Economia

Foto Ana Paula Tinoco

A proposta de reajuste salarial apresentada pela Federação Nacional de Bancos, a Fenaban, no último dia 29, que previa um reajuste de 6,5% e abono de R$ 3 mil não foi aceita pelos profissionais. Segundo o Sindicato dos Bancários de Belo Horizonte e Região o plano não garante um aumento real dos salários e, sim, reduz o valor em 2,8%.

Os bancos, segundo a Consultoria Economatica, é o setor que mais obteve lucro no primeiro trimestre de 2016. Com o crescimento de 6,2% nas receitas com prestação de serviços e tarifas, eles atingiram a marca de R$ 26,582 bilhões. Diante dos lucros bilionários, bancários e bancárias de todo o Brasil entraram em greve e irão às ruas para reivindicar seus direitos e garantir aqueles já conquistados. Até o fechamento da matéria a Fenaban não se manifestou a respeito dos dados da consultoria sobre o lucro dos bancos e sobre uma eventual contraproposta.

De acordo com o Sindicato dos Bancários, os bancos não sofreram com a crise, obtendo lucros que apenas nos seis primeiros meses desse ano chegaram a soma de R$ 29,96 bilhões, além de aumentar as taxas de juros dos clientes em 71,5% em um período de 12 meses, recebendo 318,4% apenas do cheque especial, ou seja, o ajuste oferecido está abaixo da inflação dos bancários. “Não podemos aceitar que os bancos, que continuam tendo lucros bilionários, usem o argumento da crise para retirar direitos dos trabalhadores. ”, defende Eliana Brasil.

Sobre o abono o Sindicato explica que ele não é um aumento real, e sim, uma manobra para que a longo prazo os trabalhadores terão menos poder de compra e um maior volume de dinheiro nos cofres dos banqueiros. Já que com a inflação a perda de 2,8% para repor salários não é incorporada ao FGTS, aposentadoria ou 13º salário.

Por Ana Paula Tinoco

Caetano Souza, português, encontrou no Tuk Tuk uma opção para driblar a crise e reconstruir sua vida no Brasil.

O Tuk Tuk, também conhecido como “triciclo coberto para transporte de passageiros urbanos”, se tornou uma das alternativas para a locomoção na cidade de Belo Horizonte. Apesar de ter sua destinação exclusiva para a contratação de passeios turísticos, qualquer pessoa, sendo turista ou não, pode usufruir do serviço. Comumente utilizado em países como Índia e Tailândia, o “pequeno notável” do trânsito asiático se tornou comum em países da Europa e agora está conseguindo se firmar como modelo de negócio pelas ruas de Minas Gerais.

A empresa luso-brasileira Tuk Tour Turismo é a principal representante do segmento em BH. Atualmente, a frota possui quatro veículos que circulam pelas principais regiões turísticas da capital: Pampulha, Centro e região Sul. Outros dois veículos também circulam pelo interior do estado, na cidade de Ouro Preto. Além de ser uma alternativa para a locomoção, ele proporciona uma nova experiência para os usuários que o utilizam para conhecer pontos famosos da cidade ou, simplesmente, redescobrir lugares que antes não eram percebidos.

Caetano Souza, 49, é português e há três anos mora em Belo Horizonte. Mudou-se para o Uruguai na tentativa de reconstruir sua vida financeira após o colapso econômico que atingiu países europeus nos últimos anos como, Espanha, Portugal e Grécia. Em uma visita ao Brasil conheceu BH e coincidentemente, descobriu a empresa – que também é de origem portuguesa – se tornando um dos seus atuais colaboradores.

Falando dos benefícios de se utilizar o Tuk Tuk, Souza é enfático, “É excelente, pois é uma forma de passear pela cidade e de andarmos por ela tranquilamente. Sempre andamos na velocidade máxima de 40Km por hora. Como o veiculo não possui janelas e nem vidros, a pessoa possui uma visão da cidade diferente daquela que está acostumada. Tem maior tranquilidade para ver aquilo que, no dia a dia, não conseguem ver”, completa.

Motocicleta ou Triciclo?

Sobre o veículo, Caetano Souza explica sobre as modificações realizadas em uma motocicleta para criar o formato típico do veículo. “No documento consta como triciclo. Basicamente é uma moto com duas rodas traseiras, adaptada para dois passageiros. O motor é de moto com algumas modificações na transmissão para torná-lo mais forte e suportar o peso maior”, explica. A legislação atual de trânsito não exige a utilização de capacetes para andar no veículo por ele possuir cobertura, além disso, possui cinto de segurança para dois passageiros e para o motorista.

