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Equipe de Reportagem: Alice Berdinazzi, Júnior Silva e Thaís Gonçalves

Foto: Letícia Íris

A Taça das Favelas movimenta todo o bairro Vale do Jatobá. Nos bastidores, estão dezenas de colaboradores do torneio, como os vendedores. Picolé, chup chup, balas, água e cerveja, enfim vendem de tudo e mais um pouco. Os comerciantes são personagens fundamentais, enquanto a bola rola. Também há o exército da Central Única das Favelas (CUFA) na  produção. Fotógrafo, produtor, quem faz a marcação do campo, coordenador, muita gente que está a postos para fazer a competição acontecer.

Dezenas de pessoas que contribuem para oferecer oportunidades a esses jovens, muitas vezes, marginalizados pela sociedade e vítimas de violência. A CUFA se empenha na promoção da cidadania nas comunidades. Com o olhar atento, entende o esporte como meio e instrumento de inclusão social.

A central ressignifica o conceito de esporte, não apenas como forma de lazer. Entende que a prática esportiva abraça desafios das comunidades de reconstruir vidas e reaproximar amigos. As famílias, por mais que não percebam, exercem papel fundamental. Sem o apoio delas, os jovens não estariam ali.

O vendedor de balas e salgadinhos José Luiz da Silva compareceu a todos os jogos. Aos 63 anos, afirma que não está ali só pelas vendas, mas também pelo lazer. “O esporte envolve a família e por serem jovens da periferia, é uma oportunidade de se manterem longe da criminalidade”, afirma.

 

Famílias dão sustentação para os atletas em campo

Entretenimento, família, amigos e moradores do bairro compuseram o cenário poliesportivo no domingo (22). Olhares atentos dos torcedores. Cada jogador carrega um sonho. Nos bastidores de um dos maiores torneios entre as favelas do Brasil, cada família é uma torcida, que traz histórias que motivam os jovens atletas e futuros profissionais a estarem ali.

Entusiasmados, pais, avós e até mesmo o motorista de ônibus escolar que transporta os atletas não conseguem conter a emoção. Apesar do pouco movimento no Complexo Poliesportivo do Vale do Jatobá, os pais de Victor Silva, de 17 anos, foram prestigiar o garoto.  “Ele é um menino esforçado, queremos que ele se sinta bem aqui, aqui ele se diverte”, diz o pai. Victor estava ansioso para entrar em campo. Seus pais mais ainda, demonstrando gratidão ao projeto que pode abrir portas para o filho.

A história dos irmãos Nunes, atletas do Jardim Leblon, desperta a atenção pelo empenho para que possam participação da Taça. Tanto os irmãos, que jogaram no campeonato, quanto a família vieram de Confins, a 42 quilômetros da capital, para participar do jogo. Além de se esforçarem nos treinamentos, fazem viagem entre a cidade de origem e a sede do torneio. No entanto, não falta apoio da família, que veio prestigiar os meninos no domingo. O esforço pode trazer resultados, um dos irmãos  participará de processo de seleção para o Clube Atlético Mineiro em maio. A aposta é que a Taça das Favelas poderá revelar nova estrela para o futebol mineiro.

Equipe de Reportagem: Alice Berdinazzi e Júnior Silva

Fotos: Moisés Martins

Nas três rodadas da Taça das Favelas, histórias têm sido reveladas. Não é apenas um torneio de futebol. É a chance para muitos “meninos do morro” mostrarem potencial e realizarem o sonho de serem aplaudidos em grandes estádios de futebol. Com a proximidade da final da competição nos dias 28 e 29 de abril, o empenho de meninas e meninos foi redobrado.

Com o propósito de mostrar talento em campo, as equipes masculinas se empenharam nos jogos do domingo (22), que definiram quais disputam as semifinais da Taça das Favelas no sábado (28). Para recepcionar as seleções, os moradores do bairro aqueceram o campo, com a realização de uma ‘pelada’. No futebol sem regras ou juiz, esses competidores descompromissados entraram em campo apenas para se divertir, enquanto não chegavam os “craques” que brigaram pela chance de permanecer no torneio.

