60 anos. 60 histórias

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Dentro da universidade, Casa Una é o espaço que acolherá ideias disruptivas, projetos empreendedores e empresas do setor 

Por Keven Souza

O Jornal Contramão se propôs escrever 60 matérias para marcar o sexagenário da Una. Foram pesquisas, entrevistas, conversas e mais conversas com diretores, professores, colaboradores e alunos. A nossa série “60 anos. 60 histórias.” chega ao fim com um sentimento de dever cumprido e a certeza que essa instituição evoluiu muito durante essa jornada. 

E para fechar esse projeto escolhemos falar da Casa Una, o centro de inovação que vem por aí, confira! 

Casa Una 

O Centro Universitário Una está elaborando o seu próprio centro de inovação, um projeto surpreendente em toda sua substância que promete aquecer o ecossistema de inovação e educação de Belo Horizonte. O hub se chama Casa Una, se localizará no campus Aimorés para conectar o passado, que permeia através do tombamento cultural do prédio, e o futuro, que abraça a integração da tecnologia, na simbiose perfeita para apresentar uma estrutura completa e ideal para o trabalho colaborativo e o aprendizado experiencial. O espaço trará novos negócios e convergirá todos em uma mesma sintonia a partir do ano que vem. 

Os hubs de inovação são espaços multifuncionais que valorizam o conhecimento voltado à cultura contemporânea e ao empreendedorismo tecnológico. São feitos por uma comunidade que acredita na força e no poder de compartilhar ideias, desenvolver conexões e impulsionar experiências criativas. Nestes espaços podem operar laboratórios, startups, empresas, investidores e o próprio mercado. Ou seja, são imprescindíveis para a economia e o desenvolvimento de grandes projetos e até da cidade onde eles se instalam. 

Em Belo Horizonte, existem diversas empresas que se atentam à tecnologia e são do nicho inovador, como a Órbi e o Centro de Inovação e Tecnologia do SENAI. Contudo, através da implementação da Casa Una, o ecossistema mercadológico da capital está prestes a conhecer algo diferente do que se tem hoje de centro de inovação. É o que explica a administradora e diretora da Cidade Universitária da Una, Carol Sarmento. “O mercado que se tem hoje precisa da participação da academia. Acredito que para BH, o nosso hub de inovação é essencial, porque o setor daqui precisa dessa visão diferente que vem de dentro da universidade. Aquele olhar renovado, sem ruído e totalmente novo. E este é o nosso diferencial, oferecer um capital intelectual qualificado na solução de problemas do mundo real”, diz.

E é exatamente com este diferencial, de ter um espaço que explora, cria, compartilha e experimenta, que o hub da Una trará projetos de interesse social e acadêmico, parcerias com grandes empresas do setor, espaços multidisciplinares, programas e eventos exclusivos, entre outras ações que poderão surgir a partir de uma estrutura inovadora, focada no desenvolvimento de pessoas e no empreendedorismo jovial.

Para acontecer todo esse processo, o projeto arquitetônico tem envolvido diversos profissionais de diferentes áreas para construir um local que abrigue o futuro e não rejeite o passado. Hoje, os espaços projetados para a Casa Una contam com uma infraestrutura única, de dois andares, que preserva o patrimônio cultural do Casarão e abordam um design biofílico (junção da área urbana com a natureza) moderno e arrojado, além de ser acessível a todas as pessoas, incluindo aquelas com necessidades especiais.  

Com ineditismo, o Contramão traz a você os principais ambientes do centro de inovação da Una, confira. 

1º andar 

– Área de convivência externa

– Espaço café/recepção

– Espaço yoga

– Espaço linklab 

– Sala de reunião

– Sala de produção e identidade audiovisual 

– Flow school

2º andar 

– Sala de produção 3D

– Sala de projetos

– Sala de treinamentos

– Sala de colab

– Varanda 

O hub da Una está sendo desenvolvido para integrar não só espaços inovadores na cidade, como seus alunos a um local onde o futuro já começou. A comunidade acadêmica, é um dos pilares da Casa Una, com o propósito de que estejam inteiramente mobilizados a favor de uma visão macro ligada a soluções de problemas do mundo real e que os estudantes possam construir competências e habilidades que o mercado, enquanto campo de evolução, busca nos profissionais. 