Para desfrutar do passeio com o Tuk Tuk, o turista ou morador de BH terá que desembolsar o valor de 30 reais por pessoa, pela hora. Nos finais de semana e feriados, o valor da hora é 35 reais, por pessoa. Souza enfatiza que o serviço não é o modelo tradicional de táxi, como em outros países, mas uma opção de passeio turístico. “As pessoas estão no fluxo da correria e da pressa do dia a dia no trânsito. Nós que estamos no Tuk Tuk, não. Estamos desfrutando do passeio. No verdadeiro passeio não é preciso olhar para o relógio e ficar preocupado com a hora.”, finaliza.

Fotografias e Reportagem: Lucas D’Ambrosio  

O Contramão foi às ruas em busca de opções de presentes até R$50,00

Com a inflação em alta, chegando atingir 0,78% no final de maio, que segundo o IBGE é o maior índice desde 2008, fica difícil deixar as contas mais importantes do mês e o mercado de lado para gastar uma fortuna com presentes em datas comemorativas. Restaurantes e lojas tentam chamar a atenção de seus clientes com pacotes promocionais para os dias dos namorados, mas às vezes ainda foge um pouquinho do orçamento. Pensando nisso, o Contramão foi as ruas e caminhou pelo centro de Belo Horizonte para descobrir opções de presentes por até R$50,00.

O centro da capital abriga inúmeras lojas de bijuterias e utilidades. Entre as ruas São Paulo, Curitiba, Bahia e Avenida Afonso Pena você pode encontrar presentes interessantes nas lojas dos chineses por até cinquentinha, que citamos há um tempo na matéria Belo Horizonte “Made in China”. Pulseiras, colares, anéis, apetrechos para cabelo, maquiagem, capinhas para celular, fones de ouvido, caixinhas de som, são ótimas opções.

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Rian Presentes na rua da Bahia vende bijuterias e acessórios para celular

Subindo a rua Bahia e virando para a Guajajaras, 337, você encontra uma opção deliciosa para presentear quem gosta de doces no Bolo da Nena. Além das 23 opções que variam entre bolos de frutas como limão, banana e mexerica (que promovamos e aprovamos), você também encontra bolo de churros, paçoca e iogurte, além das opções diets de cenoura, laranja e abacaxi. Os preços variam entre R$9,00/12,00 o pequeno e R$14,00/15,00 o grande.

Bolo da Nena na rua Guajajaras

Ainda na Guajajaras você que gosta de presentar com roupas encontra a loja feminina Zulck Outlet. “Todas nossas peças saem por no máximo cinquenta reais. Ainda damos desconto de até dez reais em qualquer peça caso o cliente pague no débito ou no dinheiro”, afirma a vendedora Tatiana. São diversas opções de vestuário, como blusas, calças, saias e vestidos.

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Zulck Outlet na rua Guajajaras

Caso o seu namorado ou namorada seja viciado em aparelhos eletrônicos ou em música, a vendedora Klissia da loja Global Tecnologia, rua da Bahia 1416, diz que uma das opções ideais seria um fone de ouvido daqueles que te desliga do mundo e te faz viajar na música. “Temos várias opções bem legais para quem gosta de presentear e não tem muito dinheiro para gastar, mas as capinhas de telefone e os headphones são os meus favoritos e custam bem menos de cinquenta reais.”

Global Tecnologia na rua da Bahia
Global Tecnologia na rua da Bahia

Agora se você pretende presentear alguém com doces, mas não quer dar apenas essas guloseimas, encontra na loja Frau Bondan opções lindas para presentear. Todas as embalagens da coleção de dia dos namorados são especiais e abrangem todos os tipos de amor, independente de quais sejam eles. A latinha menor com tartufo custa R$28,90 e a maior com cookies custa R$35,00. Além dessas opções você também pode escolher as guloseimas e fazer uma cestinha que sairá por menos de R$45,00, além da opção dos doces para intolerantes a lactose e glúten e diabéticos.

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Latinha com tartufo e latão com cookies na Frau Bondan

Matéria e fotos por Julia Guimarães.

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Comemorando sua 10ª edição, o Dia da Liberdade de Impostos, iniciativa em Belo Horizonte da CDL-BH e CDL Jovem, oferece a consumidores produtos e serviços pelo seu preço original sem impostos na quinta-feira dia 02 de Junho. A ação serve como protesto e conscientização a população sobre a alta carga tributária brasileira. “Essa data marca o dia do ano em que você deixa de trabalhar apenas para pagar os impostos, que corresponde a 40% de tudo o que você produz ao longo do ano”, sinaliza o site do evento.

