A plateia do Veríssimo

A plateia do Veríssimo

“Tudo pode ser um ponto de partida para uma crônica”. Luís Fernando Verissimo

Do lado de fora da Academia Mineira de Letras (AML), a fila para ver de perto e “bater um papo” com o autor estava enorme. Muitos rostos ansiosos eram percebidos ao longo de uma fila que dobrava o quarteirão (entre as ruas da Bahia e Aimorés, em frente ao Colégio Imaculada, quase chegando à rua Espírito Santo). O autor da noite de ontem, era Luís Fernando Verissimo, que lançaria o livro “Em algum lugar do paraíso”. Uma mulher pergunta se ainda tinha livros para vender. Naquele momento já não havia mais.

dsc_0837
Foram vendidos cem livros antes do bate-papo

Os lugares do auditório, rapidamente, se esgotaram. Algumas pessoas foram se aglomerando ao fundo, outras nas laterais, cada um se ajeitando como podia. Uma mulher sentada em uma das laterais do palco fazia cara de desagrado toda vez que alguém a pedia licença para passar. Do lado de fora, acompanhando o bate-papo pela porta lateral, vários alunos faziam suas anotações. Em meio a quem acompanhava em pé a fala de Luís Fernando Veríssimo, estava o ex-ministro, Patrus Ananias, que assim permaneceu durante todo o evento.

Na plateia, pessoas de todas as idades eram percebidas. Chapéus, óculos e livros nas mãos daqueles que conseguiram comprar, se destacavam entre a multidão. Grande parte do público ficou em pé, mas isto não influenciou e nem dispersou a atenção. Todas as pessoas, (sentadas ou em pé) prestavam a atenção e acompanhavam cada minuto do bate-papo. O evento iniciou com grande público e terminou da mesma forma. Do inicio ao fim, foi possível observar câmeras fotográficas erguidas, em busca de fotos do autor.

Batendo um papo com Verissimo

O autor Luís Fernando Verissimo depois de dizer ter “um certo pânico” de falar em público, abriu espaço para que a plateia fizesse perguntas. Um senhor saiu do meio das pessoas e entregou ao autor de “Em algum lugar do paraíso” dois presentes, um para ele e outro para a esposa. Toda a plateia aplaudiu a atitude.

dsc_0911
Homem entrega presente para Verissimo

O público deixava escapar muitos sorrisos ao ouvir as piadas, brincadeiras e histórias que Verissimo contava durante o bate-papo. Histórias estas, como textos de outros autores, que foram assinados com seu nome. “Já recebi elogios por textos que não eram meus, fiquei sem jeito dizer que não era”, conta Verissimo.

Um homem perguntou a Luís Fernando se ele tinha aprendido a cozinhar ou só entrava na cozinha para comer. A resposta do autor fez toda a plateia cair na gargalhada. “Eu só entro na cozinha para perguntar se já está pronto”, brinca. Outro rapaz pergunta se alguma ideia ou vivência de Verissimo, que poderia se tornar uma crônica, já teria sido ignorada. Em resposta o escritor afirma que as melhores ideias são as que a gente esquece. “Algum sonho ou ideias debaixo do chuveiro”, destaca Verissimo.

Ao final do bate-papo, mais uma fila se formou e mais uma vez a ansiedade era percebida no rosto das poucas pessoas que conseguiram comprar o livro. Desta vez, a fila era para autógrafos. Neste momento, as pessoas se viravam como podiam, algumas tiravam fotos dos celulares, outras pediam para amigos fotografarem com suas câmeras. Valia tudo para não perder a oportunidade e tirar uma foto com o autor.

dsc_0975
Luís Fernando Verissimo, durante a sessão de autógrafos

Por: Bárbara de Andrade

Fotos: Felipe Bueno e Natália Alvarenga

1 COMMENT

Leave a Reply