60 anos. 60 histórias

Por Keven Souza

É quase impossível ir à Praça da Liberdade e não sentir o astral artístico que o local permite. De fato é uma das praças mais atrativas de Belo Horizonte quando se fala em turismo transversal com belos edifícios e jardins, talvez a confluência dos prédios que abrigavam o Poder Mineiro e o Governo de Minas Gerais no final do século 19, que era antes o centro administrativo do Estado, seja a essência para tamanha área histórica e cultural.  

Desde a inauguração da Cidade Administrativa na região Norte da capital e a transferência oficial da sede do governo do Estado em 2010, os diferentes prédios históricos da Praça da Liberdade se encontravam vazios e sem grande utilidade, logo com grande vocação para cultuar a arte, a cultura, o turismo e o patrimônio. Neste panorama, foi criado o projeto que visava maior articulação dos edifícios junto ao espaço urbano, onde antes havia secretarias, hoje estão belas salas de exposições capazes de integrar e reunir um grande complexo cultural:  o Circuito Liberdade.  

A criação o Circuito Liberdade teve enorme aprovação por parte do público frequentador da praça, que se tornou um dos maiores complexos culturais do país e o único de Minas Gerais que reúne espaços com as mais variadas formas de manifestação artística e cultural como teatros, museus, biblioteca, espaço multiuso, palácio e cinema. Hoje, é um reduto de equipamentos culturais que abriga 22 instituições de enorme valor simbólico, histórico e arquitetônico, sendo algumas geridas pelo Governo do Estado e outras por meio de parcerias público-privadas ou parcerias com instituições públicas federais que apoiam a cultura do país. 

Entre as maiores de destaques estão o Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB, o Memorial Minas Gerais, o Museu das Minas e do Metal – MM Gerdau, o Espaço do Conhecimento da UFMG, a Casa FIAT de Cultura, o Centro de Arte Popular, o Museu Mineiro, entre outros. Incluindo a bela arquitetura do Edifício Niemeyer e do Palácio da Liberdade. 

O Circuito está desde outubro de 2020, sob a gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult-MG) que ampliou o seu perímetro cultural, para que agregasse, de forma integrada, outros equipamentos culturais de Belo Horizonte e que por meio dele, se tornasse uma rede potente capaz de unificar ações e projetos que representem a todos os municípios de Minas Gerais. Desde então, a Secult-MG se empenha para o fortalecer em aspectos relacionados à cultura e turismo, que além de criar medidas para estimular a experiência e a economia criativa nos seus espaços, tem pensado em mobilizações para potencializar sua comunicação institucional, que em síntese, é abrangente e possui particularidades mediante as instituições que compõem. 

Praça da Liberdade

Nessa circunstância é firmada a parceria do Circuito Liberdade junto ao Centro Universitário Una, a favor de dar o devido suporte em demandas e ações pertinentes ao universo da comunicação, como uma equipe proativa, que compreende as nuances do quão grandioso é o complexo cultural e que vem a somar e construir uma comunicação mais centralizada, além de eficiente. Assim, nasce a sinergia entre a Secult-MG e a faculdade Una neste ano de 2021

“Estávamos em discussão sobre como fortalecer o Circuito Liberdade, em um certo momento, chegamos no nome da Una, primeiro por ela estar dentro do parâmetro territorial do complexo cultural e segundo porque já havia uma interação entre ela e Secult-MG para uma troca de energias e interesses em conjunto”, diz Maurício Canguçu, subsecretário de Cultura da Secult-MG, sobre a ideia de iniciarem a parceria com a Una. 

Segundo Maurício, ao se unirem com a Una, a Secult-MG confia inteiramente no trabalho de qualidade e responsabilidade da instituição. “A Una possui uma comunicação muito forte e é essa expertise que nos interessa. Precisamos de fortalecer também a do complexo cultural, ter o suporte nas redes sociais e na imprensa, e por que não se unir com uma instituição que tenha esse domínio?” explica ele. 

Nessa parceria a função do Centro Universitário Una é voltada a atuação prática da Fábrica – coletivo dos laboratórios de Economia Criativa – que por meio de seus núcleos e agências como a Una 360, Fábrica AV e Jornal Contramão irá desenvolver ações direcionadas às demandas de comunicação do Circuito, ligadas diretamente às áreas de cinema e audiovisual, jornalismo e relações públicas. Entre as funções estão em projeção a produção de podcasts quinzenais, produção de clippings, produção de vídeos e fotografias institucionais para museu e biblioteca, consultorias de transmissão ao vivo, além de releases e matérias com foco na produção de conteúdos online divulgados no portal oficial do Circuito Liberdade. 

Pedro Neves, diretor da Una Liberdade, explica que a parceira ser ligada diretamente à atuação da Fábrica, é para colocá-la em uma vitrine de exposição que irá permitir mostrar o seu trabalho e torná-la uma estrutura reconhecida com valor determinado. “Digo que essa parceria dialoga muito bem com Una. É um evento importante para chamar atenção e ‘vender’ a Fábrica enquanto componente que dinamiza as áreas da criatividade, comunicação e produção de conteúdo. Quanto mais ações externas fizermos, mais ela se tornará um precursor de oportunidades para os alunos e alunas, e irá nos permitir abrir novos caminhos”, afirma Pedro. 

A faculdade pretende também tencionar o ensino-prático dos alunos da Una campus Liberdade junto às inúmeras atividades relacionadas à disseminação da cultura, como maneira de demasiar uma formação mais ávida indo além da sala de aula. Para o coordenador dos cursos da área de Comunicação Social e Arte da Una campus Liberdade, Antônio Terra, a parceria é de grande valia para o repertório profissional dos alunos, pelo fato de ligá-los a experiências únicas junto à sociedade e ao mercado. 

“Sem dúvidas é de extrema importância para os cursos da área de comunicação social, uma oportunidade rica de vivenciarem experiências ainda na universidade acompanhada de mentores e professores. Digo que, tudo que iremos produzir para o Circuito Liberdade, reverberar pela a cidade, todos não só irão saber como também ganharão com isso e aos alunos essa divulgação é essencial para um portfólio brilhante”, explica o coordenador.

Terra ressalta ainda que, por mais que a colaboração seja recente e neste primeiro momento as ações estejam direcionadas a projetos extensionistas e projetos ligados à Fábrica, há um campo alastro que propicia desenvolver inúmeras ações ao longo do tempo, que existe planejamento para ampliar novos horizontes direcionados à formação universitária, como por exemplo usar a parceria para compor uma UC Dual futuramente – Unidade Curricular voltada ao ambiente profissional de empresas e companhias parceiras da instituição.

