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O Tropeirão da Rússia, evento que reuniu jornalistas que fizeram a cobertura da Copa do Mundo 2018 para um bate-papo, no último sábado (25), no Mercado Central, foi um sucesso 

Por Patrick Ferreira

O Tropeirão da Rússia, evento promovido pelo curso de jornalismo do Centro Universitário UNA, no último sábado, dia 25, no Espaço Cultura II do Mercado Central de Belo Horizonte, reuniu profissionais do jornalismo, estudantes e ainda amantes do futebol para um papo sobre a cobertura dos jogos da Copa do Mundo na Rússia. Entre uma rodada e outra do bate-papo, o público teve a oportunidade de saborear um delicioso tropeiro preparado pelo chef Edson Puiati.

A coordenadora do curso de jornalismo, Marcia Maria Cruz, deu o ponta pé inicial e agradeceu a presença de todos: “Este é um momento de celebrar o jornalismo, ninguém faz jornalismo para ser milionário. Faz por vocação de comunicar”, ressaltou.

A programação, que foi dividida em dois blocos, iniciou com a mesa Mulheres na Copa do Mundo. Na primeira etapa da conversa, foram convidadas as jornalistas Soraya Belusi, editora do caderno Super FC do jornal O Tempo, e Isabelly Morais, da rádio Inconfidência e primeira mulher brasileira a narrar um jogo de Copa do Mundo pela Fox Sports. O bloco contou com a mediação de Kelen Cristina, subeditora do caderno Super Esportes jornal Estado de Minas.

Foto: Marcelo Duarte

Além de contarem sobre os desafios inerentes de uma cobertura jornalística em um evento como a Copa do Mundo na Rússia, elas também falaram sobre os desafios da mulher em um ambiente predominante masculino.

A narradora Isabelly Morais, que recebeu diversos comentários negativos ao seu trabalho nas redes sociais, disse que não deixou se abalar pelas críticas. Ela atribuiu um certo machismo a esses comentários, pois a desqualificam enquanto profissional pelo fato de ser mulher, em uma profissão onde os homens, até então, vêm dominando. Raramente as críticas se referem ao trabalho, revela a jornalista. Contudo, ela destacou que recebeu apoio e carinho de várias pessoas e se tornou uma referência para várias mulheres jovens. Ao todo, na Copa, 25 jogos foram narrados pelas mulheres.

A jornalista Soraya Belusi levou seu bom humor, ao contar histórias do mundial e principalmente ao relatar o episódio com o então técnico da seleção mexicana, Juan Carlos Osório, durante uma coletiva de imprensa na Copa da Rússia. No vídeo, que chegou a viralizar na internet, Soraya contesta o discurso do treinador de que o brasileiro Neymar Júnior teria simulado um lance, enquanto as imagens mostravam que o jogador mexicano tinha feito uma falta dura. Ele a responde com uma evasiva. O caso foi um dos tantos de machismo durante o mundial.

Pausa para o tropeiro

Na pausa para o almoço, o Chef Edison Puiati falou sobre como seria um tropeiro russo. “Nesse aqui, usei cachaça para flambar as carnes, a gente poderia usar uma vodca para fazer à moda da Rússia, seria um ingrediente bem emblemático e ficaria muito bacana”, garantiu.

Foto: Marcelo Duarte

Segundo tempo

Na segunda rodada do bate-papo, foi a vez dos jornalistas Josias Pereira, repórter do caderno Super FC do jornal O Tempo, Renan Damasceno, repórter do caderno Super Esportes do jornal Estado de Minas, e Paulo Galvão, também repórter do caderno Super Esportes do jornal Estado de Minas, comporem a mesa.

Na etapa mediada pela aluna de jornalismo do Centro Universitário UNA, Helen Oliveira, os três repórteres esportivos falaram sobre assuntos diversos, incluindo a rotina dos jornalistas na cobertura dos clubes de futebol. Damasceno lembrou o fato de ser a primeira Copa do Mundo com árbitro de vídeo e que a tecnologia fez com que as coberturas ficassem muito mais dinâmicas. “O torcedor queria ver o ao vivo do que o jornalista estava vivendo na Rússia”, comentou.

