de Beauvoir, Mercedes Sosa, Nísia Floresta, Sophie Scholl, Frida Khalo e Angela Davis são alguns desses exemplos. O projeto fotográfico “Mulheres Cabulosas da História” faz o resgate desses e de outros símbolos da luta social e feminista, por meio da releitura dos seus retratos clássicos utilizando, dessa vez, mulheres que são a atual força de representatividade dessas causas.

A fotógrafa Isis Medeiros, 26, é a responsável por idealizar o projeto que está exposto na passarela cultural do Anexo da Biblioteca Professor Francisco Iglésias, Rua da Bahia nº 1889, bairro Lourdes, entre os dias 25 de agosto a 02 de setembro, com entrada franca. Com o apoio e a realização do coletivo de mulheres do movimento social Levante Popular da Juventude, a ideia foi o resultado do engajamento fotográfico desempenhado pela autora do projeto. “Quando conheci o Levante, tive contato com todas as causas de opressão social: feminismo e patriarcado, racismo e todos os tipos de LGBTfobias. Por eu ser mulher, a primeira coisa que me pegou foi o feminismo. Fui entender várias das opressões que as mulheres sofriam e que antes eu não conseguia enxergar, e que também sofria antes. Fui entender as dificuldades que vivemos. Logo no inicio comecei a pensar como transformar isso em algum tipo de trabalho”, explica Medeiros sobre a inspiração do seu projeto.

Tornando o projeto em realidade:

Em fevereiro de 2015, após retornar de uma viagem realizada para a Bolívia, a fotógrafa apresentou a proposta para o movimento, do qual faz parte desde o ano passado, e recebeu o apoio para a sua concretização. Com a ajuda de outra integrante, Paula Silva, iniciaram o processo da pesquisa de nomes e referências que poderiam integrar as retratadas. Isis Medeiros credita o sucesso do projeto ao trabalho coletivo que foi realizado. “Ele foi muito importante e envolveu todas as meninas do movimento. Durante um mês de mobilização realizamos as pesquisas e o ensaio, que não durou mais de dois e intensos dias. No total foram 43 retratos realizados de 70 nomes pesquisados. Nesse processo, criei um evento no facebook e as meninas foram ajudando com sugestões e palpites. Tivemos a ajuda da figurinista Alzira Calhau que providenciou as vestimentas de cada uma das mulheres que foram retratadas”, explicando sobre o processo de criação das fotografias.

Além de participarem no processo de criação, as mulheres do movimento social também foram as modelos utilizadas para as releituras fotográficas. Todas os registros estão acompanhados de uma pequena biografia de cada uma das personalidades e, em seguida, é apresentada uma descrição da mulher que a representou. Isis Medeiros, além de fotógrafa, foi responsável por interpretar Isis Dias de Oliveira que, durante a ditadura militar, atuou como militante da Ação Libertadora Nacional sendo presa no ano de 1972 e dada como morta, quinze anos depois.

Retratos de Mulher:   

Estefane dos Santos de Oliveira, 21, é estudante e foi uma das visitantes da exposição “Mulheres Cabulosas da História”. Frequentadora do espaço destinado à estudos e leitura da biblioteca pública, o trabalho chamou a atenção da estudante que visitou o trabalho. “Por eu ser mulher, acho interessante ver e conhecer um pouco das mulheres que lutaram e representaram nossa causa ao longo dos anos da nossa história.”. Para ela, todos os retratos, de alguma forma, possuem a sua importância individual. “Cada uma delas lutou por ser mulher. Lutou pelo nosso reconhecimento e pelo nosso próprio bem-estar. ”, comenta.

A ideia de Isis Medeiros foi criar um ambiente em que as pessoas pudessem ver e interagir com as fotografias. Ao lado do texto que apresenta a exposição, existe uma placa com os dizeres: “o que você diria agora para uma mulher? ”. Ele acompanha caneta e papéis para serrem colados em volta do cartaz com a resposta dos visitantes. Medeiros comentou sobre as experiências geradas pela oportunidade de expor todo o material, “O que mais me comoveu foi a questão da mulher negra. Ela é a que menos aparece. Me comove ver as mulheres negras se empoderando e se organizando. Elas sentem um reconhecimento quando se deparam com a exposição e isso me emociona”, afirma .