Para além disso, a expectativa é de que haja um trabalho em conjunto, envolto de uma sintonia para melhorar a comunicação, como um todo, do Circuito Liberdade. Para que a colaboração venha ser de sucesso, engajada a todo vapor, com a história e o simbólico, que o complexo cultural abrange e representa. 

 

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Por Bianca Morais 

O curso de Engenharia de Produção da unidade Una Lafaiete, organizou no primeiro semestre deste ano o Una Resolve, um projeto que selecionou micros e pequenas empresas interessadas em obter consultorias gratuitas, com foco na análise e implementação de soluções para melhoria da produtividade e da competitividade. 

Com o principal propósito de aumentar a eficiência produtiva de negócios das companhias, além de oferecer aos discentes a oportunidade de aplicar os conhecimentos adquiridos no curso em vivências práticas, o Una Resolve reuniu alunos  matriculados em 2021.1, em equipes de até cinco estudantes para trabalhar no projeto.

Os estudantes, com orientação de professores, deram assessoria a uma empresa selecionada, ajudaram a identificar a necessidade do empreendimento e propuseram ações. Os jovens ofereceram à empresa o compartilhamento do conhecimento de tecnologias, novos processos e metodologias usadas na busca de soluções para as deficiências na produção ou prestação de serviço. A iniciativa ofereceu serviços de pesquisas e ações práticas como mentorias e mini consultoria.

Os projetos de extensão do Centro Universitário Una estão sempre em busca de aproximar a comunidade da universidade e compartilhar conhecimentos, é a descentralização do ensinar para além do ambiente acadêmico e a promoção de benefícios e qualidade de vida para a sociedade. O Una Resolve foi o incentivo às empresas que prestam serviço à comunidade e região conseguirem impactar positivamente na economia, na empregabilidade e no desenvolvimento sustentável.

“Os alunos relataram a satisfação e motivação em trabalharem neste projeto, e por crescerem não só tecnicamente, mas também no campo das habilidades sociais e de liderança, fortalecerem o olhar crítico e a capacidade de resolução de problemas reais do mundo dos negócios. Os empresários ficaram muito satisfeitos com o trabalho realizado porque desenvolveram as soluções e sugestões de melhoria a partir de uma escuta atenciosa e assertiva”, conta Kelly Barbosa, professora responsável pelo projeto.

O processo 

As inscrições das empresas foram feitas através de um formulário, e como pré-requisito para participar, elas deveriam ter no máximo de 19 empregados, disponibilidade para reuniões online e compartilhamento de imagens e de informações sobre o seu processo produtivo.

A RodoBruno Transportes foi a selecionada, ela se concentra no ramo de transporte desde 2013, principalmente  de sucata sólida. A empresa vem se solidificando na região em que atua ao longo dos anos, e atualmente já conta com 20 veículos automotores e 22 implementos, mais um ônibus semi-leito destinado a transportes turísticos, totalizando 43 veículos.

Os empresários e proprietários da companhia procuraram o Una Resolve alegando as deficiências no planejamento, no gerenciamento da rotina e nos controles de manutenção e de custo e lucro, a falta de padronização dos processos e indicadores de desempenho. Os discentes então implementaram suas sugestões de aperfeiçoamento e hoje a empresa faz uso de novos métodos de planejamento, controle e gerenciamento da rotina.

Mediante as condições da pandemia, de acordo com os protocolos municipais, foi feita uma visita técnica na empresa, realizada a captação de informação das empresas via formulário digital, e reuniões virtuais para identificação de problemas, a elaboração de um projeto para a resolução dos problemas com o objetivo de melhorar os métodos da empresa e deixá-la mais rentáveis.

“Essa é uma ação que possibilita aos acadêmicos aplicarem todas as técnicas aprendidas em sala de aula contribuindo na melhoria contínua dos processos, tratamento de falhas e elaboração de planos de ação para tratar oportunidades de benefícios nas empresas. Dessa forma os alunos foram os protagonistas, exercendo a autonomia com responsabilidade”, comenta a professora.

Os estudantes aplicaram técnicas aprendidas em sala de aula, como a Promoção de cursos de Excel e treinamento; desenvolvimento de padronização dos processos; elaboração de planilhas de controle sistêmico das movimentações pertinentes ao negócio; organização do trabalho; medidas de saúde, segurança e meio ambiente, tratamento de falhas e na elaboração de planos de desenvolvimento para a empresa específica ao empreendimento e ao aumento da rentabilidade. 

Preparando os futuros profissionais

Larissy Magalhães é aluna do curso e quando participou do Una Resolve estava em seu segundo período, para ela a experiência de ter feito parte do projeto foi muito interessante, afinal, na faculdade se aprende a parte teórica, mas poder usar a teoria na prática, e aplicar tudo que se aprendeu na aula em uma empresa real a fez entender a importância do seu curso de engenharia de produção.

“Apesar de eu já estar no mercado de trabalho, a gente não tem noção de como aplicar tudo que aprendemos, então ter esse contato com problemas reais foi uma experiência muito bacana, o envolvimento dos alunos no projeto, ver todo meu grupo interessado, fazendo muitas perguntas, tendo o apoio total das professoras, foi de grande valia”, conta ela.

A futura engenheira também comenta a importância desse projeto quando se pensar nele a longo prazo, pois ela irá chegar ao mercado com o conhecimento necessário para praticar sua profissão.

“A preocupação da Una em não só levar para palestras, mas de colocar o aluno lá, para resolver o problema, para quando você chegar e for o responsável por um setor, você já vai ter bagagem para resolver”, conclui Larissy.

Com o sucesso do UNA Resolve ele tem o potencial de continuar e ser expandido para as diversas áreas do acadêmico e, consequentemente, para diversos segmentos empresariais. Inclusive, o relacionamento com a empresa foi tão satisfatório que uma parceria foi feita e hoje inclusive favorece a entrada de seus colaboradores aos cursos superiores da Una Lafaiete.  

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Por Bianca Morais 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, o número de idosos no Brasil chegou a 32,9 milhões, estima-se que a tendência do envelhecimento das pessoas irá crescer  ainda mais nos próximos anos. Frente a este cenário, se faz necessário a ampliação de ações dirigidas a essa camada, como uma forma de reinserir essas pessoas na sociedade. É necessário que eles sejam incluídos nas mídias digitais, sejam estimulados a manusear tecnologias, se tornem protagonistas de si, conhecedores e munidos de conhecimento, sendo uma parte ativa e pensante na sociedade. 