Foto: Marcelo Duarte

Balanço sobre o evento

Alunos do Centro Universitário UNA e jovens interessados em cursar jornalismo prestigiaram o evento. Helmut Esser, estudante de jornalismo, elogiou a iniciativa do curso de promover esse encontro entre profissionais e alunos. “Sendo sincero, gosto bastante do curso porque sabe equilibrar a prática e teoria. Noto que os professores são muito flexíveis. Se você tem dúvidas, eles explicam tranquilamente”, contou. Thaís Gonçalves, também estudante de jornalismo, falou sobre o encontro com jornalistas já experientes. “Esse evento trouxe a oportunidade de ouvir as experiências deles frente ao jornalismo”, disse.

Convidada do bate-papo, Soraya Belusi fez um balanço positivo do evento e se disse contente com a participação do público presente. “Eu fiquei surpresa, porque muitos acreditam que a juventude é muito desfocada, fica no celular, acha chato, e o que eu vi aqui hoje foi o contrário. Todo mundo atento, interessado. Isso é muito gratificante, saber que a gente pode passar o que já experimentou”, exaltou.

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Por Moisés Martins

Foto: Moisés Martins

Mesmo após sua morte, Basquiat, um dos poucos artistas plásticos negros a ganhar projeção, continua quebrando tabus no mundo da arte

JEAN-MICHEL BASQUIAT | Lombo [Loin], 1982 |
As obras da coleção Mugrabi compõem a maior exposição de Basquiat já realizada na América Latina, em cartaz no Centro Cultural do Brasil Belo Horizonte (CCBBBH). Sucesso de público e crítica em São Paulo e Brasília, a mostra segue em cartaz na capital mineira até o dia 27 de setembro, e depois é a vez do Rio de Janeiro receber o trabalho do artista norte americano. A mostra dispõe de mais de oitenta obras, entre pinturas, desenhos e gravuras, espalhadas por todo o 3° andar do centro cultural.

O mineiro radicado em Nova Iorque, Jhonn Simões Braga, de passagem pela capital mineira, aproveitou a oportunidade para ver o trabalho do artista neo-expressionista. “A gente vê muita coisa dele lá, mas quase nunca em uma exposição só. Foi fantástico. Um presente do Brasil para mim”, declara. Por reunir um significativo recorte do trabalho de Basquiat e por destacar as obras de um artista negro, a exposição afirma o seu ineditismo.

Ao entrar na primeira galeria da exposição “Jean-Michel Basquiat – Obras da coleção Mugrabi ”, o confronto com o espaço, um prédio neoclássico, com o acervo da mostra, embebido de referências modernas e muitas vezes influenciado pela cultura pop, é inevitável. Durante a visita, muitas indagações vêm à mente.

O retrato de um artista negro logo na entrada não deveria causar impacto. Mas a imagem de Basquiat no museu tem uma força e carrega consigo muitas questões. Talvez, a principal delas seja a representatividade de artistas negros nos museus.

Para além das discussões sociais, a vida e obra de Basquiat, por si só, é capaz de surpreender aqueles que não conhecem a sua biografia. O que é possível notar nas reações dos visitantes ao longo da exposição, como revela a educadora Paulette Azambuja, graduanda em pedagogia com ênfase em arte. “As pessoas chegam aqui com mil estereótipos, os chamam de drogado, dizem que ele tinha AIDS, que ele viveu na pobreza, e muito por isso, por ele ser um artista negro, o que transforma o foco da visita”, conta.

Ao ir fundo na vida de Basquiat, é perceptível que essas afrontas vêm carregadas de puro preconceito. O artista veio de uma família de classe econômica média, sua mãe sempre acreditou no seu talento, e por isso, sempre o estimulou a desenhar, pintar e a interagir com tudo que se relacionasse às artes.