O protesto realizado pelos empresários e comerciantes ainda é pouco divulgado, já que perguntados na rua sobre a ação, algumas pessoas, como o aposentado Raimundo Nonato, disseram não saber e que iriam procurar se informar mais pelo site. “Não sabia desse evento e nem vi divulgação. Mas acho que é um momento inteligente, devido o momento em que o país vive hoje é um dia de oportunidades”, salienta Nonato. A psicóloga Rachel Rios também acha uma ótima oportunidade: “Me parece ótimo até pra gente ter uma noção do valor dos tributos, porque muitas pessoas acabam comprando e desconhecem que existe esse tipo de taxas. Acho que precisa inclusive ser mais divulgado, porque me parece que é muito pouco”, afirma Rios.

Mais informações sobre as empresas que participarão do evento no dia 02 de junho no link.

Por Julia Guimarães

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O prefeito de Belo Horizonte apresentou a Câmara dos Deputados uma proposta para o aumento dos preços dos combustíveis para subsidiar o valor das tarifas do transporte público.

 As passagens da capital mineira tiveram aumento de até 19,35% nos últimos seis meses. Os principais ônibus da cidade, que no inicio de 2015 tinham tarifa de R$3,10 por viagem, atualmente é de R$3,70. Após diversos protestos organizados pelo Tarifa Zero e militantes, o prefeito de Belo Horizonte e também presidente da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), Marcio Lacerda, apresentou o projeto a Câmara dos Deputados, para que os municípios possam aumentar os tributos do preço dos combustíveis, para assim reduzir o da passagem do transporte público.

A proposta apresentada na Câmara no final do mês de março trata-se do estudo preliminar realizado pela Faculdade Getúlio Vargas em 2013 e propõe a redução das tarifas do transporte público por meio do aumento dos combustíveis trazendo mudanças sobre a Cide-Combustíveis, autorizando os municípios a criarem os próprios impostos sobre o combustível para subsidiar as passagens do sistema público. A cada R$0,10 centavos sobre o valor do imposto, diminuiria cerca de R$0,30 no valor cobrado sobre as passagens. O valor mais baixo da tarifa ajudaria a aumentar o número de passageiros na capital mineira, que entre janeiro de 2015 para janeiro de 2016 teve queda de 3 milhões de passageiros segundo o IBGE.

Para o economista Tiago Silva, o aumento do combustível visa atingir duas finalidades: a primeira é levantar recurso para subsidiar parte do transporte público com isso reduzir a passagem a um nível economicamente viável. E a segunda é encarecer o transporte privado, forçando os indivíduos a migrarem para o transporte público que será uma opção mais barata. Isso reduzirá o número de carros e motos nas vias e, consequentemente, cessará os congestionamentos e trará benefícios ao meio ambiente.

Mobilidade em questão

A redução da passagem irá assegurar a mobilidade de grupos que apresentam vulnerabilidade socieconômica como os desempregados, trabalhadores de baixa renta e sem carteira assinada, por exemplo. “Esses grupos são os mais impactados com a variação do preço da passagem. Pessoas de baixa renda comprometem a renda de 11% a 15% com transporte público, segunda estudo do IPEA. A redução beneficiaria esse grupo e geraria benefícios para empresas que custeiam o transporte público de seus empregados também. Possivelmente haverá uma queda no número de veículos, principalmente se esse aumento comprometer o orçamento dos indivíduos. Vão priorizar o uso dos veículos”, salienta o economista.

Mas como seria realizado o aumento dos impostos e a negociação com as concessionárias de transporte público?

O economista Tiago Silva, acredita que a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) com a municipalização do CIDE, subsidiará o aumento do óleo diesel do transporte público para as concessionárias ou compensará esse aumento de alguma forma como, por exemplo, a isenção de tributos (PIS/Confins/ISS). “Sabe-se que na estratificação dos itens que compõem o custo da passagem, o óleo diesel é o que mais influencia no valor da passagem depois do custo com pessoal (salários e encargos trabalhistas). Assim, saber quem vai remunerar esse item é importante.”

 

Por Julia Guimarães

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Na semana em que se comemora o dia internacional da água, é importante relembrar o grande desastre que marcou a história, e ficou registrado como o maior desastre natural do Brasil. No dia 05 de novembro de 2015, o distrito de Bento Rodrigues, localizado na cidade de Mariana, foi invadido pelo mar de lama provenientes dos rejeitos de minério da empresa Samarco, da barragem de Fundão.