Será que diretamente do campeonato serão revelados novos  talentos? Ainda não há resposta, apesar de alguns jovens terem sido identificados pelo olheiro técnico do Cruzeiro Esporte Clube. Contudo, o que é certo é que nova geração de jogadores se forma no campo do Vale do Jatobá.

Muitos craques estão por vir! Samuel Nunes, de 16 anos, jogador do time Vila Pinho, é um desses adolescentes que sonham sacudir as redes, conquistar respeito e fama no time do Cruzeiro. O garoto não é o único que deseja glória no futebol. Victor Silva, de 17 anos, é mais um que almeja ser o próximo Neymar Júnior. O jovem treina semanalmente e procura aprimorar suas habilidades para conquistar seu espaço como profissional.

Naquela manhã de domingo, a primeira partida entre Jardim Leblon e Conjunto Taquaril foi confronto de tirar o fôlego. Os meninos lutaram pela vitória. Entretanto, além da ganhar, ambos dependiam do resultado dos próximos jogos para garantir a classificação. Jardim Leblon levou a vitória por 2 a 0 no Taquaril, mas as duas equipes foram eliminadas.  

Os meninos almejam ser campeões, mas, mais do que a vitória, querem é jogar futebol. A partida entre complexo Minas Caixa e Ventosa prometia fortes emoções, mas a ausência do time de Venda Nova deixou os adversários da Vila Ventosa decepcionados. Com o WO,  garantiram participação na próxima etapa.

Apesar de não se classificar, a despedida do Aglomerado da Serra  foi em grande estilo. Os garotos deram “chocolate’ no Conjunto Granja de Freitas, com 5 a 1 – placar que se repetiu em outras rodadas da taça. Mas a goleada não foi suficiente para que seguissem na competição. Uma boa campanha ao longo do campeonato foi o que permitiu a classificação do Complexo Antena do Borel e Mariano de Abreu. Os times empataram em 0 a 0.

Uma briga de gigantes deu nome aos últimos classificados da Taça. Cabana do Pai Tomás e Complexo São Mateus se enfrentaram e a vitória de 4 a 2 foi para o Cabana. Apesar da derrota o São Mateus continua na briga.

 

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Equipe de Reportagem:  Ana Carolina, Kamille Lobato, Maycon Jonatan e Thaís Gonçalves.

Fotos: Letícia Íris, Renato Ronnie e Samyra Zaidan

A competição para garantir a vaga nas semifinais não foi fácil. Treze equipes entraram em campo com muita raça e empenho, levantaram poeira e acordaram o Bairro Vale do Jatobá, na Região do Barreiro em Belo Horizonte,  para assistir de pertinho à terceira rodada da Taça das Favelas. O campo de terra batida foi mais uma vez cenário para show de bola. Vila Tiradentes marcou a vitória com o placar de 3 a 0 contra o Conjunto Santa Maria e garantiu continuidade no torneio.

No sábado (21), a partida feminina entre o Aglomerado da Serra e Alto Vera Cruz foi agitada com interrupção do jogo e atletas lesionadas. O que não impediu a conquista de 3 a 0 para a Serra, time da Região Leste, que agarrou com chuteiras e meiões a posição na próxima etapa da Taça.

Aglomerado Santa Lúcia e Vila Corumbiara entraram em campo com poucas chances de classificação. O empate de 2 a 2 não garantiu a continuidade das equipes no torneio. Mateus Rodrigues, torcedor fiel da Barragem Santa Lúcia, afirma o quão importante é a Taça das Favelas para os “meninos do morro”. São motivados a entregar o melhor em campo, mesmo que ao final do jogo não saiam vitoriosos.

Os times femininos Complexo Minas Caixa e Cabana do Pai Tomás estavam classificados, quando se enfrentaram. Apesar de não precisarem do resultado, a rivalidade mostrou as caras entre as duas equipes, que disputaram como fosse a garantia de classificação. Ao final, as meninas do Minas Caixa soltaram o grito de vitória com o resultado de 1 a 0, permanecendo invictas no torneio.