Envelhecer não é o fim, pelo contrário, é na terceira idade que muitas pessoas buscam realizar objetivos que não fizeram durante a juventude. Muitos idosos não tiveram a oportunidade de cursar nem mesmo o ensino fundamental, muitos se quer cogitaram o ensino superior durante a vida,  e outros começaram a trabalhar cedo. Pensando na busca de um envelhecimento saudável aos idosos, surge a Universidade Aberta.

Ao redor do país, centenas de instituições de ensino oferecem um serviço que vai muito além de educacional às pessoas da terceira idade, mas também cultural e social. Além da troca de conhecimento entre gerações, não são apenas os idosos que ganham conhecimento acadêmico, mas os jovens, que adquirem uma das experiências mais importantes para alguém, a de vida. 

O Centro Universitário Una, e seu lema de Transformar a Vida Pela Educação, proporciona aos idosos a partir de 60 anos, uma oportunidade para aprenderem assuntos novos, estarem inseridos em algo, conhecer pessoas, viver experiências, tudo isso, contribuindo para uma qualidade de vida, são esses vários benefícios tanto para a mente quanto para o corpo.

O programa Universidade Aberta à Pessoa Idosa Una, teve início na Una Contagem no segundo semestre de 2013, surgiu com um Projeto de Extensão coordenado pelo então professor Cleber Jovino da Silva, com o principal objetivo de atender às diversas demandas do público idoso da cidade, bem como de instituições prestadoras de serviços, e também a política pública voltada para os maiores de 60 anos.  O projeto teve uma natureza multidisciplinar e contava com a participação de outros campus da Una.

Atualmente, dentro da Rede de Apoio ao Envelhecimento Ativo, coordenado pela professora Érica Oliveira, existem três projetos, Escola da Maturidade Núcleo de Atenção contra Violência e Plenitude 60+ , hoje o Jornal Contramão apresenta a Escola de Maturidade..

 

Escola da Maturidade

A Escola da Maturidade, como é conhecida a parte do programa responsável por cursos e oficinas oferece:

  • Prevenção contra Acidentes Domésticos: com duração de 3 semanas, este curso discute os acidentes domésticos mais comuns entre o público 60+, ensina como preveni-los e o que fazer caso ocorram. É um curso com informações essenciais para toda a família.

 

  • Nutrição para Idosos: com duração de 3 semanas, este curso traz de forma prática informações importantes para a nutrição do idoso, tira dúvidas sobre diversos tipos de alimentos, dá dicas de como ter uma alimentação saudável e de custo acessível, entre outros assuntos.

 

  • Espanhol: com 4 semanas de duração, traz o básico do idioma buscando ajudar o idoso a se apresentar, lidar com vocabulário em viagens e restaurantes, entre outros.

 

  • Cultura e Arte: com duração de 4 semanas, trabalha com vários aspectos da arte, com foco na música. Neste curso os idosos são estimulados a criar sua própria contribuição artística.

 

  • Memória e História: com duração de 4 semanas, faz uma viagem entre memória individual e coletiva através da história da mídia, com foco em rádio e TV.

 

As aulas são lecionadas por um professor especializado na área de atuação em parceria com um bolsista.

Prevenção Contra Acidentes Domésticos

No curso de Prevenção Contra Acidentes Domésticos, é ensinado ao idoso ser o protagonista do autocuidado, prevenindo os temidos acidentes domésticos. São passados exercícios práticos de fortalecimento muscular, tem o controle adequado da medicação de uso contínuo através de um “Check list medicamentoso”, além de dicas como a importância de se atentar aos calçados utilizados no cotidiano, como fator fundamental na prevenção de quedas. São apresentadas estratégias para manter uma casa segura, como reagir a uma situação de queda ou em caso de urgências. 

Todo esse aprendizado é oferecido com o uso de metodologias didáticas, com a finalidade de proporcionar mais acesso e compreensão para os idosos. Dentre elas, infográficos, mapas mentais, leitura interativa, vídeos explicativos legendados e encontros síncronos. 

Aline leciona no curso e em suas aulas os alunos têm a oportunidade de compartilhar suas experiências em turma. A professora que sempre foi apaixonada pela área da gerontologia acredita que a maior dificuldade que alguns apresentam é com relação à tecnologia, tal como abrir um material, mas ela e a bolsista Vitória que a acompanha, fazem de tudo para tornar a experiência mais fácil para eles.

Poucos são aqueles que tiveram a oportunidade do ensino superior, apesar disso estão em constante disposição para aprender, sempre tiram suas dúvidas, inclusive, ajudando Aline a  implementar novos recursos nas suas aulas.

“O curso prevenção, por exemplo, a gente tinha as principais causas que poderiam gerar acidentes domésticos, só que não tínhamos algo relacionado a acidentes com animais peçonhentos, na última turma uma idosa falou que trocando sua plantinha de lugar uma centopeia foi no pé dela, então pensamos vamos tentar incluir também no curso”, conta Aline.

Para ela dar aula a idosos é uma constante troca, ela aprende com eles da mesma forma que ensina, a professora sabe que nem sempre os idosos vão conseguir absorver 100% do que ela passa, mas já é um sucesso a tentativa.

“A sensação de dar aulas a eles é muito boa, e eu falo que dinheiro nenhum paga quando você ajuda pelo menos um deles, uma dica que você dá que às vezes muda a rotina deles, é incrível”, completa ela. 

Os estudantes extensionistas participantes do projeto, têm a oportunidade de aplicar os conhecimentos já adquiridos, aprender novos conhecimentos, e desenvolver a formação humana e a cidadania.

Vitória de Sousa Freitas, tem 21 anos, está no 8º período do curso de enfermagem na Una e iniciou no projeto em maio deste ano. Ao lado de Aline ela participa como bolsista do curso ‘Prevenção de Acidentes Domésticos”, para ela a sensação é de “quero mais”. 

“Ter a honra de participar e contribuir com este projeto é indescritível, os idosos são extremamente sábios, e ao mesmo tempo que ensinamos, aprendemos muito com eles. Contribuir mesmo que minimamente em proporcionar um envelhecimento saudável a eles é muito gratificante. Há de se considerar também o contexto pandêmico em que estamos inseridos, e que esta população é um grupo de alto risco, certamente ficaram afastados de familiares e entes queridos, na tentativa de seguir o isolamento social, e com isso a sensação de ter contribuído com eles para manutenção da saúde mental e física, mesmo que pelo Whatsapp é única e emocionante”, compartilha a jovem. 

