301 frascos e 301 amantes = Dolores 602

301 frascos e 301 amantes = Dolores 602

No meio musical ou literário nós nos encontramos em um tempo que criar algo novo é praticamente impossível. Para tentar contornar o que já é conhecido autores e compositores tentam inovar suas criações misturando estilos já vistos antes. Esse é o caso da banda mineira Dolores 602, cada integrante possui uma influência musical e em busca de fazer um som que seja gostoso de ouvir elas criam suas próprias letras e arranjos musicais.

Elas não estão atrás de um rotulo musical só querem fazer música e se possível conseguir tirar algum ganho financeiro disso. O nome da banda possui várias histórias dentre elas, um “causo” que chegou ao ouvido delas: – Havia uma senhora que morreu e ela colecionava os potes dos remédios que ela tomava. Vasculhando a casa descobriram que ela tinha um caderninho com os nomes dos amantes que teve ao longo da vida. Eram 301 frascos e 301 amantes, ao todo 602 e o nome dela era Dolores.

Leiam na integra o bate papo que o Jornal Contramão teve com a Banda Dolores 602:

Como a banda surgiu?

Isabella: Eu e a Camila já tínhamos tocado juntas em duas outras bandas, de estilos bem diferentes, ai quando a última banda terminou estávamos a fim de formar outra. A gente sempre, tipo, querendo caçar confusão. E ai coincidiu da Camila conhecer uma pessoa, uma aluna dela indicou, disse que já conhecia uma menina que cantava e estava a fim de formar uma banda, ai apareceu a Débora e a Táskinha a tira colo, que já tocava com a Débora, ai combinamos um ensaio lá em casa no meio de 2010 e rolou.

Camila: Ficamos seis meses preparando o repertório e em fevereiro do outro ano, começamos a tocar. Foi no nosso tempo, só tínhamos o final de semana para ensaiar.

Isabella: Não tínhamos muita pretensão, no inicio só queríamos fechar um repertório cover para tocarmos.

Quando que começaram a trabalhar nas músicas do EP?

Camila: Uma no final de 2011, outra em janeiro de 2012, dai, há três meses surgiu outra, a gente começou a inserir elas no repertório, a gente viu que eles casavam com o repertório que cover que a banda tinha. Rodamos 2012 assim, 2013, ano passado, a gente foi pra São Paulo participar de um festival, e ganhamos o primeiro lugar, foi uma grande surpresa. Não acreditamos quando anunciaram o nome da nossa banda em 1º lugar.

Quem é a responsável pela composição e arranjos?

Camila: Eu acho que estamos nos descobrindo, essa resposta vai mudar.

Táskia: Mas por enquanto eu e a Camila.

Camila: As músicas que estão no EP são da Táskinha e do Miro, que é um amigo dela, parceiros de composição. Tem algumas minhas e tem uma que é da Luiza Brini e da Raquel Dias.

Táskia: E tem a Nine Out Of Ten que é do Caetano Veloso.

Dolores 602: Os arranjos são feitos por todo mundo, durante os ensaios, uma da pitaco no da outra, a Débora sempre acha que deve por mais prato.

Quais as influências musicais da banda?

Débora: Acho que cada uma tem uma bagagem diferente. Taskinha está mais no Rock’ n’ Roll e no blues.

Isabella: Eu gosto de ouvir tanta coisa diferente! Gosto muito de Folk Rock, Axé, de Rock de tudo, acho que até as coisas que não gostamos acaba influenciando também, pelo menos alguma coisa você tira, pelo menos para não fazer igual. É difícil olhar assim pra trás e perceber o que influenciou, é uma mistura de tantas épocas diferentes da nossa vida.

Camila: E eu acho que o que a banda faz hoje não é buscando um estilo e nem é buscando referências para trás, não conscientemente, pelo menos. Vamos muito pelo som, queria que soasse assim, queria que causasse essa sensação. Eu acho que não tem muita essa coisa de estilo em primeiro plano, está lá na nossa vida, construiu a gente, mas nós vamos muito pelo som.

Quais os desafios de ser uma banda mineira?

Camila: Não somos música mineira. Eu acho que, depois de 30 anos de Clube da Esquina, está rolando uma estereotipia em Minas. Por exemplo, música do Espírito Santo é música que se faz no Espírito Santo. Música carioca é música que se faz no Rio de Janeiro, música do Mato Grosso do Sul é música do Mato Grosso do Sul e música mineira é Clube da Esquina, quando se fala música mineira, cunhou aquele estilo e ficou. Acho que às vezes isso limita. Existe uma cena muito efervescente, que é totalmente diferente disso. Lógico que não tem como não ter ouvido Clube da Esquina na vida e não gostado de algumas coisas ou de tudo, entende?
Nós somos uma banda mineira, pelo menos eu tenho muito orgulho de ter nascido aqui, mas acho que isso é uma coisa que a gente vai ter que lidar assim, não é música mineira, mas é música mineira. (Entendeu?)

Débora: Não é uma música mineira é uma música de Minas.

Quando as coisas passaram a dar certo para a banda?

Débora: Eu acho que deu certo a partir do momento em que falou: – É isso, vamos lá! Deu certo pra gente, gosto de estar aqui, gosto de fazer isso mesmo, adoro tocar com essas meninas e é bom pra caralho.

Táskia: Eu acho que deu certo quando colocamos um objetivo. Que ai as coisas começaram a caminhar. Acho que foi a partir de algumas reuniões que teve no ano passado, começamos a pensar o que queríamos para a banda e como artistas.

Curtiram o papo das garotas? Acessem o site da banda e realizem o download do primeiro EP da Dolores 602.
Vejam a nossa galeria de fotos da banda!

Foto e Texto por: Juliana Costa

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