Cultura

Espaço em 3D do The Town. Foto: divulgação.

Dos mesmos criadores do Rock in Rio, festival em São Paulo promete ser um dos maiores do país.

Por Gustavo Meira

A partir dessa semana, São Paulo vai parar por conta do The Town. O festival de música acontece nos dias 2, 3, 7, 9 e 10 de setembro, no Autódromo de Interlagos. Atrações nacionais e internacionais compõem o line-up. 

A organização espera mais de 500 mil pessoas (100 mil por dia) espalhadas pelos seis palcos, distribuídos nos 360 mil metros quadrados, com mais de 230 horas de músicas. Além de quatro atrações para o público se divertir durante os dias de festival: a tradicional roda gigante, uma tirolesa sobre o público, montanha russa e ‘mega drop’ – com queda livre.

Para a realização deste grande festival, foram investidos nada mais, nada menos do que R$240 milhões. Em entrevista ao G1, o empresário e criador do The Town, Roberto Medina, afirma que o festival é muito transversal. “O The Town vai ser aqui um grande cartão de visita internacional de São Paulo para a gente mostrar essa riqueza cultural e isso vai estar representado dentro do festival, das músicas, mas vai ser muito transversal do pop ao rock, muito do rap, o trap, do hip-hop, da cultura urbana que tem muito forte em São Paulo”, afirma.

Roberto Medina, idealizador do The Town e Rock in Rio. Foto: Alamy Stock Photo.
Atrações 

Bruno Mars, Post Malone, Maroon 5 e Foo Fighters são as atrações internacionais mais esperadas para esta primeira edição. Existe também uma grande expectativa para a apresentação da cantora Ludmilla, que prometeu fazer o maior show de sua carreira, superando a performance que fez no Rock in Rio, no ano passado. Além da funkeira, outras atrações nacionais de peso estarão presentes no festival como Seu Jorge, Ney Matogrosso, Iza, Alok, Racionais MC’s, Luisa Sonza, Pitty, entre outros.

Ludmilla, Adam Levine do Maroon 5 e Bruno Mars são atrações mais aguardadas. Foto: Gustavo Meira.
Os palcos

Os palcos são um show à parte e chamam atenção assim como os artistas . O Skyline é o maior do festival, com design inspirado em prédios referências da arquitetura paulistana, como o da Fiesp, Copan, Edifício Martinelli e a Oca do Parque do Ibirapuera.

O The One é inspirado na arte urbana de SP. Espaço que receberão conteúdos exclusivos, através de encontros e apresentações com bandas consagradas e novos artistas.

O Factory tem como inspiração a cultura urbana e terá performances de street dance e shows de trap, hip hop e rap – que estão entre os gêneros mais consumidos da capital.

A São Paulo Square vem inspirada na região em que a cidade foi fundada, embalada ao ritmo de muito jazz e blues, com performances artísticas, música, dança e o colorido das obras. J

Já o New Dance Order é um palco dedicado à música de pista, que fez sua estreia na última edição do Rock in Rio.

Mapa da estrutura do The Town, que acontece no autódromo de Interlagos. Foto: divulgação.
Ingressos

Até o fechamento desta matéria, somente as datas 2 (shows de Post Malone, Demi Lovato e Iggy Azalea) e 7 (shows de Maroon 5, The Chainsmokers e Ludmilla) de setembro ainda estão com ingressos disponíveis. O valor está em R$815,00 a inteira e R$407,50 a meia-entrada. A compra pode ser feita até 4 ingressos por CPF, sendo no máximo uma meia-entrada. 

Por Júlia Garcia 

O fim de semana em Belo Horizonte está repleto de eventos para todos os gostos. Confira hoje a agenda que o Contramão separou para você curtir o final de semana.