Vitória ainda relata como a sua participação no projeto é fundamental em sua formação universitária, nos currículos acadêmicos os estudantes são contemplados com disciplinas teóricas e práticas, mas o Prevenção de Acidentes Domésticos permitiu a ela presenciar a prática real desta população, tendo a oportunidade de intervir em seu contexto de vida. 

“Com o projeto criei senso crítico em analisar todos os fatores que contribuem para a saúde do idoso, sua avaliação multidimensional, e preparar assim as melhores metodologias, estratégias para alcançar nosso objetivo, que é promover uma terceira idade ativa e com pensamento crítico, sendo capazes de promover seu próprio autocuidado, como por exemplo, para prevenir os Acidentes Domésticos. É uma experiência riquíssima, eu aprendo todos os dias alguma coisa nova com os idosos, é uma troca imensa ”, completa a futura enfermeira. 

 

As aulas

Antes da pandemia, as aulas eram presenciais nos campus da Una em BH e Contagem, sempre no turno da tarde. Atualmente, o programa teve que se adaptar para os ambientes virtuais, e os cursos agora são ministrados pelo WhatsApp, com encontros síncronos via Meet. 

Tânia Alves, é coordenadora da Escola, e acredita que um programa como esse tem grande importância tanto para os idosos quanto para os alunos, para a terceira idade ele traz novos conteúdos, proporcionam interação entre eles e é um ambiente de acolhimento e troca de experiência intergeracional.

Já para os alunos, eles têm oportunidade de aprender novos conteúdos com os professores que os orientam e com os idosos, além de poder ser uma oportunidade acadêmica para desenvolvimento de artigos científicos, entre outras produções. 

“É uma experiência enriquecedora. Acolhemos e somos acolhidos. Os idosos são muito ativos, participativos e interessados, o que torna os cursos dinâmicos e produtivos. A relação é de respeito, paciência e admiração entre idosos, coordenação, professores e bolsistas. É gratificante estar envolvida nesse projeto”, compartilha a coordenadora.

Como participar

Para participar da Escola da Maturidade, a pessoa precisa ter 60 anos ou mais, as vagas são oferecidas preferencialmente para moradores de Belo Horizonte, sendo as remanescentes destinadas para aqueles que residam em outras localidades. 

É seguida a ordem de inscrições para montagem das turmas que são abertas sucessivamente. Para cada turma são 30 vagas.

As inscrições podem ser feitas pelo link.

 

Bate-papo com Thais Morais Trindade

Thais Morais Trindade, é uma pessoa curiosa e atenta, principalmente aos ruídos “fico de olhos e ouvidos abertos, dispostos, entusiasmados e sempre prontos”, conta ela.

A senhora é repleta de amigos que assim como ela pensam que “educação e conhecimento é tudo de bom”, e que o convívio os aproximam e impulsionam. Com toda essa vontade de viver, ela e sua turma começaram na Universidade Aberta da FUMEC, que oferecia, às pessoas acima de 55 anos, um projeto com um formato interessante de educação.

“Nos chamou a atenção, foi gratificante, enriquecedor e inesquecível, ganhei mais alguns amigos, que conservo até hoje, porém, devido a não continuidade do projeto, migramos para a PUC, que também oferecia projeto semelhante, mas com formato diferenciado, menos diversificado e com menos conteúdo”, relembra Thais

Foi então que depois de outra procura Thais aterrissou na Una, aceitando um novo desafio. “É sempre bom trocar experiências. As provocações despertam ações e possibilidades”, pontua a aluna super participativa dos cursos da Rede de Apoio ao Envelhecimento Ativo e ressalta: não pretendo sair tão cedo!

Em entrevista ao Jornal, Thais relata um pouco de sua experiência com os cursos.

 

1. Dentro do programa, com quem você já teve aula e quais foram os cursos feitos?

Antes de fazer parte do Instituto Ânima, foi na UNA Linha Verde que tive o privilégio de conhecer a Érica Oliveira e tê-la como professora de informática. Pessoa com muitas virtudes, energia positiva, dedicada e atenciosa que me cativou e logo entrei em sintonia, pois me senti acolhida e segura. Desde então, não parei mais. 

Recentemente participei de três cursos: Espanhol , Nutrição e Memória e História.

2. O que você aprendeu nestes cursos?

No Espanhol aprendi que ainda tenho tempo para sonhar e viver grandes aventuras e diversidades culturais. 

A Nutrição me fez priorizar a saúde com decisões assertivas para uma boa qualidade de vida. Ficar atenta às armadilhas e estereótipos. 

Em Memória e História me permiti, através da tecnologia, fazer viagens virtuais, e reviver fases da vida, com emoção e superação. Refletir sobre as escolhas. Valorizar as oportunidades, esforço e desempenho pessoal e coletivo. 

Aprendi também sobre a importância da inclusão. Me adaptar a uma nova linguagem e novo formato de aprendizado, me aproximando do “Mundo das Novas Tecnologias”. E como o desafio bateu na minha porta, resolvi abrir e superar o “Receio”, sair da zona de conforto, me conectar, explorar, aprimorar e expandir.

3. Você teve alguma dificuldade? Se sim, qual?

Um pouco com a tecnologia. Confesso não ter tanta habilidade com máquinas, não são a minha preferência. Gosto de calor humano, olho no olho. Sinto falta do presencial. Mas me convenci que seria inevitável. A resiliência me salvou! 

4. Qual a importância que a Universidade Aberta à Pessoa Idosa teve para você?

Foi uma virada de chave. A Una estava de portas abertas à minha disposição, então eu não poderia perder a oportunidade de entrar e usufruir de toda estrutura física, tecnológica e humana, com profissionais prontos para me receber de braços abertos, ouvir minhas dores, aumentar minha autoestima, me carregar no colo e acreditar em mim, além de poder dividir tudo isso com amigos e colegas.

5. Além do aprendizado do curso, o que essa experiência levou para você?

O pulo do gato. Ser simples e ter sempre Deus por perto, priorizar a natureza e a sustentabilidade. 

Para reflexão:

“As respostas encontramos nos livros, mas as soluções, só na natureza”. 