A Taça das Favelas inspira dentro e fora de campo. As jogadoras com tripla jornada, conciliam cuidar da casa, trabalho e dedicação ao futebol, sonho profissional de muitas delas. Mas fazem sem reclamar. Com a cabeça erguida, mostram disposição para superar qualquer desafio. Muitas carregam como legado a paixão pelo esporte.

MÃE NA TAÇA: Sandra Soares é uma delas, jogadora do time da Vila Pinho que peleja para conseguir estar em todos os jogos. O maior desafio é quem fica com João Miguel, seu filho de apenas 10 meses, seu maior torcedor. Pela falta de condições para pagar alguém para tomar conta do pequeno, João acompanha a mãe em todos os jogos e se tornou atração entre o time. Com ele a diversão é garantida, independentemente, do resultado dos jogos. João ganhou várias “mamães” no momento que entrou no campo de futebol. 

 

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Por Bruna Valentim

A adolescência é comumente a fase mais conturbada da vida de uma pessoa. É quando as inseguranças estão no auge e a curiosidade para descobrir o mundo é enorme. É época do inocente primeiro amor e do primeiro coração partido. Decisões sobre o corte e a cor do cabelo são mais ousadas, e é quando acontece a tão esperada e temida relação sexual. A fase da adolescência é sobre descobrimento pessoal, formação de personalidade e caráter. Nessa caminhada, às vezes um acontecimento pode mudar tudo como ser mãe de primeira viagem.

Ser mãe não é fácil, e quando se é adolescente a tarefa se torna ainda mais difícil. Além de todas as inseguranças usuais da idade, existe também a responsabilidade iminente que a maternidade traz consigo.

 

O susto inicial

Grávida de 6 meses de Arthur, Maria Célia Horta de 18 anos, descobriu a gravidez após realizar um exame de sangue, por incentivo de seu namorado, após apresentar alguns sintomas. Horta conta que está animada para a chegada da criança apesar de já prever certos desafios em seu futuro: “Imagino uma vida repleta de desafios, mas nada que me impeça de alcançar meus objetivos, as coisas que eu almejo, que me farão felizes. Terei muitas responsabilidades, mas já me sinto pronta. Minha gestação está sendo ótima e não vejo a hora do meu filho estar aqui comigo e com meu namorado.”

Franciane de Souza, de 19 anos, por sua vez teve uma reação diferente ao se descobrir grávida, aos 14, de seu namorado de longa data. “Fiquei apavorada porque eu estava prestes a iniciar o primeiro ano do ensino médio, tive muito medo de contar para minha mãe, mas não pensei em abortar em momento nenhum. Os meu pais se assustaram na época, brigaram comigo, mas não me desampararam”.

Ela ainda lembra que teve que mudar completamente de vida em um momento que não gostaria. “Parei de estudar e já tive que me preocupar com ser mãe, ganhei meu bebê com 15 anos, na época quase não saia de casa com vergonha das pessoas na rua, fui obrigada a casar, sem nenhuma experiência de vida e isso não era o que eu queria naquele momento”. Souza voltou a estudar no ano passado, mas apesar de amar o filho ela tinha outros planos para sua vida: “Queria estar fazendo uma faculdade, outras coisas, ser dona de casa não é o que eu queria agora, amo muito meu filho, Victor Miguel, mas queria sim ter curtido mais, foi muita responsabilidade, muito de repente, queria ter saído mais com as minhas amigas. Estou casada porque sou mãe, do contrário estaria solteira sem dúvidas”.

A jovem acredita que teria engravidado caso tivesse tido uma conversa sobre educação sexual em casa, um tabu ainda em muitas famílias. “Com 12 anos namorava um cara de 19, tudo aconteceu do nada, nunca tinha tido uma conversa com a minha mãe ou irmã a respeito de anticoncepcionais, injeções, essas coisas, então eu me prevenia sozinha, como dava, até ter esse descuido que acarretou na minha gestação”, finaliza.