JEAN-MICHEL BASQUIAT | Flash in Nápoles [Flash em Naples], 1983 |
Basquiat foi um dos raros artistas negros de sucesso, no contexto das artes plásticas, em um universo predominantemente branco. Em sua carreira, trouxe à tona a negritude e os traumas experimentados pelos negros nos EUA.

Um fato marcante que coloca isso em evidência, é quando em sua primeira exposição ele vende todos os seus quadros, fatura duzentos mil dólares, e, logo após, ao tentar pegar um táxi na rua não consegue.

Por outro lado, há pessoas que vão à exposição por se reconhecer na vida dele. O público negro está se sentindo representado por essa exposição, e estão se inserindo no mundo das artes, o que não acontece muito em exposições de artistas brancos, por exemplo.

“A importância de se ter artistas negros, aqui dentro do museu, é para que as pessoas negras possam vir e se sentirem representadas. Muitos visitantes negros nunca tinham conhecido o CCBB e a exposição de Basquiat foi capaz de propor esse momento a eles, precisamos abrir janelas e pensar no acesso democrático de fato, para que todos tenham acesso às artes”, pontua Mateus Mesquita, coordenador do Programa CCBB Educativo.

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Estreia nesta terça-feira a 12ª Mostra Cine BH com a temática Pontes Latino-Americanas

Por Patrick Ferreira

A capital mineira recebe, nesta terça-feira, dia 28, a 12ª edição da Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, com a temática Pontes Latino-Americanas. A programação se estende até o dia 2 de setembro e estará presente em seis pontos da cidade, com eventos totalmente gratuitos. No total, serão exibidos 75 filmes nacionais e internacionais. A abertura ocorre no Cine Brasil Vallourec, às 19h, com o filme paraibano “Sol Alegria”, dirigido por Tavinho Teixeira e Mariah Teixeira, e com Ney Matogrosso no elenco, que estará presente na sessão.

Dentro da proposta de colocar em foco o cinema latino-americano, a diretora da Mostra CineBH 2018, Raquel Hallak, explica o que aproxima e distancia as produções do continente. “A ideia da mostra é trazer a discussão para o cinema latino-americano. Hoje os países que mais produzem é Argentina, México, Brasil e Chile e possuem peculiaridades, mas também muita aproximação. Pelo ponto de vista de financiamento, das questões estéticas e sociais. É uma ideia de a gente ampliar esse diálogo entre os países através do cinema e colocar as questões que são muito comuns entre esses países. O Brasil tem a questão da língua. São produções que a gente se vê nelas”, explana.

A partir da temática central deste ano, que irá homenagear a produtora argentina El Pampero Cine, o trio de curadores de longas-metragens Francis Vogner dos Reis, Pedro Butcher e Marcelo Miranda, pretendem com a mostra discutir o cinema latino-americano, quanto à sua identidade e capacidade de dialogarem, contrapondo diferenças entre os cinemas das nações latinas.

O grupo El Pampero Cine irá exibir dois títulos durante o festival, “La Mujer de los Perros (2015) e “La Flor”, que tem pré-estreia brasileira em Belo Horizonte. Raquel Hallak, em entrevista ao jornal Contramão, destaca a originalidade do filme que possui 334 minutos de exibição, cerca 14 horas. A produção será dividida em três sessões e retrata seis histórias independentes e sucessivas, todas as histórias são vividas pelo mesmo elenco, composto por quatro atrizes.

Foto: Divulgação/ Filme “La Flor”.

“Esse filme é recente, foi premiado na Argentina e realmente é uma nova proposta no Brasil trazida na Mostra Cine BH. Após o filme teremos uma palestra, onde a produtora vai falar sobre esse formato, que foge de todos os padrões e a Argentina é um país que se destaca na produção em toda a América Latina. É uma provocação sobre o que o cinema permite fazer”, comenta Raquel.

