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Por Gabriel de Souza

Profeta, conhecido pelo seu nome e pela sua arte disruptiva, é um cantor da cena do rap underground de Belo Horizonte, que começou a sua jornada cantando no coral da Igreja e logo percebeu a música como uma ferramenta de expressão de seus pensamentos e de sua narrativa no mundo.

O jovem apresenta sua estética através das artes plásticas e musical, o desenho foi visto por ele como uma forma de se aproximar de outras crianças na sua infância. De uma forma que foge do convencional ele também se apropria de elementos do mainstream nos seus ritmos e letras.

Na música “Broken Toy Boy”, Profeta faz referência a masculinidade tóxica do mundo masculino contemporâneo e a supervalorização da beleza estética reforçada pelas redes sociais e aplicativos de pegação, como também um próprio fenômeno percebido dentro da comunidade  LGBTQIA+.

Falando em apropriação, a música traz um trecho em inglês cantado pela artista Lourandes. A música também dilata as vivências e indignações vividas pelo artista, como racismo, o capacitismo e a homofobia, junto a um audiovisual que usa técnicas de edição, com as estéticas de vertentes do glitch.

Já na música “Ato II. Oração”, Profeta traz um “song love” como uma carta descrevendo o amor por um alguém e as formas de lidar com essa emoção, entrelaçado com outras tramas de sua vida, e volta para o sentimento original da letra que é o amor.

O clipe possui trechos em VHS mostrando a infância do artista aliado a um ritmo melancólico e nostálgico, aliado ao audiovisual que faz uma auto expressão exibindo o  passar do tempo e o amadurecimento do artista, produzindo assim, uma obra de  auto reflexão com o tema para quem assiste.

A obra é produzida com a participação de Maria Flor de Maio @marioflor.maio e Andy na Arte, e figurino com mix e master por Porreta. A direção e roteiro por Isis Grazielle, fotografia por Gustavo Koncht, o designer gráfico com João Guilherme e edição e montagem com @gusta_aguiarc.

 

* A matéria foi produzida pelo Icon Releass, projeto do aluno de Publicidade e Propaganda da Una, Gabriel de Souza.

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Por Daniela Reis 

Vander Lee ficou conhecido por fazer versos que falava do amor cotidiano e por brincar com as palavras nos seus versos musiciais. Mineiro, nasceu no dia 03 de março de 1966, em Belo Horizonte. Filho do meio entre os sete irmãos, foi criado no bairro Olhos D’água, que fica situado próximo ao encontro da BR 262 com 040.  Cursou primário na escola da Mannesmman, ginasial na Escola Estadual Paula Frassinetti (Sion) e segundo grau (inconcluso) no colégio Padre Machado, situado na região da Savassi.

O cantor e compositor começou a trabalhar ainda criança, aos 12 anos, como gandula de jogos de tênis, ali permaneceu por três anos. Também atuou como faxineiro, office-boy, entregador, auxiliar de jardinagem, almoxarife e vendedor ambulante. A paixão pela música começou em casa, pois o pai tocava violão e tinha o instrumento como seu companheiro de lazer nas horas vagas de trabalho, Vander Lee, acompanhava atento o som saindo das cordas e se encantou.

O jovem buscou aprender música, começou pela flauta doce, depois a tocar escondido o violão do pai. A MPB veio a partir daí, através do FM, das revistas com cifras e das visitas que ele fazia aos amigos que tinham uma discoteca variada. Se encantou pela música de Minas, o Clube da Esquina, da geração que vinha do Vale do Jequitinhonha, a Black Music brasileira de Tim Maia Cassiano, o samba popular do Bezerra da Silva, Beth Carvalho e Alcione nesse período.

Foi aí que resolveu montar uma “banda de final de semana” que se chamava Natural, que tocava covers do 14 Bis e outros sucessos do rock nacional, como Lulu Santos, Cazuza, Renato Russo, Paralamas, Lobão, passando pela MPB de Djavan, Caetano, Gil, Milton, Beto Guedes, Luiz Melodia. A primeira apresentação foi no auditório do Lar dos Meninos São Vicente de Paula e foi um sucesso. Eles não tinham bons instrumentos, mas aos poucos, Vander Lee comprou sua primeira guitarra. A banda se desfez quando ele serviu a o Serviço Militar.

