Desvendando BH
Lugares pouco conhecidos da capital mineira

Os freqüentadores da Praça da Liberdade já podem acompanhar a revitalização de dois importantes ícones da Praça: a “Fonte das Três Graças” e a “Moça mirando espelho d’água”. As duas são esculpidas em mármore carrara e a maior delas, a Fonte das Três Graças, comporta duas imagens femininas de mãos dadas, duas sereias logo abaixo e duas cabeças de carneiro na extremidade.

Com o passar do tempo, as fontes foram acumulando muita sujeira e o trabalho de limpeza e conservação é minucioso. No caso da “Moça mirando espelho d’água”, ainda será feito um trabalho de reintegração de elementos, uma vez que um dos braços da escultura se soltou há algum tempo.

O restauro terá duração de 90 dias e será feito ao ar livre. Serão utilizadas telas no lugar de alguns tapumes, para que a população possa assistir o trabalho.

Por Daniella Lages

O maior festival de diversidade cultural de Minas começa amanhã na Praça da Liberdade. Cerca de 38 tendas estão sendo montada nos arredores da Praça. Ao lado do coreto a maior delas “Espaço AR”, com 10×20 metros. Durante todo o evento acontecerá: shows workshops, palestras, discussões científicas, aplicações de massagens e outras técnicas para o seu bem estar e conexão com o planeta.

Para o professor e médico oriental Ulisses Martins Filho, o evento é muito importante, toda a população poderá participar,. Acontecerão diálogos científicos sobre a vida, o meio ambiente, de como envelhecer bem tendo hábitos de vida saudáveis. “Todos nós temos que envelhecer, mas, envelhecer com saúde e não com doença”, explica o professor que, ainda defende a ideia de que devemos repensar nosso estilo de vida perante o mundo e ao planeta.

A abertura do evento está programada para amanhã às 19h, o evento se estenderá até domingo, dia 27, de 7h às 20h. O evento conta com shows de Marcos Viana e os integrantes do Sagrado Coração da Terra, Udiyana Banda e outros. O festival é uma realização do Instituto Ayurveda e a entrada é gratuita.

Para mais informações acesse: https://festivalandandodebemcomavida.blogspot.com/

Por: Daniella Lages

Uma combinação a princípio bem incomum revela a que ponto pode chegar a criatividade das pessoas em época de copa do mundo e principalmente a dos empreendedores e proprietários de estabelecimentos comerciais. Percebe-se isso nas decorações utilizadas para integrar a torcida pela seleção brasileira no campeonato. Além daqueles que se aventuram pelos sinais vendendo os mais diversos adereços de torcida, as mais impossíveis combinações aparecem nesse momento, despertando a curiosidade, por exemplo, de quem passa pela Avenida Cristovão Colombo, na região da Savassi.

Entre os livros e seus renomados autores, uma livraria e cafeteria que, na ocasião, é também loja de enfeites da copa do mundo, reservaram um espaço para as bandeirolas, vuvuzelas, apitos, camisas, pandeiros, pulseiras, bonés, chapelões, bichos de pelúcia, guarda-chuvas, bolas, perucas, fantasias, sprays coloridos, entre outras variedades surpreendentes, todas em verde-amarelo-azul, para todos os gostos e olhares.

Na fachada da Livraria que antes se lia: Literatura, café e arte, agora se vê: Status na copa. Os autores dos livros que disputam o espaço com os adereços nas estantes – e alguns que nem brasileiros são – parecem observá-los, contrastando a visão do leitor que já não tem certeza, diante de tanta variedade de “fantasias”, do fim que dará ao seu dinheiro naquele momento: se lê ou torce.

O Livreiro Roberto Alcântara, 45, que trabalha no local, disse que a idéia de reservar um “cantinho” para os adereços foi do proprietário da loja que “é um empreendedor nato e reconhece a chance da ganhar dinheiro nessa época em que as pessoas se entusiasmam com sua seleção de futebol” explica Alcântara. Diz ainda que: “uma pessoa foi contratada exclusivamente para as vendas dos adereços”.dsc_0462dsc_0468

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Por: Danielle Pinheiro

A Biblioteca Pública de Belo Horizonte, apresenta até o dia 30 de junho a Exposição Naïf, quadros que retratam a vida do artista José Raimundo Naïf. Nascido no sul de Minas Gerais, na zona rural de Pouso Alegre, Naïf que antes era jardineiro descobriu seu talento no ano 1999, quando foi trabalhar na casa do artista plástico Fábio Ferrão. Contando com o incentivo de Ferrão, o jardineiro hoje é artista, trabalha com pinturas e gravuras que representam a zona rural de Pouso Alegre.

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Os quadros trazem imagens de festas típicas, trabalhadores do campo, sítios e fazendas da região e cavaleiros.