Legado da mostra

A cidade Belo Horizonte, apesar de bem localizada geograficamente, não era conhecida internacionalmente quando a mostra começou em 2007, e a cada ano vem se firmando mais e mais como a capital do entretenimento. “É importante utilizar esses eventos para as pessoas virem até aqui. A Mostra vem atraindo profissionais do audiovisual do Brasil e do mundo. Estamos trazendo 23 profissionais estrangeiros que vem aqui para conhecer o cinema brasileiro”, afirma Raquel Hallak.

A programação contará ainda com mostras dentro da mostra como é o caso da “Diálogos históricos”, que terá a participação dos críticos e pesquisadores João Luiz Vieira e do argentino Roger Koza, que irão debater filmes da década de 50 e 60 após suas exibições. Outro espaço interessante é o programa de formação audiovisual, que tem o propósito de fornecer ferramentas de capacitação, debates, troca de ideias para atuantes do setor audiovisual. O público infantil também será contemplado dentro do festival com a exibição de “O Colar de Carolina”, de Reginaldo Gontijo, com Letícia Sabatella. A “Cidade em Movimento”, outro recorte da mostra, trará o tema deslocamentos cotidianos.

Foto: Divulgação/ Filme “O Colar de Carolina”.

9ª edição do CineMundi

O CineMundi, evento de mercado da mostra, chega a sua 9ª edição. Nesta janela da mostra, os profissionais e realizadores do cinema do Brasil e do mundo têm a oportunidade de se encontrar e estabelecer trocas. O propósito é facilitar negócios, parcerias, divulgações e networks. Além de conhecer representantes de várias instituições do audiovisual, de várias partes do mundo, o evento é uma boa oportunidade para quem quer conhecer melhor as possibilidades do mercado cinematográfico.

 

 

Por: Patrick Ferreira

Foto/reprodução: Guto Muniz

O dramaturgo João das Neves, fundador do Grupo Opinião, faleceu em sua casa, na cidade de Lagoa Santa, Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta sexta-feira, aos 84 anos. O seu nome era simples e curto, mas a sua carreira foi longa e profícua, elevando o nome do teatro brasileiro. A sua biografia foi construída a partir de histórias de luta e resistência política.

O artista deixou duas filhas, Maria Íris, de 17 anos, fruto do relacionamento com a cantora Titane, e Maria João, de 29 anos, do relacionamento com sua ex-esposa. A morte foi causada por uma metástase óssea.

João dedicou mais de 60 anos às artes cênicas, foi um dos principais agitadores do teatro brasileiro. Participou dos Centros Populares de Cultura (CPC), foi fundador do grupo Opinião ao lado de nomes como Ferreira Goulart e Vianinha. Ele foi também diretor, iluminador, cenógrafo e ator. Realizou obras de impacto no período da ditadura militar como “A Saída, onde é a saída? ”, de 1967, e “O último carro”, de 1976. Outra obra significativa foi “Mural Mulher”, de 1979, que trazia questões como igualdade de gênero, lutas sociais e questões LGBT, isso durante o período ditatorial.

O dramaturgo também produziu obras voltadas ao público infantil como “O leiteiro e a menina noite”, de 1970, que trouxe o racismo como uma das temáticas. Inovou ao inverter a plateia no espetáculo “O Último Carro”. O público assistia do centro do teatro, enquanto os atores encenavam em torno deles. O espetáculo foi assistido por mais de 200 mil pessoas e foi um dos mais premiados de sua carreira.

João se mudou para Rio Branco, no Acre, nos anos 1980, lugar onde encontrou novas inspirações para o seu trabalho. O contato com os índios Kaxinawá lhe rendeu uma outra visão de Brasil, em contraponto à que tinha da região sudeste do país. No início da década de 1990, o diretor decidiu viver em Minas Gerais, com sua esposa Titane. Em parceria com ela, dirigiu shows e projetos musicais, sempre ligados à cultura afro-brasileira como “Zumbi”, de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, em 2012, e Madame Satã, de 2015, em parceria com Rodrigo Jerônimo. A montagem “Tributo a Chico Mendes”, em que ele narrou conflitos entre índios, latifundiários e governo, foi um grande êxito de sua carreira.