Em 1986, quando saiu do exército, seus ex-companheiros já haviam formado outra banda e ele não se adaptou na nova formação. Começou aí, a investida na carreira solo, ele e seu violão (amigos inseparáveis) compunham as primeiras notas e letras de canções que seriam sucesso.

Primeiros passos

Passou a se apresentar em outros bares da noite belo-horizontina saiu da casa dos pais, o emprego e a escola para viver da música, no início, contando com o grande apoio de Tizumba.

Em 1987, participou do projeto Segunda Musical, no Teatro Francisco Nunes e fez a primeira apresentação baseada em composições próprias. No mesmo ano, participou do festival de música “Canta Minas” e ficou em segundo lugar com a música Gente não é cor. A premiação impulsionou Vander Lee a gravar o primeiro disco independente.

Nesta época, a assinatura do cantor ainda era Vanderly, mas o engano de um locutor de rádio, que o chamou de Vanderley, o fez repensar o nome artístico.

Em novembro de 1998, Vander Lee soube do lançamento de um livro de Elza Soares, no Cozinha de Minas. O mineiro superou a timidez e levou o disco até a cantora. Duas semanas depois, Elza o ligou e pediu para incluir a música Subindo a Ladeira nos shows dela. Vander Lee dividiu o palco com ela em uma apresentação, em BH e logo depois em vários espetáculos em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. A partir daí viu seu nome projetado para todo o país.

Em 1999, o produtor Mário Aratanha ouviu músicas inéditas de Vander Lee e o convidou a gravar um CD pelo selo Kuarup. No balanço do balaio rendeu boas críticas e teve participações do gaitista e produtor Rildo Hora e de alguns companheiros mineiros como Maurício Tizumba, Tambolelê, Raquel Coutinho e do pai, José Delfino.

Vander Lee foi chamado para fazer vários shows, quando foi morar na capital carioca e conheceu o poeta Sérgio Natureza. O escritor fez a ponte até Luiz Melodia, que apadrinhou o projeto Novo Canto, naquele ano, com apresentações em Copacabana, São João do Meriti, e, pouco depois, outras performances conjuntas em BH e São Paulo.

Em 2003, Vander Lee conquistou o terceiro lugar no 6º Prêmio Visa, entre três mil concorrentes. A premiação deu fôlego para o primeiro disco ao vivo, que trouxe participações especiais de Elza Soares e Rogério Delayon.

A gravadora Indie Records distribuiu o disco e, em 2004, viabilizou o lançamento do álbum Naquele Verbo Agora, que trouxe os hits Brêu, Meu Jardim e Iluminado. As faixas do disco foram muito executadas nas rádios e o fizeram finalista do Prêmio Tim de Música, nas categorias “Melhor Disco” e “Melhor Cantor” da Canção Popular.

Em 2006, gravou o CD e DVD Pensei que fosse o céu, mostrando versatilidade entre a MPB, o samba e o funk. Com o registro, conquistou o Prêmio TIM na categoria “Melhor Disco de Canção Popular”.

Fez shows internacionais, se apresentando em Turim, na Itália, em 2008, além do Festival SXSW, nos Estados Unidos e do Festival Romerias de Mayo, em Cuba, ambos em 2009. Em 2010, votlou ao SXSW e em 2013 se apresentou em Lisboa, na programação do “Ano do Brasil em Portugal”.

Em 2009, Vande Lee lançou o disco Faro, com dez canções novas e duas regravações, Obscuridade, de Cartola e Ninguém vai tirar você de mim, de Edson Ribeiro e Helio Justo que virou sucesso na voz de Roberto Carlos.

O trabalho seguinte foi Loa, em 2014, disco romântico de MPB com arranjos delicados de piano, violões, sax e flauta. Em, Vander Lee lançou seu nono disco, com 12 faixas, todas assinadas por ele, exceto Idos janeiros, feita com Flávio Venturini. Confira matéria do Estado de Minas sobre o disco.

Em julho de 2016 Vander Lee esteve no Rio de Janeiro, e gravou um DVD no Teatro Tom Jobim, um mês antes de sua partida.

Morte precoce

O músico morreu em 5 de agosto de 2016, após um processo cirúrgico proveniente de um Infarto, na tarde do dia anterior, enquanto fazia hidroginástica. O cantor morreu as 8h da manhã na UTI do Hospital Madre Tereza, em Belo Horizonte, após a cirurgia para a correção do infarto, sofrendo arritmia cardíaca e parada cardiaca. Vander Lee deu entrada com o quadro clínico de dissecção aguda da aorta com ruptura de coronária direita, válvula aórtica e aorta descendente.

