BH é conhecida pela farta arborização, mas qual a situação destas árvores?

BH é conhecida pela farta arborização, mas qual a situação destas árvores?

O Jornal Contramão publicou uma reportagem ontem, 6, sobre a arborização de Belo Horizonte. Na publicação, informou-se que a cidade possui cerca de 465 mil árvores, contabilizadas através do projeto “Inventário das árvores de BH”. A Organização Mundial de Saúde recomenda que as cidades possuam 12m² de área verde por habitante,o atual índice divulgado sobre a capital mineira extrapola a recomendação, alcançando 18m².

Porém, muitas destas árvores não encontram condições favoráveis para o seu desenvolvimento. A agrônoma e analista ambiental, Kênia Chagas, destacou o conflito entre a urbanização e as necessidades biológicas como fator contribuinte para o mal desenvolvimento das árvores. De acordo com Chagas, a compactação do solo realizada pela construção de edificações, quando mal executada, é extremamente prejudicial. Além destes outros fatores:

  •         Depósitos de resíduos, lixo e entulhos próximo a base das árvores;
  •     Pavimentação das calçadas reduzindo a área para penetração do ar e das águas das chuvas;
  •  Poluição do ar que se acumula sobre a superfície das folhas dificultando a fotossíntese.
  •         Plantio de espécies inadequadas para o local.

Outro ponto observado pela analista ambiental, é a falta de diversidade das espécies. Segundo ela, recomenda-se que na composição arbórea das ruas de uma cidade, as populações individuais não ultrapassem 10 ou 15% da população total. “Isso é sugerido para evitar problemas de pragas e doenças e criar pontos de interesses distintos dentro do perímetro urbano. Contudo, frequentemente o que ocorre é a presença massiva de poucas espécies.”, salienta.

Por fim, Kênia explica alerta para os riscos da prática da poda de maneira incorreta. Segundo a agrônoma, a poda é uma prática antiga, com técnicas adaptadas as necessidades das árvores, tais como, as podas de formação da muda e as podas de limpeza para retirada de galhos inadequados ou doentes. Também são comuns as podas de adequação e rebaixamento para sanar problemas decorrentes do plantio inadequado e que devem buscar o máximo possível manter formato original da árvore.

Contudo, é bastante presente o hábito de fazer a poda apenas por fins estéticos, “Essas podas causam estresse e expõem áreas passíveis de entrada de patógenos podendo ocasionar até mesmo a morte da planta. Por ser uma operação dispendiosa e que interfere na fisiologia e na estética da planta, a poda deve ser utilizada somente quando for efetivamente necessário.” explica.

 

Projeto de Extensão

Atentando-se para os problemas ambientais de Belo Horizonte, especificamente da situação de descuido das árvores, a professora do Centro Universitário UNA, Magda Santiago, criou o projeto de Extensão Árvore Urbana, em agosto de 2015. O projeto visa divulgar, por meio de exposições fotográficas e da produção de peças de conscientização, situações de maus tratos referentes a cercas apertadas, raízes cimentadas e cortes sem replantio. Para alcançar estas finalidades, o projeto pretende estabelecer parcerias com associações, organizações não governamentais e com o poder público municipal, “buscando a qualificação do urbano enquanto espaço de produção e de repercussão de sensibilidades”, explica a professora.

A seguir, veja algumas fotos da primeira exposição do projeto, produzida pelos anos Cássio Oliveira, Felipe Chagas, Júlia Portuense, Lívia Tostes, Pedro Souza, Roberto Márcio, Tamires Rodrigues, Thauane Ferreira e Umberto nunes,  na disciplina de fotojornalismo.

Por: Bruna Dias

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