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Instituto Inhotim reabre, nesta quinta-feira, dia 6, três galerias com novas exposições e obras ainda inéditas no Brasil

Por Marcelo Duarte*

 

Foto: Marcelo Duarte.

A arte e a arquitetura mais uma vez entram em completa sintonia no Instituto Inhotim, localizado em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte. Isso porque três novas exposições, que vinham sendo gestadas nos últimos 2 anos, serão inauguradas nesta quinta-feira, dia 6 de setembro. Os novos espaços expositivos, abertos ao público, convidam-no a mergulhar em um mundo onde o extraordinário ganha formas, tamanhos, cores e sabores.

Neste período de elaboração e desenvolvimento do projeto, as galerias Lago, Praça e Fonte foram temporariamente fechadas para a montagem das novas exposições. Entre as novidades, que passam a integrar o museu a céu aberto, e que os visitantes terão o privilégio de ver e interagir, fazem parte do novo acervo do Instituto obras de artistas mundialmente conhecidos como David Lamelas, Paul Pfeiffer, Robert Irwin e Yayoi Kusama. As obras vêm para completar os 140 hectares de visitação, que conta com 23 grandes galerias, sendo 19 galerias com exposições permanentes e 4 temporárias.

A decisão em lançar o novo projeto casa oportunamente com o momento em que ocorre a Bienal de São Paulo, uma das mais antigas e importantes mostras de artes do mundo. A intenção, por trás disso, é aproveitar que as atenções estarão todas voltadas para o Brasil e atrair um público que é interessado em arte contemporânea.

Foto: Marcelo Duarte.

As novidades preparadas pelo Inhotim são várias e irão produzir desdobramentos. As obras do artista americano Robert Irwin e da japonesa Yayoi Kusama, que podem ser vistas na galeria Lago, antecedem projetos de relevância, que serão lançados em Inhotim nos próximos anos.

O instituto planeja a instalação de uma escultura de grande dimensão, de Robert Irwin, uma criação especial para o instituto. Há um projeto também de construção de uma galeria nova, em fase de desenvolvimento, que será dedica ao trabalho de Yayoi Kusama.

Quem visitar o parque no dia da inauguração das galerias ainda terá a oportunidade de acompanhar de perto uma performance de David Lamelas, que apresentará para o público ‘Time’ (Tempo), às 11h42, em frente a galeria Lago, e também a performance ‘Stallwitter’ (Tempestade de Estábulo) de Daniel Löwenbrück, às 15h30, no espaço da igrejinha.

Galeria Lago

A galeria Lago apresenta a exposição “Lamelas, Irwin, Kusama: sobre a percepção”, composta por trabalhos de três nomes de peso da história da arte contemporânea. Quem visitar a galeria terá acesso a obras históricas do artista argentino David Lamelas, da japonesa Yayoi Kusama I’m Here, But Nothing, 2000, e do norte-americano Robert Irwin   Black³, 2008, até então inédita no Brasil.

Galeria Praça

A exposição “Paul Pfeiffer, Ensaios Vitruvianos”, do americano Paul Pfeiffer, inaugurada na galeria Praça, a que mais recebe visitantes, traz duas obras importantes da produção do artista, Vitruvian Figure (2008), e o vídeo Empire (2004). Paul Pfeiffer esteve no espaço em 2017 para auxiliar no planejamento e instalação das obras.

Galeria Fonte

A galeria Fonte, localizada em uma das áreas mais visitadas de Inhotim, exibe a mostra “Para Ver o Tempo Passar”, que nos convida a fazer um percurso imersivo e descobrir novas possibilidades através do audiovisual. Os trabalhos que compõem o acervo da galeria incluem vídeo, projeção de slide com áudio, projeção 3D em tempo real e video wall (parede de vídeos).

Ao visitar a galeria Fonte, o público terá contato os trabalhos do artista irlandês John Gerrard, do mexicano Mario García Torres, do holandês Rineke Dijsktra, do argentino Jorge Macchi e do belo-horizontino Marcellvs L.

*(O estagiário escreveu a reportagem sob supervisão do jornalista Felipe Bueno).

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A atriz Fernanda Montenegro ao lado do diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda

Fernanda Montenegro esteve em Belo Horizonte, na última sexta-feira, dia 24 de agosto, para o lançamento do livro “Itinerário Fotobiográfico”

Por Moisés Martins e Marcelo Duarte

Fotos Marcelo Duarte

Na ocasião de sua passagem por Belo Horizonte, na última sexta-feira, dia  24 de agosto, a atriz Fernanda Montenegro lançou o livro “Fernanda Montenegro: Itinerário Fotobiográfico”, obra que narra em imagens sua vida e carreira. Ela também apresentou a leitura dramatizada de “Nelson Rodrigues por Ele Mesmo”, de Sonia Rodrigues.  