Ele completaria 30 anos de carreira no ano de 2017.

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Por Daniela Reis 

Amanhã, dia 23, completam-se dez anos da morte de Amy Winehouse. Ela foi uma cantora e compositora de destaque da música britânica que faleceu aos 27 anos vítima do uso abusivo de drogas.

Amy Winehouse nasceu em Londres no dia 14 de setembro de 1983. Aos 16 anos Amy começou a participar em grupos de jazz fazendo apresentações. Um amigo chamado Tyler James mostrou uma fita demo de Amy a uma gravadora e ela foi contratada pela Island/Universal.

Em 2003 a cantora e compositora gravou o seu primeiro disco, chamado Frank. Com a fama também surgiram os primeiros rumores de descontrole e do vício. Em 2006 Amy lançou o seu álbum mais famoso: Back to black. Celebrado pelo público e pela crítica, a criação arrebatou cinco Prêmios Grammys, batendo o recorde na ocasião.

Quando morreu, Amy contava com o impressionante número de mais de 4 milhões de discos.

Problemas com o vício

Em agosto de 2007 a cantora entrou em coma após uma overdose. Apesar de ter se recuperado do episódio, seguiu consumindo drogas lícitas e ilícitas.

Em janeiro de 2008 foi flagrada em vídeo usando crack, o que a levou a frequentar uma clínica de reabilitação.

Amy Winehouse faleceu em casa em Canden Town (Londres), no dia 23 de julho de 2011, vítima de uma intoxicação alcoólica aos 27 anos.

Documentário

Para relembrar a vida da artista, familiares e amigos relatam a sua trajetória em um novo documentário narrado pela mãe de Amy, Janis Winehouse-Collins. A produção batizada de  “Reclaiming Amy” apresenta imagens caseiras, fotos de família e entrevistas com amigos próximos que relembram os tempos mais felizes, mas também os sombrios, da cantora seis vezes vencedora do Grammy.

Winehouse-Collins, que tem esclerose múltipla, raramente fala sobre sua filha publicamente, mas compartilhou sua versão dos acontecimentos no documentário, encomendado pelas britânicas BBC Two e BBC Music, que irá ao ar na sexta-feira.

Winehouse, que lutou contra problemas com bebida e drogas durante grande parte de sua carreira, morreu de intoxicação por álcool em sua casa, no norte de Londres, em 23 de julho de 2011. Ela tinha 27 anos.

O documentário, que aborda os relacionamentos de Winehouse, a bulimia e seus problemas de saúde mental, detalha as tentativas sem sucesso de sua família e amigos em ajudá-la.

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Foto: Divulgação

Por Patrick Ferreira

O conteúdo de hoje é para você que é fã de música, que tem um ídolo que ama. Podendo ter nascido ali depois de 1995, ser roqueiro, ou não. Não é regra, mas só de ser um amante musical, esse conteúdo é para ti. No conteúdo de hoje vamos mostrar que é possível amar seu ídolo, seu gênero musical, sem diminuir, xingar outras artista, o gênero musical apreciado por outros. Sim! É possível. Ao seguir essas ideias, você ainda pode evitar a fadiga, deixar de brigar em comentários no Instagram e fazer crescer a cultura nacional de forma plena. Você vai ser o orgulho do Mario Frias (contém um caminhão de ironia). Pegou tudo? É muita informação né? Mas não se preocupe, vou detalhar tudo certinho. Deixa comigo!

A começar pelo nome mais famoso do Pop nacional: Anitta. A artista usa os “feats” como frequente ferramenta de engajamento em sua carreira, e, volta e meia, se envolve em conflitos com seus parceiros. Cada vez que isso acontece, os fãs da cantora, que são muitos, perseguem, de forma irritante a pessoa que se desentendeu com ela.

Podemos citar o exemplo de Pabllo Vittar, com a polêmica de que a drag devia 70 mil dólares para Anitta, devido aos custos do clipe do hit “Sua Cara”, lançado em 2017. Sem saber a veracidade do boato, fãs cancelaram Pabllo, acusando-a de calote e tentando atrapalhar o sucesso da artista em qualquer lançamento após esse episódio.

