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Politica

No dia 1º de maio comemorou-se o Dia Internacional dos Trabalhadores. Em Belo Horizonte a data veio no contexto de uma semana de manifestações de servidores públicos descontentes com as condições de trabalho e remuneração. Medidas tomadas pela prefeitura de Belo Horizonte e Câmara Legislativa cujo objetivo era evitar o comprometimento do trânsito causaram desconforto em lideranças sindicais.

Nesta terça, 30, os servidores municipais e estaduais da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), da Educação e da Saúde realizaram uma passeata que saiu da sede da prefeitura e seguiu para uma Assembleia Geral na Praça da Estação, onde decidiram iniciar greve geral até que se abram negociações. Os profissionais da saúde permaneceram mobilizados das 7h, do dia 30 de abril, às 7h do dia 1º. Há uma semana, os Guardas Municipais paralisaram uma das vias da Av. Afonso Pena por volta das 10 horas da manhã, de onde seguiram para a Praça Sete. No caso dos Guardas Municipais a administração do município já iniciou diálogo com a categoria e os servidores voltaram a trabalhar normalmente.

As manifestações que ganharam destaque na imprensa mineira, principalmente no que tange ao comprometimento do trânsito na capital, reascenderam a discussão sobre o Projeto de Lei 1.895/11 apresentado pelo vereador Joel Moreira (PTC) em 2011 que foi arquivado por não ter tido a votação concluída. Reapresentado no início do novo exercício, em 2 de janeiro, o projeto que prevê a criação de um Parlatório Democrático – local único para a realização de manifestações populares – segue para votação, agora, com a numeração 281/2013. Joel Moreira explica que o objetivo é contribuir para que se cumpram os direitos de todos em uma cidade plural e complexa, com mais de 2,4 milhões de habitantes, como é o caso de Belo Horizonte: “Queremos preservar o direito de ir e vir do cidadão belo-horizontino, assim como os serviços de emergência das ambulâncias, Corpo de Bombeiros e outras situações essenciais. E também garantir o direito de manifestação”. A expectativa é que ele seja votado entre maio e junho, segundo o autor.

No texto do projeto está estabelecido que as manifestações populares deverão ocorrer na Praça da Estação: “Minas Gerais, berço da democracia brasileira, terá na Praça da Estação, um local específico, destinado a qualquer tipo de manifestação. Localizada na Capital do estado, a Praça se firmará como um local de promoção da democracia, sem comprometer o bom andamento da cidade.”. Através de um email, Joel Moreira justificou a escolha do espaço argumentando ser este um local de fácil localização e apresentar várias opções de deslocamento: “Além da Estação Central do Metrô, cerca de 50% das linhas de ônibus da Capital passam pelo local. A praça fica a menos de 200 metros da estação do BRT  e  cerca de  400 metros da rodoviária.”. O Projeto de Lei também proíbe a execução de protestos dentro do perímetro urbano circundado pela Avenida do Contorno, das 06h00 às 20h00..

O presidente da Nova Central Sindical de Minas Gerais, Antônio da Costa Miranda, critica a postura da imprensa que enfatiza as retenções no trânsito e se opõe ao Projeto de Lei. “Vemos com perplexidade a tentativa de imputar nessas manifestações a privação do direito de ir e vir”. Para a liderança sindical é inconcebível pensar que exista um projeto que limite o poder de protesto do trabalhador em um país que busca consolidação democrática. Miranda ainda argumenta que as manifestações não são as causas do caos no trânsito, mas apenas um dos fatores e enumera outros: “todos os dias nas grandes cidades do Brasil temos congestionamentos, principalmente, nos horários de pico por falta de infraestrutura, pela execução obras e operações em datas e horários inadequados, falta de planejamento, obras intermináveis, paralisadas.”. Gilson Reis, vereador de Belo Horizonte pelo PCdoB, que realizou audiência pública em apoio aos servidores, também é contrário ao Projeto de Lei que segundo ele: “promove o cerceamento de direitos de mobilização e de manifestação e, portanto, é inconstitucional”.

As manifestações da Guarda Municipal desencadearam uma ação na Justiça que tem a pretensão de proibir o fechamento de ruas na capital. A Itatiaia noticiou que, em 28 de abril, Márcio Lacerda garantiu que o governo do estado irá entrar com uma ação no Tribunal de Justiça declarando a ilegalidade ou a proibição do fechamento de vias. No entanto, a Procuradoria Geral do Estado negou que, até então, exista uma ação nesse sentido. Na ocasião da inauguração de uma academia na cidade o prefeito acusou o movimento sindical de perturbação: “Nós temos, no movimento sindical brasileiro, uma postura incorreta que ainda vê essa atividade como uma atividade revolucionária. Esse tipo de atitude, em alguns países avançados, é classificada como terrorismo. Isso é uma grave perturbação da ordem e que não deveria ser tolerada pelas forças de segurança é uma situação que, se se prolonga, cria um caos na cidade.”. Conforme já noticiado, a Prefeitura de Belo Horizonte conseguiu uma liminar que impedia a ocupação de mais de um terço das vias por manifestantes.

