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Bloco Angola Janga. Foto: redes sociais (@blocoangolajanga).

Por Millena Vieira

Para além da diversão, manifestação. Assim, o bloco Angola Janga surge para resgatar a história da periferia. A dança, as cores e as canções que falam sobre o povo negro e sua cultura são usadas nas performances durante o Carnaval para representar aqueles que sustentam o movimento artístico nas ruas.

O bloco afro surgiu em 2015, devido à falta de conexão com a nova onda de blocos que estavam surgindo em Belo Horizonte naquela época. São pelo menos 200 integrantes desfilando todo ano. Bailarinos, artesãos, ritmistas, todos trabalhando em conjunto pela manutenção e preservação da cultura afro-brasileira. 

O coletivo preza pelo respeito à diversidade e a convivência harmônica, e é formado majoritariamente por mulheres, LGBTQIA+, negros, indígenas e quilombolas. O peso da importância de Angola Janga começa pela escolha do nome que faz referência ao Quilombo dos Palmares, espaço de refúgio, luta e resistência para pessoas escravizadas no período colonial brasileiro. Angola é a lembrança de casa, de um lugar seguro.

Para eles, o carnaval representa o parto, é quando o bloco nasce na rua com toda sua percussão e ritmo para celebrar. No entanto, não pode ser reduzido a um só momento, ao longo de todo ano o bloco segue fazendo grandes iniciativas para suas comunidades. Não se acomodam, tomam a linha de frente na criação de projetos que prezam pela emancipação do povo negro, chamando a atenção do poder público para ações em diversas áreas como educação, cultura, afetividade e cidadania. Seguem sem esquecer o ontem, para a construção de um futuro melhor. 

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Em menos de dois anos Roberto Carlos volta a BH para show com poucos ingressos restantes

Gustavo Meira

Se engana quem acha que Roberto Carlos é só no final de ano. O Rei estará em Belo Horizonte em março com o show da turnê 2024. Além da capital mineira, Roberto passará também por Montes Claros (MG), Brasília (DF), Santo André (SP) e Curitiba (PR) no mesmo mês. 

No auge de seus 82 anos de idade e quase 70 anos de carreira, o líder da Jovem Guarda arrasta um público de diversas idades, com ingressos esgotados na maioria de suas apresentações. O cantor e compositor foi considerado pela revista Rolling Stone Brasil como o 6º maior artista da história da música brasileira.  

O Rei sobe novamente ao palco do Expominas (Av. Amazonas, 6.200, Gameleira) no dia 10 de março, a partir das 20h. Sua última apresentação em Belo Horizonte foi em setembro de 2022. Clássicos como ‘Amigo’, ‘Emoções’, ‘Como é Grande o Meu Amor Por Você’, ‘Lady Laura’ e ‘Esse Cara Sou Eu’ estarão presentes no repertório. Além disso, as entregas de rosas no final do espetáculo, que é uma marca carimbada de Roberto há anos, fará parte do show encantando a todos os presentes.

Roberto Carlos em um de seus shows. Foto: divulgação.
Ingressos

Dois dias após o anúncio do show, mais da metade dos ingressos foram vendidos. Os mais caros, no valor de R$ 1 mil e que ficam mais próximos ao palco, já estão esgotados. Os poucos que restam custam R$ 600 e R$ 900.

Eles estão à venda no site da Eventim e na bilheteria oficial que fica no Shopping 5ª avenida, 1.314, na Savassi. Mais informações pelo site: eventim.com.br.

Por Júlia Garcia 

O fim de semana em Belo Horizonte está repleto de eventos para todos os gostos. Confira hoje a agenda que o Contramão separou para você curtir o final de semana.

Sexta

A estação mais animada do ano já chegou e traz consigo eventos com muita música, bons drinks e alegria. E para aquecer seu final de semana, nesta sexta-feira acontece o Amor de Verão, que vai contar com Baile do Maguá e DJ Vhinny. Serão horas de samba, axé, pagode, rock, forró e muito mais. Já vai preparando aquela roupa leve e confortável porque a temporada de verão promete!  O evento acontece na Amadoria, a partir das 18h. Os ingressos estão disponíveis na Sympla.

Sábado

E por falar em verão, a contagem regressiva pro carnaval está a todo vapor. No sábado, o cantor Silva desembarca na capital mineira com o Bloco do Silva. O show faz uma grande viagem musical e caminha por vários lugares, celebrando a vida em torno da música brasileira. Além do cantor, outros artistas também farão parte do evento. O Bloco do Silva acontece no Mirante Beagá e os portões abrem às 16h. Para garantir seu ingresso, basta acessar a Sympla.

Domingo

E para fechar o final de semana, em ritmo de carnaval, no domingo acontece o 1º Ensaio Aberto do Beiço do Wando. O aquecimento pro cortejo de carnaval, conta com muita estrutura pra todo mundo curtir! Além do Beiço, teremos Pacato Cidadão, Então, Brilha! e DJ Vini Brown. Será um ensaio de bateria com muita animação e música. O ensaio acontece em frente ao Fórum Lafayete, a partir das 9h. O evento é gratuito, mas o local está sujeito a lotação. Portanto, retire seu ingresso através da Sympla e chegue cedo para garantir a entrada.

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Por KEV

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Por Ingrid Vidotti

Em meados de dezembro de 2020, Thaina Borges de Souza, 28 anos, deixou sua casa no interior do Rio de Janeiro com uma mala e a determinação de reconstruir sua vida em Belo Horizonte. Essa decisão foi tomada após sua agitada jornada de trabalho como garçonete em um restaurante e a longa distância de duas horas percorrida todos os dias para não perder suas aulas do curso de Ciências Contábeis na capital fluminense afetar sua saúde. “A transição do interior do Rio para Belo Horizonte foi dada para melhorar minha qualidade de vida, que estava sendo muito prejudicada por não conseguir conciliar minha rotina”, afirma.