De acordo com Carol, essa ideia de ir na contramão do gap de mão-de-obra, já tem sido utilizada pela Una a partir do seu currículo integrado e interdisciplinar. Mas é agora, com o funcionamento do hub de inovação, que tende a modernizar o conceito de ensino superior e trazer um aprendizado acadêmico ainda mais rico e diverso aos alunos. 

“Estamos trazendo uma forma de ensinar diferente do que se tem hoje, totalmente inovadora, um ensino mais próximo de problemas reais, com desenvolvimento de habilidades socioemocionais, que é o que o setor tem buscado dos profissionais, e que propicia interação contínua com o entorno. Na nossa visão este tipo de iniciativa, como a Casa Una, traz um aprendizado diferente, mais rico e completamente inovador, alinhado com as necessidades do mercado de trabalho”, afirma. 

Ela ressalta que, durante anos, as universidades não têm tido uma troca sinérgica com o mercado. “Por muito tempo, a academia tem se distanciando do mercado e as empresas têm criado suas próprias faculdades corporativas. Isso faz com que quando os alunos saem das universidades precisem passar por um treinamento extensivo antes de começarem a trabalhar e atuar nos cargos.”

A partir dessa premissa, o hub tenciona reconquistar essa aproximação com o mercado, mediante o preparo e o entendimento do perfil ideal, de habilidades e competências necessárias, para que os alunos se tornem profissionais genuínos e comecem no setor pronto para poder produzir e entregar resultados incomparáveis. 

A Casa Una, em síntese, é uma iniciativa grandiosa, ousada e traz a expertise necessária para ampliar o conceito de educar. Inclina-se para que empresas, estudantes e frequentadores se apropriem do espaço e sintam-se parte da proposta. O hub encerra o sexagenário da Una neste ano de 2021, como uma das ações visionárias e inovadoras que a instituição entrega mais uma vez aos seus alunos. Um presente que irá abrilhantar a cidade, fomentar a boa convivência e beneficiar o entorno. 

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Por Bianca Morais

Na série de reportagens de comemorações do sexagenário da Una, o que mais se pode identificar nessa trajetória foi o quanto a instituição cresceu e se desenvolveu ao longo do tempo, o tanto que procurou levar a melhor experiência a seus alunos, se adaptar aos novos formatos, ampliando suas unidades para diversas regiões de Minas Gerais e Goiás, levando educação a todos e transformando o Brasil através dela.

É com a ideia de ampliar ainda mais que a Una traz dois novos cursos para a grade da Cidade Universitária, a Medicina Veterinária no campus Liberdade e os Jogos Digitais na Aimorés. 

 

Medicina Veterinária

Recentemente o curso de Medicina Veterinária de Contagem ganhou destaque no Jornal Contramão devido a inauguração do Centro Médico Veterinário da unidade, o primeiro do município, o curso existe por lá há cerca de quatro anos e já leva para o local aproximadamente 500 alunos.

Outra unidade que ainda marcou presença foi a de Uberlândia, com o incrível projeto de extensão Uberlândia Amiga dos Carroceiros, a iniciativa promove atendimentos gratuitos aos cavalos proporcionando melhor qualidade de vida aos animais e a seus donos que dependem deles para sua sobrevivência.

Presente também nas unidades do Barreiro, Betim, Itabira, Bom Despacho, Catalão e Pouso Alegre o curso em crescimento e muito bem visto pelo mercado chega na CDU para trazer ainda mais jovens que têm o desejo de ingressar na área. 

O novo curso irá se instalar na unidade Liberdade e contará com uma clínica para animais de pequeno porte, que será construída no local. O principal diferencial da Veterinária na Cidade Universitária será a tecnologia e a produção de alimentos indústrias em parceria com a Gastronomia na fabricação de laticínios, entre outros.

Segundo a diretora da CDU, Ana Carolina Sarmento, entendeu-se que dentro portfólio da CDU, a única área que não existia era a das agrárias e que medicina veterinária é o principal curso desse meio, com grande procura, e que se comparado a outras faculdades da região central, a Una era a única que não oferecia. 

“Nós já estamos com um bom número de matriculados e provavelmente já teremos o curso em fevereiro de 2022. Continuaremos disponibilizando para os alunos a partir do quinto ano o uso do hospital veterinário da Linha Verde, que é o um dos melhores e mais equipados da cidade e também a parceria com a fazenda, será um intercâmbio entre os campus”, esclarece a diretora.