 

A volta por cima

Rosilaine Xavier de 40 anos, engravidou aos 17 anos e enfrentou muitos obstáculos, mas hoje sua trajetória mostra que a gravidez na adolescência, não significa o fim do mundo. Segundo ela, quando engravidou de sua filha, Laryssa ela ficou desesperada, “a pior parte era a reação da minha família, ela não suportava meu namorado, queria que eu escolhesse entre eles e meu relacionamento”.

relata também que durante sua gestação ela passou por um período conturbado, mas que as barreiras que teve que enfrentar a fortaleceram. “No início tudo foi muito tumultuado, o pai da Laryssa teve que ficar ausente por um tempo por esses problemas com a minha família que não estava aceitando bem essa situação, tive que crescer na marra, amadureci na força”.

Apesar da fase complicada, ela recorda que as coisas melhoraram gradativamente “Hoje estou casada com o pai da minha filha, minha família foi cruel no início o afastando de nós, a criei por sete anos sozinha, mas hoje estamos todos bem.  Olho para trás e vejo quão bom Deus foi para conosco. Cuidou de nós e hoje, quando olho para a Laryssa vejo como minha filha é linda e de um caráter extraordinário. ”

Questionada se tem algum conselho para as jovens mães da geração Rosilane explica que tudo na vida tem uma consequência, mas que é importante ter força para superar as adversidades da vida. “Estejam firmes para as lutas diárias; a luta interna com nós mesmas e externa; a sociedade é cruel e preconceituosa, mas que no final tudo se encaixa.”, concluí.

Laryssa Xavier, 20, filha de Rosilaine, compara sua relação com a mãe com a relação de Rory e Lorelai, protagonistas da extinta série Gilmore Girls, que retrata a vida de uma jovem mãe solteira e sua filha adolescente. “Sempre assistíamos a série juntas e nos identificamos com a vida das personagens”. De acordo com a jovem, ela sempre teve uma relação próxima a mãe. “Quando eu era mais nova achava divertido o espanto das pessoas ao dizer a idade da minha mãe. Hoje, vejo que é normal, a idade não muda quase nada. Somos mais amigas, talvez pela proximidade de idade conseguimos ser mais abertas uma com a outra.”

 

Laryssa afirma ser a maior admiradora de sua mãe e apesar de traçar uma trajetória diferente se orgulha da mulher que a criou: “Eu sempre falo isso com minha mãe, mas não custa repetir: sou quem sou hoje por causa dela. E apesar de não querer repetir muitas das coisas que aconteceram com ela, todos os dias me inspiro em sua força para levantar da cama e conquistar minhas coisas. Sou grata por ela nunca ter desistido de mim e ter me ensinado que mesmo sozinha, sou capaz de enfrentar qualquer obstáculo. Ela me mostrou a força que nós mulheres temos e eu vou carregar esse ensinamento para sempre.” declara a estudante.

 

Prevenção é importante

Segundo um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado recentemente no Brasil, 68,4% a cada mil adolescentes brasileiras com idade entre 15 e 19 anos  ficaram grávidas e tiveram seus bebês.

 

A mortalidade materna é uma das principais causas da morte entre adolescentes e jovens de 15 a 24 anos na região das Américas. Mundialmente o risco de morte dobra entre mães com menos de 15 anos em países de baixa e média renda. As mortes perinatais são 50% mais altas entre recém-nascidos de mães com menos de 20 anos na comparação com recém-nascidos de mães entre 20 e 29 anos, disse o relatório publicado por Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA).

A clínica geral, Neuzilene Maurício, explica que as jovens gestantes precisam de um cuidado redobrado no pré-natal para que tenham uma gestação e bebê saudáveis: “As gestantes adolescentes apresentam risco maior de complicação na gestação como, por exemplo, pré-eclâmpsia e eclampsia. Para essas adolescentes é indicado acompanhamento em serviço de pré-natal de alto risco, em cidades onde há centros de referência para esse acompanhamento!”. Ela ainda reforça que as equipes dos centros de saúde devem ficar atentas a rotina dessas pacientes. “Nesses casos temos que prestar atenção ainda a adesão no seguimento pré-natal, pois é muito comum elas não comparecerem a todas as consultas, realizarem os exames de rotina, então a equipe deve ficar atenta e realizar a busca ativa destas pacientes quando há baixa adesão”, explica a médica.