Outro ponto, é em relação a qualquer notícia de algum artista onde Anitta não está envolvida, e alguns fãs tentam menosprezar o feito do músico em questão. Eles comentam na internet: “que relevância tem esse prêmio x?”, “Anitta não precisa disso, ela tem aquilo…”, “Joelma ainda existe?…” dentre outras coisas de revirar os olhos. A cantora não se esforça em nada para pedir trégua aos fãs, a exemplo de uma polêmica que a envolvia, e fez Ludmilla receber inúmeras ofensas racistas, a ponto de desativar suas redes sociais. Anitta só se posicionou timidamente depois de ser cobrada por alguns internautas.

Agora, os roqueiros. O Brasil é um país continental, povoado por diferentes culturas e se vocês não querem diversidade, lamentamos. Sem generalizar, mas para muitos, a música se resume ao rock e o resto, lixo cultural. Não somos obrigados a ser fãs de tudo, nem de Led Zeppelin ou Barões da Pisadinha, muito menos de Nina Simone ou Daniela Mercury. Mas assim como um guitarra e bateria, o outro tem agogô e timbau. E se tem instrumento musical envolvido e sons unidos formando uma harmonia, tudo se torna música. Mesmo que para você seja ruim. Não adianta chorar, filhinhos.

Só mais um ponto sobre o qual, quase me esqueci de falar: números. Raciocine comigo? Tim Maia faleceu em 1998. Renato Russo, em 1996. Cazuza, em 1990. Sabe qual o número de streammings tiveram em seus lançamentos em vida? Zero. A era da música digital se popularizou na segunda metade dos anos 2000. Por isso, eles são inferiores a artistas que nasceram após 1990? Eles têm culpa de terem inventado o Spotify depois? Da Lud, da Iza, do Luan Santana terem nascido depois deles? Por décadas são lembrados, mesmo depois de falecidos, mas qual foi a música que bombou no fevereiro, sem carnaval mesmo? Aquela que teve milhões de views… Nem me lembro mais.

Diminuí o mérito do hit de fevereiro sem carnaval, né? É assim que quem curte o hit de 1 mês, ou o artista eternizado se sente ao ser diminuído. Portanto, menines, meu conselho para vocês hoje é: cada um no seu quadrado! A propósito… Lembram-se desse hit?

 

*Edição: Professor Mauricio Guilherme Silva Jr. e Daniela Reis 

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Crédito: DIVULGAÇÃO

Retornamos do recesso!!!! A partir de hoje estamos de volta com as nossas matérias e publicações. E para dar start na primeira postagem do ano, trazemos a Banda Duetê que faz parte do Almanaque produzido pela jornalista Bianca Morais.

DUETÊ

A autora deste almanaque que aqui vos fala pede que antes de começar a ler sobre essa banda, vá imediatamente na sua plataforma preferida de streaming e procure a banda Duetê. Em seguida, clique na música Tô na Tua e coloque no último volume.

Ok, não precisa ser no último, mas alto o suficiente para que você sinta a energia.

Sentiu de primeira? Não? Tente de novo, e de novo, e somente quando você conseguir sentir pelo menos um pouquinho de energia volta aqui, porque agora vou falar de uma das minhas bandas favoritas de Belo Horizonte, o nome dela é Duetê.

Nada do que eu posso fazer vai te tirar de dentro de mim vem dizer que é aqui que quer viver uhuuuuuuuuuuu

Todas as bandas que estão neste almanaque são muito boas e eu gosto de todas. Não queria e nem sei se poderia me dar ao luxo de escolher uma favorita, mas a Duetê com certeza tem um espaço especial no meu coração, e eu digo o porquê.

1-         Acho que eu definiria o som deles como brasilidade e isso me atraiu desde a primeira vez que escutei.

2-         Os caras são simpáticos, viu?

3-         Eles têm uma produtora muito incrível, que faz de tudo para ajudá-los a alcançar o sucesso, inclusive ser legal com todo mundo que conhece a banda.

Tem outros vários motivos, mas talvez através desses três, o sentimento de conhecê-los cresça em vocês.

Mas agora vamos falar um pouco sobre eles.

Gabriel Costa, Gustavo Rabelo (também conhecido como Peixe) e Pedro Lacerda são melhores amigos desde o colégio.

A banda de pop rock começou inicialmente como um projeto solo do vocalista, o Costa. Lá em 2017, depois de um tempo tocando em bares, ele decidiu que queria gravar suas próprias músicas, quando nasceu Natureza e Sou Litoral.