Em nota emitida à imprensa, a Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte e a Fundação Clóvis Salgado lamentam a morte do dramaturgo:

Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte: “João das Neves não nos deixou. Tornou-se uma estrela no céu que continua a nos iluminar. Cada um de nós carrega um pouco do que com ele aprendeu. Todos nós sabemos o quanto a cultura brasileira lhe deve de inspiração, exemplo de dedicação à arte e de compromisso com o outro. Podemos dizer que Minas Gerais é uma terra privilegiada por ter sido escolhida por João das Neves. Depois de tanto percorrer o Brasil, foi aqui que ele viveu seus últimos anos, uma vida de incansável dedicação à arte, especialmente ao teatro, tomado como uma arma de luta e com tanta brasilidade. Descanse em paz, João, a marca que por aqui você deixou por aqui nunca se apagará. Hoje, você somos nós. “

Fundação Clóvis Salgado“Para o teatro, sua contribuição é imensurável, além de representar um novo fazer artístico, nos ajudando a ver o teatro como uma ferramenta de resistência, valorização e ressignificação da arte. ”

Através do Facebook, políticos, artistas, produtores culturais e jornalistas de Belo Horizonte deram um último adeus a artista e amigo João das Neves, uma referência dentro de fora do teatro:

Márcia Maria Cruz (Jornalista): “Conversei com João das Neves há pouquíssimo tempo sobre o livro de poesia que escreveu “Diálogo com Emily Dickinson”. Foi a primeira vez que o entrevistei e lembro que, no dia, fiquei bem feliz por ter falado com ele. Mais do que extremamente culto, ele é uma alma delicada. Daquelas que tranquilizam a gente. Que faça uma boa passagem! ”

Nilmário Miranda (Candidato a deputado federal por Minas Gerais pelo PT): “Um dia triste para as artes e principalmente o teatro brasileiro. Parte João das Neves. Dramaturgo, ator, ativista, mil coisas que nos emocionaram e ainda vão emocionar muito mais. Engajado, lutou contra a ditadura, em várias frentes. Entre elas os Centros Populares de Cultura (CPC) e o Grupo Opinião. Fará muita falta nestes tempos em que temos de lutar novamente contra um golpe. Fica o desejo de muita força aos familiares e amigos. Seguimos na luta por aqui João, sua obra fica. ”

Carlandréia Ribeiro (atriz e produtora): “João das Neves, gratidão por tudo. Pelos ensinamentos, pela coragem amorosa e coerente com que viveu seus 84 anos nesse mundo. Sua passagem por aqui deixa um rastro de luz a ser seguido.

A história de um homem-artista-criador que como poucos soube que a arte é muito mais que firulas e arrebatamentos do ego. João das Neves, sim, fez do teatro espada e caminho para a gente compreender e lutar para mudar o mundo. ”

Áurea Carolina (Candidata a deputada federal por Minas Gerais pelo PSOL)“João das Neves transcendeu. Agora são as estrelas que fazem companhia ao mestre! João das Neves, presente! ❤”

Cida Falabella (vereadora de Belo Horizonte — PSOL)“O mestre dos mestres do teatro brasileiro se encantou hoje. João das Neves. Com ele aprendemos mais do que Arte: aprendemos luta, generosidade, parceria, bem viver. Aprendemos o país que desejamos. Aprendemos uma forma de amor que transforma, persiste e afeta. Te amamos. Vamos honrar seu legado, sua memória, sua paixão pelo teatro. Voa, João!”