Viver um dia de cada vez, sabendo que tudo é transitório. Somos eternos mutantes. Não deixar a página em branco, continuar escrevendo e “Ser Protagonista da própria história”.

Compreender e encarar com dignidade, calma e otimismo o caos e as adversidades, assumindo falhas e responsabilidades, sem julgar que “só o outro é culpado”. Parar e observar pessoas que, com emoção, tomam decisões assertivas, que respeitam, prezam e entendem que a qualidade de vida faz toda a diferença na saúde física e mental de uma nação.

Ter argumentos que justifiquem que ainda vale a pena acreditar que cada um possa fazer a sua parte e contribuir de alguma forma. Que existem pessoas dispostas a encontrar soluções e se unir a elas. 

A minha experiência de vida e profissional me leva a crer que bons profissionais (empregados ou patrões, públicos ou privados), são agentes catalisadores, intermediários e facilitadores, com o propósito de servir e apresentar a qualquer cidadão, em qualquer situação a melhor ferramenta e o melhor caminho para potencializar a eficácia do resultado.

6. Qual a sensação de saber que tem pessoas que se importam com o bem estar de vocês?

Gratidão. Tenho acompanhado a trajetória da UNA/Instituto Ânima, através da mídia, internet e ações. Novas parcerias, novos e audaciosos projetos, e com isso, “Nós 60 +”, somos privilegiados e beneficiados com a ampliação das opções de cursos e eventos.

Me sinto orgulhosa de ser colaboradora e fazer parte deste universo de possibilidades, podendo contribuir com ações e divulgações que possam agregar, despertar interesse e motivar pessoas a não desistir e continuar investindo em educação e conhecimento.

Não se esqueçam: 

” Pessoas que ajudam pessoas, se ajudam e ajudam pessoas como você e eu”.

Simples assim!

 

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Por Keven Souza

A cinematografia sempre foi uma área vulnerável no Brasil. As repressões políticas e sociais que marcam a história do cinema nacional são intimidantes e tem afetado, ao longo dos anos, a forma de documentar e expor com contundência a realidade social no país. O Cine Belas Artes ou Belas, como é carinhosamente conhecido, é um dos últimos cinemas de rua em Belo Horizonte, que veio a enfrentar desafios financeiros e problemas internos que dificultaram, por um longo período de tempo, a função de levar arte aos amantes do universo audiovisual.

Neste ano de 2021, o Centro Universitário Una entrou com ordem de patrocínio ao Belas com intuito de proporcionar melhorias no local e permitir a reabertura do espaço para o público. A parceria tem conectado o cinema aos diversos aparelhos culturais do Circuito Liberdade, ao trazer esperança e alívio de continuar as atividades relacionadas à disseminação da cultura pela capital mineira, além de estender o local às atividades de extensão relacionadas à Una. Por isso, de vizinhos a parceiros, o Cine Belas Artes agora é Una Cine Belas Artes!

 

O Una Cine Belas Artes 

Localizado no coração do bairro de Lourdes, na região centro-sul de Belo Horizonte, o cinema possui um público diverso e fiel, que encanta frequentadores há mais de 29 anos, com seu espaço de café e livraria, além de três salas de cinema, como ponto de encontro para prosear ou manter uma conversa casual. Seu prédio, que abrigou alunos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), já foi a sede do Diretório Central dos Estudantes, e se tornou no ano de 1992, a referência cinematográfica da cidade: o Una Cine Belas Artes. 

Ao partir do pressuposto que o cinema que é de fato, hoje, constituído a sétima arte do mundo mais atrativa e passiva de entretenimento, o Belas é um espaço comprometido com grupos, eventos e movimentos estruturados, como um modelo de cinema alternativo que possui papel imprescindível na disseminação da cultura, como repertório artístico, ao usar de um reduto de filmes independentes, de arte, para propagar o que há de mais importante na cinematografia brasileira e mundial. Sua grande tela é um dos estilos de arte mais importante para humanidade, capaz de comunicar histórias ou pensamentos e opiniões, que podem criticar a sociedade ou até moldar comportamentos.

Em sua essência é característica a democratização do acesso à cultura, que por ser um cinema de rua, oferece ingressos com preços acessíveis e uma variedade de filmes de baixa circulação que o permite ecoar nas diferentes camadas sociais e econômicas ao proporcionar entradas que variam de 12$ a 25$, sendo menos excludente e mais inclusivo comparado aos cinemas constituídos nos complexos comerciais, como os shopping centers, que os ingressos podem chegar até 40$. 

André Flausino de Oliveira, professor de língua portuguesa e frequentador há mais de 20 anos do Belas, diz que o fato do cinema de rua ser acessível a camadas menos favorecidas da população é de vital importância para a perpetuação da cultura cinematográfica, sobretudo no que se refere aos filmes de arte. “O Belas é sem dúvida um marco de resistência em relação a tantos cinemas de rua maravilhosos que devido à crise e especulação financeira tiveram suas portas fechadas e que hoje existem apenas na memória de seus espectadores”, ressalta. 

Segundo ele, sua relação com o cinema é intrínseca, possui inúmeras lembranças relacionadas ao seus encontros no espaço. Uma delas aconteceu em 2019, quando ao lado de sua colega de trabalho Fernanda Mayrink, que é professora de física, pôde levar os alunos do terceiro ano do Instituto de Educação de Minas Gerais para assistir um documentário inspirado em uma crônica de Caio Fernando Abreu. “Foi sem dúvida uma alegria poder proporcionar esse momento privilegiado aos nossos alunos”, diz André.

Professor André com seus alunos na entrada do Belas

E, afirma que, os filmes apresentados geraram reflexões e impactos positivos na sua forma de ver o mundo. “Tenho um carinho imenso por esse cinema. Já assisti inúmeras produções impactantes e que me marcaram para sempre! É um espaço fundamental na vida cultural dessa cidade”, desabafa o professor.

 

Percalços imposto pela pandemia

Ao longo da história o cinema foi um dos meios artísticos que mais usufruiu da criatividade em tempos de tecnologias esparsas e hoje, mais uma vez, encontra-se obrigado a ser criativo e se reinventar diante o cenário pandêmico nestes dois últimos anos. 

A prática de ir ao cinema, que antes era um dos programas de lazer mais tradicionais, foi afetada pela pandemia que estimulou o fechamento de inúmeras salas dos mais variados cinemas do país para coibir as sessões pela pequena distância entre as poltronas e a pouca ventilação no ambiente, o que trouxe como resultado o desfalque de rotatividade e permitiu ao setor de cinema, ficar escasso e sem alternativas para voltar a faturar. 