Na época, o Peixe e o Vitin (ex-integrante da banda, tecladista, saxofonista e sanfoneiro) acompanhavam o Costa pelos botecos mineiros, enquanto o Pedro Lacerda, o Lamac, estava lá na Nova Zelândia.

O Lamac voltou da Nova Zelândia, entrou na banda dos amigos e quando foram lançar as músicas, o Costa não quis assinar sozinho um trabalho que teve participação de todos. Foi então que no dia 16 de julho de 2017 nasceu a primeira banda dos meninos, Costa e os Mitos.

Curiosidade n°1: O Lamac, segundo ele próprio, aprendeu a tocar baixo uma semana antes dessa data aí em cima. Ok, provavelmente não foi uma semana antes. Mas até entrar na banda, o baixista não sabia tocar baixo. Antes de voltar de viagem ele era DJ, mas cansado da vida de mixagem, ao retornar ao Brasil e ver os amigos tocando em bares pediu para acompanhá-los com um violão ou uma guitarra, instrumentos que ele tocava. Como o Costa já tocava o violão, o Lamac pegou o baixolão do pai do Costa e falou:

“Ah, então vou tocar ele.”.

Isso mesmo, sem medo de desafios, o guitarrista pegou o baixolão, começou a se dedicar, aprendeu, comprou seu próprio baixo e hoje está firme e forte.

Fica a dica: se você tem uma banda e está faltando um integrante, não procure alguém de fora com quem você não tem uma conexão. Pegue um amigo e o obrigue a aprender a tocar o instrumento.

O baixolão ele provavelmente devolveu ao pai do Costa.

A medida que os meninos começaram a entrar de cabeça no projeto, tomando decisões, investindo dinheiro e pensando juntos, o nome Costa e os Mitos já não fazia mais sentido. Não era mais um projeto solo do Costa, mas sim um trabalho em equipe. A partir disso, decidiram mudar o nome.

Em busca de ideias para o nome da banda, a Lu, namorada do Costa e grande inspiração para canções da banda, sugeriu a eles que procurassem uma música deles que tivesse um nome legal. E daí veio a Duetê.

Duetê é uma música que conta a experiência que o Costa teve com um ser de outro planeta. Inicialmente, a música não tinha um nome. Porém, durante os shows, a galera pedia para tocar “aquela do et”; do et; du e tê.

Nesse meio tempo, o Vitin saiu da banda para seguir seus projetos.

A Duetê se formou então no dia 19 de fevereiro de 2019 com o trio Costa, Peixe e Lamac.

Provavelmente também o Vitin saiu porque não se encaixava mais na banda que é formada apenas de olhos claros, vai saber.

O objetivo dos meninos sempre foi ser autoral, compor suas músicas e gravar tudo que fosse possível, singles, EPs, álbuns e, é claro, viver de tudo isso.

Peixe e Lamac são formados em Engenharia. Peixe sempre escuta dos pais um “você acha que música vai te dar alguma coisa?”

Já Costa, o garoto rebelde, largou a faculdade de Direito e resolveu se dedicar a música. Dando aulas e se entregando com tudo a banda. No começo a mãe não gostou, mas hoje é uma das principais fãs. O pai, ao contrário, amou a ideia. Ele, que sempre quis ser músico, foi um grande incentivador do filho.

Curiosidade 2: se você já foi a um show da Duetê com certeza já viu o pai do Costa. Mas se você ainda não foi e depois de ler este almanaque já vai procurar a data pro próximo show deles, não vai ser difícil reconhecê-lo. Sempre na frente do palco, com o boné da Duetê, cantando todas as músicas. O dono do primeiro baixo que o Lamac tocou, é um verdadeiro apoiador da banda.

Dessa experiência de sair da faculdade para seguir a carreira musical que nasceu a música Valeu! da Duetê.

Valeu mamãe, valeu meu pai

Por continuar acreditando que seu filho ainda vai

Crescer e ser alguém de sucesso, por mais

Que muitas vezes não apresente progresso, eu confesso

As composições da Duetê são todas do Costa e o garoto é bom nisso. Dê uma palavra para ele que já nasce uma canção. Vamos aos exemplos (já deixa o Spotify aberto para acompanhar):

Lá fora: um dia em uma resenha na casa do Costa, entre uma cerveja e outra ele vira para alguém e pede uma palavra. Sorriso, alguém respondeu.

Vira para o Peixe e fala: canta essa palavra.

