Urbanização contribui com a queda de árvores

Urbanização contribui com a queda de árvores

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Na segunda quinzena de dezembro de 2016, o corpo de bombeiros registrou cerca de 50 chamadas de árvores caídas ou em risco de queda em BH. De acordo com o Censo 2010 do IBGE, Belo Horizonte é a terceira capital mais arborizada do país, possuindo cerca de 465 mil árvores, contabilizadas através do projeto “Inventário das árvores de BH”.

A Organização Mundial de Saúde recomenda que as cidades possuam 12m² de área verde por habitante, o atual índice divulgado sobre a capital mineira extrapola a recomendação, alcançando 18m².

Porém, muitas destas árvores não encontram condições favoráveis para o seu desenvolvimento, podendo contribuir com as quedas. A agrônoma e analista ambiental, Kênia Chagas, destacou o conflito entre a urbanização e as necessidades biológicas como fator contribuinte para o mal desenvolvimento. De acordo com Chagas, a compactação do solo realizada pela construção de edificações, quando mal executada, é extremamente prejudicial. Além destes outros fatores:

  • Depósitos de resíduos, lixo e entulhos próximo a base das árvores;
  • Pavimentação das calçadas reduzindo a área para penetração do ar e das   águas das chuvas;
  • Poluição do ar que se acumula sobre a superfície das folhas dificultando a fotossíntese.
  • Plantio de espécies inadequadas para o local.

Outro ponto observado pela analista ambiental, é a falta de diversidade das espécies. Segundo ela, recomenda-se que na composição arbórea das ruas de uma cidade, as populações individuais não ultrapassem 10 ou 15% da população total. “Isso é sugerido para evitar problemas de pragas e doenças e criar pontos de interesses distintos dentro do perímetro urbano. Contudo, frequentemente o que ocorre é a presença massiva de poucas espécies.”, salienta.

Por fim, Kênia alerta para os riscos da prática da poda de maneira incorreta. Segundo a agrônoma, a poda é uma prática antiga, com técnicas adaptadas as necessidades das árvores, tais como, as podas de formação da muda e as podas de limpeza para retirada de galhos inadequados ou doentes. Também são comuns as podas de adequação e rebaixamento para sanar problemas decorrentes do plantio inadequado e que devem buscar o máximo possível manter formato original da árvore.

Contudo, é bastante presente o hábito de fazer a poda apenas por fins estéticos, “Essas podas causam estresse e expõem áreas passíveis de entrada de patógenos podendo ocasionar até mesmo a morte da planta. Por ser uma operação dispendiosa e que interfere na fisiologia e na estética da planta, a poda deve ser utilizada somente quando for efetivamente necessário.” finaliza.

Por: Bruna Dias

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