Afonso Borges (escritor e produtor cultural): “Plagiando Drummond, “Morreram João das Neves”. O mais completo homem de teatro do Brasil: ator, diretor, ator, cenógrafo, figurinista, iluminador. Morreram com João das Neves uma mentalidade de dramaturgia. Ficou a lembrança de um artista completo, integrado ao mundo contemporâneo e suas adversidades. À querida Titane, sua companheira de tantos anos, meu abraço de urso, demorado, calmo, solidário. Que ele descanse em paz e para onde for, e estiver, promova esta renovação à revelia, como fez com todos nós. A.”

Marcelo Veronez (cantor)“Falávamos de João esses dias pra trás. Sobre a sua fragilidade e imensa força e o quanto ele merecia todas as homenagens possíveis, ainda em vida. João, obrigado. ”

Cícero Miranda (Artista Visual, Cenógrafo e Figurinista)“Adeus João das Neves! Em minhas lembranças sua forma firme e generosa ao dirigir os espetáculo Madame Satã… Só gratidão!”

Joy A Ti (jornalista e crítica de teatro)“Um salve para a grandiosidade desse homem! “

Marcelo Bones (diretor de arte)“João das Neves. Sexta feira triste. Foi-se um GUERREIRO. O teatro e a cidadania devem muito a ele. “

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Renan Damasceno, repórter do caderno Super Esportes, do jornal Estado de Minas, é um dos convidados do Tropeirão da Rússia

Time de jornalistas se encontram no Mercado Central para um bate-papo sobre a cobertura da Copa do Mundo na Rússia; o público, além de desfrutar do encontro, irá saborear um tropeiro preparado pelo chef Edson Puiati

Por Felipe Bueno

O futebol no Brasil não seria o que é hoje se não fosse pela cobertura primorosa dos jornalistas. Desde Nelson Rodrigues, e suas crônicas que traduziram a paixão pelo esporte, até os dias atuais, talvez nenhum outro tema, dentro das redações, tenha que lutar tanto contra a objetividade jornalística. É uma missão sobre-humana não colocar na narração dos jogos e nas reportagens a profusão de sentimentos que o futebol provoca.

É com esse mesmo entusiasmo que o Centro Universitário UNA promove, no dia 25 de agosto, no Mercado Central, o “Tropeirão da Rússia”. O evento irá reunir uma equipe de jornalistas que batem um bolão fora de campo, para um bate-papo sobre a experiência da cobertura jornalística na Copa do Mundo. E depois do mundial, quais são as histórias e a avaliação desses profissionais? Essas questões, junto ao fator emoção, serão discutidas durante o encontro. Entre uma rodada de conversa e outra, o público terá a oportunidade de saborear um delicioso tropeiro preparado pelo chef Edson Puiati.

Os enviados especiais, de lá da Rússia, durante um mês, acompanharam a rotina da seleção brasileira, os treinos das equipes, passaram por uma maratona de jogos e coletivas de imprensa, entrevistaram os maiores astros do futebol e tiveram que se adaptar à rotina de um país muito diferente. O Hexa não veio, infelizmente. Mas o mundial na antiga república socialista surpreendeu a todos e suscitou diversos debates, sobre o que rolou dentro e fora de campo.

A primeira etapa do bate-papo, às 10h, do dia 25 de agosto, traz na escalação a jornalista Isabelly Morais, estagiária da rádio Inconfidência e primeira mulher a narrar uma partida de Copa do Mundo na TV brasileira, pela Fox Sports, e a editora do caderno Super FC, do jornal O Tempo, Soraya Belusi. A conversa, que levantará importantes questionamentos como a participação da mulher na cobertura da Copa, será conduzida por Kelen Cristina, subeditora do caderno Super Esportes, do jornal Estado de Minas.

Na segunda etapa, entram na área os jornalistas Renan Damasceno, do jornal Estado de Minas, e Josias Pereira, do jornal O Tempo, para falar sobre curiosidades e situações que viveram durante o trabalho de cobertura jornalística do mundial na Rússia.