Cerca de 800 pessoas ocuparam as cadeiras do Grande Teatro do Sesc Palladium para ver a dama dos palcos apresentar passagens da vida e obra de Nelson Rodrigues, a partir do livro organizado pela filha do dramaturgo.

A artista aproveitou a noite também para autografar o livro “Fernanda Montenegro: Itinerário Fotobiográfico”. A publicação, organizada pela própria atriz, foi construída a partir de fotos de acervo pessoal.

Entre os momentos destacados no registro biográfico, há fotos de Fernanda Montenegro ao lado de grandes nomes da dramaturgia como Nathalia Timberg, Sérgio Britto e Paulo Autran. O livro também conta com seções especiais de diversas premiações recebidas em sua carreira e uma homenagem comovente a Fernando Torres, seu companheiro de vida e de trabalho.

Mediado pelo diretor regional do Sesc São Paulo, Danilo Santos de Miranda, o lançamento contou com alguns comentários contundentes da Fernanda em torno do atual cenário do teatro e sobre os direcionamentos que o campo das artes estão tomando. “A educação não se fixa sem a cultura”, sentenciou Fernanda Montenegro, durante o evento.

Veja o vídeo da Fernanda Montenegro no lançamento de sua fotobiografia:

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A 14ª edição do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua trará à capital mineira espetáculos do Brasil, Europa, África e América Latina e promete agitar a cidade

Por: Patrick Ferreira/Foto: Sergio Cadah

O mês de agosto ainda não terminou e a expectativa para que setembro chegue logo é grande. Isso porque entre os dias 13 e 28, a capital mineira receberá a 14ª edição do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte, o FIT-BH. Neste ano, a mostra teatral irá focar no movimento e nas transformações da sociedade. Esse tem sido, então, o norte da curadoria do evento que irá trazer ao público belo-horizontino dezenas de espetáculos nacionais e internacionais.

Na última segunda-feira, dia 27, toda a imprensa mineira foi convidada para o lançamento da 14ª edição do festival. A recém empossada Presidente da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin, e a representante do Instituto Periférico, Gabriela Santoro, apresentaram algumas temáticas abordadas na mostra, como o olhar sobre a cena nordestina e questões étnico-raciais. Outra novidade apresentada se refere a escolha da curadoria, que conta Grace Passô, Luciana Romagnolli e Soraya Martins, eleitas através de edital público.

A abertura, no dia 13 de setembro, fica por conta do espetáculo “Batucada”, do Piauí. A apresentação será no espaço aberto do Parque Municipal. A peça traz uma batucada que será tocada no ritmo de 50 performers. Também estará presente o grupo “Looping: Bahia Overdub”, de Salvador.  Cerca de 150 performers vão se apresentar trazendo a agitação, típica das festas de rua da capital baiana.

Foto: Patricia Almeida

Nesta edição, a programação está norteada pelo conceito Corpos-Dialetos, que trata de ampliar a noção de teatro brasileiro, evidenciando matrizes africanas, expansão do Brasil, investindo na potência de corpos que estão em movimento, em ação como transformadores da sociedade.

Ao ser indagada pelo Jornal Contramão sobre a movimentação política e social da sociedade, Grace Passô respondeu: “Há meses atrás não sabíamos onde estaríamos hoje. Hoje não sabemos como vamos estar durante o festival. Então, o FIT traz essa possibilidade de alargar as discussões, os espaços através da arte.”

Para todos os públicos

Ainda que o festival aponte alguns temas, o público terá a oportunidade de assistir espetáculos das mais variadas linguagens. Dentro da programação estrangeira, um dos destaques é “Adwanted”, da atriz ruandesa Dorothée Munyaneza, que cria um testemunho de mulheres que foram violentadas em guerras no país. Na janela nacional, o festival pretende trazer referências nordestinas, como por exemplo, a montagem “A Invenção do Nordeste”. A peça, de uma forma bem-humorada, reflete sobre como é ser nordestino. Outro destaque, a produção “Isto é um negro?” traz uma reflexão racial, discute sobre o lugar de fala do negro na sociedade.

Para abranger diversas faixas etárias, o evento irá trazer espetáculos infantis como “Chapeuzinho Vermelho”, que evoca de forma contemporânea a fábula e faz uma referência ao medo e curiosidade das crianças diante do desconhecido.

