Uma tarde na Mostra Charles Chaplin…

Uma tarde na Mostra Charles Chaplin…

No saguão do Cine Humberto Mauro, no Palácio das Artes, uma enorme fila de pessoas é reorganizada por um funcionário. Jovens e idosos engrossam a fila que começa na bilheteria e avança até o pátio. A sessão das 17h, do 13° dia da mostra de filmes de Charles Chaplin, apresenta o filme Casamento ou Luxo (1923).

 Um aposentado identificado apenas por Hélio, 78, se confessa como um grande admirador do cineasta britânico. “Não importa o filme que vai passar, desde que seja do Chaplin.” O ex-funcionário público federal está entusiasmado com a mostra. “Eu já vim em outros festivais aqui [Cine Humberto Mauro]. Com filmes de Chaplin é a primeira vez, eu fico muito feliz de ter esta chance e fico sempre esperando que haja outras, a cidade tem condições pra isso, tem público para isso”, garante.

 Apoiada em uma bengala a uma senhora alterna entre ficar na fila e se sentar nos bancos. Ela é a cantora e compositora Biga Maia, 55. “Eu já assisti pelo menos uns 12 filmes, gosto muito de cinema, principalmente do Chaplin. Eu tenho vindo assistir muitos filmes aqui [Cine Humberto Mauro]. Belo horizonte abraçou as mostras, desde Buñuel que lotou, até a do Chaplin que já está lotando. O Chaplin me desperta muita ternura”, revela emocionada.

“Já é segunda vez que venho à mostra, é a primeira vez que venho a um festival de tão grande porte”, afirma a estudante de Cinema de Animação Daniela, 19.

A sala é aberta e todos com o bilhete nas mãos começam a entrar. Eu me perco no meio do caminho e tenho que voltar ao final da fila. Passado alguns minutos e estou lá na sala de projeção com todos os lugares ocupados e algumas pessoas atrasadas ainda chegam. Do lado de fora, a todo instante chegava alguém que se dirigia ao porteiro:

– Eu queria assistir o filme do Chaplin.

–   Sessão lotada. Agora, só na próxima.

 CONTINUA…

Por Perla Gomes

Foto: Marcelo Fraga

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