O Peixe: sorriso (leia no ritmo da música)

Dali o Costa tirou de letra o resto.

Quando vejo seu sorriso

De nada mais preciso, só consigo em ti pensar

E pelas ruas não canso de procurar

Sem saber o que tenho pra falar

Curto: A Lu, namorada do Costa, mandou mensagem para ele contando que iria cortar o cabelo. O Costa respondeu: Curto seu cabelo curto

Mais uma música saindo dali:

Curto seu cabelo curto, tô meio que viciado

É complicado sem você do lado

Não é justo seu vestido justo, aquele azul decotado

Assunto encerrado, eu tô grudado

Natureza:

Costa acorda em um sítio e vê um dia lindo. O que ele faz? Isso mesmo, música.

Havia dias que não via um dia como este dia

Havia tempos que não via um tempo como este tempo

Templo de inspiração, vou me preocupar somente

Em manter uma única vibração entre corpo alma e mente

Um dos diferenciais da Duetê são as letras, com certeza. Não são só sobre amor ou tristeza, são sons leves e fáceis de gostar. Nascem de uma palavra, de uma frase ou simplesmente de cantar algo sem letra no violão. Costa com a letra e o violão, depois o Peixe e o Lamac trabalham suas partes testando em seus respectivos instrumentos, vão para o estúdio e lá a produção fica por conta de moldar, acrescentar e dar vida aos singles.

A visão de mercado da Duetê

Diferente de algumas bandas que já apareceram aqui neste almanaque, a Duetê não se importa em, de vez em quando, precisar retirar um pedaço de uma música para torná-la mais aceitável ao gosto de um determinado público.

Com um objetivo muito centrado na cabeça, os três músicos, junto com a produtora e amiga Cristiana Corrieri, a Cris, passaram a ver a banda como uma empresa. Eles pensam na visão de mercado e apostam muito no marketing e conteúdo no Instagram para chamar a atenção das pessoas.

Desde o início da banda até hoje, eles admitem terem mudado como pessoas e profissionais, deixaram de lado a “banda com meus amigos” e adotaram uma visão de “banda que quer fazer isso para sempre”. Exigindo de si cada dia mais qualidade, quanto mais a banda cresce, mais procuram não cometer erros.

A Cris, produtora da banda, tem uma visão ampla de mercado musical e é uma pessoa de fora. O trio tinha uma visão romantizada da música, fazendo coisas criativas como queriam para mostrar ao mundo. Mas se tem uma coisa que o mercado musical não é, é romântico.

O Coto, lá da Lamparina e a Primavera, falou algo muito interessante em relação a esse mercado. Nas suas palavras, “a sociedade põe muito a música e outras artes como hobbies alternativos, só que não é nada alternativo, é profissão igual a qualquer outra.”.

Quando a Duetê toma para si uma versão de banda comercial, não quer dizer que eles vão perder a identidade, apenas que decidiram tomar um rumo que acreditam ser o certo.

Muito influenciados pela banda Lagum, como empresa, tomaram decisões e fizeram mudanças. Admitem que às vezes pode ser difícil desapegar de uma música para torná-la mais comercial, mas acreditam que trará resultado.

Quando você acredita no seu potencial e concentra seu foco naquilo, todo o esforço vale a pena.

Todas as bandas têm o sonho de alcançar seus objetivos, impactar pessoas através da música e subir em um palco e ver milhares de pessoas cantando suas canções. Como o próprio Costa já disse nos shows da Duetê é emocionante ver tanta gente cantando junto com ele as letras de músicas que compôs num pedaço de papel.

Ninguém sabe a receita certa do sucesso. Se alguém soubesse, milhares de artistas já estariam estourados por aí. Diferentes caminhos são tomados pelas bandas tentando alcançá-lo e, enquanto acreditarem no que fazem, nunca será tarde para tentar.

 

*Esse produto resultado do Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Una da Jornalista Bianca Morais.

 

 

Por Bianca Morais

Matizar: Fazer passar gradualmente de um matiz a outro: a arte de matizar as cores.

Em busca de uma palavra que remetesse a mistura, a banda que não tem um estilo fixo, nomeou-se Matiza, sinônimo de misturado.

Com formação atual de Eduardo Maia (vocal), Bruno de Maria (vocal e guitarra), Pedro Martins (baixo e vocal), Lucca Azevedo (guitarra) e Flávio Marcos, o batata (bateria e percussão), a banda define seu som como pop progressivo, um derivado do rock progressivo, o prog.