Sexta

Nesta sexta-feira, acontece o Baile do Maguá – parte 2! O projeto, que foi criado pelo Gustavo Maguá e sua banda, promete levar o público a uma viagem pelas melhores referências musicais e não deixar ninguém parado. Do MPB ao samba, do pagode ao pop, do rock ao axé, o evento ainda conta com o DJ OverLuc. A parte 2 do Baile do Maguá acontece no Alpendre 70, a partir das 18h. Os ingressos, que já estão no terceiro lote, podem ser garantidos pelo Sympla

Sábado

E o sábado está repleto de shows, hein? Pra começar, nesse sábado acontece o Festival Sarará 2023! Com um line up diverso, cheio de artistas dos mais variados gêneros musicais, o Sarará tem a música como principal via de conexão. Shows com Mc Cabelinho, Marisa Monte, Tasha e Tracie, Jorge Aragão, Urias e muito mais! O Festival Sarará acontece na Esplanada do Mineirão, a partir do meio-dia. Os ingressos estão disponíveis na plataforma do Sympla

E se você está afim de comer um churrasco, ao som da dupla Fernando & Sorocaba, vem aí o On Fire. O evento de churrasco da dupla sertaneja, desembarca em Belo Horizonte neste sábado. O On Fire conta com open churras de carnes nobres, comandado por grandes chefes de churrasco, além de 3 horas de show da dupla. Ficou com água na boca? O On Fire acontece no Star 415, a partir das 15h. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Byma.

E uma das bandas de maior sucesso do país, chega em Belo Horizonte neste sábado. O grupo Roupa Nova comemora 40 anos de carreira com uma trajetória aplaudida de pé. A única banda com quatro décadas de estrada e a mesma formação desde o início em atividade no Brasil, atrai para suas apresentações um público dos mais diversos. Cantando seus diversos hits, a banda se apresenta no Arena Hall, a partir das 20h. Os ingressos podem ser garantidos através do Sympla.

Domingo

E no domingo acontece o Aniversário do Chris MC. O cantor chega em Belo Horizonte com um show completo, cantando seus sucessos + participação no pagode. O Aniversário do Chris MC acontece no Concreto Skate, a partir das 14h. Os ingressos estão disponíveis no Sympla.

Luiz Felipe César, 13 de junho de 2023

Uma quadra conformada pela Rio Grande do Sul, Tupis, Olegário Maciel e Goitacazes. Um clássico quarteirão do hipercentro da capital mineira, com, em  média, cento e dez metros de testada, extrudado em quatro pavimentos. Um grande volume prismático revestido, em suas quatro fachadas, por cobogós tom  de terra. Assim se conforma o Mercado Novo, uma edificação cuja história reverbera diferentes capítulos da vivência belorizontina. Vamos tentar periodizar  essa história em quatro momentos. 

Origem e inauguração

Primeiro, o eco. Sabe-se que o chamado Mercado Novo, que foi inaugurado em 1963, tem esse nome justamente por ter sido projetado para complementar funcionalmente o Mercado Central, implantado em 1929 — e que, assim, poderia  ser considerado o mercado mais antigo (MERCADO CENTRAL, 2023).

Na década de 1960, este, que era chamado de Mercado Municipal, existia a céu aberto, donde veio a necessidade de se pensar um novo espaço comercial para o município, com ares de “modernidade”, como é de praxe ser pensado pela sociedade mineira.  

Coloco entre aspas a palavra modernidade, porque, pelas Minas Gerais, ela costuma se confundir entre o tecnicismo de se referir à arquitetura de cunho modernista produzida pela famosa geração de arquitetos brasileiros da primeira  metade do século XX, como Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, e o uso popular que  diz respeito aos objetos, produtos e edificações que melhor atendem às tendências e tecnologias mais contemporâneas.  

Arquitetura e construção

Diante deste contexto é que os arquitetos Fernando Graça e Sandoval Azevedo Filho foram contratados para desenvolverem o projeto do que seria “o maior e mais interessante mercado da América Latina” (GALLEGOS, 2023), em um terreno onde  antes se localizava um abrigo de bondes (PBH ATIVOS, 2018). Belo Horizonte, hora ou outra, tende a estes arroubos de monumentalidade. O que tem muito a ver,  também, com uma constante busca dessa sua modernidade, sempre um pouco  perdida em tempos passados. 

