BH é destino do teatro em setembro

BH é destino do teatro em setembro

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A 14ª edição do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua trará à capital mineira espetáculos do Brasil, Europa, África e América Latina e promete agitar a cidade

Por: Patrick Ferreira/Foto: Sergio Cadah

O mês de agosto ainda não terminou e a expectativa para que setembro chegue logo é grande. Isso porque entre os dias 13 e 28, a capital mineira receberá a 14ª edição do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte, o FIT-BH. Neste ano, a mostra teatral irá focar no movimento e nas transformações da sociedade. Esse tem sido, então, o norte da curadoria do evento que irá trazer ao público belo-horizontino dezenas de espetáculos nacionais e internacionais.

Na última segunda-feira, dia 27, toda a imprensa mineira foi convidada para o lançamento da 14ª edição do festival. A recém empossada Presidente da Fundação Municipal de Cultura, Fabíola Moulin, e a representante do Instituto Periférico, Gabriela Santoro, apresentaram algumas temáticas abordadas na mostra, como o olhar sobre a cena nordestina e questões étnico-raciais. Outra novidade apresentada se refere a escolha da curadoria, que conta Grace Passô, Luciana Romagnolli e Soraya Martins, eleitas através de edital público.

A abertura, no dia 13 de setembro, fica por conta do espetáculo “Batucada”, do Piauí. A apresentação será no espaço aberto do Parque Municipal. A peça traz uma batucada que será tocada no ritmo de 50 performers. Também estará presente o grupo “Looping: Bahia Overdub”, de Salvador.  Cerca de 150 performers vão se apresentar trazendo a agitação, típica das festas de rua da capital baiana.

Foto: Patricia Almeida

Nesta edição, a programação está norteada pelo conceito Corpos-Dialetos, que trata de ampliar a noção de teatro brasileiro, evidenciando matrizes africanas, expansão do Brasil, investindo na potência de corpos que estão em movimento, em ação como transformadores da sociedade.

Ao ser indagada pelo Jornal Contramão sobre a movimentação política e social da sociedade, Grace Passô respondeu: “Há meses atrás não sabíamos onde estaríamos hoje. Hoje não sabemos como vamos estar durante o festival. Então, o FIT traz essa possibilidade de alargar as discussões, os espaços através da arte.”

Para todos os públicos

Ainda que o festival aponte alguns temas, o público terá a oportunidade de assistir espetáculos das mais variadas linguagens. Dentro da programação estrangeira, um dos destaques é “Adwanted”, da atriz ruandesa Dorothée Munyaneza, que cria um testemunho de mulheres que foram violentadas em guerras no país. Na janela nacional, o festival pretende trazer referências nordestinas, como por exemplo, a montagem “A Invenção do Nordeste”. A peça, de uma forma bem-humorada, reflete sobre como é ser nordestino. Outro destaque, a produção “Isto é um negro?” traz uma reflexão racial, discute sobre o lugar de fala do negro na sociedade.

Para abranger diversas faixas etárias, o evento irá trazer espetáculos infantis como “Chapeuzinho Vermelho”, que evoca de forma contemporânea a fábula e faz uma referência ao medo e curiosidade das crianças diante do desconhecido.

Como forma de dar visibilidade e valorizar os grupos e artistas da cidade, espetáculos de Belo Horizonte foram contemplados na programação, como é o caso de “Assembleia Comum”, que levanta a discussão de assuntos atuais para o público em forma de debate. A peça “Chorar aos filhos”, também belo-horizontina, traz uma apresentação a partir do relato de mães que perderam seus filhos em operações policiais e ainda não tiveram punição aos culpados ou qualquer posicionamento do estado.

A programação completa do Festival Internacional de Teatro Palco e Rua de Belo Horizonte está disponível em: https://fitbh.com.br/

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