Para conhecimento geral, o Batata tem esse apelido porque a irmã dele tinha apelido de batata e antes dela o irmão dele teve apelido de batata, e antes dele a outra irmã teve apelido de batata. Todos estudaram no mesmo colégio e o apelido é de família.

Não só Batata tem nesse almanaque, mas segura mais um pouco que lá na banda Daparte aparece um Cebola. Só continuar lendo.

Agora, se assim como eu, você nunca havia ouvido falar desse gênero, e achava que prog era algo relacionado a eletrônica, deixa eu te explicar um pouco sobre.

O progressivo é um estilo de música que surge quando o artista mistura muitos estilos. Tem a ver com a ideia de pegar coisas e tentar juntar de forma a criar algo novo, independente. É como se fosse um rock alternativo, se assim ficar mais fácil para você entender. Porém, como a banda anda bem distante do rock e não tem muita guitarra distorcida. Não dá para classificá-la dentro do rock e seus subgêneros, por isso se enquadram numa pegada mais pop.

O principal compositor da banda, o Bruno, carrega consigo grande influência do MPB. Inclusive, ele tem um projeto solo de Bossa Nova. Escutem Samba da Bahia, nas plataformas de streaming. Os arranjos e melodias bases elaborados pelos outros integrantes da banda seguem influências de todos os lugares que já passaram e músicas que escutaram.

Quando você escutar Matiza, o termo progressivo irá vir a sua cabeça de primeira, porque a sonoridade deles remete a muita coisa que provavelmente você já ouviu durante sua vida, mas ao mesmo tempo consegue ser bem diferente.

É, não dá para explicar muito além disso, mas dificilmente uma banda consegue classificar e enquadrar o seu gênero dentro de um só, de primeira.

Pode ser que você diga que te lembram 5 a Seco ou Jorge Vercillo. Alguns arriscam que os vocais das músicas, principalmente do primeiro EP, que tem muito vocal com três ou quatro pessoas cantando ao mesmo tempo, relembra a música mineira de antigamente, aquele MPB do Clube da Esquina e Milton Nascimento. De mineiro também são comparados a 14bis.

Se assemelham a banda britânica Yes por conta do rock progressivo.

Agora, para finalizar essa classificação das influências, segundo o baixista Pedro, se Incubus fosse mineiro, seriam iguais a eles.

Enfim, depois que você escutar e chegar a alguma conclusão, conta para eles que irão adorar saber.

Comparações a parte, a banda é uma mistura de influências que cada integrante traz em sua bagagem. Tem Tame Impala e Avenged Sevenfold (principalmente nas guitarras e solos) vindos do Bruno e do Lucca. Tem Pink Floyd e Boogarins do Batata, tem o soul e o black music vindos do Pedro e o Dudu gosta de música nordestina.

A banda nasceu em 2017, logo após um encontro por coincidência entre os amigos Bruno e Edu (mais uma para a série: “BH é um ovo”).

O Bruno tocava em uma banda cover de Avenged Sevenfold e o Edu foi assistir. Depois do show foram conversar e ali resolveram fazer uma banda de música autoral. Sem mais delongas, foi isso.

A banda começou a ensaiar em agosto daquele ano e fizeram seu primeiro show em outubro de 2017, em uma sexta-feira 13. Data meramente ilustrativa, nenhum azar tiveram, apenas o de não conseguir tocar um repertório 100% autoral. Atire a primeira pedra uma banda que nunca tocou um cover para vender show.

Mas nem os covers deles são normais, eles colocam a parada do progressivo até nisso.

Depois do primeiro show como Matiza e tocando cover, as composições já estavam a todo vapor. Dali para frente, aos poucos foram conseguindo encaixar o autoral no repertório.

Pedro e Batata ainda não estavam na banda, nessa época seus lugares pertenciam ao Vitão no baixo e Vivi na bateria.

O Vitão precisou sair por problemas pessoais e por indicação de um amigo em comum, o Pedro entrou na banda.

O primeiro contato do Batata com os meninos foi em um festa de Halloween da engenharia elétrica da UFMG. Batata, já formado, estava ajudando seus calouros a organizar a festa. Foi então que chegou uma banda com o instrumentos na mão e perguntaram:

“Quem vai montar o palco para nós?” (Caso não tenham pegado, a banda era a Matiza)

O Batata olhou para seus calouros, seus calouros olharam para ele e rolou um “ferrou”.

