Contramão HUB

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Por Tiago Jamarino – Start – Parceiro Contramão HUB

 

DC forneceu ao ComicBook.com uma prévia exclusiva de The Brave e the Bold: Batman e Wonder Woman # 1 do escritor / artista Liam Sharp.

A série representa a única combinação de “trindade” de heróis de DC que ainda não tiveram um título mensal autônomo, com dois títulos Superman / Batman diferentes e uma Superman / Mulher-Maravilha em curso, fazendo o caminho para as lojas desde a virada do século .

“Quando o assassinato de um deus celta leva a uma guerra entre o povo das fadas e uma possível quebra entre os mundos, a Mulher-Maravilha deve encontrar o assassino e manter a paz enquanto Batman investiga ocorrências estranhas em Gotham City. Diana deve se dirigir ao maior detetive do mundo para que a ajude, e os dois heróis aprendem rapidamente que seus casos podem estar conectados.”

Você pode ver as páginas na galeria de imagens anexa e o texto de solicitação oficial abaixo.

Não perca o início de uma nova minissérie de seis números escrita e ilustrada por Liam Sharp (Mulher-Maravilha)! Quando o assassinato de um Deus celta leva a uma guerra entre o povo das fadas e uma possível violação entre os mundos, Mulher-Maravilha deve encontrar o assassino e manter a paz enquanto Batmaninvestiga ocorrências estranhas na cidade de Gotham. Como Diana deve se dirigir para o maior detetive do mundo para ajudar, os dois heróis aprendem rapidamente que seus casos podem estar conectados.

 

Fonte: Comicbook.com 

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Por Lenilson Nascimento – Poligrafias – Contramão HUB

Sabe, não é nada pessoal. Não é nada, na verdade.

A questão é que não sei viver assim, e nunca vou saber.

Nunca fui avesso a mudanças, e não será você a pessoa capaz de mudar isso em mim. Ninguém será.

Mas você já deveria saber disso, não é mesmo?

Saber que amo mudar, que sou apaixonado por novidades. Você deveria estar preparada para este dia, o dia em que você se tornou rotina.

Não há nada que eu odeie mais, repetir me causa tédio.

Mas você já deveria saber disso, não é mesmo?

O problema é que você não sabe nada sobre mim, e nem teria como saber. Eu nunca te mostraria esse meu lado.

Na verdade, esse meu lado é quem sou. O ser por trás da máscara que você acreditava conhecer.

Mas você já deveria saber disso, não é mesmo?

O que me resta é fazer o que sei de melhor: mudar. Tornar-me novidade e me livrar das rotinas.

Desculpe-me, mas eu desisti de você.

Mas você já deveria saber disso, não é mesmo?

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Por Larissa Ohana – Parceira Contramão HUB

Duas, quase às três

As horas parecem correr

Coração continua a bater no ritmo do pensamento

Sentimentos que em mim moram

Libertam-se com facilidade

Pois já está tarde

Tarde talvez para dormir

Mas será tarde para acordar?

Quero abrir os olhos, mas já os sinto mais do que atentos

Então percebo

Devaneios

Sonhar sem precisar despertar

Acordada estou

Devia estar no mundo do inconsciente

Porém consciente estou de consciências da realidade

— pausa para respirar fundo —

Chega

Já pensei no mundo

Já pensei em mim

Já pensei nele, de novo

Ponto final para isto

Espaço

Preciso

Me pede

Dou

Tudo parece insuficiente

Tantos deles

Tantas pessoas envolvidas

E no fim

Me resta apenas eu à mim

Eu me tenho

Eu me amo

Satisfação

Tranquilidade

Olhos fechados

breu.

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Por Giovanna Silveira – Metrica Livre – Parceira Contramão HUB

Olhou por cima do ombro várias vezes, movimento involuntário dos que esperam demais. Não imaginava também chegar tão cedo, se de prévia julgava o motivo de estar ali, mas ficou.

Ninguém a um raio ilusório de vinte metros de distância, somente ele e a presença estática dos arbustos enfileirados, que de certa forma o faziam companhia. Bateu os pés, estralou os dedos, olhou o relógio e o celular, num movimento de marcha atlética contínua, e fazia um movimento com os lábios como se fosse assobiar, mas se havia algum som, saía em decibéis de ar reprimido.

Ouviu ruído abafado de passos rompendo as folhas ressecadas no chão, ergueu a postura e olhou em 6 direções diferentes… logo voltou a posição que mais lhe familiarizava, o aguardo.
E assim foram dez, vinte, trinta, quarenta e sete minutos de pequenos exercícios de paciência; e quando se cansou de todos os possíveis espectros de tempo que o cercavam, olhou o relógio. Fez como quem toma um longo ar para si, espiou uma última vez por sob os ombros, e enxergou que nunca houve um motivo para estar e esperar ali.