Chegada em BH

A viagem para Belo Horizonte durou longas oito horas sentada em uma poltrona desconfortável de ônibus. Sua mente não conseguiu descansar em nenhum momento ao longo do percurso, imaginando todos os percalços que poderiam aparecer nesta nova jornada em uma cidade onde conhecia apenas uma única pessoa. 

Sua adaptação aos costumes mineiros foi acontecendo aos poucos com a ajuda de sua noiva belo-horizontina, Andressa Vidotti, que apoiou desde o começo sua mudança de estado e a incentivou a continuar sua graduação. “Thaina veio para Belo Horizonte quando ainda estávamos vivendo um momento complicado da pandemia. Quando o ano virou, ela resolveu encontrar uma nova faculdade que lhe oferecesse uma das melhores grade curricular do curso de Ciências Contábeis. Desde o começo eu incentivei ela a não parar com os estudos, porque independente de toda essa mudança que estava acontecendo, o seu diploma não poderia ser colocado em segundo plano”, conclui.

Sua comadre Paula Renata Soares, que mora no Rio de Janeiro, acompanha toda trajetória de Thaina através de mensagens e ligações de vídeos. A saudade é muito grande, mas Renata entende que essa mudança foi muito importante para seu crescimento pessoal e profissional: “Me sinto feliz, porque ela está conseguindo conquistar tudo que sonhou. Espero que ela continue nesse caminho maravilhoso”, conta.

Atualmente

Hoje em dia, Thaina trabalha como Analista Contábil Pleno em um escritório de contabilidade no Barro Preto e aguarda ansiosamente para o momento de receber em mãos o seu tão almejado diploma no final de 2023.

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Por Pedro Soares

Doze é um número bem comum para nós, do mundo ocidental. Doze eram o número de deuses que se assentavam nas cadeiras do salão principal do Olimpo na mitologia grega. Para o cidadão médio novalimense era o número de vezes que ele precisava cortar o cabelo antes de poder ficar bonito de graça. 

Por doze vezes peguei o Nossa Senhora de Fátima no ponto de ônibus da BR, próximo a borracharia. Por doze vezes ele demorou mais do que o esperado e por doze vezes eu decidi esperar, afinal, esse ônibus é muito barato, apenas dois reais. Valeu cada espera.

Em cada uma dessas doze vezes eu subi a escada que ligava a avenida ao bairro Vila Operária, olhava a esquerda a igreja que ficava bem no início da subida, um pouco mais acima olhava para o salão de beleza que ali havia, olhava despretensiosamente uma das cabeleireiras lavando um cabelo e mais do que depressa desviava o olhar quando uma delas me olhava de volta.

Saía da escada já suando mais do que gostaria e me sentava na esquina da rua da barbearia, nesse momento me pegava pensando – se eu chegar lá ofegante assim, vão achar que eu estou passando mal? Ou vão pensar que eu estou fugindo de algo? – a conclusão no fim era sempre esperar o suor secar e a respiração voltar ao normal. 

Doze vezes seguidas entrei na barbearia e cumprimentei todo mundo, os dois barbeiros, os amigos que estavam sendo atendidos e fui direto para o banheiro e joguei uma água no rosto. Sentei na cadeira para ser atendido, respondi por doze vezes que o corte seria “o de sempre” e vez ou outra pedia para acertar a parte de cima. O famoso corte americano, um disfarçado – de cria – no pezinho do cabelo, dos lados e atrás e em cima mantém, deixava crescer pra ficar no estilo. 

Ao final de cada um dos doze cortes, após finalizar o pagamento, sempre fazia questão de tirar ele da carteira, o cartãozinho fidelidade, para minha felicidade e desespero do barbeiro, o grande dia se aproximava. O dia do corte grátis estava cada dia mais próximo e eu poderia então aproveitar do meu direito legítimo. 

E então chegou o grande dia, a minha 13º ida ao barbeiro e eu gozaria do meu corte gratuito. Assim que saí de casa o tempo fechou, olhei pra cima e vi a chuva começar a descer, pensei alto – Hoje ninguém vai estragar meu dia. Segui para o ponto de ônibus, mais uma vez ele demorou, só que dessa vez eu já esperava! Paguei os meus dois reais, desci na avenida, comecei a subir as escadas e não fiz nada diferente. 

Olhei para a igreja, encarei a cabeleireira que lavava o cabelo de uma cliente, mas dessa vez sustentei o olhar e ousei um sorriso. Saí da escada, dessa vez não sentei na esquina porque a chuva não permitia, entrei na barbearia e o barbeiro já me esperava sorridente – Hoje é por minha conta, Pedrão!  

Antes de ele me perguntar, já respondi de prontidão – Hoje é o de sempre e não vamos tirar nada em cima. Seguimos numa embalada conversa, finalizei o meu corte e diferente das últimas doze vezes, quando peguei o cartão fidelidade não foi para um novo preenchimento, mas sim para pagar usando o meu voucher.

Agradeci ao amigo barbeiro, me levantei para ir embora e ao abrir a porta para ir embora, notei que assim como eu no meu corte de cabelo, o dia voltava a estar radiante. A chuva havia cessado, sorri e passei a mão na parte de trás da cabeça sentindo a sensação de cabelo recém cortado, segui para casa feliz e realizado.