Sarmento também comenta as expectativas para essa nova fase. “São as melhores possíveis, irá trazer uma vida diferente para a nossa Cidade Universitária, o curso de Medicina Veterinária movimenta muito e cumpre o nosso posicionamento e objetivo de abraçar o entorno, atender nossa comunidade e fazer essa relação com a cidade”, completa ela.  

 

Jogos Digitais 

Outro curso que vem para integrar a grade é o de Jogos Digitais. Em bate papo com o coordenador de Grande Área – Gestão & Negócios e Tecnologia da Informação, Raphael Paulino, ele compartilha as expectativas da chegada desse curso inovador.

De onde partiu a ideia de começar o curso de Jogos Digitais na Una?

A ideia de ofertar o curso de Jogos Digitais emerge da constatação de que o mercado de trabalho é amplo e promissor para quem cursa faculdade de Jogos Digitais, já que só ele movimenta quantidade significativa de recursos em relação a outros mercados no Brasil. É um mercado em constante crescimento que oferece muitas oportunidades para quem é da área. Não obstante, a pandemia aprofundou muito rapidamente o uso de tecnologia da informação e isto corrobora fortemente a oferta do curso.

Por que a CDU foi escolhida para ser o campus que receberá o curso?

A CDU possui um histórico robusto na oferta de cursos das áreas de Tecnologia da Informação, Design e Gestão, cursos que subsidiam – em termos de estrutura, know-how e corpo docente – a operacionalização do curso de Jogos Digitais.  

Jogos Digitais é um curso inovador encontrado em poucas faculdades de BH. O que a Una pretende alcançar oferecendo esse curso?

A CDU está localizada na região central de Belo Horizonte, berço da busca constante pela inovação e uso de tecnologia. Ofertar um curso escasso em termos de oferta de outras IES é parte de um posicionamento acadêmico e de mercado que possui viés estratégico, tanto em termos institucionais quanto de geração de impacto socioeconômico positivo na formação de profissionais de excelência. 

Ademais, o curso de Jogos Digitais da CDU estará regido por uma matriz curricular integrada, toda referenciada por competências e com foco no desenvolvimento ativo do estudante, características que diferenciam positivamente ainda mais o curso, que contará com todo o respaldo do Ecossistema Ânima e da interface direta com as Big Techs – isto é, as grandes empresas de tecnologia que se destacam no mercado, parceiras Ânima.

Quais são as expectativas com a chegada desse curso?

A expectativa é que este curso possa fortalecer ainda mais os cursos da área de Tecnologia da Informação, articulando-se com estes na pesquisa e na extensão, assim como nas Unidades Curriculares Duais junto às empresas. Não obstante, espera-se que o curso esteja diretamente ligado ao Ânima Lab Hub na CDU a partir de uma relação direta (envolvendo docentes e discentes) com o Business Lab, Legal Lab e Fashion Lab.

Em poucas palavras, resuma o que é o curso de Jogos Online e qual será o diferencial desse curso na Una.

O curso de Jogos Digitais prepara profissionais para a criação de jogos para diversos ambientes digitais. Após o término do curso, o aluno está apto a desenvolver todos os processos que formam um jogo, como script, descritivo de personagens, modelagem, criação do ambiente digital, estratégias e toda a finalização. Durante a formação, o aluno tem aulas de softwares específicos, próprios para a construção gráfica, edição de imagens, modelagens de cenários e animação de personagens. O diferencial do curso na Una será a ênfase nas metodologias de aprendizagem ativa e a interface direta com Big Techs que assegurarão experiências reais e a empregabilidade dos discentes.

Em sua opinião, qual a importância dessa nova conquista?

Esta conquista fortalece todo o ecossistema de aprendizagem da CDU, tornando ainda mais completo nosso portfólio de cursos e posicionamento de mercado frente a outras Instituições de Ensino Superior.

 

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Por Bianca Morais 

O Centro Universitário Una sempre buscou fechar parcerias fortes e sólidas, principalmente, quando o assunto é colocar seus alunos em contato constante com o mercado, um exemplo delas, é o acordo firmado com a CDL – Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte. 

