Desvendando BH
Lugares pouco conhecidos da capital mineira

Pensando em economia criativa, o Circuito Cultural da Praça da Liberdade abre as portas para um novo empreendimento. Ocupando uma antiga residência na Rua Santa Rita Durão, a Casa de Economia Criativa chega aos mineiros com o objetivo de dividir experiências e compartilhar ideias. Localizada na antiga “Casa a Amarela”, de 1910, a Casa proporciona um ambiente acolhedor, que faz com que o público interaja e busque informações sobre empreendedorismo e economia criativa, um assunto pouco explorado no Brasil.

De acordo com a coordenadora do núcleo de economia criativa do SEBRAE e gestora da Casa, Regina Faria, a Economia Criativa é um novo conceito que vem sendo discutido por urbanistas, economistas, publicitários, jornalistas, fotógrafos e grupos de teatro e dança que estão dentro das artes cênicas e que possuem a criatividade como o principal negócio.

Para a gestora, a localização da Casa dentro do Circuito Cultural vem dizer para a sociedade e para todo o complexo que circunda a praça que a Cultura é um negócio.

A Casa oferece ao público, cursos de financias, de plano de negócios e de controles financeiros. O objetivo é divulgar e disseminar o conceito de economia criativa, destaca a gestora. “Acreditamos que isso precisa estar dentro da mente das pessoas. Quando você fala indústria, você sabe o que vem a sua cabeça – quando você fala economia criativa, as pessoas pensam: Mas o que, que será isso?”.

“Aos poucos as pessoas vão entendendo isso, sabemos disso! É uma questão de tempo”, afirma Regina. A Casa de Economia Criativa trabalha também com a melhoria da gestão de novos empreendedores, realizando palestras, cursos e encontros onde o público pode debater sobre o mercado de todos os setores.

Foto e texto por: Juliana Costa

Quem tem o costume de passar pela Praça José Mendes Junior, que fica em frente ao Quartel do Comando Geral da Policia Militar do Estado de Minas Gerais, deve ter notado que a Casa dos Despachos está em reforma, com grades cercando o local, dificultando um pouco a passagem de pedestres por ali e pedreiros presentes na rua trabalhando na restauração da fachada e modificando o passeio. O local vem sendo restaurado desde novembro do ano passado para abrigar mais uma sede da Casa Fiat de Cultura. A inauguração está marcada para o dia 9 de junho, quando a Casa receberá uma exposição de arte que ainda é mantida em segredo pelos organizadores.

Segundo a assessoria de imprensa da Casa, a escolha do local foi realizada por eles e formalizada em acordo com o Governo do Estado de Minas Gerais, para integração ao Circuito Cultural Praça da Liberdade. Ainda segundo a assessoria, a escolha da Casa dos Despachos foi feita devido à sua localização e ao seu tamanho, com vãos livres para instalação das salas de exposição. O edifício tem grande valor para a história de Minas Gerais, por ter abrigado a sede administrativa do Governo de Minas por mais de 40 anos.

Todos os dias, passam centenas de pessoas na porta da futura sede da Casa Fiat de Cultura, mas muitos nem imaginam o que há por lá. É o caso do ajudante de pizzaiolo, Josimar Henrique, que ficou empolgado com a ideia de receber um local como esse na região da Praça da Liberdade: “é legal saber que vai abrir um lugar como esse, perto da gente, é bom ter mais incentivos culturais, nos dando a oportunidade de conhecer um pouco mais do mundo da arte”.

O local ainda possui uma obra original do artista Candido Portinari, a tela, intitulada “Civilização Mineira”, está instalado no hall de entrada do Prédio e está sob a guarda do IEPHA/MG. A obra é tombada pelo Município de Belo Horizonte, como patrimônio cultural do conjunto urbano da Praça da Liberdade. Polliane Eliziário conta que a pintura é propriedade do Estado, faz parte do acervo do patrimônio e está sob responsabilidade da Casa Fiat de Cultura. Para garantir a integridade física da obra, a instituição concluiu a restauração em dezembro de 2013. O painel está, atualmente, resguardado por proteção de madeira, até que se concluam as obras de revitalização do edifício. O público poderá admirar o quadro Civilização Mineira partir de junho.