No caso do Belas – fechado desde março de 2020 e que vinha enfrentando momentos difíceis mesmo antes deste período sensível, criou-se em setembro uma campanha de financiamento coletivo para poder arcar com dívidas, impostos e outros custos, mas com desafios econômicos para se manter aberto e continuar as exibições, ao se somar com os impasses envolvidos por ser um cinema de rua, formou-se um cenário ainda mais complicado que permitiu a situação se agravar durante a pandemia. “Infelizmente vivemos em um país cujos governantes não valorizam a cultura de modo geral e com o cinema não seria diferente”, diz André Flausino, em relação às dificuldades do Belas durante a pandemia.  

 

De vizinhos a parceiros 

Apesar de estarem próximos, este é o primeiro passo em conjunto entre o Centro Universitário Una e o Belas, a parceria, em formato de patrocínio, foi noticiada logo no início deste ano de 2021, mas a princípio aconteceu entre outubro e novembro de 2020, quando o cinema, fechado a alguns meses, começou a comunicar ao público algumas dificuldades financeiras e resolveu desenvolver algumas campanhas de financiamento coletivo. 

O que chamou a atenção da faculdade e desencadeou a proposta do patrocínio promovido pelo Grupo Ânima, que é responsável pelo Centro Universitário Una, que hoje, além de dar o devido suporte para o cinema permanecer aberto e continuar suas atividades, vem para custear melhorias no espaço nas salas em relação a substituição de poltronas, adequação da fachada e banheiros, pintura de mural, entre outros. Além disso, o apoio é também de grande valia para a comunidade escolar ao aproximar todo o complexo acadêmico envolvido na Cidade Universitária da Una, em prol de estreitar os laços entre a faculdade e o cinema como um movimento orgânico e único. 

Em frente ao Belas, com afinidade geográfica, a Una Liberdade é o campus destinado a ser vizinho do cinema e que tem partilhado, muito antes da parceria, de aspectos concepcionais e culturais ao ser constituído pelos cursos relacionados a área da Cultura, Comunicação Social e Artes. Pedro Neves, que é diretor do campus Liberdade, diz que a colaboração entre ambas organizações é uma oportunidade ávida para os alunos e frequentadores do campus explorarem na essência, as ideias, como uma forma de conhecer a parte parte business da cultura. 

“A parceria é revigorante, para o campus da Liberdade é uma tela em branco para se explorar, indo além de uma ação comercial relacionada ao financeiro e a sustentabilidade própria do cinema, ao abrir um leque de diálogo entre o acadêmico e o mundo real”, diz Pedro sobre a importância da parceria para o campus da Una Liberdade.

Neves afirma que estão por vir inúmeras ações e atividades como resultado do patrocínio e que todas elas estarão associadas ao posicionamento da Una, para que de o ensejo a Belo Horizonte de compreender de forma clara e objetiva a função dos pilares da instituição e a importância desses valores para qualquer instituição de ensino. “Digo que os pilares da Una – a empregabilidade, a diversidade e inclusão e o acesso, precisam estar mobilizados, não necessariamente em todos os projetos, mas tocados para mostrar que o espaço em que a Una está inserido envolve ações que reforcem o nosso posicionamento”, explica o diretor. 

A parceria também faz parte das ações relacionadas aos 60 anos da Una comemorados neste ano e permitirá aos alunos, a partir de agora, usufruírem do espaço do Belas para atuarem, além da sala de aula, como uma injeção de ânimo para as práticas extensionistas. O que reforça os elementos do pilar da empregabilidade, ao dar abertura aos estudantes de participarem de forma direta, especificamente aqueles que são da área de Comunicação Social ou da Arte, e utilizar do espaço como meio de exibição dos trabalhos envoltos a produção de filmes de curta a longa-metragem, mostra culturais, entre outros eventos. 

Para a estudante Milena Prado Bárbaro, que cursa Cinema e Audiovisual na Una, por meio da parceria haverá a oportunidade dos alunos se aproximarem, na íntegra, com o hábito de ir ao cinema e vivenciarem algo diferente do que se é fornecido nas plataformas de streaming hoje em dia. Além disso, está ansiosa para o retorno presencial para que o cinema possa fomentar um espaço de encontro, de ideias e projetos institucionais. “Os projetos nesse espaço podem ser bem interessantes para quem está estudando Cinema e Audiovisual e estou ansiosa para ter acesso a essas possibilidades”, diz a universitária. 

A estudante acredita que o Belas é um dos locais de maior relevância no quesito de espaço cultural em Belo Horizonte, que estaria a perder sua essência artística se não fosse através do patrocínio fornecido pelo Grupo Ânima. “Durante os últimos meses acompanhei as dificuldades do Belas para manter as portas abertas em meio a pandemia e seria uma enorme perda para a cidade encerrar as atividades de mais um cinema de rua”, explica Milena. 

Por definição, o Una Cine Belas Artes é o ponto de encontro entre a essência das duas organizações, é o alto comprometimento com a cultura e a solene responsabilidade de dialogar com práticas de resistência, vivência e liberdade. É em síntese, a cooperação fomentada pelo acreditar, de ambas, no poder do cinema de rua como instrumento influente que ecoa nas diferentes camadas sociais para construção de identidades e valores, que transforma as distintas realidades que se pode encontrar no ambiente urbano por meio da arte. 

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Por Bianca Morais 

No dia 12 de agosto foi inaugurado o primeiro Centro Médico Veterinário do município de Contagem, no Centro Universitário Una. O local é uma conquista para o curso de Medicina Veterinária, que já existe há quatro anos no campus localizado na região metropolitana de BH. 

Atualmente, com aproximadamente 500 alunos ingressos no curso, a primeira turma chega ao oitavo período de um total de dez, os alunos que antes contavam com os laboratórios e a fazenda escola para realizarem suas práticas, ganharam o Centro Médico Veterinário para somar em seu aprendizado, principalmente na prática de clínica de pequenos animais, conteúdo o qual eles só chegaram neste semestre.

“O Centro Médico Veterinário trouxe uma nova vida ao curso de Medicina Veterinária, com a oportunidade dos alunos acompanharem nas aulas e fora delas atendimentos clínicos e saírem do curso preparados para atuar na clínica de pequenos animais com teoria aliada a experiência prática. Todas as pessoas que vêm ao nosso Centro Médico ficam encantadas com a qualidade da estrutura e qualidade dos nossos profissionais”, conta Gabriel Costa, coordenador do curso.