Miranda avaliou as declarações de Lacerda, de quem se diz simpatizante, como infelizes e retrucou: “Uma manifestação na época da política em favor dos candidatos é normal, quando o trabalhador o faz é terrorismo. Terrorismo é coisa muito mais séria.”. Sustentou também que as greves e passeatas só acontecem quando há negligência por parte do setor patronal ou dos governos, o que faz necessário esse meio de busca por justiça.

Por Alex Bessas e Fernanda Fonseca

Foto de João Alves

Fernando Gabeira, jornalista e ex-deputado federal pelo Partido Verde do Rio de Janeiro (PV-RJ), esteve em Belo Horizonte para o lançamento de seu livro Onde está tudo aquilo agora?,  que aborda os 50 anos de sua  trajetória na política brasileira.

O jornalista mineiro começou sua carreira jornalística ainda em Juiz de Fora, sua cidade natal, na filial do jornal Binômio de Belo Horizonte. Militante político, participou efetivamente da luta armada contra a ditadura instaurada no Brasil em 1964. Após ser acusado de participar do sequestro do embaixador americano Charles Burke Elbrick em 1969, foi preso e exilado pelo governo militar.

Na volta ao Brasil, candidatou-se ao governo do Rio de Janeiro e em 1989 à presidência da república. Seu primeiro cargo público veio apenas em 1994 quando se elegeu deputado federal, cargo que ocupou até 2008.

Durante o lançamento do Livro em Belo Horizonte, a equipe do CONTRAMÃO, bateu um papo com o escritor que contou um pouco desta trajetória.

Por João Vitor Fernandes

Foto: Willian Gomes

O Presidente da Câmara de vereadores de Belo Horizonte, Léo Burgues (PSDB) que teve seu mandato cassado pelo Juiz Manoel Morais da 29º Zona Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral(TRE), não ficou nem um dia fora da câmara. Menos de 24hs após a decisão, uma medida cautelar foi deferida pelo Juiz do TRE Maurício Ferreira, dando efeito suspensivo ao pedido de cassação. Para o especialista em direito eleitoral Daniel Fernandes, a medida cautelar “é uma manobra pra que a sentença de juízo de 1º grau, não produza seus efeitos, até uma decisão final”. Com está manobra, os advogados de defesa do vereador garantem sua permanência no cargo até a decisão final do processo.

Segundo Daniel Fernandes, os processos na justiça eleitoral são rápidos. “O processo eleitoral, de forma geral é célere, tendo em vista que, em alguns casos, envolve mandatos eletivos que, via de regra, são de quatro anos”, explica.

Mesmo depois da decisão final do Supremo Tribunal Eleitoral (STE) a mesa diretora ainda pode intervir no futuro do vereador. “Dependendo do caso, serão tratadas as questões de elegibilidade, que são requisitos para concorrer a algum cargo eletivo, contudo, o que se observa é que as decisões judiciais, são acatadas pelos poderes executivo e legislativo.

População

A população de Belo Horizonte, enxerga este processocom desconfiança. O músico Carlos Carajá crê que o episódio seja apenas uma manobra política. “Como o Burguês conseguiu ser eleito presidente da câmara diante de tantas denúncias? Tem que observar o que realmente está por trás disso tudo”, opina.

Já a administradora de empresas Iara Braga, não acredita que está cassação tenha algum significado. “O fato é que, mesmo se ele for cassado, as brechas na nossa lei, brevemente, permitirão que ele retome seu posto”. A administradora ainda completa que “cabe a quem está lá representando o povo tentar mudar isso. Porque são eles que ficam queimados, a imagem deles que está na berlinda”, argumenta.

Por João Vitor Fernandes e Hemerson Morais

Foto: Nasavassi

Atualizada em 21/02/2013 as 11:08

Ao contrario do que acontece nas eleições para prefeito, governador, e presidente, não são necessariamente os candidatos ao cargo de vereador com maior numero de votos que garantem vaga nas câmaras municipais. Nessas eleições, por exemplo, haviam 41 vagas em disputa na Câmara Municipal de Belo Horizonte, e um determinado vereador foi eleito com 3.537 votos, enquanto outro que obteve 6.741 não foi. Isso ocorreu porque para determinar quem serão os ocupantes das cadeiras, existem dois cálculos. O primeiro é o Quociente Eleitoral, e o segundo é o Quociente Partidário.

O Quociente Eleitoral é obtido do resultado da divisão do numero de votos validos (não são contabilizados brancos e nulos), pelo numero de vagas a serem preenchidas. Já o Quociente Partidário e o resultado da divisão do numero de votos que um partido obteve, pelo Quociente Eleitoral. Confira no infográfico abaixo.