Como forma de dar visibilidade e valorizar os grupos e artistas da cidade, espetáculos de Belo Horizonte foram contemplados na programação, como é o caso de “Assembleia Comum”, que levanta a discussão de assuntos atuais para o público em forma de debate. A peça “Chorar aos filhos”, também belo-horizontina, traz uma apresentação a partir do relato de mães que perderam seus filhos em operações policiais e ainda não tiveram punição aos culpados ou qualquer posicionamento do estado.

A programação completa do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte está disponível em: https://fitbh.com.br/

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Entrevista com Soraya Belusi e Josias Pereira do jornal O TEMPO

Por: Patrick Ferreira/ Foto: Marcelo Duarte

O curso de jornalismo do Centro Universitário UNA promoveu no último sábado, dia 25, o Tropeirão da Rússia, evento que reuniu jornalistas que batem um bolão fora de campo para um bate-papo sobre a cobertura da Copa do Mundo na Rússia. O jornal Contramão acompanhou todo o evento e traz, com exclusividade, para vocês, uma entrevista com dois dos convidados da roda de conversa, Soraya Belusi, editora do caderno Super FC do jornal O Tempo, e Josias Pereira, repórter do mesmo caderno.

Jornal Contramão: Muitas pessoas comentaram sobre o desinteresse do brasileiro pela Copa do Mundo deste ano. Você acha que isso realmente ocorreu?

Soraya Belusi: Eu acho que no período pré-Copa, o povo estava com total desinteresse, muito chateado com a situação do país, com a corrupção até mesmo dentro da CBF, 2014 ainda tinha deixado um baque. No jornal O Tempo, fizemos pesquisas e comprovamos que o brasileiro não estava interessado. Bastou começar o primeiro jogo, que o brasileiro enlouqueceu. Nas redes sociais, o único assunto que rolava era Copa do Mundo. Há um discurso arraigado de que a Copa do Mundo emburrece o povo. Eu discordo, pois, a copa é de 4 em 4 anos, durante 1 mês, temos 3 anos e 11 meses para pensar em política e porque a culpa é da Copa?

JC: Entre a infraestrutura do Brasil em 2014 e Rússia 2018, você viu um patamar igual ou diferente?

Soraya Belusi: Em termos de organização é equiparado, a gente fala muito do padrão FIFA e ele existe. Em qualquer parte do mundo ele funciona. Em Moscou tem um metrô que para na porta do estádio. Estive na Rússia em 2014 e já tinha essa estrutura lá. É uma cultura do país.

JC: Quanto à liberdade de imprensa na Rússia, houve algum tipo de censura?

Josias Pereira: Os russos foram muito bem treinados antes da Copa para evitar qualquer tipo de exposição ruim do país. Tudo foi muito tranquilo, fiquei até surpreso. Presenciei um caso na Praça Vermelha em que os mexicanos queriam fazer a festa dos mortos, um costume deles e a polícia Russa não permitiu que fizessem isso ao lado do túmulo do Lenin, que é uma pessoa “sagrada” para os russos.

JC: Na Rússia, as pessoas já tinham ouvido falar ou conheciam algo sobre Belo Horizonte?

Josias Pereira: Pouco se conhecia do Brasil, de modo geral na Rússia. A maioria só havia ouvido falar do Rio de Janeiro, Cristo Redentor, praias e mulheres. Quando se falava que era a cidade do 7 a 1, as pessoas lembravam e também quando citava que era uma cidade do Sudeste, entre Rio e São Paulo. O Brasil lá é muito lembrado pela música. Por exemplo, a lambada. Lá se ouve músicas famosas daqui de lambada dos anos 1990 e eles pensam que são músicas russas porque tem versões russas dessas músicas.

JC: Qual o balanço que você faz sobre o encontro de hoje?

Soraya Belusi: Foi um prazer estar ao lado da Kelen e da Isabelly. São duas referências, pois a Kelen veio antes de mim e a Isabelly é super jovem, um prodígio, que está começando, e eu no meio do caminho entre as duas. Eu estava muito curiosa, principalmente com a Isabelly que é pioneiríssima na narração. Eu estava falando com a Márcia [coordenadora do curso de jornalismo do Centro Universitário UNA] que poderíamos ter ido nas salas, dado palestras, mas dessa forma, se tornou uma diversão, porque o futebol é o microcosmo do Brasil. Todas as potências do país estão no futebol e todas as mazelas também, e foi muito legal dividir isso com vocês.  

 

 

 

 

 

 

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Imagem do filme “Imperméavel pavio curto” de Higor Gomes.