Porém os olhos de Batata era apenas para assustar os garotos, já que ele é engenheiro de áudio e manja tudo do assunto.

Foi lá, arrumou o palco, regulou o som durante o show, sucesso.

Ali a banda conheceu quem seria seu futuro baterista quando o Vivi precisou se mudar para São Paulo a trabalho.

Em determinado momento da trajetória, sentindo falta de mais som, chamaram o Lucca para ser o segundo guitarrista.

Desde o começo até hoje muita coisa mudou, a banda foi criando mais familiaridade com seu som e cada dia mais levando o projeto com mais seriedade. Se antes era tudo festa, hoje ainda é festa, só que também é trabalho, e muito trabalho. Se no início a grana de cachê era repartida igualmente para os membros, hoje eles que lutem porque toda grana que fazem vai diretamente para o caixa da banda que é usado para produzir, lançar música e fazer marketing digital. A seriedade com que levam a banda é algo que mudou muito ao longo do tempo.

Ainda em busca de saber qual é o público alvo da banda, trabalham com anúncios de Facebook ads e no Instagram. Procuram direcionar as músicas para os mais diferentes grupos, analisando como esse público responde aos anúncios, aos vídeos e buscando resultado para entender quem gosta do conteúdo.

Assim como a Chico e o Mar, a Matiza também conta com o apoio de uma distribuidora de música, a Distrokid. Hoje tudo é online e o Spotify e Deezer, por exemplo, são a melhor maneira de divulgar seu trabalho. Essas empresas tomaram o papel das gravadoras e o contrato que antes se fazia com elas, pode ser feito agora com as distribuidoras que colocam suas músicas na plataforma de streaming. Dentro do mundo musical, existem rumores de que em um futuro bem próximo, até mesmo essa distribuição deixará de existir e as bandas terão contrato direto com os streamings.

Atualmente, poucas são as bandas independentes que realmente almejam tocar nas rádios, porque se tornou algo muito difícil de se atingir, principalmente se você parar para escutar as músicas que são tocadas em rádio. Existe uma determinada fórmula, músicas com menos de 3 minutos, refrãos mais simples e fáceis de decorar.

A Matiza é um exemplo de banda que resolveu por não se adequar ao mercado da música comercial. Quando você escuta um som deles, entende de cara o motivo disso. Eles contam com muitos elementos específicos; tem dueto, solo de guitarra, de baixo. Mesmo sabendo que isso não deixa a música atrativa aos olhos comerciais, os meninos preferem fazer a música deles, lançar do jeito que ela é, do jeito que gostam e depois descobrirem quem vai querer ouvir.

Aconteceu isso com o último lançamento da banda, Noite em BH.

“E nós em paz, a noite em BH

Sobe-desce Bahia

De amores que eu vivi”

Inicialmente, a ideia era fazer um pop palatável, que cairia na graça do povo, quem sabe das rádios (indo contra seus princípios). Não demorou muito para a banda ver que não era o que queriam. Bruno chegou com o final instrumental da música, dois solos de guitarra, no meio dobra a guitarra, tem solo do Lucas primeiro, depois tem mais solo do Bruno, depois os dois dobram juntos.

É muita guitarra. Agora já imaginou se isso se encaixaria em um padrão comercial? Jamais. Nem um pouco preocupados com isso, bateram o martelo e soltaram do jeito que queriam.

Particularmente, que música boa. Só não ganha de Tropical Gin (a minha favorita).

Noite em BH foi composta pelo Bruno para sua namorada. A lírica é sobre um romance na cidade de Belo Horizonte. Que belorizontino nunca teve um amor que subiu e desceu Bahia? Quer banda mais mineira que isso?

Outra curiosidade é que a música veio primeiramente do projeto solo de bossa nova dele, mas ao cair na mão do Batata, Pedro, Dudu e Lucca, ganhou uma dimensão completamente diferente.

Assim como Noite em BH e Tropical Gin, a banda é cheia dessas músicas que vão te envolver e levá-lo para uma parada bem diferente de tudo que você está acostumado a ouvir. São sons experimentais, de viajar na música mesmo. Vale a pena conferir.

 

 

 

 

 

*Esse produto resultado do Trabalho de Conclusão de Curso do Centro Universitário Una da Jornalista Bianca Morais.