Para exemplificar, vamos criar uma situação hipotética onde o numero de votos validos em um município foi 12.100, e havia 12 vagas em disputa. Neste caso, o Quociente Eleitoral seria 1.210 (12.100 dividido por 12). Nesse mesmo município, o partido A obteve 5.000 votos, e o partido B, 3.000 votos. Então, o Quociente Partidário (número de vagas do partido A), seria quatro (5.000 dividido por 1.210), enquanto o do partido B seria dois (3.000 dividido por 1.210). Logo, o partido A teria direito a quatro das 12 vagas disponíveis, e o partido B teria direito a apenas duas.

No exemplo acima, vimos que foram preenchidas, pelo Quociente Partidário, apenas seis das 12 vagas disponíveis. As vagas restantes são distribuídas pelo chamado sistema de médias. Neste sistema, divide-se o total de votos válidos de cada partido pelo número de vagas já preenchidas mais um. Assim, o partido que obtiver maior média ficará com a vaga. A rodada de cálculo é repetida quantas vezes forem necessárias até que todas as vagas sejam ocupadas.

Por Marcelo Fraga

Arte: Diego Gurgell

Imagem: Internet

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As eleições municipais em Belo Horizonte estão disputadas e os candidatos  investem nos canais de vídeo na internet para angariar os últimos votos antes das eleições de domingo, 07. Nas últimas semanas a disputa ganhou tons de polêmica, graças a dois vídeos que circularam, primeiro pela internet, e alcançaram as campanhas de rádio e TV.

Um vídeo em que o candidato a vice-prefeito  na chapa liderada por Márcio Lacerda(PSB),  Délio Malheiros declara: “Estarei com quem estará contra o Márcio”, em referência  a candidatura à reeleição do atual prefeito .

Outro vídeo que circulou foi a fala da Presidenta Dilma Roussef,  elogiando o candidato à reeleição: “Eu reputo um dos melhores prefeitos deste país”, fala a presidenta se referindo a Lacerda.

As opiniões sobre os vídeos são bem distintas, a Assessoria de Imprensa de campanha do candidato Márcio Lacerda (PSB) diz que o vídeo da presidenta é o reconhecimento do trabalho desempenhado pelo atual prefeito. Já em relação ao vídeo de Délio Malheiros, a assessoria afirma que eles nem assistiram ao vídeo, que ele está fora de contexto e que os dois tem uma relação muito amigável, que é uma manobra desesperada de quem está atrás nas pesquisas de intenção de voto.

Videos dos candidatos

Na outra ponta a assessoria de campanha do candidato Patrus Ananias (PT), declara que o vídeo em que Dilma Rousseff elogia o atual prefeito é uma ação de delicadeza e educação. “Ela não iria criticar uma prefeitura ou governo com quem fechou uma parceria, seria incoerente. Está no papel institucional dela”, explica. Sobre o vídeo em que Malheiros critica o companheiro de chapa, a assessoria informa: “é importante para as pessoas perceberem como se muda de posição de uma forma tão explicita e hipócrita”.

Os responsáveis pelas assessorias não forma autorizados a se identificar para esta matéria.

Na TV

Nas redes sociais, a pressão dos militantes anti-Lacerda era que o vídeo de Malheiros fosse mostrado na TV. Na quarta-feira, a candidata Vanessa Portugal (PSTU) inseriu um trecho do vídeo no seu programa de TV. O movimento “Fora Lacerda”, na quinta, 04, chegou a exibir o vídeo na fachada de um prédio na Praça Sete.

Por: Hemerson Morais e João Vítor Fernandes

Ilustração: Diego Gurgel

O Orçamento Participativo (OP) foi implantado em Belo Horizonte em 1993, trata-se de um modelo de consulta popular para eleger as obras prioritárias nas diferentes regionais. “Acho que a proposta do programa é muito interessante. Uma vez que a população paga seus impostos regularmente, ela tem direito de escolher onde seu dinheiro será investido”, comenta a estudante de Jornalismo Ana Carolina Vitorino.

Há quem critique a execução do programa como é o caso da estudante de Jornalismo Paloma Rodrigues. “No meu bairro, teve uma obra que ganhou para ser feita. Tem um ano isso, eles começaram a quebrar as casas, mas abandoaram as obras sem conclusão”, comenta Paloma Rodrigues, moradora do bairro Esplanada.

Obras na Avenida João Pinheiro – Belo Horizonte

On line

A partir de 2008, a prefeitura de Belo Horizonte disponibilizou o acesso a votação dos projetos do OP pela internet e a população pode escolher entre quatro obras pré-aprovadas pela prefeitura.  A vendedora Ana Cecília Faria comenta que é importante a participar. “Eu acho que é válido. Tudo que estimula a participação da população em algo político e que vai trazer retorno é importante”, ressalta. Por outro lado, Ana Carolina Vitorino diz que, muitas vezes, as pessoas não têm interesse em participar. “Não tenho acompanhado bem o resultado das votações e se as obras escolhidas estão, realmente, acontecendo. É algo que devemos algo que devemos procurar saber mais”, conclui.

Por João Vitor Fernandes e Rute de Santa

Foto: João Vitor Fernandes