O 20° Festival Internacional de Curtas (FESTCURTASBH) trouxe como temática, nesta edição, o olhar sobre o cinema negro

Por Marcelo Duarte

Entre os dias 10 e 19 de agosto, Belo Horizonte recebeu a 20º Festival Internacional de Curtas – FESTCURTASBH, que exibiu 138 obras, de 70 países e doze estados brasileiros, distribuídos ao longo de mais de 65 sessões. Durante o evento, o público ainda teve a oportunidade de participar de seminários, oficinas e shows. A mostra foi exibida em três espaços diferentes da cidade, o Cine Humberto Mauro, Sala Juvenal Dias e jardim interno do Palácio das Artes.

Para Gabriel Martins, cineasta e sócio-fundador da produtora Filmes de Plástico, festivais potencializam encontros entre realizadores, entre a obra e o público, e entra obra e crítica. “Os festivais sempre irão favorecer o despertar de novas ideias e dão muito combustível pra quem está começando entender que as obras encontram caminhos e se transformam a partir do momento em que são projetadas. Este festival, que tem um olhar cuidadoso, me parece uma excelente vitrine para novos realizadores que buscam uma janela para seus olhares”,  pontua.

O festival contou com 2.518 inscrições, sendo 405 brasileiras e 2.113 estrangeiras. O cinema negro foi o foco da temática curatorial, trazendo três janelas especiais dentro da mostra. A partir da participação do curador e crítico Heitor Augusto, o FESTCURTASBH voltou seu olhar tanto para a pujante produção recente de cineastas negras e negros, quanto para a história dessa produção, largamente desconhecida e vítima da invisibilização que tem tradicionalmente acometido as diversas expressões artísticas e culturais da população negra no Brasil.

O cinema negro em foco

A coordenadora de Programação e Curadoria do Festival, Ana Siqueira, destacou a importância do tema para o festival. “Desejamos que o público tenha acesso a essa filmografia, e às discussões em torno dela, nas sessões, seminário e debates, permitindo o engajamento em torno do cinema negro de forma mais complexa. Dessa forma, buscamos contribuir para se pensar como esses trabalhos são realizados estética e politicamente, trazendo uma série de implicações para nosso olhar, nossa forma de perceber os filmes, além dos necessários questionamentos de como a história do cinema é construída, nunca de forma neutra, sempre atravessada pelos diversos processos políticos e sociais em curso”, explica.  

Para Gabriel Martins, que exibiu o seu curta-metragem “Dona Sônia pediu uma arma para seu vizinho Alcides”, durante o seminário de cinema negro, os filmes ainda precisam chegar até as pessoas que não têm acesso. “Precisamos de melhores políticas de distribuição que, dentre vários caminhos, consiga levar o cinema às periferias do Brasil. Este tema sempre é fundamental, principalmente frente a uma história de cinema que apagou cruelmente diversos de seus artistas negros. Rever essa história é fundamental para darmos alguns passos adiante”, sustenta.

Como nas edições anteriores, o enfoque do festival girou em torno de valorizar a construção de curta-metragens em suas diversas formas, contextos e abordagens, possibilitando reflexões sobre a contemporaneidade. “É fundamental e algo que pensamos em todos os projetos. Temos como meta principal abastecer a cena dando oportunidades para as pessoas trabalharem e ganharem dinheiro com seu talento”, indagou Gabriel Martins, ao ser questionado sobre o enfoque do festival.

Premiação

As mostras competitivas Minas, Brasileira e Internacional premiaram produções recentes com o tão sonhado troféu capivara. O grande vencedor da categoria regional foi Higor Gomes, com o filme Impermeável Pavio Curto. “Ver o Higor ganhar é um orgulho imenso e uma felicidade pois antes de tudo é um amigo e uma pessoa fascinante. Tive o prazer de fazer parte da banca do projeto na universidade e fiquei muito feliz de ver um grupo unido como o dele fazendo um filme tão lindo e sincero”, comenta Gabriel Martins.

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O Tropeirão da Rússia, evento que reuniu jornalistas que fizeram a cobertura da Copa do Mundo 2018 para um bate-papo, no último sábado (25), no Mercado Central, foi um sucesso 

Por Patrick Ferreira

O Tropeirão da Rússia, evento promovido pelo curso de jornalismo do Centro Universitário UNA, no último sábado, dia 25, no Espaço Cultura II do Mercado Central de Belo Horizonte, reuniu profissionais do jornalismo, estudantes e ainda amantes do futebol para um papo sobre a cobertura dos jogos da Copa do Mundo na Rússia. Entre uma rodada e outra do bate-papo, o público teve a oportunidade de saborear um delicioso tropeiro preparado pelo chef Edson Puiati.