Prefeita de Contagem, Marília Campos, inaugura Centro Veterinário na Una Contagem

A infraestrutura

O local conta com infraestrutura de última geração, três consultórios e um centro cirúrgico. Dois dos consultórios modelos com vidro reflexivo, onde o aluno pode ser monitorado pelo professor de fora do ambiente, uma sala de diagnóstico por imagem equipado com raio x computadorizado e aparelho de ultrassonografia.

A clínica ainda tem o setor de internação de animais, setor de cirurgia, com pré e pós operatório, sala de esterilização e paramentação e bloco cirúrgico amplo, com capacidade para múltiplas cirurgias simultâneas e transmissão ao vivo para uma televisão dentro do bloco. 

Por último, o Centro tem um setor de grandes animais com tronco de contenção, duas baias e 3 animais para atividades em aula (1 bovino, 1 caprino e 1 equino). 

“Hoje temos um cão que foi resgatado com cinomose, foi tratado e adotado pelo campus, temos uma égua e um bezerro que vieram de doação de fazendas parceiras e uma cabra que foi doada pelo UniBH, e estamos com um projeto em andamento para a construção de um aviário”, comenta o coordenador.

Bloco Cirúrgico – Centro Veterinário Una Contagem

 

Os atendimentos

O Centro Veterinário promete realizar cerca de 250 atendimentos por mês, em animais de grande e pequeno porte, dentro da iniciativa privada e através de cunho social. Inclusive, uma parceria foi realizada entre a Una e a prefeitura do município, onde irão dispor de uma cota mensal de consultas direcionadas a animais encaminhados por ela. 

No Centro serão realizados atendimentos e clínicas, cirurgia e internação de pequenos animais, para os grandes animais, o serviço pode ser realizado no setor próprio para eles, ou os alunos podem ir até o curral da prefeitura para realizar ações de atendimento. Dentro do CMV trabalham médicas veterinárias selecionadas por concurso, e também são oferecidos o serviço de atendimento com especialistas terceirizados.

“Nossas consultas são cobradas com valores comerciais. Entendemos que se fizermos procedimentos a baixo custo desestabilizamos o mercado e competiremos com os nossos alunos quando formarem, prejudicando o futuro profissional deles. Queremos competir com qualidade, não com preço”, esclarece o coordenador.

O CMV funcionará para atendimento externo de segunda à sexta, das 13h às 18h, e em dias esporádicos das 18 às 21h com marcação de consultas e cirurgias pelo link: http://Bit.ly/2UfdCOc.

Segundo o coordenador, existe uma expectativa para ampliar o horário de atendimento nos próximos meses, tornando o atendimento 24h com a possibilidade de plantões e atividades noturnas.

 

A conquista do Centro Médico Veterinário

O Centro Médico Veterinário é uma grande conquista do curso de Medicina Veterinária, para os alunos ele representa a possibilidade de poder fazer estágios e praticar o que aprenderam na teoria dentro da própria instituição, sem precisar se deslocar para outros locais.

“A sensação é de dever cumprido e satisfação por ter a certeza de estar fazendo o melhor para nossos alunos, contribuindo para a melhor oportunidade de capacitação, aprendizado e poder contribuir com a comunidade com nossas ações sociais”, conclui o coordenador. 

Animal utilizado para aprendizagem dos alunos

Prestígio aos alunos

Na inauguração do Centro Médico Veterinário, uma placa foi posta com o nome de todos os discentes e docentes, como uma forma de homenageá-los por terem acreditado na Una para sua formação superior. 

Ana Clara, é aluna do 6º período do curso, e para ela que pretende seguir a área de medicina felina, o Centro apareceu na melhor hora para que ela possa adquirir experiências com as práticas.

“Acredito que vai me ajudar muito, pois vou conseguir adquirir mais experiência e ainda pode me dar oportunidade de conhecer mais profissionais nessa área de atuação”, compartilha Ana.

Já para Davidson, aluno do 3º período e que deseja ingressar na área de dermatologia, oftalmologia e cirurgia, o Centro é essencial, é o lugar onde ele irá exercitar na prática aquilo que aprende na teoria.

“Ele vai servir como centro de treinamento pré-clínico, é nele que eu vou aprender e praticar as técnicas da medicina veterinária, posso aprender puncionar uma veia, fazer um exame radiográfico, um diagnóstico de imagem e clínico, além de treinar rotina hospitalar, ele é importante para nos ajudar nesses pontos essenciais para a nossa prática”, diz o estudante.

Davidson ainda ressalta que o Centro Médico Veterinário da Una é a única unidade hospitalar vinculada a uma Universidade na região de Contagem e entorno, o que possibilita aos discentes um grande acesso a uma variada gama de casos clínicos e um contato mais próximo com a realidade do local.

Para o aluno que está no terceiro período e tem muito a desenvolver dentro do curso e do centro, a esperança de poder exercer seu estágio supervisionado com os professores, explorar as diversas oportunidades que ele tem a oferecer, farão dele um excelente profissional no futuro.

lunos do curso de Veterinária com a prefeita de Contagem, Marília Campos

Por Bianca Morais 

O Centro Universitário Una sempre foi palco para palestras e bate-papos com temas de suma importância, buscando levar aos alunos um pensamento crítico, muito além do aprendizado tradicional.

Em 2019, na cidade de Brumadinho (MG), aconteceu uma das maiores tragédias ambientais que já se viu em toda a história: o rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão. O desastre chocou o mundo e ocasionou a morte de 271 pessoas, incluindo 9 desaparecidos e a devastação do rio Paraopeba e de todo o ecossistema a sua volta. 

Durante aquele primeiro semestre de 2019, a Una promoveu diversas discussões sobre o assunto, inclusive, foram realizados diversos projetos interdisciplinares envolvendo diferentes cursos. 

 

Os eventos do curso de jornalismo

O curso de jornalismo, no período coordenado pela professora Márcia Maria Cruz, realizou grandes iniciativas. Segundo a jornalista, que acompanhou de perto ação da imprensa frente o rompimento da barragem de Brumadinho,  essa foi uma das principais coberturas jornalísticas do Brasil, comparável até ao 11 de Setembro nos Estados Unidos, em termos mundiais, com desdobramentos gigantescos.