Texto e Foto por: Juliana da Costa

Com o final do FIQ, acabou também a Caça aos Desenhos, realizada por Fábio Moon durante todos os dias do evento. O quadrinista, que tem renome internacional e é dono de alguns títulos com seu irmão gêmeo, Gabriel Bá, como Casanova, Daytripper e 10 Pãezinhos realizou uma brincadeira com seus fãs. O combinado era que a cada dia do FIQ ele esconderia uma de suas ilustrações pela cidade e os fãs teriam que ir a procura após a dica solta em seu instagram.

Moon explicou que viu alguns de seus amigos fazendo a brincadeira e pensou em fazer também, só tomou coragem depois que seu amigo Cameron Stuart fez durante a turnê que participava, depois de ver que estava dando certou aproveitou o Festival Internacional de Quadrinhos e a sua localização para realizar a sua Caça aos Desenhos.

Como deu certo a brincadeira da Caça aos Desenhos na capital mineira, Moon decidiu que a próxima a caça será em Leeds, Inglaterra, onde estará essa semana. Onde estará participando de um festival na cidade de Leeds na Inglaterra o “The Leeds Comic Art Festival Anthology 2013”.

Escute aqui a entrevista completa com o quadrinista.

Texto e áudio por: Juliana Costa

Foto: conjuntos de fotos dos desenhos postados por Bá e Moon

À tarde de 15 de setembro fechou com chave de ouro, com a 1°edição da virada cultural BH, que teve fim após 24 horas de muita música, brincadeiras e diversão. Na Praça da Estação por volta das 14h15min cerca de 200 pessoas se concentrarão em frente ao museu de artes e ofícios, algumas pessoas se assentaram no chão, outras procuravam sombras para se esconder do sol. A animação também estava garantida no quarteirão fechado entre as Av. Afonso Pena e Espirito Santo, com mais ou menos 100 pessoas, tranquilidade a curtição tomaram conta do local.

Alguns comércios ficaram abertos até mais tarde, como farmácias e lanchonetes, para atender o movimento e a circulação de pessoas em prol do evento. A segurança estava reforçada em vários pontos da capital, principalmente, nos locais das apresentações e nas avenidas mais movimentadas. No Parque Municipal a alegria contagiava as pessoas, os eventos eram direcionados a todas as idades, a tarde, muitas crianças, cachorros e adultos se misturavam em uma mesma sintonia.

Tiago Lopes, 21, estudante, diz que estava na Virada desde as 18 horas de sábado e pretendia ficar o tempo que o corpo aguentasse. “A ideia da virada foi super legal, positiva e não tem como não vir”, ele afirma não ter uma preferência pelas apresentações, “gostei de tudo”. Na Praça Afonso Arinos, a apresentação do Aruanda, chamou a atenção de quem passava pelo local, por volta das 15 horas. Maria da cruz, 40, doméstica, tirou um tempinho no trabalho para aproveitar os últimos minutos da virada ela diz que: “Gostei muito, adorei, muito lindo”.

Na Praça da Liberdade uma das apresentações finais, foi do Quarteto Cobra Coral, que encantou os olhos da plateia que observava atentos a cada detalhe das apresentações. Aurea Estáquia, 65, professora aposentada, ficou impressionada com a quantidade de pessoas que estavam nas ruas de diferentes regiões da cidade e classes sociais “Estava em casa com dor de cabeça, lembrei da virada e resolvi tomar um remédio e vim para cá. Já estou preparada para as próximas que virão”, garante.

Segundo a organização do evento cerca de 200 mil pessoas passaram por todos os Oito pontos  da capital, apreciando, musica, teatro, cinema, vídeo, moda, fotografia, literatura, dança entre outros , de sábado para domingo.

Texto: Aline Viana

Foto: Aline viana

As barbearias no centro da capital funcionam como ponto de encontro de amigos e mantém a tradição de aparar a barba de forma menos penosa para muitos homens. Por ser algo muito pessoal, o ato de fazer a barba exige uma relação de confiança entre profissional e cliente.