 

 

 

 

Por Melina Cattoni
Fotografia: Imagem Filmes

 

Liberdade, sonhos e superação. Tudo Que Quero, narra a história de uma jovem diagnosticada com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Wendy Welcott, adolescente de vinte um anos, possui uma rotina comum e sistemática. Inteligente e criativa, também possui uma paixão e talento para a escrita. A narrativa é construída em cima das desventuras da adolescente para participar de um concurso para escritores e entregar seu roteiro ao famoso estúdio de cinema Paramount Pictures, em Los Angeles.

Para alcançar o sonho e também a liberdade, Wendy descobre diversos caminhos e reviravoltas do cotidiano. A descoberta começa ao atravessar uma avenida  proibida, percorrer a estrada, enfrentar situações desconhecidas e, principalmente, lidar com diferentes pessoas. Durante as cenas, cada circunstância é acompanhada por uma trilha musical que compõe junto à fotografia os sentimentos daquela jovem. Encantado pela narrativa, o espectador acompanha com o coração na mão e brilho nos olhos toda a caminhada de superação.

 

 

Dirigido por Ben Lewin, o escritor apaixonado por fotografia e escrita narrativa, coleciona em sua carreira documentários, minisséries, programas episódicos e longas-metragens, entre eles, o premiado filme As Sessões em 2012. Já a trilha sonora, assinada por Heitor Pereira, compositor brasileiro que tem em seu currículo algumas faixas do filme Meu Malvado Favorito 2, usa das melodias para transitar entre momentos de apreensão e diversão durante a obra.  

A Imagem Filmes lança nesta quinta-feira, 26 de abril, o filme Tudo Que QueroPreparem o balde de pipoca e os lencinhos, o filme é de emocionar.

Imagem Filmes

Empresa nacional do ramo de entretenimento, atua na distribuição de filmes independentes em todo país. Para mais informações, acessem o site: https://www.imagemfilmes.com.br/ .

Tudo Que Quero

Direção: Ben Lewin
Produção: Lara Alameddine, Daniel Dubiecki Escritores: Michael Golamco, Michael Golamco
Elenco: Dakota Fanning, Toni Collette, Alice Eve, River Alexander, Jessica Rothe, Matt Corboy, Tony Revolori
Música: Heitor Pereira
Direção de Arte: Lindsey Moran

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Por Jean Lescano – Poligrafias – Parceiros Contramão Hub

Careço de você. Isso aí, tô carecendo. Carecer é urgência, é te sentir bem perto e entrar em pane por minutos. É entender que não tem escapatória, que meu calmante é teu abraço. Não dá pra empurrar mais ninguém. Tem que ser da sua maneira, essa que resolve tudo – só não resolve nós dois. Mas é com você, você topa? Você quem sabe, eu nem me incomodaria se meu braço começasse a formigar durante uma tarde no sofá. Nem ligaria se você começasse o cafuné, “Tá bom assim?”, ô se tá. É que tu sabe quando ir embora, só não sabe voltar. Por isso eu vim avisar, tô carecendo de você.

Mas me chama de algo novo, não vem com essa de “amor”. Tem que ter um novo, amor não rola. Paixão? É bem menos pesado e não carrega obrigação. Por que sentimento tem que ter nome? Eu aprendi assim, desculpa. Bora criar algo novo? Esconder de outro casal. Um nome tão besta e engraçado, igualzinho você no meu abraço. Sem esse lance de medir, que tal “Frieden?” Carrega um significado gostoso de ver, tão gostoso quanto seu sorriso que se mistura ao céu azul e imenso. Mas quer saber? Sem pressa, a gente encontra algo. Quando vierem com a pergunta do que eu sinto, vou dizer, “Ainda não tem nome, mas o sorriso é lindão”.