A proposta dessa parceria promete a execução de vários projetos ligados ao setor tanto acadêmico quanto comercial, com o intuito de trazer vivência mercadológica para os discentes e criar projetos que fomentem o setor lojista. 

A parceria surge do desejo da Una de ampliar seu relacionamento com a Câmara de Dirigentes Lojistas, em consonância com o propósito de transcender os muros das instituições e abraçar o entorno. 

“O principal objetivo da parceria é fomentar as iniciativas do Centro Universitário Una e da CDL Belo Horizonte que possuem propósitos consonantes, corroborando o impacto socioeconômico positivo propagado aos estudantes, aos associados da CDL, e à comunidade em geral”, comenta Raphael Paulino, coordenador de Grande Área – Gestão & Negócios e Tecnologia da Informação.

Com essa ação a Una pretende trazer diversos benefícios aos alunos, entre eles estão:

  • possibilidade de cursar Unidades Curriculares Duais com empresas do portfólio de associados da CDL, com o respaldo administrativo da própria Câmara; 
  • atuar de forma ativa na capacitação de colaboradores das empresas do varejo, podendo aplicar de forma prática o conhecimento da sala de aula; 
  • relacionar-se ativamente com a CDL e empresas associadas, se apropriando das dinâmicas que regem estas empresas e destacando-se frente a estes possíveis empregadores.

Para a Una, a sinergia reforça o posicionamento estratégico junto a uma instituição importante, que possui know-how em inovação aberta e varejo inteligente, e que pode dar ênfase a projetos institucionais. A parceria também reforça o próprio conceito de Cidade Universitária, ao ressignificar o posicionamento geográfico da CDL (muito próximo da CDU) como parte do Ecossistema de Aprendizagem e do B2B.

O fechamento da parceria justifica-se pela possibilidade de mapeamento das iniciativas passíveis de realização conjunta entre Una e CDL e pela transparência em relação às atividades a serem desenvolvidas. Em vista disso, todos os cursos – de todas as áreas do conhecimento – serão beneficiados pela sinergia, por esse motivo as múltiplas frentes nas quais a CDL atua e ainda os múltiplos ramos de atividade das empresas associadas à CDL.

Sobre o desenvolvimento da ação, Raphael, esclarece que ela será oficializada a partir da assinatura de um Termo de Cooperação entre Una e CDL que formaliza as possibilidades de atuação conjunta. 

“Todavia, antes mesmo da celebração do termo, a CDL e a Una já designaram equipes de trabalho compostas por colaboradores de ambas as partes para dar prosseguimento a ações e projetos. Em 2021/2 já houve a realização de uma Unidade Curricular Dual da área de Gestão & Negócios (Inovação, Sustentabilidade e Competitividade Empresarial) junto à empresa Atacadão das Tintas, associada CDL e indicada pela mesma para a UC Dual”, completa o coordenador.

A Una pretende, ao buscar sinergias, cumprir seus pilares de empregabilidade e empresabilidade, ampliando seu posicionamento junto a empresas importantes. Em contrapartida, para a CDL, a parceria beneficia o setor varejista, que tem experimentado mudanças diversas nos últimos anos, decorrentes da conjuntura econômica, política, social e de saúde pública. Transpor estas mudanças demanda conhecimento. A Una, a partir da atuação docente e discente, pode apoiar o setor varejista ao transferir saberes importantes para tomada de decisão e formação profissional e empreendedora, bem como ao propor soluções de problemas organizacionais.

“Um dos maiores gargalos observados na formação universitária (tanto pelas empresas quanto pelos próprios estudantes) é o distanciamento que existia entre a formação e as competências requeridas pelo mercado de trabalho. As parcerias com as empresas possibilitam uma intensificação da aplicação prática do conhecimento teórico em situações-problema reais, que demandam conhecimento, habilidades e atitudes (tanto técnicas como comportamentais) que são efetivamente demandadas no mundo do trabalho. As ações da Una com as empresas possuem essa prerrogativa”, conclui Raphael.

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Por Keven Souza

Se existe algo que a pandemia evidenciou é o hibridismo das tarefas. Se antes era preciso sair de casa para de fato trabalhar, hoje, essa não é a única realidade. O home office é um tipo de atuação flexível que tende a ficar e permanecer em todas as profissões, mesmo no  pós-pandemia. 