José Antônio de Souza, o Toninho, 44, atua como cabeleireiro desde 1982. Atualmente, seu estabelecimento, o Confraria – barba, cabelo e prosa, também recebe amigos que se reúnem no local para o happy hour. “Reunimos aqui uma turma que gosta de tomar cerveja, comer tira-gosto e trocar ideia. Por isso o nome Confraria”, explica. Há 10 anos, além dos serviços de cabeleireiro, Toninho oferece às terças e quintas bebidas e petiscos aos clientes, transformado o salão em uma espécie de bar familiar. O resultado da inovação foi positivo. “Depois que o Toninho Cabeleireiros se transformou em Confraria o movimento aumentou bastante”, comemora o proprietário.

Toninho acredita que hoje em dia não há mais aquele glamour no ato de se barbear em razão da correria do dia-a-dia. Segundo ele, “para manter uma barba bem feita e limpa, a ajuda de um profissional é essencial, mas a conversa entre amigos é o que mais atrai os homens às barbearias”, observa. Mauri Crema é cliente de Toninho e conta que se tornou amigo do cabeleireiro nos 12 anos que frequenta o estabelecimento. “Sou do Paraná e quando cheguei à Belo Horizonte fui apresentado ao Toninho por um amigo que já era seu cliente. Desde então eu corto o cabelo e faço a barba com ele. Mas tem dia que eu venho só para tomar cerveja. Na verdade a gente vem aqui para encontrar os amigos”, confessa.

Tradição

Os movimentos precisos e hábeis que, de tão repetidos, tornam-se quase automáticos marcam a rotina do barbeiro Marcos Antônio de Jesus, 45, sócio do salão de cabeleireiros que funciona no Edifício Maletta há 30 anos. O barbeiro utiliza lâminas descartáveis para trabalhar e informa que o uso da navalha é proibido em Belo Horizonte. Ressalta que mantém a tradição na hora de barbear seus clientes: “Eu uso toalhas quentes antes do início do procedimento para amaciar o pelo do rosto”, revela. Segundo o profissional, poucos estabelecimentos na cidade utilizam essa técnica. “No Maletta, o uso de toalhas aquecidas é exclusividade do nosso salão”, diz. Marcos Antônio afirma que a relação com os clientes é de amizade. E brinca: “Se trair, a gente corta o pescoço”.

O cheiro da essência de eucalipto utilizado no processo de aquecimento das toalhas agrada os frequentadores. Caso de Francisco de Assis, 56, que faz a barba no mesmo local há mais de 20 anos. O funcionário público conta que gosta de usar cavanhaque e ressalta a necessidade de se confiar no barbeiro para que o resultado saia como o esperado.

Por: Fernanda Fonseca
Foto: Fernanda Fonseca

O “deitado eternamente em berço esplêndido” da capital mineira e do país acordou. Na tarde para noite de ontem, 17,  uma multidão considerável foi novamente para a Praça Sete e fechou o cruzamento mais importante do centro de Belo Horizonte. A maioria era de jovens com máscaras, cartazes nas mãos e muita raça e vontade de mudança. Mais cedo, a partir das 13h,  já havia ocorrido o primeiro protesto da capital com mais de 20 mil pessoas. Não satisfeitos, os manifestantes voltaram ao ponto principal e reavivaram a voz do movimento.

Por volta das 19 horas o protesto retomou voz e vez, quando os participantes gritaram frases de protestos, mostrando descontentamento com o atual cenário político e econômico do país. A Polícia Militar que havia rechaçado os manifestantes mais cedo, agora  acompanhava todo o movimento a mais ou menos 100 metros de distancia. O quarteirão das avenidas Afonso Pena e Amazonas foi cercado e fechado pela cavalaria e pela frota de carros da PMMG. O protesto se manteve pacífico em todo o trajeto.

Uma peculiaridade marcante estava no fato de que varias faixas etárias faziam parte da passeata. Um cordão humano foi feito por alguns estudantes na Avenida Afonso Pena. Logo depois, eles sentaram-se ao redor do Pirulito na Praça Sete, como forma de mostrar que não tinham a intenção de sair do local. O último protesto da noite terminou  por volta de 23:00, na porta da prefeitura, com uma certa exaltação dos ânimos, porém, logo em seguida, os manifestantes retornaram ao ponto inicial, retomando os gritos de guerra.

Por: Aline Viana

Fotos: Aline Viana

Vídeo: Ana Paula Gonzaga