A Rússia era logo ali – A Copa do Mundo, se não for o evento esportivo mais importante, é, com certeza, o que mais mobiliza as pessoas em todo globo. Isso se deve, claro, às características tão marcantes do futebol, a arte dos pés e da imprevisibilidade. Durante os jogos, os olhos dos espectadores anseiam que a bola balance a rede tanto quanto os pés dos atletas aspiram um gol. É por isso que o sentimento é uníssono no futebol.

Nas ondas do rádio, da televisão, e, até mesmo, nas conexões por fibra ótica no celular e computador, é difícil perder um lance. O trabalho de jornalistas mineiros, responsáveis por transmitir, narrar e documentar os jogos, e, sobretudo, entreter milhões, ganha destaque no evento “Tropeirão da Rússia”. Foi ontem mesmo a final do torneio na Rússia, mas fica aquele gostinho de quero mais para os amantes do futebol. Essa é uma oportunidade de colocar o público em contato com os profissionais envolvidos nos bastidores da Copa do Mundo.

SERVIÇO

Tropeirão da Rússia – Bate-papo com jornalistas sobre a cobertura dos jogos da Copa do Mundo na Rússia

Quando: 25 de agosto, sábado

Onde: Mercado Central (Espaço Cultural 2 – andar do estacionamento)

Endereço: Avenida Augusto de Lima, 744 – Centro, Belo Horizonte

10h – Mulheres na Copa da Rússia – Bate-papo com as jornalistas Isabelly Morais, da rádio Inconfidência, e primeira mulher a narrar uma partida de Copa do Mundo na TV brasileira, pela Fox Sports, e Soraya Belusi, editora do caderno Super FC, do jornal O Tempo. A rodada será mediada por Kelen Cristina, também jornalista e subeditora do caderno Super Esportes, do jornal Estado de Minas.

14h – Cobertura da Copa na Rússia – Os repórteres esportivos Renan Damasceno, do jornal Estado de Minas, e Josias Pereira, do jornal O Tempo, entram na área para falar sobre a experiência.

Entre uma rodada de conversa e outra, o público terá a oportunidade de saborear um delicioso tropeiro preparado pelo chef Edson Puiati.

A participação no evento será feita mediante inscrição.

Link do formulário de inscrição: https://bit.ly/tropeiraodarussia

Sujeito a lotação – 100 lugares.

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Por Marcelo Duarte e Moisés Martins

Foto: Alexandre Milagres

Sem qualquer aviso da Defesa Civil, uma forte chuva de granizo assustou moradores na noite da última segunda-feira, dia 6. A chuva, que pegou a todos de surpresa, trouxe caos e danos para a população Belorizontina e região metropolitana.  

“O vento batia na janela com muita força. Como moro no último andar do prédio, fiquei bastante assustada com a chuva repentina. Ainda bem que foi rápida”, relata Samyra Zaidan, moradora da região central de Belo Horizonte.

Os estragos foram sentidos em várias partes da cidade. Morador do Bairro Palmares, região Nordeste, o professor Alexandre Milagres teve um dos cômodos de sua casa inundado. “Parecia que as janelas iam todas quebrar de tão forte a chuva. Do lado de fora de casa, haviam camadas e mais camadas de granizo. Depois da chuva, todas nossas plantas estavam quebradas, tivemos uma telha quebrada pela força da tempestade”, enumera os prejuízos.

Em nota, a Defesa Civil de Belo Horizonte disse que está sem acesso às imagens do radar meteorológico, devido a ajustes no sistema. “Considerando que estamos fora do período chuvoso, a chuva de ontem foi uma surpresa, um fenômeno raro, de rápida formação e curta duração.”

Ainda de acordo com a Defesa Civil, a pancada de chuva, que durou apenas dez minutos, teve um reflexo maior na região da Pampulha, a mais atingida com o temporal. Foi registrado o maior volume de precipitação na região, 17,4 mm, e também o maior número de ocorrências como alagamentos, destelhamentos, granizos e deslizamentos.  

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), esta foi a primeira chuva de granizo registrada no mês de agosto em Belo Horizonte. O instituto faz medições na capital mineira desde 1910.