Foi assim, por exemplo, com a primeira tentativa de se construir a Catedral Cristo Rei (a mesma ideia que se edifica hoje) nos anos 1940, na atual região da Praça Milton Campos, que seria, conforme notícias da época, “maior que a Catedral de  São Pedro no Vaticano”. É assim, mais recentemente, com o projeto do Centro Administrativo do Estado, com “o maior vão livre do mundo”.

O Mercado Novo surge, então, como um eco de possíveis monumentalidades imaginárias que se referenciam no passado que não se alcançou e em um possível futuro do porvir, como se sua edificação pudesse superar, em aporte físico e funcional, os espaços comerciais outrora criados na primeira metade do século na capital mineira. 

Em seguida, a aura. Pois esta síndrome para o monumental demonstrou suas fraquezas ao longo das décadas seguintes, e o Mercado Novo não se tornou tudo aquilo que lhe confiaram, especialmente por um processo de marginalização da edificação e esvaziamento significativo da região central, ocorrido nas últimas  décadas do século XX.  

É importante destacar, contudo, que ao longo das décadas de 1970 a 2000, o edifício não ficou abandonado, mas acabou gerando ao redor de si uma aura. Essa é outra questão muito comum da urbanística belorizontina. Existem alguns edifícios da cidade que, a depender da época e do público com o qual o relacionamos, ganham uma determinação sutil, que acaba por se espalhar no boca a boca. 

Ao redor e dentro do Mercado

Por comparação, o Edifício Mariana, também no hipercentro, possui uma aura de festa com trajes passeio completo e esporte fino, pois ali se concentrou, ao longo do tempo, uma série de comércios ligados a alugueis e compra de vestimentas e acessórios para casamentos, festas de quinze anos, entre outras destas celebrações com grande significado social.

Por sua vez, o Mercado Novo concebeu ao redor de si essa aura de serviços gráficos, por ter concentrado no seu primeiro pavimento, nessa fase de esvaziamento, uma série de gráficas, copiadoras, clicherias, papelarias, em seu primeiro pavimento. 

O térreo, em contato direto com a rua, continuou sobrevivendo nos moldes  tradicionais de um mercado como feira de alimentos, temperos e serviços de  culinária da tradicional gastronomia mineira — além de alguns outros comércios  de maior porte, como mercados e farmácias. E sobreviveu até a terceira fase, a qual denomino ressonância. 

Alcunha das Borboletas

Foi a partir de 2010 que o Mercado Novo ganhou mais uma alcunha: a de Mercado das Borboletas. Este nome surgiu do espaço de eventos que se criou em seu segundo pavimento, a partir da iniciativa do artista Tarcísio Ribeiro, dono da maior parte das lojas dos pavimentos vazios do local (ROCHA, 2013).

Este projeto, que acabou por gerar um espaço que abrigou diversas festas da cidade ao longo da  década passada, ressoava a transformação que a cena cultural de Belo Horizonte vinha passando com os eventos de rua, a exemplo da Praia da Estação — evento  de ocupação e reinvindicação política dos espaços públicos da cidade que ocorria  (e ainda hoje ocorre) na praça de mesmo nome —, que acabou auxiliando na retomada do carnaval belorizontino, ou mesmo os duelos de MC debaixo do  viaduto Santa Tereza, os quais se tornaram uma referência nacional. 

Neste período, conviveram ali, então, o mercado tradicional no térreo (ecos de um  passado republicano e positivista da capital), o comércio dominado por serviços  gráficos no primeiro pavimento (aura do período modernista, tecnocrata e de  abandono do centro) e o espaço de eventos (ressonância de uma retomada dos  espaços do hipercentro pelos eventos culturais, artísticos, populares e de luta). 

Vemos como o prédio vai se transformando a partir das relações que a cidade tem  com suas áreas centrais e seus edifícios. 

Em meados de 2018

Por fim, a explosão. Após a retomada do espaço com o Mercado das Borboletas,  no ano de 2018, houve revitalização do espaço e a Cervejaria Viela abriu ali dois empreendimentos: a Distribuidora Goitacazes e a Cozinha Tupis. Estes fazem  surgir um novo movimento: o Velho Mercado Novo, um grupo de lideranças que  passou a organizar o espaço diante do repentino interesse pelo local (FILOMENO,  2021). 