A coordenadora do curso de jornalismo, Marcia Maria Cruz, deu o ponta pé inicial e agradeceu a presença de todos: “Este é um momento de celebrar o jornalismo, ninguém faz jornalismo para ser milionário. Faz por vocação de comunicar”, ressaltou.

A programação, que foi dividida em dois blocos, iniciou com a mesa Mulheres na Copa do Mundo. Na primeira etapa da conversa, foram convidadas as jornalistas Soraya Belusi, editora do caderno Super FC do jornal O Tempo, e Isabelly Morais, da rádio Inconfidência e primeira mulher brasileira a narrar um jogo de Copa do Mundo pela Fox Sports. O bloco contou com a mediação de Kelen Cristina, subeditora do caderno Super Esportes jornal Estado de Minas.

Foto: Marcelo Duarte

Além de contarem sobre os desafios inerentes de uma cobertura jornalística em um evento como a Copa do Mundo na Rússia, elas também falaram sobre os desafios da mulher em um ambiente predominante masculino.

A narradora Isabelly Morais, que recebeu diversos comentários negativos ao seu trabalho nas redes sociais, disse que não deixou se abalar pelas críticas. Ela atribuiu um certo machismo a esses comentários, pois a desqualificam enquanto profissional pelo fato de ser mulher, em uma profissão onde os homens, até então, vêm dominando. Raramente as críticas se referem ao trabalho, revela a jornalista. Contudo, ela destacou que recebeu apoio e carinho de várias pessoas e se tornou uma referência para várias mulheres jovens. Ao todo, na Copa, 25 jogos foram narrados pelas mulheres.

A jornalista Soraya Belusi levou seu bom humor, ao contar histórias do mundial e principalmente ao relatar o episódio com o então técnico da seleção mexicana, Juan Carlos Osório, durante uma coletiva de imprensa na Copa da Rússia. No vídeo, que chegou a viralizar na internet, Soraya contesta o discurso do treinador de que o brasileiro Neymar Júnior teria simulado um lance, enquanto as imagens mostravam que o jogador mexicano tinha feito uma falta dura. Ele a responde com uma evasiva. O caso foi um dos tantos de machismo durante o mundial.

Pausa para o tropeiro

Na pausa para o almoço, o Chef Edison Puiati falou sobre como seria um tropeiro russo. “Nesse aqui, usei cachaça para flambar as carnes, a gente poderia usar uma vodca para fazer à moda da Rússia, seria um ingrediente bem emblemático e ficaria muito bacana”, garantiu.

Foto: Marcelo Duarte

Segundo tempo

Na segunda rodada do bate-papo, foi a vez dos jornalistas Josias Pereira, repórter do caderno Super FC do jornal O Tempo, Renan Damasceno, repórter do caderno Super Esportes do jornal Estado de Minas, e Paulo Galvão, também repórter do caderno Super Esportes do jornal Estado de Minas, comporem a mesa.

Na etapa mediada pela aluna de jornalismo do Centro Universitário UNA, Helen Oliveira, os três repórteres esportivos falaram sobre assuntos diversos, incluindo a rotina dos jornalistas na cobertura dos clubes de futebol. Damasceno lembrou o fato de ser a primeira Copa do Mundo com árbitro de vídeo e que a tecnologia fez com que as coberturas ficassem muito mais dinâmicas. “O torcedor queria ver o ao vivo do que o jornalista estava vivendo na Rússia”, comentou.

Foto: Marcelo Duarte

Balanço sobre o evento

Alunos do Centro Universitário UNA e jovens interessados em cursar jornalismo prestigiaram o evento. Helmut Esser, estudante de jornalismo, elogiou a iniciativa do curso de promover esse encontro entre profissionais e alunos. “Sendo sincero, gosto bastante do curso porque sabe equilibrar a prática e teoria. Noto que os professores são muito flexíveis. Se você tem dúvidas, eles explicam tranquilamente”, contou. Thaís Gonçalves, também estudante de jornalismo, falou sobre o encontro com jornalistas já experientes. “Esse evento trouxe a oportunidade de ouvir as experiências deles frente ao jornalismo”, disse.

Convidada do bate-papo, Soraya Belusi fez um balanço positivo do evento e se disse contente com a participação do público presente. “Eu fiquei surpresa, porque muitos acreditam que a juventude é muito desfocada, fica no celular, acha chato, e o que eu vi aqui hoje foi o contrário. Todo mundo atento, interessado. Isso é muito gratificante, saber que a gente pode passar o que já experimentou”, exaltou.