As duas principais mineradoras que atuam na bacia são a Vale e a Samarco Mineração, são as maiores produtoras de minério de ferro do país. Os cursos d’água da bacia do rio Doce funcionam como canais receptores, transportadores e autodepuradores dos rejeitos e efluentes produzidos por essas atividades econômicas e dos esgotos domésticos da grande maioria dos municípios ali existentes, o que também compromete a qualidade da água.

A falta de tratamento dos esgotos domésticos é um dos principais problemas verificados nessa bacia. Segundo a Atlas Brasil de Despoluição de Bacias Hidrográficas: Tratamento de Esgotos Urbanos, um estudo em andamento na Agência Nacional de Águas (ANA), revela que apenas 41 das 209 cidades localizadas na bacia do rio Doce apresentam serviços de coleta e tratamento de esgotos, sendo que 28 dessas cidades tratam mais da metade do esgoto que produzem. O impacto da ausência de tratamento de esgotos é observado em alguns trechos de rios da bacia, notadamente nos afluentes do rio Doce, e no médio curso do rio Doce.

A bacia do rio Doce abastece uma grande parte dos de Minas Gerais e do Espírito Santo, localizados no Sudeste do Brasil. Pode ser considerada privilegiada no que se refere à disponibilidade hídrica, mas há desigualdade entre as diferentes regiões da bacia. Os recursos hídricos da bacia do rio Doce desempenham um papel fundamental na economia do leste mineiro e do noroeste capixaba, já que fornece a água necessária aos usos doméstico, agropecuário, industrial e geração de energia elétrica, dentre outros.

As consequências:

Como principais consequências, podemos destacar os impactos na qualidade da água, que levaram à interrupção do abastecimento público de algumas cidades, entre elas a de Governador Valadares, no estado de Minas Gerais, além de Colatina, no Espírito Santo e de diversas outras cidades abastecidas pelo rio doce. Além disso, outros usos dos recursos hídricos na bacia foram afetados como geração de energia elétrica, indústria, pesca e lazer. O rompimento da barragem de Fundão impactou e continuará impactando, por tempo ainda indefinido, os rios Gualaxo do Norte, do Carmo e Doce. Daniel Carvalho, Biólogo – Puc Minas.

Para o biólogo da PUC Minas, Daniel Carvalho, praticamente foi dizimado um ecossistema. “Se você elimina os peixes, eliminam os micro-organismos que tem na água, você quebra uma cadeia trófica. Se não tem peixe, não tem micro-organismo que alimenta o camarão, isso tudo gera um desequilíbrio em nossa natureza, pois as aves vão ficar sem alimentos, que vai acarretar a perda da qualidade na vida dos mamíferos da região e de toda a vegetação que envolve aquela região”, esclarece.

A falta de água para os diversos usos ou a falta de água de boa qualidade gera efeitos diretos no dia-a-dia da população e na economia do país e exige grande atenção na busca de alternativas para o enfrentamento dos problemas: medidas emergenciais e medidas estruturantes, além de medidas não estruturantes relacionadas ao aprimoramento da gestão de recursos hídricos no Brasil. Em seu desenvolvimento histórico de atividades econômicas voltadas à extração mineral, a bacia do Doce abriga diversas barragens utilizadas para deposição de rejeitos dessa atividade.

Legislação das barragens no Brasil

No Brasil, existem alguns registros de acidentes envolvendo barragens ou pilhas de rejeitos de mineração, conforme registros do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (CENAD), porém, nenhum deles atingiu as proporções do evento ocorrido em Mariana, o qual ocasionou  um desastre ambiental com grande repercussão nacional e internacional.

A Lei nº 12.334/2010 estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e define os órgãos responsáveis pela fiscalização da segurança das barragens do Brasil. Essa Lei tem foi implementada por diversos órgãos fiscalizadores, por meio de regulamentações, e do  desenvolvimento de capacidade institucional e capacitação.

Celebrado mundialmente desde 22 de março de 1993, o Dia Mundial da Água foi recomendado pela ONU durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Eco-92). Desde então as celebrações ao redor do mundo acontecem a partir de um tema anual, definido pela própria Organização, com o intuito de abordar os problemas relacionados aos recursos hídricos. Em 2016, o tema escolhido foi Água e Empregos: Investir em Água É Investir em Empregos.

* Com informações da Agência Nacional de Águas (ANA) / Jornal Estado de Minas

Foto:  Elvira Nascimento- Revista Caminhos Gerais

Por Raphael Duarte