Com cores atrativas e traços simples e delicados, o artista encanta o público. A estudante Andréia Campos, 23, diz que se encantou com os tons e a vivacidade das obras, “ Gosto dos traços que ele usou, a forma como ele agrupou os elementos na tela, isso é um diferencial e muito elegante”, ressalta a jovem. imagem-333

Para conhecer mais o trabalho de José Raimundo acesse a sua galeria no flickr

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Por Ana Paula Sandim

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Na tarde desta sexta-feira a região Centro-Sul da Capital ganhou novas marcas. Estudantes de design de produção saíram às ruas do bairro de Lourdes para realização de um trabalho de faculdade. Como proposta  de trabalho, os três jovens deveriam fazer uma releitura de obras de arte. A escolha do grupo foi à obra “As mãos negativas”. A ideia do grupo é passar essas mãos, que antes só eram encontradas em cavernas para a urbanização da cidade.  Que segundo o trio seria as cavernas de hoje. Com uma lata de spray, uma luva na mão, os estudantes saíram às ruas deixando as novas mãos.  Ana Alice* diz que o trabalho ainda não está completo, que pretende pinchar mais, para montar uma galeria mostrando diversos lugares da cidade com a nova marca.

Não acreditam que seja pichação e sim trabalho escolar. Sempre procuram muros que já contenham grafite, pois a arte de grafitar é autorizada. Os jovens contam que tiveram alguns problemas e que chegaram a ser expulsos de um estacionamento, mas que a maiorias das pessoas só passam na rua e olham com cara ruim. Por outro lado, outras pessoas chegam a parabenizar achando que os grafites presentes nos muros, foram feitos por eles.  Os estudantes esperam que a faculdade aprove a atitude e valorize o trabalho e não considera vandalismo.

*Foi utilizado um pseudônimo para preservar a integridade da fonte.

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Por: João Marcelo Siqueira

Fotos: João Marcelo Siqueira

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Quando o “louco” tem espaço para se expressar, as pessoas dão credibilidade ao que ele está falando? Na maioria das vezes ninguém perde tempo escutando o que uma pessoa portadora de sofrimento mental tem a falar, pois muitos na sociedade já tem um preconceito e acreditam que o doente mental não segue uma linha de raciocínio que qualquer pessoa ‘normal’ teria. Porém no dia 18 de maio essa situação muda um pouco.


A Praça Sete parou na tarde desta terça- feira. Usuários, familiares, trabalhadores da saúde mental, parceiros e amigos ocuparam a rua Afonso Pena para o desfile da Escola de Samba Liberdade Ainda que Tan Tan, em defesa na luta antimanicomial. Esse dia é muito especial para os portadores de sofrimento mental, pois pela décima quarta vez eles ganharam as ruas da cidade e mostraram que estão presentes na sociedade, e que são capazes de levar uma vida social.

A terapeuta ocupacional Priscila Andrade explica que o tema escolhido para o desfile deste ano, ‘Solidariedade: Há em ti, há em mim’, faz uma alusão à tragédia que ocorreu no Haiti, tendo em vista que a sociedade também se balançou, tornando-se mais solidária frente ao sofrimento da população haitiana. O desfile foi dividido em alas, cada uma com um subtema diferente.

A primeira ala “Me empresta tudo que resta que lhe devolvo sonhos de sobra” representa a solidariedade. A segunda, “Libertar-te da dor, encontrar-te com a cor”, faz uma referência a Semana da Arte Moderna de 1922, explorando a experiência dos delírios e alucinações. A terceira ala veio com um grande balão e as crianças, no bloco “Todas elas cabem no nosso balão”. Já a quarta ala, “O balanço da loucura aterremota a ditadura da razão”, representa os movimentos sociais, compreendidos como placas tectônicas que se movimentam, numa destruição de constrói algo novo, aludindo ao terremoto no Haiti. A quinta ala “Que mentira é essa? Quem me tira dessa?” denunciou as mentiras no âmbito da saúde. E a última ala “Basaglia viu e anunciou, Bispo luziu quando endoidou” conta a história da reforma psiquiátrica.

O desfile contou com a presença de três trios elétricos, alas fantasiadas representadas por cada CERSAM regional, escola de samba, rainha de bateria e muita alegria, música e samba no pé. O movimento buscou, mais uma vez, a evolução na luta política pelos seus direitos, entre eles o de se expressar perante a sociedade, e conseguiram muito bem. Trouxeram para a avenida o samba enredo produzido pelos próprios portadores de sofrimento metal.


História da Luta Antimanicomial

Em 1993, aconteceu o I Encontro Nacional do Movimento da luta Antimanicomial, em Salvador – BA, tema como lema “O Movimento Antimanicomial como movimento social”. Esse evento reafirma princípios básicos da identidade do Movimento, como a independência do aparelho de estado, compromisso de transformação social, luta por uma sociedade sem manicômios e caráter não partidário. E também debates sobre diagnósticos do portador de sofrimento mental, as possibilidades de novos tipos de tratamentos terapêuticos e progressos dos direitos. Sendo assim surge o CERSAM – Centro de Referência em Saúde Mental. Centros como este estão presentes em vários pontos da nossa cidade, buscando tratar de forma humana, os doentes que chegam para serem atendidos. Esses Centros realizam tratamentos que possibilitem o portador de sofrimento mental, possa ser reintegrado na sociedade e levar uma vida “normal”. Opondo-se aos manicômios e a maneira agressiva que em alguns lugares tratam os doentes.

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Por: João Marcelo Siqueira e Débora Gomes

Fotos: Débora Gomes