Diante deste frenesi geral, o Velho Mercado Novo tornou-se o que é atualmente:  uma referência em gastronomia, coquetelaria, arte, artesanato e cultura  belorizontina de vanguarda, contando com uma série de estabelecimentos que  apresentam da culinária tradicional (Fogão Vermelho) até a contemporânea  (Rotisseria Central); da drinkeria (Margô) ao vinho (Gira); da moda mineira 

(Ronaldo Fraga ou Led) ao vestuário urbano (Nephew), entre tantos outros  serviços e comércios, que citar alguns torna-se um sacrilégio, na difícil escolha de  selecioná-los, em detrimento de outros, para se falar deste grande complexo,  atualmente já ocupando até mesmo o quarto andar da edificação.  

Nos dias de hoje

A realidade é que o Mercado tornou-se um espaço de longas filas de espera para entrada, nos dias mais movimentados, mas que valem a pena diante da profusão de sabores, cheiros e texturas que se pode experimentar ali. Ao mesmo tempo, há quem diga sobre a necessidade de se atentar para a gentrificação do espaço, visto que o valor para se alimentar, ou mesmo comprar um pequeno souvenir no local,  tem se tornado cada vez mais salgado, o que foge à ideia tradicional a que remetem tais mercados.  

Parece que aqui a fórmula para a sobrevivência do espaço é entender as diversas camadas de tempo que se sobrepõem na história da edificação, atualmente muito bem fragmentada em seus quatro pavimentos — agora com o último representando esta nova fase explosiva em que se encontra o espaço.

Pode-se,  tranquilamente, comprar alguns temperos e queijos no térreo do Mercado Novo,  subir para o primeiro pavimento para apreciar o trabalho dos produtos gráficos,  com suas máquinas que remetem a outros tempos com menos telas e documentos virtuais, e depois seguir para o terceiro pavimento em busca de um bom almoço  que misture a tradição mineira com influências e sabores internacionais.  

Assim, possivelmente, será plausível pensar um Mercado — e uma cidade — que  possam, de fato, entender-se como plurais, democráticos, diversos, a partir deste  edifício que consegue abrigar diferentes camadas sociais, usos e uma série de  encontros, sempre entremeadas pela luz e a paisagem filtradas pela pele de tijolos  vazados.

Referências 

FILOMENO, Daniela. Mercado Novo, o mercadão de BH, leva agito  gastronômico para o centro da cidade. CNN Brasil, 19 nov. 2021. Disponível em:  https://www.cnnbrasil.com.br/viagemegastronomia/cnn-viagem gastronomia/conheca-o-mercado-novo-em-belo-horizonte/. Acesso em: 13 jun.  2023. 

GALLEGOS, Isabella. Rearquitetura Mercado Novo. Disponível em:  <http://portfolio.bimbon.com.br/arquitetura/rearquitetura_mercado_novo#:~:text =O%20Mercado%20Novo%20foi%20constru%C3%ADdo,Gra%C3%A7a%20e%20 Sandoval%20Azevedo%20Filho.>. Acesso em: 12 jun. 2023. 

MERCADO CENTRAL. O mercado. Disponível em:  

http://mercadocentral.com.br/sobre/. Acesso em: 12 jun. 2023. 

PBH ATIVOS. PMI de Mercados Municipais. Anexo VIII – Mercado Novo. 2018.  Disponível em: https://www.pbhativos.com.br/arquivos/03-CONCESSOES-E PPPS/03.7%20- 

%20PMI%20E%20MIP/PMI%20MERCADOS%20MUNICIPAIS/ANEXO%20VIII_Merc ado%20Novo.pdf. Acesso em: 12 jun. 2023. 

ROCHA, Gustavo. Mercado das Borboletas celebra três anos de atividades  culturais. O Tempo, 20 dez. 2013. Disponível em: 

<https://www.otempo.com.br/entretenimento/magazine/mercado-das borboletas-celebra-tres-anos-de-atividades-culturais-1.763453>. Acesso em: 13  jun. 2023.