Com este modo de trabalho é preciso ter autonomia, comprimento e disposição para se manter produtivo durante as inúmeras horas de permanência dentro de casa. Acredita-se que uma das alternativas capaz de melhorar a qualidade do trabalho remoto é ter um ambiente em casa adequado, organizado e adaptado para as tarefas, capaz de auxiliar no rendimento e otimizar o tempo para reduzir o cansaço mental. 

No entanto, apesar das nuances salubres, é comum encontrar pessoas que por falta de oportunidade ou condições não possuem imóveis planejados com espaços home offices. É o que explica Flávia Papini, professora e coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Una. “Com a pandemia, as relações de estudo e trabalho se tornaram mais híbridas. Isso é um fato que iria acontecer de qualquer maneira, só foi acelerado. Não tivemos tempo de nos adaptar e muitas pessoas não têm um espaço adequado para realizar atividades de trabalho e estudo em casa, sendo que é imprescindível às atividades de uma residência estarem bem definidas para nos sentirmos bem nos ambientes”, diz. 

Para auxiliar trabalhadores nesse novo modelo de teletrabalho, os alunos de Arquitetura e Urbanismo da Una Linha Verde,  ofereceram no último semestre consultorias gratuitas para quem precisava fazer adaptações de ambiente doméstico para um local de trabalho ou estudo e não tinha condições de pagar pela mão-de-obra de um arquiteto. O serviço foi ofertado através do Mosaico, que é o Escritório Modelo de Arquitetura, Urbanismo e Engenharia (Emau), que atua desde 2019, em parcerias com prefeituras, ONGs e ações institucionais na promoção de projetos arquitetônicos, estruturais, elétricos e de reformas. 

No Mosaico já passaram mais de dez alunos, além de diversos professores especialistas em diferentes áreas de edificações. O escritório toma consciência de que grande parte da população não tem acesso a um projeto arquitetônico bem feito, com aspectos técnicos e funcionalidade, e que existem diferentes realidades que se pode encontrar em termos de habitação. E essa concepção ficou evidente com o serviço oferecido para melhorar o home office.

Segundo Flávia, que é uma das responsáveis pelo Escritório Modelo, participaram do ofício aqueles que se encaixavam na Lei da Assistência Técnica, norma regulamentadora que permite indivíduos carentes terem acesso gratuito aos serviços de profissionais de arquitetura. “Nosso público alvo são famílias de baixa renda, que se enquadrem na Lei 11.888/2008. Por legislação é onde o Escritório Modelo pode atuar e a proposta deste serviço surgiu da própria demanda das famílias que eram atendidas, dentre tantas colocações de melhorias, o ambiente de estudo/trabalho era uma delas”, afirma.

Ela ressalta que, a partir da renda do participante, a consultoria era feita de maneira remota, por videoconferência com o cliente para conhecer a demanda e especificidade do espaço que era preciso adaptar para o trabalho remoto. “Fazemos uma entrevista prévia da família a ser atendida, para conhecer sua demanda, vemos fotos da casa/apartamento, e verificamos se a área atendida se enquadra como habitação de interesse social”, comenta.

Após o atendimento online, os estudantes colocavam em prática seus conhecimentos adquiridos em sala. Era entregue aos clientes um projeto arquitetônico com imagens em 3D para que pudessem visualizar o ambiente com as devidas transformações. Esta etapa é uma das mais importantes do EMAU, pois é onde os estudantes se conectam com um cliente real para fomentar uma experiência acadêmica mais enriquecida. 

“A experiência que os alunos adquirem com o Mosaico é ímpar. Há uma demanda, angústia e expectativa real. Os erros e acertos no projeto serão validados pelo “dono” do projeto e isso traz um senso de responsabilidade que não consegue muitas vezes ser replicado em sala de aula”, ressalta Flávia. 

O Mosaico passou recentemente por uma reforma de infraestrutura e no momento as consultorias não estão abertas para participação. O Escritório Modelo está focado na agenda institucional do campus Una Linha Verde e há expectativa de que em janeiro de 2022 os serviços ligados às famílias de renda baixa retornem, incluindo o serviço de arquitetura gratuita para melhorar o home office. 