“Em função disso, eu considerei que era importante fazer uma reflexão sobre a cobertura convidando jornalistas que participaram dela e docentes do nosso curso que pudessem fazer uma discussão sobre esse processo para os alunos”, conta ela. 

Na época, o Jornal Contramão ficou responsável pela parte da produção executiva do evento, com objetivo de fazer uma conexão entre a academia e o mercado de trabalho, os profissionais que atuam nas redações e que fazem a cobertura jornalística no dia a dia.  

A organização trouxe ao Contramão uma importante visibilidade.Os debates contaram com um público bem expressivo, alunos da Una e de várias outras instituições, interessados em cursar o curso de Jornalismo, além da presença de diretores de redação de vários jornais, como por exemplo, o diretor de redação do Jornal Estado de Minas, Carlos Marcelo de Carvalho, representantes de outros veículos, como da rádio CBN, Itatiaia, todos para assistirem ao debate. 

“Foi um grande encontro com a presença de estudantes, professores e profissionais de jornalismo, tanto os que foram convidados a fim de compor as mesas e os debates como os que foram com intuito de assistir. Esses encontros são extremamente ricos e importantes tanto para a formação dos nossos alunos, como também para os jornalistas profissionais que têm esse tipo espaço como uma possibilidade de refletir sobre o trabalho que eles realizam no cotidiano”, comenta Márcia.

 

A mostra de fotografias

Inicialmente, foi elaborada uma mostra onde foram apresentadas 30 capas e 20 fotos produzidas por profissionais de diferentes veículos de comunicação de Minas durante a cobertura da tragédia.

Com grande repercussão, a curadoria da exposição ficou a cargo dos professores: Aurélio Silva, Magda Santiago, Leonardo Drummond Vilaça, e o jornalista do Estado de Minas, Fred Bottrel, que foi um dos autores da reportagem em 360 graus realizada em Brumadinho, uma verdadeira inovação na cobertura jornalística. A expografia foi produzida pela professora dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design de Interiores, Janaína Scaramussa, e a montagem pelos alunos do curso.

As imagens presentes na mostra eram de uma autenticidade fora do comum, realistas e mostravam a verdade, mesmo que chocante daquela calamidade. Aquelas fotos precisavam ser expostas, vistas e provocar atenção, com intuito que a morte de centenas de pessoas não passasse em vão, para que o público cobrasse respostas e que as vidas perdidas não caíssem no esquecimento.

A professora Maria Magda compartilha que participar da curadoria da exposição sobre a tragédia de Brumadinho foi um trabalho em que ela precisou olhar de frente o aniquilamento humano e a dor das pessoas. 

“Olhar, sem poder desviar a vista, para a destruição ambiental, o martírio do rio, a agonia dos animais. Ainda sem fôlego, ver a exaustão e o assombro nas expressões dos bombeiros e voluntários”, conta ela.

Para ela era difícil incluir, naquela contemplação angustiante, a observação da linguagem fotográfica, o “ver” de cada fotógrafo, as questões de enquadramento, o trabalho com a luz. 

“O sofrimento exposto nas imagens fazia com que tudo ficasse pequeno – problemas ínfimos, preocupações tolas, chateações fúteis, só pensava que essa exposição poderia ajudar a sensibilizar a comunidade, os nossos alunos, a aumentar as doações. Mas não dava para fugir da consciência do que é perdido, daquele desamparo na paisagem de lama. Por mais ajuda que tivesse, o que olhávamos era irreversível”, conclui a curadora. 

Entre as fotografias expostas apareceram as dos fotógrafos Alex De Jesus, Alexandre Guzanshe, Cristiane Mattos, Douglas Magno, Flávio Tavares, Gladyston Rodrigues, Isis Medeiros, Lucas Prates, Moisés Silva e Uarlen Valério. A reportagem 360 de Fred Bottrel e Renan Damasceno. A primeira página dos jornais Estado de Minas, O Tempo, Hoje em Dia, Super Notícias e Metro BH.

 

As mesas de debate

Além da exposição, também foram organizadas mesas de debates com o tema: “Desafio da reportagem: Cobertura Jornalística de Tragédias”. O bate papo foi dividido em dois momentos, um primeiro com “A produção de imagens em tragédias”, onde foram convidados para contar suas experiências os jornalistas Daniel de Cerqueira (O Tempo), Carlos Eduardo Alvim (Globo Minas), Gladyston Rodrigues (Estado de Minas) e Isis Medeiros (jornalista independente).

Na sequência, era a vez das “Narrativas da Tragédia”, que trouxe Edilene Lopes (Rádio Itatiaia), Márcia Maria Cruz (Estado de Minas) e Pedro Aihara, tenente do corpo de bombeiros de Minas Gerais.

Os convidados que participaram dos debates foram escolhidos de forma que fosse possível uma ampla representação dos veículos que fizeram a cobertura, dessa maneira estiveram presentes repórteres e jornalistas de várias mídias, de jornal impresso, portal, televisão e rádio. 

 

A relevância do evento para o jornalismo mineiro

Todos os eventos contaram com participação massiva dos alunos da instituição, principalmente, do curso de Jornalismo. Com a tragédia ainda fresca na memória de todos, era impossível não prestar atenção a cada fala e depoimento.

O evento foi sem dúvidas um dos maiores realizados em Minas Gerais para tratar da cobertura jornalística de uma tragédia, o assunto é de grande importância, sobretudo com a dimensão que foi o rompimento da barragem da Vale, todas as implicações das vidas perdidas, da destruição ambiental, os danos ao turismo danos e aos rios e bacias hidrográficas, dos pagamentos à comunidades, entre outros.

“E como o jornalismo faz a cobertura de um acontecimento desta dimensão, é fundamental trazer isso à formação de futuros jornalistas, ao curso de jornalismo é importante porque permite mostrar qual é a preocupação e qual é o entendimento que o curso tem com relação ao jornalismo, o que se considera como prioridade”, comenta a professora.

A exposição e as mesas de discussões tiveram grande repercussão e reconhecimento dentro da imprensa mineira, sendo anunciado por diversos veículos, com matérias publicadas falando tanto da programação dos debates como da exposição que foi realizada.

“Entendo que acontecimentos dessa natureza tem uma contribuição para qualificar a cobertura jornalística, para fazer com que ela seja pensada, refletida, e que com isso, possam ganhar em termos técnicos e éticos, termos de tratar um tema de tamanho interesse público”, conclui Márcia.