Por Júlia Garcia

O fim de semana em Belo Horizonte está repleto de eventos para todos os gostos. Confira hoje a agenda que o Contramão separou para você curtir o final de semana.

Sexta

E se prepare para virar a noite na Pré Virada Cultural. Hoje, sexta-feira, acontece uma experiência única, com shows de diversas bandas de diversos estilos para mostrar a potência dos artistas da cidade. Se prepare para aquecer seus olhos e ouvidos para a Virada Cultural de Belo Horizonte. A Pré virada acontece na Casa Matriz, a partir das 19h e os ingressos estão disponíveis no Sympla.

Mas, se você deseja curtir uma boa comédia, pode prestigiar o show Assim Caminha a Humanidade. Apresentado pelo comediante Renato Albani, o stand up relata os anos 1990/2000 e utiliza suas referências com programas de TV, desenhos animados, amigos/histórias da infância e relacionamento familiar entre pais e filhos. O show acontece nesta sexta-feira, no Minascentro, com três horários disponíveis: 19h, 21h30 e 23h30. Os ingressos podem ser adquiridos no Sympla.

Sábado

E no sábado começa a Virada Cultural de Belo Horizonte. Com mais de 260 atrações gratuitas, a expectativa da prefeitura é que pelo menos 300 mil pessoas curtam a programação. O evento conta com seis palcos espalhados pela cidade e mais de 24 horas de programação. E no sábado, os destaques são a dupla ClaraXSofia, que se apresenta no Palco Gramado, e Gaby Amarantos, no Palco Sesc, às 22h30.

Para os amantes do samba, neste sábado Nova Lima recebe o Raça Negra. Muita música, samba e pagode para você curtir. Além do Raça Negra, o evento conta com outras atrações também, como Deu Samba e Dj DH.  O show acontece na Star 415, a partir de 20h. Para garantir seu ingresso basta acessar o Ticket Work.

Domingo

E no domingo a Virada Cultural continua e o destaque deste dia é a banda Titãs, que se apresenta na Praça da Estação, a partir das 18h30. A banda vai apresentar o show do disco “Olho Furta-Cor”. Além deste show, você poderá conferir outras atrações no entorno da capital mineira.

Por Júlia Garcia

O fim de semana em Belo Horizonte está repleto de eventos para todos os gostos. Confira hoje a agenda que o Contramão separou para você curtir o final de semana.

Sexta

Você curte uma boa micareta, com trio elétrico? Se a resposta for sim, pode separar seu abadá. Nesta sexta-feira acontece o Esquenta Bloco Vumbora, que promete preparar e animar os foliões. Com grandes atrações, o evento conta com três horas de show dos Baianeiros, DJ Alex Serra e convidados especiais. O Esquenta acontece no Espaço Meet – Porcão, a partir das 22h. A venda da entrada + copo personalizado é realizada pela plataforma Sympla.

Sábado

Quem está com saudade de uma boa folia, pode se preparar, pois Belo Horizonte vai se transformar no carnaval da Bahia. A capital mineira recebe o Bloco Vumbora. E quem comanda o bloco com muito axé baiano, são os ícones Bell Marques, Durval Lelys e o cantor Tomate. O Bloco Vumbora terá 8 horas de folia atrás do trio elétrico e acontece no Campus Buritis do Uni BH, a partir das 14h. Os ingressos podem ser adquiridos no Sympla.

E a Feira do Mineirinho recebe o Aloha Beagá. O evento conta com temática de luau e reúne grandes atrações musicais, com muito samba e pagode. Shows com Thiaguinho Lisboa, Rafael Viterbo, Serginho e grupo Reviravolta. Outro destaque será o DJ Matheus BK que promete animar a galera com hits contagiantes. O Aloha Beagá começa a partir das 15h, na Feira do Mineirinho e os ingressos estão disponíveis no Sympla.

Domingo

Domingou com dia dos pais e você poderá levar seu coroa para curtir o show de Almir Sater. Nascido em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, Almir Sater destaca-se na cultura brasileira como um músico e compositor criador de um estilo único e original. Suas músicas dialogam com as culturas regionais fronteiriças de seu estado natal. O artista se apresenta no no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes, às 20h30 e os ingressos podem ser adquiridos no Eventim.