Por Bianca Morais 

Saboaria é a arte de fabricação de sabonetes sem utilização de maquinários. De alguns anos para cá muito se ouviu falar da prática como forma de empreendedorismo, com o grande número de desempregados no país, as pessoas passaram a optar por formas alternativas de sustento e as atividades artesanais são uma maneira fácil e barata de conseguir certa verba.

O Centro Universitário Una, muito além de levar educação a seus alunos, também cumpre uma função de ajudar e dar suporte a eles nas mais diversas áreas, ensinando questões mercadológicas e de empreendedorismo.  Pensando nisso, a unidade da Una Catalão propôs uma iniciativa às estudantes mulheres do lugar, a de aprenderem o ofício da produção dos sabonetes de forma artesanal, utilizando plantas com cunho medicinal na sua composição.

A ideia partiu diante do projeto Plantas que Curam, outra atividade executada pelos discentes da instituição, onde os estudantes da área da saúde, em parceria com alguns da agronomia, cultivaram plantas de cunho medicinal como camomila, alecrim, gengibre, hortelã e lavanda. 

As plantas foram estudadas e uma abordagem científica utilizada para seleção delas, depois do plantio de um horto medicinal, elas ficaram disponíveis no campus para alguma demanda, foi então que apareceu a proposta de utilizar o alecrim para fazer velas, o hortelã para álcool gel, balas com o gengibre e a camomila para os sabonetes.

As alunas dos cursos de biomedicina, fisioterapia e nutrição foram convidadas pela professora idealizadora do projeto, Ana Carolina Mesquita, para participarem.

“O projeto torna-se importante por apresentar uma possibilidade de renda extra, demonstrando que é possível o empreendedorismo de mulheres que desejam atuar na área”, comenta Ana Carolina.

As mulheres que participaram do projeto descreveram a experiência como uma oportunidade única e ainda relataram a vontade de dar continuidade a saboaria com diferentes plantas medicinais. Uma delas é Lorrany Andrade, estudante do 2°período de Biomedicina.

Lorrany é uma jovem de 26 anos e sempre teve o desejo de cursar a área da saúde, a biomedicina é um curso que vem se destacando no mercado e tem tido um importante papel no desenvolvimento da pesquisa e avanço, principalmente em relação ao COVID – 19, foi assim que ela escolheu seu curso e a Una para realizar esse sonho. 

Uma das áreas que Lorrany mais se interessa dentro curso é a parte de estética. “É um ramo que está se consolidando gradativamente e está em constante expansão no mercado, pois as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e seu bem estar”, complementa. 

Quando topou participar do projeto Saboaria Artesanal, Lorrany buscava experiências que a fizessem se destacar e a auxiliassem no seu crescimento profissional.

“O projeto visa a utilização de plantas medicinais para fins terapêuticos, o que eu acho incrível, pois apesar do desenvolvimento da ciência ainda sim utilizamos as plantas para nos auxiliar. O método alternativo artesanal também é de grande relevância para nós, pois proporciona mais naturalidade no processo além de ser ecologicamente e economicamente viável”, comenta a futura biomédica.

O material utilizado na atividade foi adquirido com parcerias de locais na cidade que vendiam os materiais necessários, porém por ser uma técnica manual e fácil de conduzir a saboaria pode facilmente ser criada em casa. No projeto, além de ensinar como fazer, foi apresentado desde o gasto com os materiais necessários, o custo dos vasilhames, derretimentos de glicerina, adição do chá forte de camomila, colocação nas formas de silicone e cura. 

“Mostrar às mulheres a possibilidade de construir uma saboaria artesanal além de demonstrar o protagonismo das mesmas na execução de uma técnica manual e detalhista, proporciona uma ampliação no mercado de trabalho, não só para si mas para agregar valores a outras que gostariam de empreender”, conclui Ana Carolina.

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Desafio mobilizou estudantes de escolas técnicas e universidades a desenvolverem o projeto de uma ponte

Por Keven Souza

Participando da competição pela primeira vez, Esther Reis Rodrigues e Paulo Henrique dos Santos Pinto formaram a dupla que demonstrou melhor expertise em aplicar conhecimentos técnicos ao desafio e se tornaram os vencedores do concurso “A ponte”, sediado pelo Minascon em novembro deste ano. O prêmio para o primeiro lugar era de R$2,5 mil e ambos o levaram para casa. 

