Depressão também atinge os Pets

Depressão também atinge os Pets

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A Depressão é considerada por muitos especialistas e médicos uma das piores doenças de todos os tempos na sociedade e fala-se até que é o grande mal do século. A doença vem causando mais mortes que várias doenças por todo o mundo.

A equipe do Contramão procurou a Médica Veterinária, Drª Joyce Mirelle Pinto, de 29 nos, para um bate papo sobre como é a depressão em animais de estimação, como muitos donos ainda não sabem lidar com a situação, como identificar os sintomas e como tratar o animal com essa doença que não é uma exclusividade do homem, que também atinge os bichos. “A mudança de vida das pessoas no mundo atual, com grandes cargas horárias de trabalho e famílias reduzidas, muitos casais optam por não terem filhos e sim adotar um animal como tal. Tudo isso traz uma humanização dos pets e as consequências para sua saúde”, afirma a especialista, que atua como clínica geral em atendimentos domiciliares e no Pet Shop Mimos Pet.

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Equipe Contramão: Quais os principais sintomas de animais com depressão?

Drª. Joyce: Animais com depressão geralmente apresentam-se prostrados, podem diminuir ou aumentar o apetite, terem relutância a exercícios e até mudanças de comportamento, como agressividade ou hiperatividade, com latidos, uivos e gemidos, por exemplo. Alguns animais apresentam também automutilação com lambidas excessivas e até mordidas, principalmente em suas patas e região lombar.

Equipe Contramão: O que leva os animais ao quadro depressivo?

Drª. Joyce: A depressão nos animais é mais comum devido a fatores externos, como a morte do proprietário ou mudança do mesmo, a perda de um outro animal contactante, ou até chegada de um bebê ou outro animal na residência. Geralmente são fatores que causam um estresse levando ao quadro clínico. Os animais domésticos têm sido muito humanizados nos dias atuais e acabam sofrendo as consequências disso. A grande maioria dos animais atendidos com quadro de estresse e depressão, iniciam o quadro porque o proprietário trabalha muito e o animal fica muito tempo sozinho. Animais que foram vítimas de maus tratos também apresentam com muita frequência sinais de estresse e depressão quando são avaliados.

Equipe Contramão: O que os donos podem fazer para ajudar a mudar esse quadro do seu pet que foi diagnosticado com depressão?

Drª. Joyce: O proprietário deve ter muito carinho e cuidado com o animal nesse momento. Passar mais tempo com o animal, fazer atividades físicas juntos (desde que não haja limitações físicas para tal) podem trazer sensação de bem-estar ao animal e ajudá-lo a superar a doença, sempre respeitando as limitações físicas e emocionais de cada um. Lembrando que cada animal tem um temperamento e isso deve ser levado sempre em consideração. Procurar o auxílio de um médico veterinário é essencial para descartar a possibilidade de outras doenças, já que os sinais não são específicos apenas de depressão, e para instituir a terapia medicamentosa caso seja necessário.

Equipe Contramão: Quais as principais dúvidas dos donos sobre essa doença que atinge um grande número de animais que chegaram pra você?

Drª. Joyce: Os proprietários, na grande maioria das vezes, chegam ao consultório com muitas dúvidas e medo de perderem o animal. Procuram o veterinário com suspeita de outras doenças. Alguns associam o momento à tristeza que observam nos seus pets e buscam auxílio em como devem agir com seu animal nesse momento, mas a maioria não associa o quadro clínico com a doença.

Equipe Contramão: Quais os medicamentos mais usados para o tratamento do pet além do carinho, atenção e bons cuidados do dono?

Drª. Joyce: Medicamentos antidepressivos e ansiolíticos, como a fluoxetina em doses estipuladas para a espécie, podem ser utilizadas de acordo com a necessidade de cada animal, mas geralmente são prescritos após outras terapias comportamentais terem sido realizadas sem sucesso. Deve-se ter muita cautela no uso de tais medicamentos, e o acompanhamento veterinário é sempre recomendado. Mas os bons cuidados, atenção e carinho são fundamentais. Estabelecer um relacionamento de confiança entre o animal e o proprietário é muito importante.

Equipe Contramão: Quais animais são mais frágeis e podem adquirir essa doença com mais facilidade e quais os animais têm mais resistência à doença?

Drª. Joyce: Animais muito humanizados, que tenham um vínculo mais próximo com o proprietário, que tem acesso ao contato físico mais frequente e o perdem ou o reduzem bruscamente. Animais que sofrem ou sofreram situações de maus tratos, abandono, são os que observamos em maior frequência deprimidos. Os animais que são criados mais livres, que não tem muita referência de um líder, mas são bem tratados, dificilmente sofrerão da doença.

Matéria produzida pelo aluno do terceiro período de jornalismo, Davidson Ramos, na disciplina de TIDIR/JOR2B

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