Foto: Flávio Tavares.

Por Yasmin Mariana

Inaugurado em 1963, o Mercado Novo surgiu para funcionar como um complemento para o Mercado Central de Belo Horizonte, que era realizado a céu aberto. Como uma promessa de ser um dos mais modernos e maiores mercados do país, a construtora a frente do projeto veio a falir antes mesmo de finalizar a obra. 

O local, então, se tornou marginalizado e seu espaço em maioria desocupado por muitos anos. Mas, ali existiam gráficas, oficinas de conserto e algumas lanchonetes, que ocupam o espaço até hoje.

Foto/Divulgação: Cervejaria Viela/CNN.
Importância para a cultura local

Em 2010, com a inauguração do Mercado das Borboletas, no terceiro andar, como um evento cultural no qual eram realizados shows e festas que atraíam o público, e assim, chamando a atenção de investidores para o local. 

Com a chegada dos empreendedores da Cervejaria Viela, produtores artesanais de Minas, em 2018, e a inauguração da Cervejaria Viela e o Restaurante Tupis, que teve por objetivo engrandecer o espaço, e que funcionou: o sucesso de seus estabelecimentos impulsionou o Mercado e a sua revitalização, agregando novos produtores e negócios e ainda sim mantendo os comerciantes antigos e sua identidade.

Para Marcelo Albuquerque, pintor, desenhista e professor dos cursos de Arquitetura e Urbanismo e Design Una, os pontos turísticos como o Mercado Novo, Mercado Central, Mercado Distrital do Cruzeiro, Feira Hippie e Expominas desempenham um papel crucial na preservação da cultura local. “Esses locais promovem a cultura local ao oferecer produtos artesanais e industriais, alimentos típicos, produtos da indústria e obras de arte regionais, valorizando as tradições culturais e impulsionando a economia local. Além disso, eles preservam práticas tradicionais, promovem o turismo cultural, fomentam a economia local e divulgam a identidade cultural da cidade, fortalecendo o vínculo entre moradores locais e visitantes e garantindo a continuidade da rica herança cultural de Belo Horizonte”, destaca.

Foto/Divulgação: Leonardo Lara/Flickr.
Reinauguração

Após um longo período de planejamento e restauração, o Mercado Novo foi reinaugurado em 2019. Sua revitalização preservou a arquitetura original, mas, incorporando elementos contemporâneos que tornaram o prédio um espaço único. Resultou-se, então, em uma mistura de características tradicionais com uma atmosfera moderna e vibrante. 

As melhorias incluíram revitalização da estrutura física, modernização das instalações elétricas e hidráulicas, além da criação de espaços dedicados a experiências gastronômicas diferenciadas.

Para a arquiteta e sócia-fundadora da Libelo.la Arquitetura, Laura Souza Campos, o prédio possui características modernistas. “Ele é um edifício que possui as linhas retas e longilíneas como forma principal. Esse grande caixote com a fachada em cobogós foi projetado pelos arquitetos Fernando Graça e Sandoval Azevedo Filho no ano de 1962. No seu interior, longas e robustas rampas e longos corredores, bem característico desse estilo arquitetônico. Os cobogós deixam o edifício super simpático, pois quando bate a luz do sol cria desenhos mágicos no interior da construção. O elemento cobogó foi criado por um grupo de engenheiros (o português Amadeu Oliveira Coimbra, o alemão Ernesto August Boeckmann e o brasileiro Antônio de Góis) aqui no Brasil, em 1920 em Recife, foi muito utilizado na arquitetura modernista brasileira”, comenta. 

Laura ressaltou ainda que a requalificação e a revitalização da maneira em que está sendo feita, preservando os comerciantes antigos, priorizando pequenas empresas e pequenos produtores locais, contribui para enriquecer a cultura da cidade. “Se a gestão mantiver esse princípio, a tendência é que o Mercado se torne referência nacional e até internacional como uma incubadora de pequenos negócios locais. E com a permanência dos comerciantes antigos, esse caso mostra que é possível o antigo e o novo coexistirem“, finaliza. 