Certa vez, Medeiros estava na Praça da Liberdade e observando os visitantes através do corredor de vidro em que as fotografias estão expostas, no interior do anexo da biblioteca, se atentou para um grupo de meninas que estavam chorando ao verem as fotos. “Naquele momento percebi que alcancei o objetivo que é de sensibilizar as mulheres para lutarem por aquilo que acreditam, por serem aquilo que desejam ser. A vida inteira lutamos por reconhecimento e para estarmos vivas. ”, finaliza.

Fotografias e Reportagem: Lucas D’Ambrosio

Exposição "Pintando a Natureza", de Yara Tupinambá, apresenta trabalhos inéditos da artista, de paisagens de Minas Gerais.

Após seis décadas de trabalhos e uma trajetória de prêmios e reconhecimento internacional, a artista mineira Yara Tupynambá irá comemorar o conjunto da sua obra com uma nova exposição na cidade de Belo Horizonte. Intitulada Yara Tupynambá – Pintando a Natureza, a exposição irá apresentar ao público mineiro um trabalho inédito em que a artista, no auge da vida com seus 84 anos, apresenta a natureza de Minas Gerais através de suas pinturas paisagistas. Com entrada gratuita, a exposição ocorre na Casa Fiat de Cultura, localizada no Circuito Cultural da Praça da Liberdade, região centro sul de BH, entre os dias 14 de junho até 24 de julho.

A artista, responsável também pela curadoria da mostra, irá apresentar 48 telas, divididas em quatro séries: Vale do Tripuí, Rio Doce, Serra do Cipó e Inhotim. Em cada uma delas, um trabalho documental representando paisagens de Minas é retratado por meio de pintura em tela. As obras pertencem ao acervo pessoal da artista e é fruto de um trabalho que se iniciou em 2005 e finalizado ainda em 2016.

Nascida em 1932, na cidade de Montes Claros, região norte do Estado de Minas Gerais, Yara Tupynambá é um dos principais nomes das artes plásticas do Brasil. Reconhecida pelos seus trabalhos em grandes painéis, a sensibilidade da artista transcende o conteúdo de suas obras abordando temas presentes na cultura do seu estado natal, Minas Gerais. Trabalhos como A Imprensa, localizado na Casa do Jornalista, região central de Belo Horizonte e a obra, Inconfidência Mineira, realizado no prédio da reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) são exemplos vivos de alguns desses trabalhos e influências da artista.

Informações da Exposição:
– 14 de Junho até 24 de Julho
– Casa Fiat de Cultura – Praça da Liberdade, 10 – Bairro Funcionários, Belo Horizonte/MG
– Entrada gratuita

Texto e Fotos: Lucas D’Ambrosio

Visita guiada.

De 27 de janeiro a 28 março, a capital mineira, poderá apreciar a exposição Iberê Camargo: Um trágico nos trópicos, em comemoração ao centenário de seu nascimento. O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) recebe 121 obras do pintor, que faz um retrospectiva de sua vida artística dando ênfase a sua fase mais madura.

DSC_0022
Visita guiada.

Iberê Camargo  foi um dos maiores artistas brasileiros do seculo XX, nasceu no interior do Rio Grande do Sul e logo na infância, aos 4 anos, já demonstrava o seu grande interesse pela arte, enxergando-a como uma catarse, em que conseguiu amenizar suas dores. “Não, meu coração não é maior que o mundo é muito menor. Nele cabem as minhas dores. Por isso gosto tanto de me contar.” – Iberê Camargo.

Entrevista com Luísa Poeiras e Rafaela Toloro, ambas 18 anos.
Entrevista com Luísa Poeiras e Rafaela Toloro, ambas 18 anos.

A exposição conta com visitas de um público bem amplo, desde jovens a idosos. Luísa Poeiras e Rafaela Toloro, relatam a sua visita a exposição demonstrando entusiasmo e grande interesse, “Sempre visitamos exposições juntas e por indicação de amigos, achamos interessante fazer a visita no CCBB. As cores são muito bonitas, os traços e a técnica são fantásticas.” destaca as jovens.

As visitas podem ser acompanhadas por um guia, que irá explicar sobre o artista e o contexto de cada obra, ou cada visitante contemplar de sua maneira. As atrações no espaço são totalmente gratuitas e livre para todos os públicos.

Por: Mariana Paez Matheos Monteiro Chaves e Sarah de Almeida Mansur.