Pôs-se nos pés largos, de uma forma simples sorriu para ninguém e se foi. E em um perímetro imperceptível de alguns longos metros de distância, eu o observei, enquanto também esperava. Naquele dia por alguns instantes, o estranho do tempo e eu, divimos o espaço, o tempo e a espera.

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Por Marina Ravelli – Poligrafias – Parceiros Contramão HUB

Graças a Deus ou qualquer entidade religiosa que você respeite, a gente se encontrou. Nosso encontro foi por acaso, regado a muita conversa boa e uma música de fundo. A gente se acendeu de primeira, se encarando a distância e quando você se aproximou soube me abordar da forma correta para me fazer rir. A gente conversou, trocamos duas ou mais confidências e quando o silêncio se fez presente, nós nos beijamos. Não que eu seja uma romântica incurável que se atenta aos detalhes, mas foi nos detalhes que você me pegou no laço; as tatuagens no antebraço, o sorriso despretensioso e o modo como me puxou para perto, enlaçando os dedos nos meus. Eu estava mesmo convencida de que você era um bom galanteador, mas você era mais do que tudo isso. Bastou alguns dias e muita conversa para eu perceber.

As preferências gastronômicas, o interesse por assuntos místicos e lúdicos, assim como o gosto musical que sempre se pareceu com o meu me fizeram pensar que eu tinha encontrado o cara certo. Você ainda gostava de beber, de viajar, de longas conversas dentro do carro e não se incomodava com o fato da minha mente viajar volta e meia e zerar a cada conversa. A gente aprendeu a perceber os detalhes um do outro, e como vivíamos e funcionávamos nessa sociedade agressiva que estamos inseridos. Não houve um momento sequer que eu fiquei insegura de mergulhar nos teus olhos verdes, assim como você não hesitou em se jogar na arena que é conviver comigo. Repito e insisto em dizer que a gente se ascendeu de uma forma muito nossa, e muito linda. Tudo casou; o beijo, o clima, o sexo, os interesses. Faltava só a gente casar – e você insiste em dizer que não adianta eu fugir do óbvio, que a gente ainda casa. Eu prefiro fazer a despretensiosa, e não rendo caso. Faz parte do meu charme, você sabe.

Ainda há tanto a dizer sobre nosso encontro e nossos dias, e pela forma como nos reconhecemos de primeira. Quem diria que eu aprenderia a abrir espaço na minha vida para recepcionar alguém tão diferente e parecido comigo, da mesma forma como você também se assumiu surpreso como quis tanto se dedicar a alguém e aprender com ela. A relação segue ainda muito recente, nós ainda estamos aprendendo e evoluindo a cada situação e momento juntos. Você diz que apesar da carapaça de fechada e durona, eu sou uma gata que aprecia carinho. E você, apesar da pose de galante e pegador, não passa de um menino que quer um colo para chamar de seu. Deliberadamente a gente se encontrou e se acendeu. Que sorte a nossa, eu devo ressaltar.. que sorte a minha por enfim te encontrar.

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Por Giovanna Silveira – Metrica Livre – Parceira Contramão HUB

Quando conheci Antônio ele passou por mim correndo. Olhou de meia lua, mas não procurou se familiarizar. Eu não o conhecia, mal sabia seu nome; mas era uma daquelas pessoas que bastam uma vez de olhar, e você vai se lembrar toda vez que a vir.

Engraçado como as pessoas tem um “ar” próprio… carregados de CO2 como vidas carbônicas severinas que são, cada qual levam consigo um fôlego único, no jeito de andar ou em como erguem as sobrancelhas ao falar. Antônio tinha o seu, mas gostava do ar alheio.

Gostava de um jeito de se pôr a observar. Bem calado e bem atento… ver os lábios do falante se moverem, os braços dançando ao redor do corpo, os olhos inquietos completando os discursos; era disso que gostava.

Ah, e Antônio tinha um sorriso fácil, quase de graça por assim dizer. Me pergunto se alguma vez já esteve triste ao ponto de mascarar o canto da boca, mas desde que me lembro, seu rosto sempre teve um traçado côncavo a disposição. Não tem sido fácil lembrar de tudo, e do todo… especialmente quando se quer seguir uma direção contrária da história, aquela que nunca terminou, mas parou a 3/4 da metade.

Me ponho a crer na imprevisibilidade das pessoas, na constância e na brevidade delas. Assim, fica mais conveniente salvar ao toque da memória, aqueles que não foram somente terminações soltar de um córtex cerebral, mas foram aquelas sinapses para nos despertar do acaso.

Seu nome não é realmente Antônio, tampouco é semelhante. Não é referência interna de uma brincadeira juvenil ou alusão bibliográfica. Antônio é como aquele que me refiro, ausente de sentido mas presente de sua essência volátil.