Foto/Divulgação: Cervejaria Viela/CNN.
Diversidade gastronômica

Hoje, uma das principais atrações do Mercado é a gastronomia diversificada. Desde os tradicionais pães de queijo e cachaça a pratos sofisticados, de pratos típicos mineiros a pratos estrangeiros, é uma verdadeira experiência gastronômica. Além da gastronomia, destaca-se também, os produtos artesanais e locais. Você certamente irá encontrar lojas com artigos únicos e verdadeiras obras de arte, produzidas por mineiros. 

Para Laura a importância histórica e cultural do Mercado para BH é que ele se tornou um novo ponto turístico. “Virou um polo da gastronomia mineira raiz, essa gastronomia de boteco, de mercado como a Cozinha Tupis, Café Jetiboca, Copa Cozinha… um polo das bebidas locais como Herbário IVY, Runeria Mascate, Cachaçaria Lamparina e Carimbó Açaí; um polo da moda autoral, com a O Jambu, Rocus, Meu Lugar, Cutuca… de produtos sustentáveis como na Gira e seus vinhos orgânicos… de galerias de arte e de outros empreendimentos inovadores como o Inverso, hub de advocacia. Esse movimento consolida a participação da produção em pequena escala na economia da cidade. O Mercado Novo nos mostra que é possível gerar emprego, trazer mais dinheiro para a cidade, quando se dá espaço e oportunidade para que pequenos negócios floresçam”, deslumbra. 

Patrimônio cultural

O Mercado vai além do comércio. O espaço é hoje um importante cenário cultural da capital. Reúne exposições, shows e eventos, que atraem públicos diversos e tornando-se um local no qual profissionais de diversas áreas têm espaço para expor e compartilhar seus talentos.

Marcelo explica que patrimônios culturais como o Mercado podem trazer, também, benefícios econômicos significativos. “Estímulo econômico, criação de empregos e revitalização urbana, enquanto promovem a preservação cultural, o intercâmbio cultural e a compreensão mútua. Além disso, esses locais incentivam a conservação e a restauração, fortalecendo o senso de identidade e orgulho da comunidade local”, destaca. 

Além disso, Marcelo ressalta as características arquitetônicas distintas do Mercado Novo que o tornam um patrimônio importante. “O Mercado Novo de Belo Horizonte é um patrimônio importante devido à sua localização tradicional e distinta. Seu estilo arquitetônico é controverso, ao incorporar influências modernistas, visando o aspecto funcional em seu interior, porém sua fachada se apresenta como um grande caixa maciça de alvenaria aparente com cobogós tornando o diálogo entre o interno e o externo praticamente nulo, assim como no Mercado Central. Por outro lado, seu interior promove a caminhabilidade e a interação social”

Marcelo ressaltou, ainda, que o mercado abriga uma diversidade funcional, com uma variedade de lojas, restaurantes e espaços artísticos e de entretenimento, incentivando uma comunidade autossuficiente e que sua localização central favorece a conectividade com o entorno urbano e a utilização de meios de transporte. “Os espaços públicos vibrantes, como praças e áreas de convivência, promovem encontros sociais e fortalecem o senso de comunidade. Essas características arquitetônicas tornam o Mercado Novo um patrimônio valioso, que preserva a cultura local e o potencial de incorporar princípios do novo urbanismo, criando um ambiente urbano mais humano, inclusivo e sustentável.” 

Foto/Divulgação: Felipe Khoury/HZ.
Referência de Minas

O Mercado nesses 60 anos se consolidou como um importante patrimônio cultural e gastronômico de BH. Com sua revitalização, o espaço se tornou referência para quem busca experiências com a cara dos mineiros. O Mercado cada vez mais agrega públicos diversificados e valoriza a cultura e os produtores locais, seu grande diferencial. 

É como um símbolo da tradição e renovação da cidade. O Mercado se reinventou para se adequar aos tempos atuais, mas mantendo sua identidade mas com um espaço vibrante e repleto de experiências para os visitantes e novas oportunidades para produtores e comerciantes locais.