O concurso é uma das ações promovidas pelo Minascon, conhecido como maior evento do setor produtivo de construção mineira, realizado pelo Sistema FIEMG e Sebrae Minas, que acontece anualmente há cerca de quinze anos. Sua proposta é abrir um espaço de competição entre estudantes a partir da elaboração de pontes construídas apenas com palitos de picolé e cola branca. 

O objetivo foi testar como cada estrutura se comportava diante de uma carga de peso, avaliado por uma banca de jurados que analisava a resistência da ponte. Venceu o desafio a dupla que aplicou os devidos conhecimentos e teorias para manter a estrutura firme acerca da submissão da maior carga. Nesta edição, participaram alunos dos cursos técnicos ligados a edificações e cursos de graduação, como Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Mecânica e de Produção. 

“A situação que o concurso traz representa em escala reduzida uma situação real. Os alunos aprendem na teoria todos os mecanismos de forças, tensões e resistências em situações hipotéticas, no desafio eles colocaram tudo em prática, aliando com as variantes reais e peculiaridades da situação”, diz o professor e doutor em Engenharia de Estruturas, Vinnicius Dordenoni Pizzol, sobre a importância do concurso. 

Esther e Paulo, estudantes do oitavo período de Engenharia Elétrica do UniBh, tiveram a oportunidade de estimular a criatividade e construir um projeto impactante que lhes trouxe o título de vencedores, uma ponte que segurou 50 quilos antes de romper. “Foi  um dia e meio para nos prepararmos. Usamos conhecimentos adquiridos em algumas matérias do ciclo básico do curso de Engenharia, como apoios, vigas, treliças e afins. Embora tivéssemos fortes concorrentes, tínhamos um bom projeto”, explica a estudante e vencedora, Esther Reis, sobre a estrutura desenvolvida. 

De acordo com a aluna, o fato de terem ganhado a competição vai muito além do engajamento da dupla. Ela afirma que o esforço por parte da academia para que chegassem ao primeiro lugar, foi um trabalho adjacente e imprescindível para a vitória. “Nos dias que antecederam o início do desafio, conversamos com alguns professores da área, que validaram e refutaram algumas de nossas ideias, sem o apoio deles, não teríamos conseguido! E claro, ficamos super felizes de podermos contar com o suporte e a torcida da coordenadora, e de todo o corpo docente”, diz Esther. 

Além da dedicação dos docentes, o curso de Engenharia Elétrica tem estimulado competências ímpares para proporcionar o sucesso profissional dos alunos. É o que salienta o estudante e vencedor, Paulo Henrique. “O meu curso tem me preparado para o mercado, trazendo desafios reais das empresas e todo esse conhecimento acadêmico foi primordial para elaboração de um projeto consistente, como foi a nossa ponte. E consequentemente isso colaborou para que atingissemos o primeiro lugar”, comenta.   

Paulo já participou e venceu outras competições, mas declara que foi instigante fazer parte do Minascon, já que sua dupla não era familiarizada com as áreas de edificações. “Eu e Esther, fizemos um ótimo trabalho em equipe, trabalhando em sintonia. Foi desafiador, pois não é o nosso campo de atuação e estávamos ali concorrendo com pessoas talentosas de muito potencial, embora tínhamos convicção do primeiro lugar e estávamos bem preparados”, ressalta o estudante.   

É por meio de ações como estas que os alunos possuem a chance de entrar cada vez mais preparados no mercado mediante a práticas que fogem da sala de aula. Para Vinnicius Dordenoni Pizzol, professor que acompanhou de perto a trajetória dos estudantes, concursos como “A ponte” são essenciais para munir os alunos de confiança e autonomia profissional. 

“Todo desafio agrega aos participantes vários diferenciais que se sobressaem em situações onde confiança, inovação, habilidades e superação devem ser peças fundamentais para o tão disputado mercado. E Paulo e Esther são destaques em várias premiações, desempenhando papel de referência que com toda certeza será levado para a área de atuação”, explica. 

Com o prêmio em mãos, a dupla pretende dividi-lo e usá-lo em projetos individuais. “Pretendo investir em um curso de inglês ou de capacitação”, declarou Esther. “Pretendo viajar, recarregar minhas energias”, completou Paulo.