O meteorologista Ruibran dos Reis esclarece, em entrevista ao telejornal MGTV 2ª edição, da TV Globo Minas, que o fenômeno ocorrido, chamado de pré-frontal, é um aglomerado de nuvens que se formam antes da chegada da frente fria. Esse evento natural é comum durante o verão e dificilmente ocorre no inverno. “Quando a frente fria chega em Minas Gerais, ela deixa o tempo nublado, chuva leve e depois queda acentuada de temperatura”, explica o especialista. A última grande chuva de granizo na capital ocorreu aproximadamente há dez anos atrás.

Em um comunicado postado no Facebook, a Defesa Civil colocou algumas recomendações e avisos sobre alertas de chuvas isoladas que fica valendo até esta quarta-feira, dia 8.

Comunicado da Defesa Civil de Belo Horizonte:

A Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil recomenda evitar áreas de inundação e não trafegar em ruas sujeitas a alagamentos e próximos aos córregos e ribeirões no momento de forte chuva, pois o seu nível pode se alterar rapidamente podendo acarretar transbordamentos.

Adverte para que não se abrigue debaixo de árvores e estacione veículos, pois elas podem cair e ocasionar graves acidentes. Atenção especial também em áreas de encostas e morros.

Outras recomendações:

– Tenha um lugar previsto, seguro, onde você e sua família possam se alojar no caso de uma inundação;

– Limpe o telhado e canaletas de águas para evitar entupimento;

– Retire todo o lixo e leve para áreas não sujeitas a inundações;

– Se você morar ou possuir comércio em áreas sujeitas à inundação coloque seus móveis e estoques em lugares altos;

– Colabore com a abertura de deságues para evitar o estancamento de água, pois pode causar muitos prejuízos,

principalmente para a saúde;

– Não utilizar alimentos atingidos pela água de enchente ou inundação e nem beber água de enchente ou inundação;

– Não jogar lixo nos bueiros e boca de lobo, nem nos córregos e rios, para não obstruir o escoamento da água;

– Não amontoe sujeira e lixo em lugares inclinados porque eles entopem a saída de água e desestabilizam os terrenos provocando deslizamentos;

– Não deixar crianças brincando na enxurrada ou nas águas dos córregos, pois elas podem ser levadas pela correnteza ou contaminar-se, contraindo graves doenças, como hepatite e leptospirose;

– Não tocar nem usar equipamentos elétricos que tenham sido molhados ou estejam em locais inundados, pois há risco de choque elétrico e curto-circuito;

– Jamais se aproxime de cabos elétricos arrebentados. Ligue imediatamente para CEMIG (116) ou Defesa Civil (199);

– Não coloque lixo nas ruas que seja de fácil propagação com o vento;

– Revise o madeiramento de sua casa;

– Reforce a amarração de seu telhado;

– Desligue os aparelhos elétricos das tomadas e o gás;

– Abaixe para o piso todos os objetos que possam cair, dentro das residências, com o vento forte (exceto em área inundável);

– Se você observar aparecimento de fendas, depressões no terreno, rachaduras nas paredes das casas e o surgimento de minas d’água avise imediatamente a Defesa Civil;

Em caso de raios, se estiver na rua:

Não permaneça em áreas abertas como campos de futebol,

quadras de tênis e estacionamentos;

– Não fique no alto de morros ou no topo de prédios;

– Não se aproxime de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;

– Nunca se abrigue debaixo de árvores isoladas;

– Evite lugares que ofereçam pouca ou nenhuma proteção contra raios (pequenas construções não protegidas, tais como celeiros, tendas ou barracos, veículos sem capota como tratores, motocicletas ou bicicletas);

– Evite estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica;

– Evite estruturas altas tais como torres, de linhas telefônicas e de energia elétrica;

Se estiver dentro de casa:

– Não use telefone com fio;

– Não fique próximo a tomadas, canos, janelas e portas metálicas;

– Não toque em equipamentos elétricos que estejam ligados à rede elétrica.